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Capítulo 48


O tempo passou rápido. Um terceiro ano turbulento faz com que qualquer coisa seja rápida.

Festa de formatura, colação de grau, camisetas personalizadas, rifas para arrecadar dinheiro, e ainda teríamos a Festa Junina e as Olimpíadas Escolares.

Tem sido caótico essas últimas semanas. Não me comprometi com nada, mas me dispus a ajudar todo mundo porque queria ser participativo, apesar de não gostar de todos na minha sala, era a última vez que eu teria aquilo na minha vida e sei lá, fiquei sentimental mesmo.

O canal estava indo super bem, cada vez mais gente parava para falar comigo nos corredores sobre, e eu ficava todo acanhado porque nunca fui do tipo que sonhava com essa atenção. Mas era legal às vezes, muito legal na verdade, quando reconheciam meu trabalho.

Até propus a Thomas que eu ajudasse com as despesas de casa, e ele apenas riu e me abraçou, falando que não precisava no momento. Fiquei feliz, me senti responsável e agora podia usar meu dinheiro para comprar o que eu quisesse. E também estava sendo organizado o suficiente para que esse lucro voltasse ao canal como investimento.

Eu ando me virando bem na escola porque Anna e Akin não me davam outra opção a não ser estudar e ficar de vela. Desde que os dois começaram a fazer o cursinho juntos sei que estão ficando, ficou bem claro, e eles não disfarçam mais, é praticamente namoro agora, já chamam até de "amor". Fico feliz por eles dois, mas me sinto de lado. Acho que é normal.

São nessas horas que meu coração aperta, pensando em Rafa, e em como eu quero que ele volte, que a gente fique junto.

Mas parei de conversar com ele, me limito aos nossos grupos e nossas figurinhas e memes. Não quero que ele pense que eu sou um apegado, emocionado e sentimental. Apesar de eu ser tudo isso e mais um pouco. Ele também é muito mais seco online.

Minhas sessões semanais com a Dr. Lúcia se resumiam à ir a fundo na minha personalidade para descobrir qual curso eu gostaria de fazer. Consegui fazer até uma lista. Fiquei orgulhoso. Thomas também.

Cursos que talvez sejam legais:

- Psicologia

- Fonoaudiologia

- Publicidade e Propaganda

- Enfermagem

- Medicina (sonhar mais um sonho impossível)

- Biomedicina

- Comunicação Social

Os mais destoantes eram os de comunicação, os quais eu gostava das ideias e acho que seriam bons ambientes criativos para o canal, no entanto, tem algo no campo de biológicas que me puxa. Acho que gosto de ajudar as pessoas, do contato humano e também de conversar. Então, não sei. Não há nenhuma ordem específica. Só acho injusto ter que escolher UMA única coisa. Qual é, tenho quase 17 anos, quero fazer de tudo um pouco!

***

Rafa e Raquel chegaram ontem. Queria ir direto ver eles, porém Thomas achou melhor não, argumentou que eu devia deixar eles descansarem antes.

As aulas de Rafael haviam acabado fazia, mais ou menos, uma semana, no fim de maio. Porém eles estavam ajeitando alguns documentos antes de voltar. E também havia a tia de Rafa, que estava se recuperando da luta contra o câncer, e ela estava bem depois do ano que passara, mas ainda não tinha conversado com Rafael sobre como seria essa rotina dele, se ele e a mãe iam ficar indo e voltando sempre.

Ele sempre evitava falar sobre lá. Sempre.

Porém não dei muita bola, acordei animado e ansioso para ver ele na escola. Entretanto, assim que eu entrei na sala, Anna me lança aquele olhar de pena, o que me fez desacelerar.

- O que rolou?

- Olha, no grupo Ty.

Checo meu telefone, o qual esqueci de olhar as mensagens no caminho, absorto nas minhas músicas e fantasiando com Rafael.

"Galera, deu um problema aqui para eu validar o ano, mas relaxem, vai dar certo. Já conversei com a diretora, só preciso esperar uns documentos chegarem."

Eu fico todo murcho.

- Vou dormir o resto da aula.

Antes que eu pudesse me jogar na cadeira, Anna Raylla me segura.

- Não vai, não! Sei que quer que ele chegue logo, mas ele já está aqui, calma, Ty. Não seja afobado.

- Não estou sendo afobado.

- Eu sei. Por isso digo, não seja.

