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A Place Called Home | Daniel Ricciardo

Tique-taque.

Tique-taque.

Tique-taque.

Daniel tinha os olhos castanhos fixos no relógio de parede do seu apartamento, quase como se tivesse sido hipnotizado pelo objeto e se visse incapaz de escapar de tal encanto.

Ele não sabia há quanto tempo estava ali, se fosse sincero. Poderiam ser apenas alguns minutos, assim como também poderiam ser horas.

Sentado no sofá, o corpo do piloto estava levemente curvado para frente. Ele apoiava os cotovelos nos joelhos e o rosto nas palmas das mãos. Concentrado. Pensando. Encarando o relógio.

Tique-taque.

Àquela altura, sequer era capaz de distinguir o que era realidade e o que era lembrança. Tudo havia se misturado na confusão que ele mesmo criara dentro de si e se fundido em algo grande, amorfo e cruel que o estava consumindo pouco a pouco.

Ele fechou os olhos, respirando fundo enquanto tentava se concentrar. Precisava tomar uma decisão. Se fosse mesmo fazer alguma coisa a respeito de toda aquela situação, não podia perder mais tempo. Ainda assim, o barulho do relógio continuava alto e claro, quase como se o convidasse a voltar a encará-lo e se perder no curso dos seus ponteiros.

Tique-taque.

Quando se deu conta, outra memória o invadiu sem pedir permissão, as cenas passando como um filme sob suas pálpebras fechadas.


Daniel pôde ver Isla deslizando pelo chão da casa por causa dos pés ainda úmidos enquanto voltava apressada para a área externa, do jeito estabanado que era só dela. Como sempre acontecia, antes de chegar de vez até onde ele estava, a menina esbarrou em alguns móveis pelo caminho, soltando um palavrão atrás do outro.

Passando pela porta de vidro que separava os dois ambientes, ela abriu um sorriso largo e agitou a embalagem de protetor solar que tinha em mãos. O biquíni branco contrastava com a pele bronzeada da australiana, a conferindo um brilho único naquela tarde ensolarada.

— Agora sim — anunciou, feliz, ao se sentar atrás de Daniel na espreguiçadeira e começar a espalhar um pouco de protetor sobre as costas dele. — Não é só porque você foi abençoado com um pouco de melanina que não precisa cuidar da pele, Aussie. Protetor solar nunca é demais.

— Como quiser, Badger. Como quiser — Ricciardo concordou, rindo fraco. Se deixar com que ela o lambuzasse de protetor fosse fazê-la ficar mais tranquila e feliz, por ele tudo bem. Não havia nada que não fizesse por Isla.

Era mais um dia do verão escaldante que fazia em Perth naquele ano. Daniel e a amiga de infância aproveitavam a piscina da casa da menina enquanto tentavam amenizar um pouco do calor que envolvia toda a cidade, alheios ao fato de que momentos como aquele se tornariam cada vez mais raros a partir daquele mesmo ano.

— E aí, piloto? Já sabe o que vai fazer agora que estamos finalmente livres do ensino médio? — Isla indagou, o encarando com seus olhos cor de mel enquanto voltava a entrar na água. Daniel a seguiu.

— O próximo passo seria correr na Europa, onde estão os peixes grandes, mas para isso eu teria que me mudar de vez para lá. Acho que os meus pais não estão muito felizes com a ideia, e nem sei se eles teriam mesmo condições de me manter em outro país, mas os dois estão analisando a possibilidade, de qualquer forma — ele deu de ombros, arqueando os cantos da boca em um meio sorriso apreensivo.

Ouch. Então quer dizer que existe mesmo a chance de você me abandonar de vez — a morena suspirou dramaticamente, fechando os olhos e terminando de afundar o corpo na piscina para completar a cena. Mesmo debaixo d'água, pôde ouvir a gargalhada do australiano.

— Eu nunca te abandonaria, Badger. Mesmo que eu me mude para a Itália ou para qualquer outro país, isso não significa que nós não vamos continuar nos falando todos os dias. E não é como se eu nunca mais fosse voltar para Perth. Você sabe que eu sempre volto — ele disse assim que a amiga retornou à superfície. Ela semicerrou os olhos, igualmente desconfiada e ameaçadora.

— É bom que você esteja falando a verdade, Aussie. Caso contrário, vai se ver comigo. E você sabe que não é páreo para mim.

