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champagne problems | lando norris

Olhei para Lando do outro lado do altar e me segurei para não rir da careta que ele fez quando me pegou olhando. Espero que o fotógrafo não tenha pegado nossa interação na câmera pois teremos arruinado algumas boas fotos dos noivos.

Era estranho estar nesse altar com Lando sendo meu par. Mesmo que fôssemos amigos por anos, até seis meses atrás eu tinha um namorado de longa data e Lando também tinha outra pessoa. Mas, agora nós éramos unha e carne. Tudo porque tomamos um pé na bunda na mesma semana. Harvey terminou comigo no domingo e Alice terminou com Lando na quarta.

Terminar é horrível mas, foi menos horrível passar isso com ele porque eu não me senti sozinha e não me senti um fardo que estaria incomodando meus amigos com minha tristeza. Eu podia passar horas falando mal de Harvey e ele não reclamaria porque passaria as próximas horas falando de Alice. Chorar no colo de Lando enquanto a gente assistia O casamento do meu melhor amigo não era como eu imaginaria passar minha Páscoa, mas foi o que aconteceu.

Quando minha mãe dizia que há males que vem para o bem e eu não acreditava, bem, agora eu dava o valor. Porque só perdendo Harvey que eu me aproximei de Lando, alguém que estava por perto por tanto tempo mas que eu nunca tinha percebido o quão incrível era.

No começo, foi só uma questão de conveniência. Dois corações partidos se juntando para catar os pedacinhos, quando superamos, decidimos tentar namorar outra vez. Fomos para festas e nos aventuramos em aplicativos de relacionamentos, o que gerou histórias hilárias. Como quando o cara do Tinder levou o melhor amigo para nosso encontro ou quando a garota que Lando conheceu na festa o chamou de Charles Leclerc.

— Acho que eu odeio a vida de solteira. — confessei depois de escutar a história sobre ele ser confundido com Charles.

— Definitivamente, é superestimada. Eu odeio, mas eu gosto.

— Ok, Charles Leclerc, aproveite as humilhações. — zoei.

— Só estou falando, Scout, você tem que aproveitar essa fase mesmo com todas as vergonhas que a gente se vê obrigado a passar. — ele apoiou a mão no meu ombro e eu rolei os olhos.

— Odeio quando você fala sério, não combina com você. — ele riu.

Mas, ele tinha razão. Mesmo sabendo disso, eu não ligava. Não via sentido em encontros que não dariam em nada, odiava o Tinder, odiava todos os caras que conheci em baladas porque eles sempre estavam bêbados.

Eu sempre fui uma romântica incurável, fã fiel de Julia Roberts e Jane Austen, e achei que Harvey fosse meu final feliz. Sou uma garota que namora e que se apaixona. Minha melhor amiga estava se casando com 22 anos e eu não achava isso uma loucura porque acreditava no amor.

Meu erro foi achar que Harvey era o meu par romântico, porque ele era perfeito no papel. Sem drama, não havia uma história épica. Quando tive aquela conversa com Lando, eu estava desiludida achando que nunca mais encontraria o amor do jeito que eu sempre imaginei. Mas, não demorou muito até o meu drama começar.

Não vi Lando chegar na minha vida de forma que não fosse amigável. Afinal, ele era Lando. Eu o conhecia minha vida inteira e nunca havia passado pela minha cabeça, nem por uma fração de segundo, olhá-lo de uma forma romântica. 

Tudo naquele dia estava diferente. Era abril e fazia Sol em Londres. Lando estava sofrendo com o jet-lag e me ligou querendo fazer alguma coisa, mas eu teria prova no dia seguinte. Antes de Harvey e Alice, nunca tínhamos sido amigos tão próximos. Acho que eu tinha que agradecê-los por terem nos juntado.

Então, 20 minutos depois de desligar o celular, o piloto apareceu em frente ao meu apartamento. Ouvi o barulho de sua McLaren assim que ele entrou na minha rua, e fui até a janela.

— O que você está fazendo aqui? — gritei.

— Qual, é! Se você precisa estudar, ok, mas você não vai perder um dos dias ensolarados fazendo isso trancada em casa.

Dei de ombros.

— Me dê 5 minutos.

Tirei meu pijama e troquei por uma roupa fresquinha e confortável. Coloquei meus livros na mochila e desci correndo até ele.

