⭐NA MANSÃO| XV⭐
Henry se sentou ao meu lado e ficou olhando na mesma direção que a minha. Eu não sabia bem o que fazer: se olhava pra lua e pras estrelas como eu fazia antes de ele chegar ou olhava a grama no chão ou se olhava em seu rosto.
Eu não disse nada e, percebendo isso, ele finalmente disse algo. Algo muito inesperado.
— Sheri, eu... senti medo. Medo de te perder, medo de ficar sem você. Acreditei que pudessem te fazer algum mal, que pudessem te tirar a... — Se interrompeu, antes que dissesse algo mais e então continuou: — Enfim! Só quero que saiba que... eu estou aqui para te proteger, de tudo e de todos.
Nessa hora começou a ventar e, como eu balançava meus pés, o balanço começou a se mexer de um lado para o outro tranquilamente.
— Henry... O-obrigada. Sério, obrigada mesmo! Não sei por quê faz isso, mas significa muito para mim. Espero não te dar trabalho. — Sorri com a última frase e ele também.
— Não precisa agradecer, apenas aprecie. Seja egoísta com minha proteção, fique com ela só para você. — Ele fez uma careta. — Isso saiu meio estranho.
— Sim. — Rimos. — Mas eu entendi. — Ficamos sérios de repente e ele se aproximou de mim vagarosamente. Senti que iríamos nos beijar se algo não tivesse escorregado de cima do telhado.
— O que foi isso? — Ele perguntou e então olhamos para a direção do barulho. Um gato havia escorregado em uma telha quebrada. — Que louco!
Estávamos rindo e todos os pensamentos que me rondavam estavam de volta, fazendo-me perceber que eles haviam se afastado durante esse pequeno tempo conversando com Henry.
Eu não posso esconder isso de todos. Será que eu conto a ele? Ou à Kally? O que a tal “Reeb” faria se soubesse que eu contei a alguém?
***
— PODE TRATAR DE CONTAR TUDO AGORA! — Kally praticamente gritava ao lado de Tayná e Duda. Haviam espiado pela janela.
— Não aconteceu nada e tudo por culpa do maldito gato! — Bufei e cruzei os braços, caindo sentada na cama.
— Como assim? — Duda perguntou.
— Vocês viram quando o gato caiu do telhado?
— Na verdade ouvimos e foi a partir daí que começamos a observar você e o Henry lá embaixo; não sabíamos antes.
— Então. Se o Henry não tivesse quebrado a telha jogando bola na semana passada, o gato não teria caído do telhado e não atrapalharia o nosso primeiro beijo um com o outro. — Revirei os olhos.
— Mas então... — Tayná disse pensativamente. — Henry que é o culpado, não o gato! — Kally e Duda concordam e discordam, confusas.
— Ah, sei lá! Mas se ele não tivesse caído de lá, teria rolado beijo e amanhã estaríamos marcando nosso casamento!
— NOSFAA! PERDI A CHANCE DE SER MADRINHA SEM NENHUM NAMORADO! — Kally dramatizou.
— Pode parar que você já tem seu namorado. — Duda implicou.
— Shawn não é meu namorado. Não ainda. Mas você não pode falar nada porque tem também o Mike!
— A única que pode reclamar aqui sou eu, portanto, xiu as duas. — Tay disse.
Começamos a falar dos garotos e de como seria sem eles e como seria nossos “bae’s” se eles não tivessem aparecido. No final, os bae's imaginários eram iguais aos reais.
Duda e Tayná ficaram com fome e foram para a cozinha arrumar algo para comer. Kally queria ir junto mas inventei uma desculpa qualquer para ela ficar sem que as meninas desconfiassem.
— Me segue. — Sussurrei.
A levei até o banheiro e tranquei a porta. Se fechasse as janelas e as portas, ninguém te escutaria do lado de fora nem se a pessoa gritasse com todas as forças.
— O que está acontecendo, Sheri? — Perguntou preocupada.
— É o seguinte. Sabe a pessoa que me “sequestrou”? — Fiz aspas com as mãos e ela assentiu. — Não era um homem e sim uma mulher. Sim, eu disse que era um homem porque a mulher me pediu silêncio ou, caso contrário, eu não quero bem imaginar o que ela poderia fazer!
— Mas Sheri! — Ela estava séria.
— Ainda não acabou. — Respirei fundo. — A mulher disse que se chamava Reeb e que eu a conhecia, mas eu não a conheço! Ela disse pra eu afastar o Shawn de você. Quer que você pare de falar com ele e o deixe livre para ela. Se eu não fizesse isso, eu perderia o Henry. Eu “aceitei” o trato de te afastar do Shawn, mas claro que não farei isso.
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*Bae: Gíria em inglês usada para se referir ao namorado/namorada ou pessoa da qual ama. O mesmo que “crush” para nós.
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