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Get Used To It | Pierre Gasly

Costumes. O ser humano é treinado para se acostumar com situações e pessoas. Muitas pessoas estão em nossas vidas e sequer nos lembramos como chegaram lá, sempre estiveram e dificilmente sairiam. O que dificilmente acontece, porque não imaginamos alguém presente há anos saindo de uma rotina já estabelecida.

Rotina. Outra palavra e coisa que o ser humano é capaz de se acostumar. Tudo está interligado. Criamos rotinas baseadas em costumes sobre lugares, momentos e pessoas. Sair de uma rotina e quebrar um costume pode parecer a coisa mais difícil do mundo para alguns.

Pierre Gasly gostava de estar em todos os lugares possíveis com pessoas diferentes, mesmo que tivesse se acostumado a estar com apenas uma. Alguém que ainda tinha sua própria rotina, diferente da dele, que havia se acostumado a si mesma e nunca a qualquer pessoa.

Pode parecer loucura se acostumar com uma rotina conturbada. Estar em diferentes países a cada semana era a rotina do piloto da AlphaTauri, e por mais desgastante que parecesse, aquela era sua coisa favorita no mundo todo.

Maélie Leblanc jamais foi uma pessoa de se acomodar. Essa era a visão que passava para outras pessoas. Qualquer pessoa que pensava sobre a francesa, jamais imaginava alguém presa numa cidade, num emprego comum e muito menos com uma pessoa. Pelo menos era o que sempre tinha pensado sobre si mesma. Quão errada poderia estar?

A realidade é que a francesa tinha aprendido, não se acostumado, a ser alguém aparentemente sozinha. Foi criada por seus avós, pois seus pais "não a queriam", pelo menos esse era o argumento que recebia todas as vezes que questionava sobre a falta daqueles que deveriam estar sempre ali para ela. Mas seus verdadeiros pais, os que haviam a criado, eram seus avós. Mas em algum momento já não estavam mais ali para ela.

Aos 19 anos soube que, por alguma piada de mau gosto do destino ou coisa parecida, seus avós estavam com câncer. Sim, ao mesmo tempo. Seu avô, René, teve câncer de pulmão, passou por muitas complicações durante o tratamento e não foi o vencedor daquela batalha. Já a avó, Diane, foi pega de surpresa com o resultado de um exame detectando câncer de estômago. Também não conseguiu superar.

Os dois faleceram com algumas semanas de diferença. Maélie perdera tudo o que podia chamar de família em questão de dias. Quer dizer, quase tudo.

Desta forma, Leblanc começava sua vida adulta sozinha. Bom, não completamente sozinha, já que Pierre esteve ao seu lado em todos os momentos possíveis. Em finais de semana de corrida sempre se despedia de sua equipe o mais rápido possível para que pudesse estar perto da amiga em qualquer oportunidade. Maélie estava presente na maioria das corridas do amigo. Todos da equipe e da família Gasly já tinham se acostumado com a presença da loira há muito tempo.

— Sei que minha presença não é capaz de suprir a falta que sente deles, — o piloto diz — mas quero que saiba que ainda tem a mim e toda minha família. Nós também somos sua família.

E era verdade. A família Gasly sempre abraçou Maélie como uma parte deles e isso ficou ainda mais claro depois da grande perda que a jovem sofreu.

Apesar de ter essa imagem de livre e desprendida de qualquer coisa ou pessoa, Maélie tinha sim algo, ou melhor alguém, que era seu "costume", e era Pierre Gasly.

Maélie e Pierre eram como um pacote completo, onde um estava, o outro também estava. Conseguiram fazer com que as pessoas se acostumassem a vê-los juntos, mas mesmo assim nunca se cansavam da sintonia que os amigos de infância tinham.

Eram amigos há mais tempo do que conseguiam se lembrar, e em algum momento ultrapassaram a barreira do "apenas amigos" e, novamente, se acostumaram com isso. Não se chamavam de "amigos com benefícios", pois Leblanc achava brega e também era o tipo de pessoa que acreditava que rótulos não serviam para pessoas.

E então o que somos?

Bom, somos nós. Maélie e Pierre, como sempre fomos.