— Onde vamos?

— Hyde Park. — sorri com sua resposta.

Lando havia pensado em tudo. Tinha comprado hambúrgueres para a gente e levado um boné extra para mim. Ele não me importunou enquanto eu estudava durante nosso piquenique e o conhecendo, sei que ficar quieto foi uma das coisas mais difíceis que ele fez. Ele até tirou um cochilo invejável enquanto eu tentava fazer com que as teorias de Nietzsche entrassem na minha cabeça.

— Acorda. — empurrei a sua coxa, ele resmungou. — Você vai perder o pôr do Sol.

— Terminou de estudar?

— Acho que sim, se eu ler mais alguma coisa hoje meu cérebro vai explodir. — encenei com minhas mãos o meu cérebro explodindo e ele riu.

Vimos o céu se tornar laranja e aos poucos ficar totalmente escuro. Estrelas não eram parte de Londres, mas eu podia jurar que tinha visto uma.

Lando me convenceu que a melhor maneira de me preparar para a prova era esquecer dela por um tempo e decidimos ir ao cinema. No nosso tempo tentando superar os ex, fizemos uma maratona da Marvel. Era bom para ocupar o tempo e para nos entreter, então ver Doutor Estranho em cartaz foi uma surpresa boa.

Estava chovendo quando o filme acabou.

— Essa é a Londres que conhecemos e amamos. — brinquei.

— Vou pedir um Uber. — ele resmungou, colocando o capuz do seu moletom. — Não acredito que viemos a pé.

— Estava calor e estamos do lado da minha casa. — me defendi. — Não está chovendo tanto assim, Lando, vamos voltar.

— Vai piorar.

— Não, não vai. É literalmente cinco minutos andando.

Ele estava certo. A chuva se transformou num temporal e os cinco minutos se tornaram vinte porque correr era impossível. Achei que ele reclamaria, mas ele estava rindo da situação durante o tempo todo.  Não sei em que momento nossas mãos se encontraram, mas eu me sentia segura assim. Como se os raios no céu não fossem me atingir porque eu estava com ele. Foi um pensamento bem bobo e bem rápido, mas me marcou. Eu não deveria pensar assim sobre Lando, ele era meu amigo.

— Eu avisei. — ele sorriu assim que chegamos ao meu prédio.

— Acho que já está na hora de aprender que não posso apostar com o tempo dessa cidade. — ri e fiz um biquinho, olhando para cima.

Estava começando a ficar com frio, mas a chuva ainda estava suportável. Acho que era meu corpo já antecedendo o que ia acontecer.

— Quer subir? Tem umas roupas suas lá em cima, pode tomar banho e se quiser esperar a chuva passar para ir embora... — Lando não me deixou terminar.

Lando Norris me beijou. Lando Norris calou minha boca me beijando. Lando Norris estava me beijando na chuva.

Puta. Merda.

Ele pareceu tímido quando se afastou de mim, como se tivesse se dado conta do que tinha acontecido e que eu era apenas Scout, não uma garota de verdade para ele.

— Quer subir? — perguntei de novo. Sem nenhuma malícia ou expectativa, apenas continuando de onde havia parado. Eu mesma não tinha entendido o que aconteceu e estava usando todo meu autocontrole para não surtar.

Lando assentiu e aceitou tomar um banho para se esquentar. Nos últimos meses, ele havia passado tanto tempo na minha casa e eu na sua, que havia coisas suas espalhadas pelo meu apartamento. O conjunto de moletom que ele havia me emprestado uma vez quando vomitei em sua casa depois de beber muitos Moscow Mules e que eu nunca havia devolvido, a camiseta que ele havia derrubado molho de tomate e que se eu não tivesse lavado, estaria arruinada.

Quando ele saiu, já com seu moletom quentinho, eu assistia televisão mas não prestava atenção no que passava, ainda estava lá embaixo, na chuva, beijando meu amigo.

— Desculpe por antes, Scout.

Eu sorri.

— Não tem o que se desculpar, Norris. Deixa de ser idiota.

— Não quero ter tornado as coisas estranhas entre nós. — o famoso sorriso zoeiro dele surgiu em seus lábios. — Não que te beijar seja mais estranho que segurar seu cabelo enquanto você vomita e ter que trocar sua roupa.

