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christmas love | felipe drugovich

        Era véspera de Natal.

Melinda estava longe de sua família no seu feriado preferido, completamente sozinha em Milão, em um lugar onde não havia neve como em sua casa e todos pareciam não se importar se as árvores estavam ou não bem enfeitadas, com todas as luzes e o presépio embaixo.

Ela ainda lembrava da infância, quando sentava na sala de sua casa com os primos, assistindo a todos os filmes natalinos infantis que existiam. Era a melhor época do ano, porque comiam as melhores comidas e todos os seus parentes estavam ali, davam-lhe abraços e entregavam-lhe presentes.

Fazia alguns anos que as comemorações não eram mais assim. Ter saído de casa muito cedo para seguir sua carreira tão desejada havia cobrado preços, às vezes, altos demais. Ela não se arrependia da vida na faculdade de Artes na cidade Itália e nem de todas as suas escolhas, mas, em determinados momentos, sentia-se como uma criancinha solitária em meio aos adultos que não a queriam por perto.

Sentia falta da cumplicidade de seu pai, que sempre fez tudo para que ela conquistasse seus sonhos com a certeza de que ele o apoiaria sempre; sentia falta da mãe, que era realista e compreensiva, estava sempre a lembrando de colocar os pés no chão; sentia falta, também, do irmão mais velho que a importunava, mas a protegia como um leão. E claro, morria de saudade dos avós, que haviam aprendido a mexer em redes sociais só para ficarem mais próximos dela. Sentia falta de sua casa, de seu quarto, do balanço no quintal e dos vizinhos barulhentos.

Era Natal. Era a época do ano em que deveriam estar todos reunidos, mas, mesmo assim, Melinda estava distante de todos eles.

A cada passo que dava pelas calçadas vazias da noite fria de Milão, sentia que estava pisando em uma estrada que a levaria direto para onde seu coração estava. Quanto mais passadas dava, mais perto de seu apartamento ela sabia que estava. Estar longe de quem amava, fazia a magia daquela data desaparecer de seu coração. Sentia-se completamente melancólica e irritadiça, porque a cidade não era enfeitada como a sua cidade, as pessoas não eram solicitas como na sua cidade, seus vizinhos italianos não riam como seus vizinhos ingleses. Era tudo diferente, era tudo tão errado. Ela queria chorar, mas não podia fazer isso no corredor do condomínio, enquanto tentava colocar as chaves no lugar.

Nataaaaaal, eu amo você... Nataaaaal, eu amo você!

A cantoria invadiu a audição de Melinda, no momento em que ela derrubava as chaves no piso. Sua atenção não foi para o objeto perdido, mas sim para a voz desafinada que chegava cada vez mais perto nas escadarias. Era estranho que a pessoa não estivesse usando os elevadores, ninguém subia cinco lances de escada e ainda soava extremamente feliz.

Ela não precisou esperar muito para descobrir quem era. Melinda não o conhecia, para ser sincera. Sabia que ele era seu vizinho porque, há alguns meses, Dona Charise lhe contou que um piloto não muito famoso de alguma Fórmula que ela não lembrava mais qual, havia comprado o apartamento de frente ao da garota, mudando-se para lá algumas semanas depois, só para passar o resto do ano em viagens semanais ao redor do globo.

Melinda havia pesquisado sobre ele. Felipe Drugovich, o piloto brasileiro da Fórmula 2, a esperança para um país que teve Ayrton Senna como ídolo supremo, era seu novo vizinho de porta. Ela descobrira que ele tinha vinte um anos, era bonito e talentoso. Nada muito espetacular ou impressionante. Milão estava lotada de caras como ele. No entanto... algo havia chamado a atenção da garota.

Não havia o visto em nenhum momento pessoalmente e, se o frio na barriga que sentira quando colocara os olhos sobre ele estivesse certo, ela estava ansiando por esse encontro. O motivo era desconhecido, não poderia mandar nas reações de seu corpo.

Ele continuava a cantarolar uma canção sobre amar o natal, esperar pela data e querer viver aquele momento com bastante fervor. Ele, definitivamente, não sofria com os mesmos problemas de Melinda.

Quando a notou, Felipe estancou no lugar, franzindo de leve a testa, formando uma ruguinha adorável entre as sobrancelhas.

Oh — ele exclamou. — Oi!

