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Capítulo 4


Eu queria dar uns tapas na cara de quem inventou a frase "Na segunda vez sempre dá certo". Que mentiroso!

O primeiro dia de aula havia sido calmo. Todo mundo meio tímido pelo novo turno e respeitando os professores, todos calmos, até os veteranos. Mas o inferno começou no segundo dia.

Já na entrada da escola senti um atmosfera estranha. Mais olhares para mim do que o normal, mas ignorei.

Entrei no pátio e aquilo ficou esquisito, porque agora elas cochichavam.

Ah, não. Eu já tinha visto esse filme.

Procurei meus amigos em todos os lugares mas não achei nenhum deles e comecei a ficar sem ar. Queria chorar.

- Ouvi dizer que foi preso... –Ouvi uma garota aleatória comentar com outra enquanto passei voando e adentrei o banheiro masculino.

Patético. Eu era patético. Não conseguia encará-los.

O banheiro estava vazio, exceto por Rafael, Chul e Akin. O sinal já havia batido e o pessoal começava a ir para salas de aula.

- Ty... –Rafa chegou para me abraçar e eu afundei meu rosto no seu pescoço, chorando. –Eu vou descobrir quem fez isso e e quebrar a cara do desgraçado...

- Fez o quê? –Perguntei sem entender. Achei que era só fofoca.

Chul chegou cauteloso perto de mim e me mostrou a foto em seu celular.

-Espalharam pela escola toda. Retiramos a maioria e avisamos a diretora, mas muita gente leu...

Era de um jornal velho, de quase 5 anos atrás, pregado no mural principal da escola.

"O dono da famosa marcenaria e serraria, Marcelo Túlio Lopes Morais, é preso nesta última quinta-feira por violência doméstica e maus tratos..."

Eu parei de ler. Não conseguia mais, entrei na cabine masculina e vomitei meu café da manhã.

- Está tudo bem ai, Ty? –Rafa disse preocupado.

- Quer que eu chame a coordenadora? –Akin perguntou.

Limpei minha boca, ainda olhando para o vaso.

- Não...E-eu pre-eciso ficar um pouco sozinho, só isso. Vão para sala, estão perdendo aula.

Ouvi alguns cochichos e passos. A porta bateu.

Estava sozinho.

- Não vou sair do seu lado, Ty. –Rafa se escorou na cabine e eu tomei um susto, ainda ajoelhado. –Liberei Chul e Akin, mas vou ficar aqui.

- Não vai, por favor. Eu vou falar com a coordenadora, prometo. Vai para aula. Depois a gente conversa.

- Tem certeza que você está bem? Não vai fazer nenhuma besteira?

- Não, Rafael. Eu não vou.

- Não me chama de Rafael. Parece estar me xingando.

- Eu estou. Vai embora.

- Vou chamar a coordenadora. Fica ai.

- Tá. –Respondi a contragosto.

E então eu me virei e eu vi.

Aquela folha impressa do jornal antigo, e não só isso. Meu nome e minha sala também tinham sido escritas, com a frase logo a baixo "BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO" em letras caixa alta.

Nem consegui olhar um segundo a mais para a foto do meu pai, que estava rabiscada com dois X's nos olhos. Só sai correndo daquele banheiro, e quando me dei conta estava caído no banheiro ao lado.

O banheiro feminino.

Pelo menos não havia ninguém por causa das aulas.

A porta de uma das cabines se abriu de repente, me fazendo tomar um susto.

Ah, não. Tem como ficar pior? Me amaldiçoei mentalmente por pensar nessa frase clichê, porque se tem uma coisa que eu sabia era como as coisas podiam dar sempre mais errado.

- Mano, você tá com um cara péssima. –A garota disse com um leve sotaque do interior.

Eu não a conhecia. Pelo menos nunca havia visto nos arredores da escola. Talvez fosse uma ou duas séries a cima de mim? Ela era bem alta. Não gorda, mas corpulenta, forte. Coxas grossas, cintura larga e pernas longas. A pele no mesmo tom de café que Akin tinha e ela usava dois coques, um de cada lado do cabelo, quase como a Princesa Leia em Star Wars. Shorts legging, all star e uma blusa com o símbolo do feminismo escrito "Girl Power". Ela usava aparelho e me encarava com óculos fundo de garrafa.

Ela parecia que ia me massacrar, se não fosse pelo doce sorriso em seus lábios.

- O que tá fazendo no banheiro feminino? Olha, não estou julgando. Sei que gêneros são pura construção social, mas assim, você parece meio mal.

- É que não tinha outro lugar.

Ela me encarou confusa, mas sem tirar o sorriso do rosto.

- Como assim?

Me levantei.

- Sou o Tyler, da turma 104.

Ela nem pestanejou.

- Sou Anna Raylla, também da turma 104. Hoje é meu primeiro dia, prazer. Só não te estendo a mão porque vou lavá-las agora.

Anna foi até a pia e começou a lavar as mãos.

- Por que o senhor não está na sala?

- Ah, você não viu né?

- Os jornais pela escola? Sinto muito, vi sim. –Ela continuou a lavar as mãos. Nem um olhar de julgamento ou pena. Quem era essa garota? –Mas acho que você deveria encarar isso. Quem fez isso só queria um tumulto para o começo das aulas, bem maldoso sim. Mas e ai, o que vai fazer? Vou te dizer o que eu faria. Lá na minha antiga cidadezinha eles cagariam para qualquer atitude de bullying, por mais que a instituição fosse "zero tolerância com o bullying", -Anna fez aspas com as mãos e respingou água em mim e no espelho. –Eu teria que encarar sozinha. E não havia outra escola para mim lá, interior sabe? Só mudando de cidade para outro colégio. Mas ai você tem que deixar todos os seus amigos para trás. Prós? Contras?

Eu ainda estava tentando entender aquela garota aleatória por ali.

- Não quero sair da escola. –Falei decidido.

Não ficaria sem o Rafa. Estudamos juntos desde o jardim de infância. Éramos como unha e carne. Eu gostava de Akin e Chul, claro. Mas sendo bem sincero, eu ficaria por Rafa. Passaria pela droga do ensino médio com Rafa. E foda-se sabe? Daqui uma semana já estão comentando algo novo. Foda-se que meu pai está preso por ser um babaca. Foda-se.

- Semana que vem já estão comentando uma fofoca nova. –Comentou Anna Raylla, praticamente lendo meus pensamentos.

- Acho que vou apenas comentar com a diretora mesmo.

- Justo.

- Mas não posso contar para o meu irmão.

- Isso ai é com você.

- Ele ia ficar louco. Me mudaria até de cidade.

- Trágico.

Anna Raylla parou de dar respostas retóricas para as minhas afirmações randômicas quando a coordenadora abriu a porta do banheiro exasperada.

- Ai está você! Sai do banheiro feminino Tyler, vem cá conversar.

Suspirei e acenei para Anna enquanto saia do banheiro. Do jeito que eu estava com sorte, tomaria uma bronca por isso também.

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