Rolei os olhos e joguei uma almofada nele.

— Eu posso dizer o mesmo de você!

Ele riu e se juntou a mim no sofá.

— O que você está pensando? — ele perguntou.

— Como assim?

— Sua mente está sempre trabalhando, Scout. Me conta.

A atmosfera ficou pesada. O que eu estava pensando, afinal? Em tudo. Mas não sabia se conseguiria colocar em palavras que fariam sentido fora da minha cabeça.

— Não sei. — dei de ombros. — A gente tá numa fase esquisita da vida, né? Mia e Simon vão se casar, você é a pessoa mais bem sucedida que existe e eu estou me preocupando com provas. Até janeiro, eu achava que também me casaria em breve e que Harvey seria um bom marido e hoje quero rir daquela Scout. Como pude achar que aquilo era o felizes para sempre?

— Você está feliz agora?

— Estou feliz sempre que estou com você. — sorri e peguei sua mão. — Obrigada por ter me apoiado tanto esse ano.

— Não teria superado Alice sem você. Ela e Harvey terminarem com a gente foi bom porque a gente se achou. — ele sorriu e eu quis beijá-lo de novo.

— Acho que o casamento está me deixando pensativa. Temos só 22 anos, sabe? Não sei o que era para eu estar fazendo da minha vida. Nada parece certo e nada parece errado. — ri, sem jeito. — Isso não fez sentido.

— Fez, sim. Não acho que você tenha que ter a vida inteira planejada com 22 anos.

— Posso ser sincera?

— Mais? — Lando riu e eu rolei os olhos.

— Beijar você. Nunca tinha pensado nisso porque eu sempre estive vivendo em um roteiro, do que achei que deveria ser o certo e do que esperavam de mim. Terminar com Harvey e fazer tudo o que garotas solteiras de 22 anos fazem, eu passei por isso, mesmo odiando. Beijar meu melhor amigo? É como uma receita para dar merda, mas foi... surpreendente. Saiu do meu roteiro e eu gostei.

— Gostou?

— Você só prestou atenção nessa parte?

Talvez eu fosse a mais tonta de todas. Mas eu deixei meu melhor amigo continuar me beijando sempre que ele quisesse. Nesse acordo de amigos com benefícios que não foi selado com palavras, mas todas as ações e respeito que tínhamos um pelo outro. Quando estávamos juntos, estávamos juntos e quando não, não. O que parecia um acordo bem burro para mim porque significava que eu estava apenas com ele e ele estava com quem ele quisesse enquanto viajava.

Lando sabia que eu era o tipo namorada e que eu vinha morrendo de medo de me machucar igual aconteceu com Harvey. E eu sabia que ele não queria um relacionamento depois de ter seu coração quebrado por Alice. Mas acima de tudo, nenhum dos dois queria perder a amizade. Nós éramos como uma equação sem solução. Ainda assim, Lando era a melhor parte dos meus dias.

Parecia extremamente idiota falarem voz alta esse acordo entre nós, porque me fazia parecer uma tonta. Eu estava me forçando a acreditar que não era, mas, em segredo, me perguntava se não estava apenas cega.

Não queria engatar em outro relacionamento logo de cara, apesar de tudo. Eu tinha 22 anos e queria me conhecer e me entender melhor. Queria aproveitar e tentar coisas novas, sendo a amiga com benefícios de Lando, eu conseguia isso. Era o que meu cérebro me falava, de qualquer forma. No fundo, eu sabia que estava fodida e que era apenas questão de tempo até tudo explodir na minha cara.

Nota para Scout do futuro, quando ela tiver que se recuperar de mais um coração partido: não foda com seu melhor amigo, não use ele para esquecer outro e entenda de uma vez por todas que amizade colorida não funciona!

Meu pé estava doendo de ficar em pé naquele salto. O padre realmente gostava de falar. Eu podia ver nos olhos de Lando que ele também não aguentava mais.

A igreja estava decorada em arranjos florais verde musgos e brancos, decididos milimetricamente por Mia. Ela era uma grande perfeccionista e isso era visível em seu casamento. Seu vestido de noiva, que parecia ter saído de um filme da Disney, arrastava uma longa cauda e eu nunca tinha a visto tão bonita. Simon estava impecável também. Acho que era apenas a segunda vez que eu o via de terno, era tão fora de sua personalidade. Mas, mesmo assim, eles combinavam perfeitamente e assisti-los trocarem as alianças retomava minha fé no amor.