Melinda não sabia muito bem o que fazer, mas seus olhos sabiam. Ela examinou cada mísero pedacinho de suas feições, desde os lábios rosados e cheios, a curva do nariz, até as bochechas coradas pelo frio ou, quem sabe, o esforço de subir todos aqueles lances de escada. Felipe tinha cabelos castanhos que caiam sobre a testa de um jeito charmoso e olhos amendoados, curiosos como os de uma criancinha.

Ele era instigante, de um jeito que poucos caras costumavam ser para Melinda.

A garota desviou o olhar, sentia o rosto esquentando de vergonha por tê-lo encarado com tanto afinco. Felipe estava sorrindo, um segundo antes de ela desgrudar o olhar dele.

— Você é a Melinda, né? — ele perguntou, sem parecer ligar para a cena estranha que se sucedeu. — Srta. Charise me contou.

Ela olhou sobre o ombro, abaixando-se para buscar as chaves que haviam caído. O piloto caminhou até a frente de sua porta, encostando-se na parede e a observou.

— Sou — ela respondeu, ficando de pé e virando-se para ele. — A propósito, oi! Desculpa não responder, eu só...

— Não, tudo bem! Eu sou o Fe...

— Felipe Drugovich, eu sei. — Ela riu. — Dona Charise me contou também.

— Ah! — O piloto bateu uma palma na outra. — Eu deveria ter imaginado. Ela gosta de conversar, não é?

— De fofocar, você quis dizer. — Melinda sorriu divertida. — Mas, tudo bem! Eu gosto de saber o que acontece na vizinhança. E ela sabe de tudo.

— Eu também gosto, você sabe, de ouvir uma fofoca. — Felipe gargalhou. Melinda percebeu como ele parecia ficar sem jeito, sempre que olhava-a nos olhos. Ele era fofo. Era bonito e parecia ser um vizinho simpático. Se Dona Charise gostava dele, provavelmente era um bom garoto. Ela não costumava ser gentil com aqueles que desprezava.

— Acho que a fofoca é a base de um bom relacionamento — Melinda comentou, apertando as chaves entre os dedos.

— É, também acho.

Eles ficaram em silêncio. Felipe olhava para os próprios tênis, batucando os pés no piso acarpetado, enquanto Melinda observava-o com demasiado afinco. Ele vestia um suéter fofo de renas, verde com vermelho, segurava em uma das mãos um pacote de presente e estava olhando para ela com o mesmo sorriso de antes... Espera, o quê?

Melinda arregalou os olhos. Era a segunda vez que ele a pegava encarando-o descaradamente e haviam acabado de se conhecer.

— Então, você é a minha vizinha de porta, certo?

— Parece que sim.

— Você é natural daqui? É italiana?

— Na verdade, não. Eu sou de Londres. Estou aqui para estudar, sabe... Arte e tal. Vivo aqui porque é mais fácil, mas... — Ela deu de ombros. — Nada. Deixa pra lá.

— Sei. Eu também só vivo aqui porque facilita em algumas coisas. É estranho, meu italiano é uma merda e acho que o meu inglês também. Às vezes, parece que ninguém me entende.

— Bom, eu estou te entendendo — ela brincou, cruzando os braços no peito. — Você não é tão ruim assim.

Felipe assentiu, piscando para ela.

— Obrigado! É sempre bom ouvir isso. Mas, se eu não soar intrometido, o que eu provavelmente vou ser, por que você está aqui, então? Sua família vem para cá? Desculpa... — Ele soltou um risinho nasalado. —, eu sou realmente curioso.

Melinda examinou-o.

— Deve ser por isso que a Dona Charise gosta tanto de você...

Felipe entendeu o recado. A garota não queria falar sobre a vida pessoal para um estranho e não estava errada.

— Ela fala muito de mim para você? — ele questionou, porque estava mesmo curioso.

Melinda não sabia o quanto deveria dizer ao piloto ou se sequer deveria dizer algo, mas, o que ela poderia perder? Felipe nunca estava ali, sempre viajando pelo mundo e haviam acabado de se conhecer para nunca mais se verem ou algo do tipo. Não precisaria ter vergonha de contar a ele o que a própria Dona Charise contaria.

— Fala. Ela é tipo uma fã sua, sempre me dizendo como você foi nas competições. Quase posso sentir que te conheço há meses só pela quantidade de vezes em que ela me contou sobre você...

— É sério? — ele questionou, divertido com a informação. — Fico lisonjeado.

— Você não tem ideia, piloto. — Melinda sacudiu a cabeça, abrindo um sorriso de gatuno. — Você não tem ideia.

