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4. Elise

Agora minha fronteira tinha um céu que brilhava cheio de estrelas, tanto que eu poderia criar constelações, mas eu estava distraída demais para isso, meus pensamentos estavam em outra coisa. Todas essas estrelas são memórias, lembranças esquecida da minha vida, porém eu quero uma específica, quero uma que me mostre minha mãe e como ela está, mas não tenho a menor ideia de como achá-la.

“Isso parece ser um problema,” era a Morte, como sempre. Ela vinha em minha direção. “Gosto particularmente do seu Lugar, o céu noturno costuma me apaziguar, embora muito raramente eu tenha oportunidade para contemplá-lo." ela parecia distante, "ele também me faz lembrar um poema do qual gosto que diz que as lembranças se tornam uma corredeira de estrelas, o que se encaixa perfeitamente nesse caso.”

“Esse ‘gosto particulate de seu Lugar’ quer dizer que Lugar Algum não é igual ao de todo mundo, que é diferente para cada pessoa?”

“Exatamente, Lugar Algum assume as características de quem está nela. Por exemplo, certa vez passou por aqui um cineasta ele assistiu toda sua vida em um filme como se ele estivesse em uma sala de cinema, teve também uma menina que era uma rata de biblioteca e suas lembranças vinham de acordo com o livro que ela escolhia nas estantes. Mas essas são características mais específicas, há também aqueles mais abstratas onde sua forma não tem uma ligação direta com a pessoa, que é, ao que parece, o caso do seu.”

“Abstrato.” Repito a palavra. “Sempre considerei um sinônimo de confuso, é a descrição perfeita para isso.” Suspiro. “Em minha última recordação parecia ter se passado um ano desde o acidente do meu pai, eu estava com minha tia e conversamos sobre ele.” 

“E não era isso o que você queria, saber mais sobre seu pai?”

“Sim, mas a criança… quero dizer eu… eh…” Gaguejei confusa com os pronomes. “Enfim; ela disse uma coisa estranha sobre minha… sua… nossa mãe que me deixou preocupada e curiosa quero muito saber o que aconteceu.” 

“E o que você ouviu na lembrança que a deixou tão preocupada?”

“Algo sobre minha mãe estar tomando muitos remédios. Mas o que me incomodou em si foi a expressão no rosto das duas.”

“Isso realmente é preocupante.” 

A morte realmente pareceu preocupada e isso me surpreendeu porque sempre achei que ela era do tipo “tanto faz”. 

“Acha mesmo isso de mim? Vou ficar magoada.” disse ela sarcástica.

“Como você sabe o que eu estou pensando? Você pode ler mentes ou coisa assim?”

“Coisa assim. Memórias, caráter, personalidade, tudo isso fica gravado na alma do ser vivo e no momento em que toco nessa alma essas informações são compartilhadas comigo. É como se uma espécie de ligação fosse criada entre nós.”

“Então você tem todas as minhas memórias?!” Perguntei pulando do balanço onde estava sentada e sem esperar uma resposta continuei. “Se você sabe de tudo o que me aconteceu então você também sabe o que me prende. Você poderia me contar e me poupar tempo.” Digo já empolgada.

“Geralmente sim, embora eu não poderia contar-lhe, mas há algo de incomum em seu caso.”

“Como incomum?” Perguntei cética, sinto que ela só não quer me contar.

“As regras me proíbem de dar qualquer detalhe desse tipo e mesmo se pudesse dizer tudo eu não poderia te ajudar a sair daqui, porque eu não sei o que te prende à Lugar Algum.”

“E o que isso quer dizer?” Agora estou meio assustada.

“Exatamente o que eu disse eu não tenho a mínima ideia do que te prende aqui.”

“Você está dizendo que eu não deveria nem ter morrido, ou que deveria ter ido direto ao Mundo dos Mortos?” Minha cabeça está um turbilhão perguntas.

"Eu não sei, você é uma incógnita." Ela suspira. “Eu já falei mais do que devia. Então eu já vou indo, eu tenho trabalho a fazer e você respostas à achar.” Ela começa a se afastar. “Aah!” Ela para mas não se vira para me olhar. “Sobre a coisa de achar a memória certa, acredito que é mais uma questão de desejar.” Ela diz isso e se afasta a passos lentos, noto agora de que ela não está com a sua foice, mas ela desaparece nas sombras antes que eu tenha tempo de perguntar o que aconteceu com a ferramenta.