— Estou com fome. — ele falou sem som, me segurei para não rir.

— Eu também. — falei da mesma forma.

Estava chovendo lá fora. Era julho, então estava calor e ensolarado. Quando os noivos finalmente se beijaram para selar a cerimônia e eu enrolei meus braços nos de Lando para deixarmos a capela, suspirei.

— Finalmente. — dissemos juntos e rimos.

Mas, como minha vida vinha sendo uma grande piada ultimamente. Eu não precisava me preocupar apenas com minha situação com Lando ou com meus pés doendo, também estava em alerta por poder esbarrar com meu ex namorado a qualquer momento.

Havia feito um trabalho ótimo em evitá-lo desde o término e essa seria a primeira vez que eu o veria em seis meses. Além disso, Alice estava aqui também.

— Se você quiser tirar seu salto, eu posso segurá-los para você. — Lando cochichou no meu ouvido.

— Como você sabe que meus pés estão me matando?

— Vi suas caretas e como tentou discretamente arrumar o sapato. — ele sorriu.

— Achei que ninguém tinha reparado nisso. — ele deu de ombros.

— Eu sempre reparo em você, Scout. — sorri, olhando para baixo.

Tenho certeza que fiquei com a bochecha toda avermelhada pela risada anasalada que ele soltou em seguida. Lando também vinha descobrindo como era fácil me deixar envergonhada e ele adorava fazer isso.

— Preparada para ver o Harvey?

— Sim e não. Você?  — Ele deu de ombros.

— Acho que se Alice estiver com alguém, vai ser estranho.

Não sei como me sentiria se Harvey estivesse acompanhado. Pensei nessa possibilidade e pedi para meu irmão tentar descobrir, e parecia que ele estava sozinho. Já seria estranho o suficiente apenas falar com ele. Harvey foi meu namorado por três anos, ele me conhecia melhor que ninguém e era meu porto seguro e agora, ele não era nada. Eu me sentia uma pessoa completamente diferente daquela que ele conheceu.

Não sabia como Lando estava se sentindo sobre Alice. O namoro deles era diferente do meu e de Harvey, ficaram juntos por alguns meses apenas e ele nunca foi do tipo namorado. Lembro de quando a conheci, que achei que ela não combinava com Lando e fiquei muito surpresa com o relacionamento. Alice era muito bonita e muito estilosa, usava batom vermelho e roupas pretas. Era cheia de atitude e parecia o oposto de Lando. Ele sempre ia para as garotas mais engraçadas e que tinham a personalidade parecida com a dele. Ela era seu oposto.

Fui de carro com Lando até o local que seria a festa. Um salão clássico, para completar o visual clássico e elegante do casamento.

Nós estávamos nas mesas das nossas famílias. Meu irmão e minha mãe já nos esperavam sentados e os pais de Lando chegaram logo depois. Oliver e Savannah não vieram por conta da bebê Mila e as irmãs dele estavam viajando.

Cisca e minha mãe eram amigas da mãe de Mia, por isso, não lembro da minha vida sem os Norris ou os Lancaster. Eu era a mais nova do clã, dois meses mais nova que Lando e um ano mais nova que Mia.

— Vocês estavam tão lindos! — Cisca disse com um enorme sorriso.

— Mamãe tirou tantas fotos, se prepare. — Josh me avisou, rolei os olhos. — Só não sei se ela acertou o zoom.

Dei risada.

— Já viu o Harvey, querida? — mamãe perguntou. — Ele veio nos cumprimentar.

Para ela, eu e ele ainda tínhamos um futuro. Ela sempre foi uma romântica como eu e mesmo após seu divórcio doloroso com papai, ela não perdeu a fé. Mas estava cega pelo tempo que fiquei com Harvey, hoje eu sabia que futuro longo que acabaria num evento como esse, não era para nós. Se ela soubesse o que eu e Lando vínhamos fazendo, tenho certeza que torceria por nós ainda mais do que torcia por mim e Harvey.

Ela queria que eu fosse feliz e vivesse o romance que sempre sonhei. Eu queria tudo isso também. E eu estava feliz, mas sem sombras de um grande amor que daria um filme por perto. Não que eu estivesse procurando ou pronta para isso.