— Por Deus, Isla. Você não vai esquecer essa história nunca? — Daniel franziu o cenho em uma careta.

— O quê? Que eu acabei com a sua raça no ensino fundamental quando você decapitou a minha boneca com a sua bicicleta estúpida? É claro que eu não vou esquecer! Foi quando a nossa amizade começou — a australiana sorriu, travessa.

— Mas bem que você podia deixar a parte do soco que acertou no meu nariz de fora, né? Você mal consegue esconder a expressão de satisfação toda vez que fala disso, sua psicopata — o rapaz resmungou, espirrando um pouco de água nela.

— É claro que não consigo, foi o ponto alto da minha infância! — Isla se defendeu, gargalhando. — E não venha se fazer de santo, Daniel Joseph. Eu também lembro muito bem dos dois garotos que você socou.

— Os dois garotos que eu soquei por sua causa, é sempre bom ressaltar — ele se justificou, dando de ombros. — Eles estavam sendo uns babacas com você e eu não podia ficar só olhando.

— Tudo bem, você merece um desconto por isso. Mas achei um pouco egoísta da sua parte, se quer saber. Você podia ter deixado um deles para mim — ela alargou o sorriso de moleca.

— Você me dá medo às vezes, Badger — Daniel confessou, balançando a cabeça em negação.

— Ei, por falar no meu sobrenome, você sabia que existe um animal chamado honey badger? O pestinha do meu irmão descobriu um dia desses em um dos livros de ciências dele. O bichinho me lembrou você — Isla falou, impulsionando o corpo para cima e se sentando na borda da piscina.

— Eu? Por quê? — o australiano juntou as sobrancelhas em confusão, se aproximando de onde a amiga estava e apoiando os braços sobre as pernas dela.

— Ele é bem simpático. Fofinho, até. Parece um furão, sabe? Quem olha de longe acha que não é perigoso, mas ele se transforma quando precisa se defender ou defender o seu território. Os bichinhos são relativamente pequenos, mas enfrentam até tigres se precisar. O que é meio o que você fez por mim aquela vez, e continua fazendo. Por mim e pelas pessoas que você ama. Quem te vê todo sorrisos por aí não imagina a fera que você vira quando sai em defesa do que é seu ou do que você acredita — explicou, e dessa vez seu sorriso era terno, doce.

— Eu vou fingir que não escutei o "bem simpático" e "fofinho" pelo bem da nossa amizade — Ricciardo brincou, incapaz de se segurar, mas logo seus olhos se suavizaram. — Mas é, acho que você tem razão. Talvez esse honey badger seja meu espírito animal.

— Pode apostar que sim. Sem contar o que você apronta quando está correndo. Todas aquelas ultrapassagens passivo-agressivas e a forma como você defende a sua posição até o final, tudo isso é muito parecido com o que ele faz — Isla alargou o sorriso, orgulhosa. — Você estava procurando um apelido, não estava? Talvez possa ser esse. E de bônus você ainda vai ter mais um motivo para lembrar de mim quando me abandonar para ir morar na Europa — provocou.

— Isla, pela milésima vez, eu não vou te abandonar — Daniel rolou os olhos, se segurando para não rir do drama da amiga.

— Ai, meu Deus, o honey badger está ficando bravo — a morena fingiu um arrepio, tirando sarro da cara do rapaz.

Semicerrando os olhos, Ric a pegou de surpresa ao segurá-la pela cintura e puxá-la de volta para dentro da água em um só movimento, arrancando primeiro um gritinho de surpresa e depois uma risada sonora da menina.

— Está vendo? Ataque surpresa, exatamente como o bichinho — pontuou, espirrando água nele.

Depois de alguns segundos encarando Isla, Daniel sorriu. Um sorriso grande e genuíno, que refletiu o brilho do sol que reinava sobre toda Perth naquela tarde de verão.

— Esse é mesmo um bom apelido, Badger. Mas não se engane, eu não preciso de motivos para lembrar de você.


Balançando a cabeça para espantar o aperto no peito e as lágrimas que já se acumulavam nos olhos, Daniel se obrigou a voltar para a realidade.

Quando desbloqueou o celular, o histórico de chamadas ainda estava lá, indicando as mais de cinco ligações dele que Isla não atendera. Ainda que a noite estivesse apenas começando a cair em Mônaco, àquela altura já era madrugada em Perth. A amiga não o atenderia, e ele estava ciente disso. Estava ciente porque a conhecia bem o suficiente para saber que ela deixava o celular no modo silencioso durante a noite.