Duas horas. Foi tudo o que Felipe e Melinda precisaram para se sentirem como amigos de longa data. O brasileiro sabia como manter uma conversa, ele não deixava o silêncio predominar e tinha um senso de humor peculiar. Parecia tímido sempre que falava sobre a carreira e comentava um pouco sobre a família e amigos, mas, era só tocarem no assunto Natal, que o rapaz enchia-se de entusiasmo e histórias antigas de infância. Ele era fácil de conversar, era fácil de se gostar.

Melinda e ele estavam sentados no corredor há mais tempo do que poderiam dizer, recostados na parede oposta um do outro, tocando as solas dos sapatos um do outro e rindo sempre que começavam uma pequena guerrinha entre si, empurrando os pés e gargalhando quando um acabava escapando. Pareciam, de fato, amigos antigos, reencontrando-se no feriado de Natal.

— Eu tenho um trabalho de meio período aqui, para conseguir me manter e coisa do tipo, nós meio que não fechamos na véspera de Natal — Melinda explicou. — Todos os voos para casa foram há tipo cinco horas atrás. Infelizmente, eu não conseguiria pegar o avião e chegar a tempo em casa. Meu voo está marcado para amanhã. Mas, há anos vivo assim, sabe? São aniversários perdidos, casamentos, o aniversário de mamãe ou a formatura do meu irmão... Sinto que não faço mais parte da família, que não os conheço como antes...

— Eu sinto muito, Mely. Eu meio que entendendo, pra ser sincero — Felipe, chutou de leve a ponta do tênis da garota. Ela sorriu para ele. — Passo muito tempo longe de casa. Esse ano, decidi trazer minha família para cá. Estava voltando do hotel em que eles estão hospedados, ficamos juntos o dia inteiro e eu me senti em casa de novo. Estar longe das pessoas que são importantes para nós por tanto tempo é doloroso — ele suspirou. — No final, temos que ter uma garantia de que tudo isso vale a pena. Eu sei que é difícil, mas quando eles me ligam ou me mandam mensagem, quando me elogiam pelo desempenho que tenho nas pistas e se orgulham de mim, eu sei que ainda há algo de bom. Estou fazendo algo que amo e tenho eles ao meu lado. É isso que importa. Por isso, todos os anos no Natal ou em qualquer outra data comemorativa, eu ainda fico feliz.

Melinda recostou a cabeça na parede, fechando os olhos.

— Eu amo o Natal, Felipe. Mas é triste passar a data solitária.

— Não seja por isso! — o garoto replicou, ficando de pé em um salto. Melinda abriu os olhos, observando a mão estendida em sua direção. —Você vai pra casa amanhã e verá toda a sua família, vai passar com eles. Mas até lá, a sua companhia sou eu. O seu vizinho de porta que acabou de conhecer e, caramba, isso parece bizarro, mas, confia em mim!

Ela riu, apertando a mão dele e erguendo-se para ficar de pé.

— Eu não confio em você.

A expressão de Felipe caiu minimamente. Melinda abriu um sorriso.

— Mas vou te dar um voto de confiança. O que você vai aprontar?

— Me sigas e verás, Melinda Stuart.

Ele não esperou que ela o seguisse, mas ela o fez de qualquer forma. Felipe caminhou pelo corredor, apressado. Perto das escadas, ele abriu uma das portas que levavam até uma pequena varanda onde Dona Charise costumava fumar seus cigarros e observar o amanhecer. Naquele cubículo para uma pessoa só, havia a vista mais bela das construções históricas de Milão e as ruazinhas estreitas. Eles conseguiam observar as estrelas no céu nebuloso daquele inverno intenso e os corajosos que saíam na rua para comemorar com amigos ou familiares, como pequenas formiguinhas.

Felipe sentou-se em um banquinho surrado, chamando Melinda para sentar-se ao seu lado. Ela seguiu o chamado, abraçando-se para espantar o frio. Quando sentou ao lado dele, Drugovich levantou os braços, olhando para ela como um pedido silencioso. Ele queria abraçá-la, para espantar o frio. Melinda também queria que ele a abraçasse. Ela assentiu e sentiu os braços do piloto escorregarem em volta dela, puxando-a para depositar a cabeça em seu peito. Eles observaram o céu repleto de estrelas e o balançar suave da água. Era um cenário de tirar o fôlego.

— Dona Charise me mostrou esse lugar quando cheguei aqui. Ela me disse que costuma sentar e observar a paisagem, porque é aqui, sozinha, que consegue encontrar algumas respostas — ele sussurrou no ouvido de Melinda, causando um arrepio que percorreu toda a pele da garota. — Eu venho aqui pra admirar a vista. E porque aqui consigo conversar com minha família sem ninguém me atrapalhando.