— Ele está bonito, Scout. Vocês têm conversado? — ela insistiu.

— Na verdade, não.

Ela me olhou confusa. O almoço estava sendo servido e eu pude ver a animação de Lando ao receber seu prato. Meu estômago roncou, acho que estava com tanta fome quanto ele e nem me dei conta.

Havia tirado meus saltos embaixo da mesa e apoiava meus pés em cima, apenas para não pisar no chão. Finalmente, estava aliviada e sem dores. Mas com o interrogatório da minha mãe me fazia repensar se não era melhor ficar plantada no altar sem sentir meus pés.

— Não era com ele que você estava falando aquele dia em casa?

— Que dia?

— Última vez que você foi me visitar. Passou o tempo todo olhando para o celular e sumiu por meia hora para falar no telefone. — ela explicou. — Não que eu não respeite sua privacidade, mas pareceu que você falava com um namorado.

Namorado, não. Lando Norris.

Lembrei exatamente do momento que ela falava. Lando estava no Canadá, seu voo de volta tinha atrasado e ele havia me ligado para avisar que teria que desmarcar nossos planos porque não chegaria a tempo. Além disso, tinha tido uma corrida péssima e eu tentei fazê-lo rir para animá-lo.

Acho que ele também se lembrou do episódio, porque parou de comer para prestar atenção na conversa.

— E eu só posso namorar Harvey?

Péssima escolha de palavras, Scout. Parabéns.

— Quer dizer, eu não estava falando com ninguém, mas se eu estivesse, não seria com Harvey. Já passou, mãe, eu já te falei mil vezes.

— Quer dizer que minha irmãzinha tem um namorado secreto? — Josh provocou. — Você o conhece, Lando?

— Eu? — ele riu nervoso. Espero que ninguém tenha percebido. — Não conheço, ela está escondendo bem. — ele piscou para mim.

Fiquei envergonhada de novo.

Cisca deve ter sentido meu desespero, porque mudou de assunto e eu agradeci por não ser mais o foco da conversa.

Lando apoiou sua mão na minha coxa, discretamente.

— Esse casamento parece como uma bomba relógio para nós. — ele sussurrou.

— Eu estava pensando exatamente a mesma coisa. — ri.

— Vamos encher sua taça de champanhe e dançar. O que acha?

— Perfeito, Norris.

Ele pediu licença e deixamos a mesa. Já não me importei mais com meus pés no chão. Lando parou um garçom e pegou uma taça para mim.

— Obrigada.

Ele sorriu e eu soube que ele queria me beijar ali. Mas não podíamos e senti meu coração se espremer. Em vez disso, ele segurou minha mão e me levou até onde todos dançavam a balada lenta que tocava.

Ele segurou minha cintura e eu passei meus braços por seu pescoço. Lando tinha um corpo tão conhecido e parecia pertencer ao meu toque, mas estava tão distante naquele momento. Tomei minha bebida o mais rápido que pude, queria relaxar.

O que não seria possível porque o universo me odiava.

— Alice está vindo. — avisei discretamente. Ele estava de costas para ela.

Assim que ela nos alcançou, Lando não me soltou completamente. Continuou com uma das mãos em minha cintura e a cumprimentou.

— Como vai?

Sorri, estava completamente desconfortável e louca por mais uma taça.

— Estamos bem e você? — Lando respondeu.

— Ótima. O casamento está lindo, Mia fez um ótimo trabalho. Como sempre. — ela riu.

— Faz tempo que não nos vemos, Alice. — comentei.

— Muito! Fiquei sabendo que você terminou com Harvey, confesso que fiquei chocada, achei que seriam os próximos a subir no altar.

Ela tinha que falar disso, não tinha?

— Não era pra ser. — dei de ombros.

— Está solteira agora?

O que eram essas perguntas? Eu queria fugir o mais rápido possível dali e por tanto que estava quieto, Lando também.

— Sim. — engoli em seco. — Você?

Me arrependi na hora. Eu não queria saber, Lando não queria saber e a resposta veio sozinha. Um homem alto loiro a encontrou e segurou sua mão.

— Não exatamente. — ela riu. — Esse é Alex.