Isla tinha a teoria de que, se alguém a ligasse de madrugada, só podia significar que era algo urgente. E, se fosse algo urgente, o número certo para o qual ligar seria o da polícia, dos bombeiros ou de algum hospital, e não o dela.

Ainda assim, Daniel havia tentado — mais vezes do que gostaria de admitir —, na vã esperança de que ela o atendesse. De que pudesse ouvir sua voz. De que pudesse escutá-la falando sobre o seu dia.

Encarando o pôr do sol através do vidro da porta que dava para a sacada do seu apartamento, o australiano soltou todo o ar em um suspiro cansado. Aquele havia sido mais um dia ensolarado de primavera no principado, mas nem aquilo tinha sido o suficiente para animar o piloto. No fim das contas, ele percebera que, sem Isla, mesmo o mais quente dos raios solares parecia frio sobre a sua pele.

Por mais que nunca tivesse imaginado que algum dia aquilo aconteceria, naquele momento Daniel daria tudo para estar sob o chuvoso final de outono de Perth.

Se lhe perguntassem, o australiano diria que aquele havia sido o dia. O divisor de águas. Quando finalmente decidiu parar de se enganar e encarar de cabeça erguida todos os monstros que passara os últimos dez anos escondendo à força debaixo da própria cama.

Se fosse sincero, sentia falta de Perth. Sentia falta do clima, das pessoas, da família, dos amigos. Da sensação de pertencimento que sempre o dominava quando colocava os pés em solo australiano. Sentia falta de tudo aquilo desde que deixara sua cidade natal para ir atrás do sonho de ser um piloto de Fórmula 1 — sonho esse que fora conquistado com muito foco, dedicação e trabalho duro.

Uma vez dentro da maior categoria de automobilismo do mundo, o rapaz começou a se permitir voltar a sentir, aos poucos, tudo o que tinha reprimido durante os anos anteriores. Tudo o que ele havia julgado como desnecessário e decidido que apenas o atrasaria na busca pelo seu objetivo.

E, de pouquinho em pouquinho, de sentimento em sentimento, Daniel havia finalmente chegado àquela fatídica tarde em Mônaco.

Se fosse sincero, sentia falta de todas aquelas coisas. Mas, se fosse mais sincero ainda, sentia falta principalmente de Isla. Sentia tanta saudade da australiana que poderia jurar que seu peito doía fisicamente.

Ele desejava poder abraçá-la. Sentir seu cheiro. Sentar com a amiga na areia e passar horas só conversando. Desejava poder contar, olhando nos olhos dela, sobre a decisão que precisava tomar ainda naquele ano acerca do futuro da sua carreira. Desejava poder dizer o quão mal estava se sentindo depois da colisão com Max há uma semana, no Azerbaijão. Dizer o quão triste, inseguro e frágil se sentia diante da certeza cada dia mais crescente de que tinha que deixar a Red Bull Racing. Desejava que ela apertasse seu ombro em um gesto de apoio e lhe desse um dos seus conselhos certeiros.

Desejava, acima de qualquer coisa, poder dizer para Isla tudo o que estava entalado na sua garganta há mais de uma década.

E foi com aquele pensamento que Ricciardo se levantou do sofá em um só movimento, finalmente tomando uma das decisões mais importantes dos seus até então 28 anos de existência. A decisão que mudaria para sempre o curso da sua vida.

Ainda que apenas por um fim de semana ou por um dia que fosse, Daniel precisava voltar para casa.

Precisava voltar para Isla.

Não havia muitas coisas das quais Isla Badger gostava a respeito das estações mais frias do ano. Mas, se precisasse enumerar algumas, a primeira com certeza seria o fato de as praias ficarem praticamente desertas — especialmente a que ficava a apenas alguns minutos da sua casa.

Desde a infância, aquele era o lugar especial da australiana. Era para onde ia sempre que estava triste, precisava pensar ou só procurava um pouco de paz. Sentir a areia sob os pés descalços e ser embalada pelo barulho das ondas quebrando na costa era o que a mantinha firme na realidade e, ao mesmo tempo, a permitia sonhar.