Essa foi a resposta que o piloto recebeu quando a questionou sobre o que eram. Em algum momento precisava saber em que estágio estavam e a resposta final foi um grande e espaçoso escuro. Não sabiam onde estavam ou se estavam em algum lugar, tinham se acostumado a estar ali e daquela forma.

O primeiro beijo aconteceu por acaso. Na verdade, por causa da bebida, pelo menos essa foi a desculpa usada pelo homem.

Pierre e Maélie voltavam juntos para casa depois de uma noite longa de comemoração com os amigos do piloto, sequer se lembravam o que celebravam. Ao chegar no apartamento de Gasly, os dois se deitaram juntos no sofá, concordaram que era o melhor a ser feito até recuperarem o equilíbrio e irem deitar em suas camas.

O francês sentiu todo o álcool evaporar de seu organismo no momento que sentiu o toque suave de Maélie em sua pele. O toque não era apenas das mãos da garota em seu braço, mas também dos olhos que se encaravam.

Sentiam que se olhavam há horas e poderiam passar outras mais, entretanto, o contato físico era pouco para o que Pierre desejava fazer há tempos. A conexão de olhares não era o suficiente perto do que imaginavam que poderiam ter.

A bebida pode até ter sido usada como uma desculpa, mas Gasly sabia que desejava fazer aquilo há muito tempo.

Por favor, não me odeie — foram as palavras que antecederam o primeiro beijo.

Maélie não o odiou, muito pelo contrário, até o agradeceu, pois havia imaginado aquele momento em outras ocasiões. E aquilo tudo foi ainda melhor do que podia fantasiar. Ele era melhor do que qualquer imaginação.

E o que era para ser apenas uma noite entre duas pessoas levemente alcoolizadas passou a ser um costume. Entraram em acordo que nada daquilo era sério, não naquele momento, e continuariam sendo grandes amigos independente do que fosse acontecer dentro do quarto, ou até fora dele.

Por um momento aquilo foi o suficiente. Estavam acostumados. Até quando?

[...]

Maélie tinha sido convidada para uma festa de lançamento de uma linha de roupas de um amigo que fez em Paris durante uma de suas várias passagens pela Cidade Luz. A garota não negava nenhuma festa, ainda mais quando havia conseguido convencer Pierre a ir com ela.

Gasly não poderia se importar menos com a festa ou sobre o que aquelas pessoas estavam celebrando. Tudo o que queria e precisava era a companhia de Maé, mesmo que não fosse da forma que ele mais queria.

— Prometo que não vai se arrepender de ter vindo a essa festa — a loira diz ao amigo quando entravam na boate.

Ele sabia disso. Pierre não era o tipo de pessoa que se arrependia de coisas que fez ou lugares que foi, muito menos se todas essas experiências fossem acompanhadas de Maélie.

Não se arrependeria de nada que tivesse qualquer traço da mulher. Pelo menos nada do que fez. Talvez o que poderia ter deixado de fazer.

Os pensamentos envolvendo a francesa e a "relação" que tinham voltaram a atormentar Gasly durante a festa, após mais uma vez ser apresentado como amigo de Maélie. Não aguentava mais ser apresentado apenas como seu amigo, queria mais que isso.

— Jean, este é meu amigo Pierre Gasly — a francesa os apresentou com simpatia.

A única coisa que receberam de resposta do piloto foi um leve aceno com a cabeça, podia culpar a bebida que já tinha em mãos pela grosseria, não se importava. A última coisa que o homem queria era ser apenas um costume na vida de alguém que sentia coisas muito além disso.

Tentava fingir que tudo estava bem, mas Maélie o conhecia o suficiente para saber que algo incomodava o amigo. Após ter sido apresentado a alguns dos amigos e conhecidos da amiga, Pierre se sentia sufocado, precisava encontrar um local aberto para que pudesse respirar novamente e colocar todos os seus pensamentos em ordem.

— Ei, aquele cara não é piloto de Fórmula 1? — Gasly ouviu uma voz masculina dizer enquanto andava em direção a uma porta que parecia o caminho de sua salvação. Não podia parar para atender fãs, não naquele momento.