Alex nos cumprimentou e não pareceu se importar com o fato que sua atual era ex de Lando, começou a puxar assunto falando sobre Fórmula 1 e estava animado na conversa.

— Foi ótimo falar com vocês. — Lando disse por fim. — Mas precisamos encher a taça da Scout. Ela me fez prometer que não a deixaria sem um copo na mão essa noite. — eu ri, mesmo sem saber do que ele falava. Mas era uma ideia tentadora. — Licença.

Nos afastamos e assim que estávamos distantes o suficiente, dei uma última olhada para me certificar que poderíamos falar. Caímos na risada.

— Um ex já foi, falta o outro. — comentei.

— Essa foi a interação mais vergonhosa de toda minha existência.

— Adorei a ideia de não me deixar sem bebida. Acho que podemos adotar. — ele riu

— Queria fazer o mesmo, mas tenho que te levar para casa.

— Lando Norris, você está querendo se embebedar? — perguntei fingindo estar chocada. — Alice deve mesmo ter mexido com você.

— Alice e Alex, que palhaçada. Os nomes juntos parecem um trava-língua.

Não achei graça, mas ri com ele. Não queria que ele tivesse se afetado com ela e o novo namorado.

— Se você quiser beber, Josh veio com a minha mãe e ele não vai beber. Ele pode nos deixar em casa.

— Estou bem, Scout. Eu tomo conta de você.

Ele beijou minha testa. Gesto simples que significou o mundo. Eu sabia que ele sempre estaria ali por mim.

Tomei mais algumas taças de champanhe enquanto a gente se escondia no bar. Não sei de quem a gente fugia, mas eu não queria ficar com ninguém além dele. Fosse da minha mãe, meu irmão, Harvey, Alice ou até os fotógrafos, queria me refugiar no meu mundinho com Lando.

Ele queria também. Estava exausto daquele casamento. Fomos chamados para tirar fotos com os noivos e finalizar nossos serviços como madrinha e padrinho para sermos livres para a festa de uma vez por todas. As fotos pareceram demorar um século. E eu tive que colocar meus saltos de novo, que voltaram a machucar.

— Preciso sentar. — disse assim que o fotógrafo tirou a última foto minha ao lado de Lando. Ele riu do meu desespero.

Foi mais rápido que eu. Puxou uma cadeira para mim e se abaixou para tirar minha sandália.

— Que cavalheiro. — ele riu.

— Não conte para ninguém.

— Nosso segredo. — jurei.

— Scout? — ouvi meu nome, me tirando do transe que estava enquanto via Lando lutar com meu sapato.

Era ele. Ainda reconhecia sua voz em qualquer lugar.

— Último ex. — Lando cochichou. — A tortura está acabando.

Ele deu um rápido e tímido beijo na minha perna. Se levantou e me ajudou a levantar a tempo de Harvey chegar até nós.

Ele realmente ficou segurando meus saltos.

— Harvey! — o abracei.

Eu era péssima em situações desconfortáveis. Tagarelava sem parar ou travava, não havia meio termo.

— Quanto tempo! Você está ótima! — ele disse.

— Obrigada!

— Eu estava falando com sua mãe mais cedo, ela não comentou que vocês estavam juntos. — apontou para mim e Lando.

Oh, Deus.

— Nós? Eu e Lando?

— Eu não acabei de ver ele beijar sua perna?

— Não?

Era para ter sido uma afirmação mas saiu como uma pergunta.

— Minha sandália estava emperrada, ele estava me ajudando a me libertar. — expliquei. Lando levantou os saltos para ilustrar. Ele estava vermelho como um tomate.

— Oh, desculpe a confusão.

— Tudo bem. — Lando concordou.

— Foi bom te ver, Harvey. Mas nós temos que ir. Ele prometeu uma dança pra mãe. — eu sorri e puxei Lando para longe.

Decidi deixar o salão por um tempo. Havia uma área aberta, com uma vista para o campo. A chuva tinha passado, havia apenas uma brisa fria no meio do céu ensolarado. Peguei uma taça de champanhe no meio do trajeto até lá. Nem eu sabia que gostava tanto de beber essa bebida amarga.

Estávamos sozinhos, enfim.

— Odeio ex. Pra que isso existe? — resmunguei. — Por que não consigo agir normalmente com Harvey?