A tarde de quarta-feira se aproximava do fim enquanto Isla observava a lenta caminhada do sol de encontro ao horizonte. Naquele dia, por algum motivo que a menina ainda não havia compreendido totalmente, a saudade diária que sentia de Daniel se fazia ainda mais presente, ardendo como nunca em seu peito.

Talvez fosse a preocupação que a estava atormentando desde o resultado desastroso da corrida em Baku, onde tanto o australiano quanto o outro piloto da RBR, Max Verstappen, haviam abandonado a prova depois de uma batida das grandes. Talvez fosse o fato de ainda não terem conseguido conversar sobre aquilo por causa da diferença de fuso horário e das agendas lotadas de ambos. Talvez fossem as quase dez chamadas não atendidas que encontrara em seu celular quando acordou naquela manhã.

Talvez fossem as inúmeras ligações que tentou retornar e caíram direto na caixa postal.

Por isso, deixando a clínica veterinária sob os cuidados dos seus dois ajudantes, naquela tarde Isla se permitiu sair do trabalho algumas horas mais cedo e assistir o pôr do sol na praia, em uma tentativa não muito bem sucedida de acalmar seu coração.

Coração esse que se agitou ainda mais quando uma voz dolorosamente familiar soou a alguns metros de distância.

— Badger?

Virando o pescoço na direção de onde tinha sido chamada, a australiana arregalou os olhos e se levantou desajeitadamente de uma só vez, sujando ainda mais a calça jeans de areia.

— Daniel?

— O primeiro e único — ele sorriu, as mãos nos bolsos do moletom que usava.

Sentindo os olhos arderem com o choro que tinha preso na garganta desde que acordara, Isla engoliu as lágrimas e correu até o amigo, se jogando nos braços dele sem se importar com mais nada.

— Meu Deus, eu não acredito que você está mesmo aqui — murmurou enquanto o apertava com força contra o próprio corpo.

— Senti a sua falta, Isla. Senti a sua falta pra caralho — Daniel sussurrou de volta, devolvendo o abraço na mesma intensidade.

Quando se separaram, as íris da menina cintilavam com a mais pura confusão.

— Aconteceu alguma coisa, Aussie? Por que é que você está aqui no meio da temporada?

— Aconteceram muitas coisas. Eu precisava vir. Precisava te ver, conversar com você — confessou, arqueando levemente os ombros e os relaxando logo em seguida.

— Mas e o campeonato? E os seus treinos e compromissos? — Isla franziu o cenho, preocupada.

— Esse fim de semana é de intervalo e a próxima corrida é em Mônaco, está tudo bem. De qualquer forma, não posso ficar por muito tempo. Eu só... precisava vir, Badger. Nem que fosse por um dia.

— O que foi, Dan? — a australiana perguntou, doce, segurando o rosto dele com uma das mãos. — Eu fiquei preocupada pra caramba depois de Baku, e mais ainda quando acordei hoje com todas aquelas ligações perdidas suas e não consegui te retornar.

— Eu sei, e eu queria mesmo conversar com você sobre Baku e principalmente sobre o meu futuro na Red Bull, mas antes de qualquer coisa eu preciso muito que você me escute — Daniel engoliu em seco, sorrindo fraco enquanto tentava controlar a respiração ofegante. A sensação que tinha era a de que seu coração explodiria a qualquer momento dentro do peito.

— Pode falar, Aussie. Eu estou te ouvindo — ela também sorriu, segurando as mãos do amigo e as apertando de leve em incentivo.

— Eu sei que a gente estabeleceu um acordo silencioso de não falar sobre o beijo que demos na minha festa de despedida. Sei que ambos concordamos, sem precisar de uma palavra sequer, que era o melhor a se fazer. Eu estava indo embora, afinal de contas. De que adiantaria tentar entender o motivo daquilo ter acontecido? Tentar entender a profundidade dos nossos sentimentos um pelo outro, ou ainda quais sentimentos eram esses? — o piloto deixou um riso baixo praticamente sem humor escapar, mas sem nunca tirar os olhos dos dela. — Mas acho que, no fundo, a gente sempre soube, não é? A gente sempre entendeu. E eu passei os últimos dez anos varrendo tudo isso para debaixo do tapete com a desculpa esfarrapada de que precisava me concentrar na minha carreira. Que lidaria com isso quando estivesse estabilizado o suficiente. Mas quanta estabilidade é estabilidade o suficiente? Eu queria entrar para a Fórmula 1, eu consegui. Eu queria pilotar por uma equipe grande, eu consegui. Mas, honestamente, de que adianta tudo isso?