- O que quer dizer com isso?

Mais uma vez aquela sensação de que eu não sei de algo toma conta de mim.

Minha amiga suspira e dá de ombros.

- Não sei, Akin tem conversado com ele. E pelo que sei, não tem nada demais. Acho que ele só está estranhando voltar para cá, depois de tanto tempo, e tem a tia dele e tudo mais.

- Sei.

- Só vamos dar espaço, caso ele precise.

- E lá se vai a minha ideia de fazer um super festão surpresa para ele.

- Falta menos de uma semana, talvez seja melhor fazer algo simples mesmo. Sairmos todos juntos para comer em algum lugar, ou só nos reunirmos na casa de alguém sem fazer nada.

Concordo, decepcionado.

***

Na hora do recreio, na quadra, vislumbro ele. Os cabelos loiros caindo no seu rosto, sem corte desde o carnaval, mais claros ainda, de tanto ficar exposto ao sol. O corpo musculoso, a pele bronzeada, ele atraiu todos os olhares na quadra assim que pisou lá. Nem sequer se deu o trabalho de vestir o uniforme. Usava uma camisa branca que definia seu tórax, calça jeans e all star. Ele parecia mais maduro, enquanto eu devia parecer uma criança. Mais uma vez a discrepância das nossas aparências me atinge em cheio.

Rafael anda em nossa direção, até a arquibancada, se joga nos braços de Anna Raylla primeiro, dando um beijo em sua bochecha, depois aperta a mão de Akin e mescla com um abraço, como se fosse hétero (ah, tá bom). E por fim, ele vem até mim, e se era possível tremer mais, eu não sabia, estava parecendo um pinscher, na certa.

Quando vou me jogar em seus braços, ele estende a mão, e temos nosso momento mais constrangedor de toda história da nossa amizade. Encaro sua mão estendida, com o sorriso debochado, e enfim a aperto e ele me abraça, como fez com Akin.

Parabéns, Rafael, por ter batido o recorde de me deixar confuso sobre a nossa relação em menos de 5 segundos.

- Fez boa viagem, Rafa? –Anna pergunta, meio que parar quebrar o gelo daquele momento.

Nos sentamos novamente, porém Rafael continua de pé.

- Foi meio cansativo, mas dormi o dia todo ontem, então estou de boa.

- Deu tudo certo com os documentos? –Akin pergunta.

- Deu sim, só umas burocracias chatas, e agora tenho que correr atrás o dobro de vezes do que vocês. –Ele dá seu primeiro sorriso. –Falando nisso, tenho que ir agora, tenho que conversar com o Lucas da sala de vocês.

- Oi? Por quê? –Minha voz sobe três decibéis e todo o meu corpo entra em alerta.

- Nada demais. Preciso participar das Olimpíadas Escolares para ganhar pontos extras para conseguir completar o ano. Só quero entrar na equipe de futsal.

- Ah, de boa então.

- Até mais gente.

Ele vai correndo até a arquibancada oposta conversar com Lucas. Os dois se abraçam de lado e dão tapinhas nas costas um do outro como se fossem velhos amigos. Sinto algo ruim se remexer lá no fundo do meu peito.

***

Eu não achei que fosse nada demais. Mas nossa intuição nunca mente.

Rafael começara a andar com Lucas e companhia.

No início, ele até se sentou perto de mim, Anna e Akin, porém ele foi chegando para trás, para o lado, até ficar no meio exato entre os dois grupos, e nesse momento, ele estava muito mais amigável com o lado de lá.

Na hora de estudar mesmo, de fazer trabalho e grupos de estudo, ele colava na gente. Porém na hora de descontrair ele preferia todo mundo, exceto a gente. Ele ficava com Lucas, João Pedro e companhia, mas também ficava próximo do grupo de meninas populares, dos super nerds, dos super nadas, e agora ele era um ser flutuante quando se tratava das panelinhas na escola. Ele, mais do nunca, se dava bem com todos. E todos estavam caidinhos por ele e por suas histórias dos Estados Unidos e sua malditas fotos no Instagram.

Até Akin começou a se sentir desconfortável.

Meu amigo olhava de soslaio para o loiro que ria de algo no telefone com o cabeça raspada do Lucas.

- Rafael e esse Lucas, acha que ele consegue passar de ano?