Parado na parte mais alta da boate, o mais longe possível de qualquer luz piscando ou música alta, Pierre refletia sobre toda a sua situação enquanto encarava o céu estrelado de Paris. De certa forma, estava em casa mesmo que não tivesse nascido lá. Se sentia mais em casa ainda quando olhava para alguns locais do alto daquela cobertura e se lembrava de Maélie. Parecia patético.

Era patético estar com os pensamentos completamente dominados por alguém que sequer o via de outra forma, e estava mais preocupada em curtir sua vida livre. Sabia que não tinha sequer o direito de sentir ciúmes de Maélie. A culpa era dele se guardava todos aqueles sentimentos, por pior que fossem. Para sua infelicidade, sabia que era a única pessoa que podia mudar aquela situação, mas sabia que aquilo podia custar caro. Caro demais.

Maélie era o costume de Pierre e ele sempre tinha sido o dela. Mas será que poderiam continuar na vida um do outro apenas sendo um mísero costume? Para Gasly, a resposta era não.

Do lado de dentro da boate, Maélie notou a falta do amigo após alguns minutos de conversa com outras pessoas que conhecera assim que chegou ao local. Por um momento pensou que o piloto teria ido embora e se sentiu mal, pois poderia não estar dando a atenção que merecia.

— Ei, você viu o Pierre? — A loira perguntava a uma das mulheres que estivera ao seu lado por algumas horas durante a festa.

— Quem? — A mulher, claramente bêbada, a respondeu.

— Esquece, pode voltar a beber seu drink — olhou para o copo cheio de um líquido azul — ou qualquer coisa que seja isso aí.

Leblanc andava pela boate desacompanhada e em busca de seu amigo, olhando ao seu redor como uma criança perdida que precisava encontrar alguém. Sentia todas as partes do seu corpo transpirar de nervoso enquanto buscava pelo amigo, e depois de alguns minutos decidiu que precisava tomar um ar.

Conhecia a boate o suficiente para saber que se andasse por alguns minutos e corredores adentro encontraria uma porta que daria para a cobertura, onde tinha uma bela vista da cidade. A vista que imaginava era a Torre Eiffel, iluminada e incrível, mas também encontrou Gasly. Estava encarando, ou melhor, admirando a Torre Eiffel, que mesmo a alguns quilômetros de distância era identificável pelo seu brilho único.

— Ei, o que está fazendo aqui? — A voz de Maélie tirou Pierre de seus profundos pensamentos.

— Ah, é você — o piloto diz após levar um leve susto.

— É, sou eu — estranhou o tom de voz do homem. — Pensei que já tinha ido embora, mas a festa mal começou, sequer consegui apresentá-lo a todos.

Estou cansado de ser apresentado aos outros como seu amigo — Gasly desabafa pegando a francesa de surpresa.

— Mas é isso que você é, Pierre! Meu amigo!

— Não quer dizer que eu queira continuar sendo apenas isso pro resto das nossas vidas — replica, com o nervosismo exposto em sua voz. — Que droga Maé, porque é que todos ao nosso redor percebem o que tem entre você e eu menos nós dois?

A fala pega Maélie totalmente despreparada. Seus soldados internos sequer tinham um plano de contra-ataque. Bom, pelo menos não um muito bom.

O silêncio da francesa doía em Pierre.

Maélie adorava ser uma pessoa livre, nada a deixava mais feliz que saber que as pessoas invejavam sua liberdade, mas a realidade, a dura realidade, era que não via mais brilho em ser aquela pessoa, apenas tinha se acostumado.

A única relação fixa que teve em todos os seus anos de vida fora a amizade com Pierre, aquela que parecia estar prestes a se desfazer entre seus dedos como um punhado de areia.

— Sabe, há alguns anos te perguntei o que éramos, quando tínhamos começado com tudo isso, e olha que nem ainda tínhamos ultrapassado todas as barreiras que quebramos agora. Naquele momento tinha sido só um beijo, então pensei "tudo bem que ela queira continuar assim", achava que podia me acostumar, mas a verdade é que... não posso.

— O que quer dizer? — A loira diz com palavras sufocadas pelo choro que se mostrava presente.