Àquela altura, a visão de Isla já havia se tornado apenas um borrão, tomada pelas lágrimas que se acumulavam aos montes nos seus olhos. A menina voltou a apertar as mãos dele, mas dessa vez por ela. Porque precisava se agarrar a algo real. Precisava se certificar de que não estava escutando errado.

— Eu estou cansado de mentir, Badger. Para mim, para você — Daniel continuou. — Estou cansado de fingir que não sei, que não entendo. Porque a verdade é que eu sempre entendi. Eu sempre soube. Eu sempre fui seu, Isla. De todas as formas que uma pessoa pode ser de alguém. E eu sei que é pedir demais, mas eu queria saber se existe alguma possibilidade de a gente pelo menos tentar fazer isso funcionar.

Fechando os olhos por alguns momentos e deixando as lágrimas finalmente escorrerem, a australiana respirou fundo, tentando encontrar forças para conseguir organizar os pensamentos ainda que minimamente.

— Você acha que a gente consegue? — foi a única pergunta que fez quando voltou a encará-lo.

— Eu tenho certeza que a gente consegue — o rapaz respondeu, firme. A intensidade nas suas íris cor de avelã era quase palpável. — Não vai ser exatamente fácil, mas a gente consegue. Eu vou continuar vindo nas férias, e você pode ir para Mônaco sempre que quiser. E daqui a algum tempo a gente pode tentar levar a sua clínica para lá também, se você topar.

Isla piscou algumas vezes, apenas fitando o rosto de Daniel por longos segundos enquanto assimilava aquelas palavras.

— Então eu acredito em você, honey badger — ela finalmente falou, sorrindo. — Se você diz que a gente consegue, então eu acredito e confio na sua palavra. Mas tem uma coisa que eu ainda não entendi... — a menina franziu levemente o cenho, parecendo pensar. — Que beijo foi esse que a gente deu na sua festa de despedida? Porque eu não lembro de nada — deu de ombros e apertou os lábios um no outro, tentando a todo custo conter uma risada. Era uma péssima atriz.

Semicerrando os olhos quando percebeu o que Isla estava fazendo, Daniel a puxou para mais perto pela cintura e abriu um sorriso.

— Deixa que eu te lembro, então — soprou.

E, no segundo seguinte, a beijou.

Diferente da primeira vez, naquela tarde eles sabiam exatamente o que estavam fazendo. No lugar da urgência e falta de jeito que só dois adolescentes apaixonados poderiam ter, o beijo foi igualmente calmo e firme. Cada movimento e toque carregava uma certeza inquestionável, e o ritmo cadenciado das bocas uma sobre a outra só confirmava o que ambos já sabiam: eles tinham todo o tempo do mundo.

Quando finalmente se separaram, Isla sorriu, sapeca, exatamente como a menina de 17 anos que habitava as lembranças de Daniel e que, no fundo, ela nunca tinha realmente deixado de ser.

— Ah, o bom e velho ataque surpresa do honey badger — provocou, alargando o sorriso.

— Na verdade... — Ric sussurrou, aproximando os lábios do ouvido dela. — O ataque surpresa vem agora.

Antes mesmo de terminar de falar, o australiano já tinha pegado Isla no colo e corria em direção ao mar, que começava a refletir o pôr do sol. A veterinária até tentou se debater e fazer com que ele a soltasse, mas acabou se rendendo e deixando uma gargalhada gostosa escapar assim que a primeira onda os atingiu e encharcou suas roupas.

E foi exatamente naquele momento que Daniel entendeu que, por Isla — pela garota que amava —, ele atravessaria meio mundo em um piscar de olhos quantas vezes fosse preciso.

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Oi, gente! Aqui é a Bianca 🤗 Vocês provavelmente ainda não me conhecem, mas eu sou a mais nova integrante do Mundinho e é um prazer imenso poder fazer parte desse projeto incrível.

A Place Called Home é a minha estreia tanto em Apex quanto no Mundinho como um todo e eu espero muito que vocês tenham gostado! Me contem nos comentários o que vocês acharam do Dan e da Isla 🥰

Espero que a gente ainda se encontre muito por aqui e nos outros projetos do Mundinho também, porque ainda vem muita coisa bacana por aí, então fiquem de olho!

A gente se vê! 💛

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