— Porque ele te colocou contra a parede. Como um completo idiota, se me permite. Ele queria que você não estivesse comigo, sabe disso né?

— Como assim?

— Você estaria com alguém e ele não, ou seja, você ganha. Ele terminou e você superou. Você sairia por cima. É um jogo doentio, mas infelizmente é assim que nossa sociedade vive. — disse sério.

— Você está bravo?

— Com Harvey? Acho ele um idiota, mas insignificante. Você está brava?

— Não. — confirmei rapidamente. — Não queria ter me feito de idiota porque queria que ele achasse que estou melhor do que nunca. Porque eu estou. Mas só me fiz de boba.

Respirei fundo.

— Por que tudo tem que ser tão complicado? Não dá pra gente conhecer alguém legal, namorar e casar? Sem drama, sem estresse.

— Não teria graça, Scout. — ele riu. — Até você ficaria entediada se relacionamentos fossem fáceis assim.

— Touché, Norris. — continuei bebendo. — Prefiro me torturar com nosso joguinho do que ser a namorada de Harvey.

Acho que a bebida estava começando a fazer efeito. Não devia ter falado isso.

Lando chegou perto de mim. Perto de forma nada amigável.

— Vai ter pudim de sobremesa. — tagarelei. — Mia disse que era o melhor que ela já havia comido. Você não quer comer? Você ama pudim.

— Eu não ligo para o pudim agora, Scout.

— Ok. — não sabia o que responder. — Você vai me beijar?

— Agora não.

— Então...

— Eu cansei do joguinho. Você age como uma namorada e depois diz que eu não sou ninguém para sua mãe.

— Você queria que eu contasse pra minha mãe que estamos transando? Ela ia me matar! Óbvio que eu disse que não era ninguém, o que você queria?

— Que você fosse sincera. O que você quer?

O que eu quero? Vai se fuder. O que ele quer?

— Lando, olha, não vamos complicar nada. Você sempre foi meu amigo e não quero que a gente brigue e estrague isso...

Ele me interrompeu.

— Já estragamos. Você sabe. Você é o tipo de garota que é uma namorada, não sei porque está fingindo que gosta dessa situação. Eu te conheço.

— E eu te conheço! — gritei, sem intenção. — Eu gosto disso porque é você. Meu melhor amigo e sexo. Perfeito na teoria, mas você está certo. Eu sou do tipo que namora e você não é.

— Eu seria por você.

— O que?

— Qual é, Scout. Eu quero você. Sempre quis. Nossas mães falavam quando éramos crianças que acabaríamos juntos e a vida nos afastou, até agora. Até a gente tomar um pé na bunda na mesma semana. Eu não queria namorar depois de Alice, mas eu nem lembro que sequer outra garota quando estou com você. Eu esqueço que existem outras pessoas no mundo.

— Lando, eu queria muito que você falasse isso pra mim. De verdade.

— Mas?

— E se a gente partir o coração um do outro? Não quero encontrar você daqui um tempo e agir como uma idiota igual fiz com Harvey e não quero te ver com uma namorada igual Alice e Alex.

— Nós não vamos. — ele afirmou e parecia ter toda a certeza do mundo.

— Como você sabe?

— Eu não vou te deixar escapar.

— Promete?

Lando me beijou, finalmente. E eu nunca me senti tão feliz. Lando era minha grande história de amor, desde o início. Crescemos juntos, nos afastamos na adolescência para nos encontrarmos aqui e agora.

Não existia Harvey ou Alice. Sempre foi  Scout e Lando. Pareceu mais certo do que qualquer coisa.

— Vamos comer pudim? — ele perguntou em meio ao beijo e eu ri.

— Por favor.

boa noite, amores. tudo bão?

sonhei com esse conto essa semana e simplesmente precisei escrever, então fica aí, pra comemorar a corridassa que esse cara fez hoje em Silverstone.

para as monegatas e verstappetes que estão tristes, espero que possa consolar um pouquinho.

parabéns pro carlos sainz, finalmente ganhou uma corrida. carletes aproveitem e peçam contos pq eu quero mais desse espanhol por aqui! apenas minha voz não é o suficiente, preciso de ajuda e conto com vcs!

espero q vcs tenham gostado da romântica incurável e do lando gadinho e cavalheiro!

beijao e até a próxima :)

laur
@zaynculer

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