— Quer dizer que estou cansado de estar ao seu lado e nunca estar realmente. Você se acostumou a essa vida, a esse tipo de relação, mas eu não e nem quero! Não quero mais te beijar e pensar que aquilo não significa nada para você. Não quero mais dividir a cama com você durante incontáveis noites e não saber se aquilo vai se repetir outra vez — suspira. — Estou cansado de viver todos os momentos contigo pensando que aquele pode ser o último, e que você vai encontrar alguém melhor que eu, alguém que não seja só um costume na sua vida.

— Você não é só um costume na minha vida, Pierre...

O coração de Leblanc se partia em milhares de pedaços ao pensar que o homem à sua frente não sabia do significado que tinha em sua vida, e que era muito mais que apenas um costume.

— Então o que eu sou, Maé? E por favor não me diga que somos nós — lembrando da resposta que recebera há anos.

— Continuamos sendo nós, Pierre, mas somos diferentes do que éramos há anos atrás. A realidade é que não sei o que somos, sempre fomos amigos e isso me pareceu suficiente por algum tempo, pensei que também era pra você, mas aparentemente estamos com o mesmo incômodo. A diferença é que você sempre foi o corajoso de nós dois — riu, fazendo com que o piloto também risse. — Realmente me acostumei com você. Mas não de uma forma ruim, como se a sua presença passasse a não ter valor para mim, não, é o oposto!

Nem em seus melhores e mais loucos sonhos Gasly teria imaginado ouvir aquelas palavras, sequer sabia o que responder. Tinha se preparado para o pior cenário onde brigariam e não seriam mais amigos, mas as palavras da francesa o pegaram de surpresa, então Maélie continuou a falar.

— Me acostumei a ter você por perto de todas as formas possíveis, antes só como meu amigo, aquele que me apoiava nas minhas decisões malucas, o mesmo que esteve ao meu lado durante o velório dos meus avós. Depois me acostumei com outro Pierre, o homem que me tocava como nenhum outro tinha tocado, o mesmo que me fazia com que me sentisse a mulher mais incrível e desejada do mundo. Acha que é apenas um costume na minha vida, Gasly? Mesmo?

— Se isso for um costume, talvez eu possa continuar me acostumando com você, quer dizer, me apaixonando... — as palavras do piloto fizeram Maélie rir e correr para seus braços.

Aquele não era o primeiro beijo deles, talvez estivesse mais perto de ser o milésimo, mas ainda sentiam o mesmo nervosismo de quando aconteceu na noite em que tinham bebido e resolveram quebrar algumas barreiras. A cada segundo que Pierre sentia os lábios de Maélie nos seus tinha a sensação de que todas as luzes da Torre Eiffel estavam dentro dele, parecia maluquice, mas era exatamente o que sentia.

As pessoas se acostumam com muitas coisas ruins, rotinas difíceis e desgastantes, isso é verdade, mas também podem se acostumar a coisas boas, por que não? Maélie e Pierre se acostumaram um ao outro da melhor forma possível.

Gasly tinha se acostumado a se apaixonar por Maélie todos os dias, nos felizes e tristes, enquanto riam ou brigavam. Se acostumou à rotina maluca que ele tinha e, mesmo assim, se sentia em casa todas as vezes que a tinha ao seu lado.

Já Maélie se acostumou a ter mais que um melhor amigo, passou a ter um amor daqueles que só pensava existir em filmes. Mas o melhor de tudo, tinha se acostumado a se sentir amada por alguém e amá-lo na mesma intensidade.


Oi gente, autoraisadora aqui mais uma vez!

Primeiro: não me matem pelo possível sofrimento, deu tudo certo no fim! 

Brincadeiras à parte, espero que tenham gostado do conto. Dessa vez eu sai da minha zona de conforto só de pilotos favoritinhos, e no fim o Pierre conquistou um pedacinho do meu coração!

Por último, quero agradecer a quem votou na enquete no perfil do Twitter do mundinho (caso não sigam ainda é o mesmo @ daqui). Obrigada também hwllywood por ter betado esse conto e me dar sempre uma luz quando preciso. E obrigada a todas as mundinetes que amo muito, espero que todas vocês gostem do conto! 

Beijos e até a próxima! 

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