— Eu nunca vim aqui — Melinda confessou. — É um lugar bonito.

— É mesmo. Milão é um lugar bonito, mas é triste que não esteja nevando agora. Eu sempre fico esperando por ela no inverno, no Brasil nós não temos neve nessa época do ano.

— Eu também — ela sussurrou.

— O Natal aqui também é bonito, por outro lado. Quando olhamos para a imensidão de coisas que há ao nosso redor e não apenas para um ponto específico.

Melinda levantou o olhar para ele. Os olhos amendoados de Felipe refletiam a luz cinzenta daquele luar e o azulado brilhante das estrelas. Ele desviou a atenção de toda a paisagem que o deslumbrava e virou-se para ela. Agora, ele a refletia. O sorriso dele apareceu, confiante como se tivesse ganhado anos de experiência naquela noite.

— Você é um romântico do Natal, não é?

— Quem sabe? — refletiu. — Acho que gosto de ver o lado positivo das coisas. Pense só: se você não estivesse em Milão, nós nunca teríamos nos conhecido. E sei que conhecer você hoje valeu a pena, de alguma forma que só coisas fora do meu alcance poderiam explicar, mas eu sinto que tem uma razão.

— Você acredita em destino, Felipe Drugovich? — ela caçoou, mas sentia seu coração batendo um pouco mais rápido que o normal, deixando-a nervosa e com as mãos suando. Quanto mais os olhos dele permaneciam sobre os seus, mais agitada se sentia.

Melinda não acreditava em destino, mas parecia estar prestes a ser convencida do contrário.

— Eu acredito no amor do Natal. Estamos ligados por isso, pela magia do Natal que nos colocou juntos, para que eu fizesse você gostar ainda mais dessa data tão especial — ele disse, sério. Melinda franziu o cenho, notando que a ruguinha que se formava entre as sobrancelhas do piloto tremia. Ela endireitou-se no colo dele.

— É sério?

— Não, eu tô zoando.

Os dois riram. Melinda o empurrou pelo ombro, voltando a deitar a cabeça no peito do garoto. Em algum momento, ele começou a acariciar seus cabelos, respirando levemente em sua pele, e cantarolando uma melodia suave. Ela não conhecia a música, mas poderia apostar que era alguma canção natalina. Mais uma vez, os dois perderam-se no tempo, apenas aproveitando, desta vez, o silêncio da cidade e de si próprios.

Alguns momentos depois, Felipe chamou Melinda. Recebendo em resposta, um resmungo baixo.

— Já é Natal, Mely — ele disse baixinho. A garota sorriu, abraçando-o apertado. — Feliz Natal, linda.

— Feliz Natal, Felipe.

— Espero que você tenha encontrado um pouquinho do espírito natalino.

Ela olhou para o horizonte, seguindo a atenção para ele.

— Encontrei, sim. Graças a você. E isso é a maior loucura que poderia acontecer na minha vida, mas acho que eu deveria agradecer.

— Ao seu dispor, Melinda Stuart.

— Muito obrigada, Felipe Drugovich.

Naquele instante, Melinda não precisava pensar em toda a melancolia daquele dia. Era a primeira vez em anos que ele não se tornava cinzento e triste, afinal, ele parecia reluzir em azul cristalino e dourado. Ela voltaria para casa naquela manhã, encontraria seus pais, seu irmão e seus avós. Teria uma ceia de Natal farta e a companhia de pessoas que amava. E, além disso, teria uma memória encantadora com um presente que não estava esperando. Seu vizinho famoso no meio automobilístico e misterioso era o que ela procurou durante aquele feriado por muito tempo. Uma espécie de estrela guia, para um mago perdido.

Felipe era especial, ela deveria ter percebido desde o primeiro dia. Mas agora que sabia, experimentava uma euforia contagiante. Ele foi especial para ela, estava sendo ainda. Se pudesse mantê-lo em sua vida, sabia que, no Natal e em qualquer outro dia, não deixaria que o mundo a consumisse. Ele seria seu amigo. Ela gostava da ideia. Esperava que ele pudesse gostar também.

vamos todos fingir que é natal em junho

enfim, leitores de apex devem saber que esse conto era com outro piloto, mas decidi passar pro drugo pq gosto mt dele e não queria deixar engavetado (e as mundinhas queriam q eu escrevesse com o felipe então achei que combinava com ele também). 

espero que gostem <3 

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