Não entendi o que ela quis dizer com desejar, mas acho que é algo na linha de ter fé de que escolherei a certa. Me sentei no balanço de novo e me impulsionei para frente e para trás olhando para as estrelas pensando na Morte e em como ela foi gentil em se preocupar com a minha mãe mesmo que isso não tenha nada a ver com ela ou com seu trabalho. ver esse seu lado de alguma forma a fez parecer mais… humana.

Sorrio e idealizo a memória que eu quero, uma em que eu possa saber como minha mãe está. E olhando para meu pequeno céu estrelado escolho a mais brilhante com fé de que ela me mostrará o que procuro.

***

Lá estava eu mais uma vez em uma memória. Estou em um carro em movimento e Elise está sentada ao meu lado no banco traseiro e sua tia está dirigindo. Me pergunto para onde estamos indo. A menina tem as bochecha gordinhas e rosada estava distraída com uma pequena boneca, ela não aparenta nenhuma mudança desde do acidente, talvez apenas dias tenha se passado. A tia tinha olheiras profundas e um olhar cansado, abatido pelo luto.

“Tia, por quê você foi me buscar na escola hoje? Cadê minha mãe?” Perguntou Elise para a mulher que se remexeu inquieta em seu banco.

“Sua mãe não estava bem e levaram ela para o hospital. Então eu tive que ir buscar você hoje.”

“Mas esse não é o caminho para minha casa. E nem para a sua.”

“Você está certa, nós estamos indo para o hospital ver como sua mãe está, e aí depois vamos para casa.” A tia diz e sorri para Elise.

“Mas o quê minha mãe tem?” Perguntou Elise curiosa como sempre.

“Eu ainda não tenho certeza.” A tia para o carro em um semáforo.

A conversa morreu por aqui, Elise voltou a se concentrar na bonequinha conversando com ela como se fosse sua mãe, sorrio com a cena. A mulher dirigiu por mais quinze minutos parando o carro em frente ao hospital, ela desce e abre a outra porta para que Elise descesse também. Eu as sigo até a recepção do hospital onde pede informações, a tia pega a mão de Elise e a leva para um corredor e a coloca sentada em uma cadeira. Elise fica brincando com o brinquedo enquanto a outra foi falar com um médico que saia de seu consultório. Elise parece perder o interesse na boneca pois a repulsa nas pernas, observa a tia mais adiante que conversava com o médico; me aproximo para saber o assunto da conversa. 

“O luto tem várias etapas que levam a aceitação, mas tem casos onde o indivíduo que perdeu alguém muito próximo entra em um estado permanente de negação podendo desencadear neurose ou problemas psicóticos caso esta já tenha tendência para desenvolver a doenças. Acredito que esse é o caso da sua cunhada, mas será preciso alguns exames.” Disse o doutor, ele estava falando da minha mãe. Em outras palavras ele disse que a minha mãe ficou louca depois da morte do meu pai? “Por falar nisso, ela não tem nenhum parente que possa responder por ela?”

“Os pais dela moram em outro estado, mas a mãe dela já está vindo para cá deve chegar amanhã cedo.”

“Certo.” Diz o médico arrastando a palavra.

“Mas isso tem cura?” Perguntou minha tia.

“Com o tratamento e os medicamentos a cura pode vir em um mês, em um ano, ou nunca. Isso vai de cada paciente.”

“E quando ela vai ter alta?” perguntou minha tia um pouco insegura, olhando por cima do ombro a sobrinha.

“Se não houver nenhuma alteração no quadro dela em dois dias.” Informou o médico tirando os óculos para limpá-los no jaleco.

“Podemos vê-la?”

“Sim, mas devo avisar que ela está sedada então ela vai estar um pouco confusa e lenta no tempo de reação.” A mulher assentiu com a cabeça. “Bom, acompanhem-me.” Falou ele colocando os óculos novamente no rosto.

“Elise vem. Vamos ver sua mãe.” Chamou.