Encaro a professora de Língua Portuguesa, que fuzilava os garotos do fundão com os olhos, porém seu sorriso condescendente a traía.

- Do jeito que todos nessa instituição SIMPATIZAM com ele, sim!

Acabo jogando minha caneta no chão, e me abaixo para pegar.

Ouço um comentário parecido com "é assim que ele dá o **" do outro canto na sala e logo me levanto e procuro quem disse aquilo. A professora continua copiando no quadro como se nada tivesse ocorrido, alguns grupos dão risadinhas, inclusive o de Lucas. Rafael não entra na risada, só fica quieto mexendo no celular.

- Mas que porra de comentário imbecil. –Akin fala alto o suficiente para todos na turma ouvirem, inclusive a professora. Todos param.

Não é o comentário que me incomoda, já ouvi piores. Mas é o silêncio do meu melhor amigo diante disso, a indiferença dele.

- Valeu, Akin.

- Ty, não fiz isso porque você é meu amigo, e sim porque é o mínimo como ser humano. Eu sinceramente não sei o que tá rolando com o Rafael para ele tá esquisito assim.

- Nem eu, cara. Nem eu.

- Se ele continuar com essas babaquices, teremos que fazer uma intervenção. –Diz Anna Raylla.

- E chamar o Chul. Temos que colocar ele a parte da situação. –Akin completa.

Eu rio da nossa missão, mas eu saberia que não teríamos que chegar nesse nível. Rafael só se aproximou do Lucas por pontos, nada demais.

Era o que eu tentava me convencer, pelo menos.

***

- Ei, galera! –Rafa corre atrás de mim, Anna e Akin ao bater o sinal do intervalo. –Estão indo para a cantina?

Assentimos.

- Então, antes de vocês irem, queria avisar para vocês que vou comemorar meu aniversário lá na casa do João Pedro. Vai ser tipo uma social pós festa junina e pré Olimpíadas. Fechou?

- Achei que iríamos no shopping, ou algo do tipo. –Comento.

- É, eu, você, Ty, Chul e Anna. –Akin fala, apertando os ombros da quase namorada. –O que fez você mudar de ideia?

Rafael dá o seu melhor sorriso charmoso e persuasivo.

- Nada! É só que a casa do João é enorme, vai geral da escola. Qual a chance de eu fazer uma festa assim no meu apartamento que é um cubículo? Vamos, gente! Só levar a própria bebida.

Anna Raylla solta um suspiro, e olha para mim. Eu assinto para ela.

- Vamos ver Rafa, nos mande as informações direitinho no grupo. Tô indo para fila, vamos Kin? –Ela o puxa, me deixando sozinho com Rafael.

- Ty? –Ele me olha com os olhos cheios de expectativa. Minha vontade era de bater nele, mas como dizer não?

- Eu não gosto do Lucas e dos amiguinhos dele e você sabe porquê.

- Ty, nem citei o Lucas! Vai ser na casa do João Pedro.

- Que, curiosamente, é o melhor amigo do Lucas.

- Tyler...

- Que foi um homofóbico do caralho ano passado comigo.

- Ele mudou, Ty. Ele não mexe mais com você, mexe?

- Não, né! Depois de eu quase fazer ele ser expulso...

- Então?!

- Então? Só porque ele "mudou" fazendo O MÍNIMO, não quer dizer que quero ser amiguinho dele, ou começar a andar com ele.

- Nem eu!

- Rafael, você literalmente está fazendo isso!

- Caralho, Tyler. Eu preciso me enturmar com o time se não eu não me formo! Entende, porra!

- Tá bom, inferno. Vai lá com eles.

- Tyler, se isso for ciúmes...

Eu reviro os olhos diante da arrogância dele.

- Vambora, Albuquerque! –Ouço a voz insuportável do dito cujo.

Vislumbro Lucas e o resto dos meninos do futsal, já com as chuteiras nos pés, prontos para o treino na hora do intervalo. Eles ficam encarando eu e Rafa conversando.

- Você tem treino agora.

- Ty, só me promete que vai. É meu aniversário. Preciso de você lá.

- Tá bom, cacete. Só não me pede para ficar de boa com aquele filho da mãe. Não vou ser falso. Eu não gosto dele, nem ele de mim. Ok?

- Ok. Valeu!

Ele sorri e se afasta num piscar de olhos de mim.

Conseguiu o que queria. Ele sempre consegue.

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