A menina se levantou preguiçosamente da cadeia um pouco desconfiada, não sei se ela conseguiu ouvir a conversa mas duvido que ela tenha entendido tudo o que eles falaram. Elise acompanha a tia e seguem o médico pelo labirinto de corredores brancos da ala psiquiátrica do hospital até uma porta no fim do corredor. O quarto não era grande, tinha tamanho suficiente apenas para o necessário, sentada na cama fitando o vazio estava a minha mãe. Era a mesma mulher da outra memoria, igual mas ao mesmo tempo tão diferente. Sua expressão estava vazia e seus olhos não tinha mas o mesmo brilho. Seu cabelo despenteado lembrava a juba de um leão. Era deprimente vê-la em seu estado atual. A débil mulher só se deu conta da nova presença no quartos quando ambas já estavam bem perto da cama. A mãe de Elise virou a cabeça lentamente e encarou a tia por um longo tempo como se não a reconhecesse.

“Oi Rafaela, vinhemos fazer uma visita.” disse a tia pronunciando cada sílaba devagar.

Foi só então que a paciente olhou para a menina ao lado da tia. E algo na expressão da mulher mudou, seu rosto se contorceu em um misto de confusão, reconhecimento e raiva, de tal modo que a menina segurou a mão da tia e se escondeu atrás de suas pernas.

“Você. Foi você. E o maldito gato. Tiraram ele de mim.” 

Rafaela ficou agitada começou a falar coisas aleatórias e incompreensíveis, Elise já assustada sem entender o que se passava apertou ainda mais a mão da tia como se fosse perder-se em meio a loucura da mãe. Logo uma enfermeira entrou no quarto e fez sinal para que Elise e sua tia saísse do quarto, o que foi feito prontamente. No corredor o médico passa apressado e entra no quarto. Elise não largou a mão da tia, seu olhos marejados mostravam quão confusa estava, ela olha para a tia pedindo silenciosamente por uma explicação que não veio. Minutos depois o médico sai do quarto.

“Doutor, como ela está?” 

“Foi sedada, ela ficará bem.” Diz ele empurrando os óculos para cima. "Foi, provavelmente, um surto por traumático."

“Obrigada doutor.” Agradasse a tia.

“Sim, claro. E não se preocupe informarei qualquer alteração imediatamente.” 

“Obrigada novamente.” disse a tia e o médico assentiu com a cabeça. Ela anda na minha direção com Elise, saí do seu caminho para que elas não esbarrasse em mim, não sei o aconteceria se isso ocorresse mas não quero arriscar. “Já podemos ir agora.” Disse a mulher para a menina. 

“Mas e a minha mãe? Ela não vem com a gente?” Perguntou Elise inocentemente.

“Não, sua mãe ficará aqui por uns dias, mas logo ela receberá alta e poderá ir para casa.” Disse a tia amenizando a verdade.

“O que aconteceu com minha mãe? Por que ela tava daquele jeito estranho?” Elise parecia estar inconformada.

“Bem…” a tia procurou por palavras simples para explicar a situação da forma mais branda possível. “Sua mãe está sentindo muita, muita falta do seu pai,” ela enfatizou a palavra, “e ela está bastante triste também, é por isso que ela tem que ficar aqui, para os médicos lhe dar remédios que  vão ajudá-la a se sentir melhor e também para que ela descanse bastante.” 

“Eu também estou muito triste, também quero os remédios e ficar aqui com a minha mãe.”  disse a menina surpreendendo a tia.

“Ora! Você não precisa desses remédios, você é criança!” disse a tia prontamente num tom um tanto animado.

“E o que tem isso?” perguntou Elise

“Tem que crianças não precisam desses remédios amargos, elas só precisam de uma grande dose de diversão e alegria, então enquanto sua mãe está aqui  você vai ficar comigo na minha casa. O quê acha?” Ela forçava um sorriso enquanto dizia.

“Verdade?!” A tia confirma com a cabeça “Podemos pedir pizza e assistir filmes comendo pipoca?” Os olhos de Elise brilhavam de hesitação. “Então vamos ter que passar na minha casa para pegar alguns DVDs. Você pode me ajudar a escolher. Vai ser muito legal.”

“Claro que vai.” Disse a tia parecendo aliviada, provavelmente por Elise não ter feito mais nenhuma pergunta sobre a mãe.

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