Drake Timberg:

— Bem-vindos, pequenos espiões. Poucos de seu tipo já tiveram o privilégio de ver as câmaras internas de Larissa Vex.

A mulher me observou com um sorriso misterioso que enviou arrepios pela minha espinha.

A voz de Larissa ressoou pelo salão com um sorriso felino enquanto ela se dirigia a nós. Seus olhos, com pupilas completamente dilatadas, me observavam como um predador prestes a atacar.

— Ele é bem-vindo, eu me pergunto? — Ela disse, sua voz soando como uma melodia sinistra. — Deixe-os se aproximar.

Ryan e eu avançamos juntos, movendo-nos com cautela em torno das suntuosas cadeiras e mesas rococós, que brilhavam com ornamentos dourados e pérolas incrustadas. À medida que nos aproximávamos, os olhos de Larissa Vex permaneciam fixos em mim, como se quisessem desvendar todos os meus segredos.

— Não posso dizer que me importo com a ideia de tantos espiões infestando meu salão. Você é interessante, Drake Timberg? — Larissa perguntou, sua voz suave como um sussurro inquietante.

Hesitei por um momento, ponderando suas palavras.

— Se você tem que pensar sobre isso — Larissa disse, com um sorriso enigmático. — então não é.

— Isso dificilmente faz sentido — Respondi, tentando manter o tom de voz firme. — Certamente, se você não pensa, você não pode ser interessante.

Larissa piscou, e então seu sorriso se alargou.

— Suponho que possam ficar por um momento. — Larissa disse, voltando sua atenção para Ryan. — Esse jovem, porém, deve ser controlado.

Anna, que estava balançando as pernas na beira do sofá, parecia satisfeita com o desenrolar dos acontecimentos.

— Bella, como estão as bebidas? — Anna perguntou, desviando o olhar de Larissa.

Olhei ao redor e percebi que uma mulher de cabelos azuis e verdes estava na sala. Ela ficava em uma alcova, parcialmente escondida, atrás de um aparador onde misturava bebidas. Seus gestos eram fluidos e elegantes, como se estivesse realizando uma dança.

— Já estão prontas, querida! — Bella respondeu, aproximando-se para distribuir as bebidas.

Eu recusei, mas Ryan, que já havia atingido a maioridade, aceitou uma bebida com entusiasmo. Bella se inclinou para Anna enquanto falava, e os dedos de Anna acariciavam o ar com graça, como se traçassem padrões invisíveis no espaço.

— Meu amor, seu cabelo é como um lindo riacho — murmurou Anna.

— Anna, poderia nos informar sobre a razão para esses jovens estarem acompanhando você hoje à noite? — Malcolm perguntou, com um olhar perspicaz.

— Porque precisamos da sua ajuda — Falei, tentando manter a calma e a determinação em minha voz.

Todos na sala riram, como se achassem a ideia absurda. Malcolm sorriu e ergueu o copo vazio como se tivesse ouvido uma piada especialmente boa.

Bella ainda estava atrás do aparador, espalhando flores em duas taças de vinho enquanto cantarolava uma melodia suave. No entanto, algo nela me fez ficar em alerta.

— Por que ajudaríamos aqueles que fazem parte da agência Alves? — Larissa questionou, sua voz gotejando de desprezo. — Sem vocês, vários de meus negócios poderiam prosperar e eu ganharia uma quantia considerável de dinheiro. Diga-me, o que vocês podem fazer por mim que possa mudar minha mente?

— E se fizéssemos algo verdadeiramente benevolente por você? — Disse, minha mente trabalhando rapidamente para criar uma oferta tentadora. — E se eu salvasse suas vidas?

Dessa vez, não houve risos na sala. Todos simplesmente viraram seus olhares em minha direção.

— Encantador — disse Larissa, sua expressão um misto de ceticismo e curiosidade. — Mas não estamos em perigo.

— Eu discordo — falei, decidindo agir imediatamente.

Com um movimento rápido, retirei um dispositivo de minha bolsa que ganhou vida em minhas mãos. Era uma espada elétrica, irradiando uma luz brilhante que iluminou a sala e criou um rastro de eletricidade em sua lâmina. Com precisão cirúrgica, acertei a taça de cristal de Larissa com um golpe certeiro. A taça explodiu em estilhaços, espalhando vinho e vidro por todos os lados.

Bella deu um grito indignado, e eu balancei a espada elétrica em sua direção, mantendo-a como uma ameaça.

— Eu gostaria que você não tivesse tentado envenenar ninguém. — Falei, minha voz soando séria e firme.

Ryan, que já havia esvaziado seu copo, o colocou com força sobre a mesa.

— Veneno? — Ele perguntou, perplexo.

— Só para Malcolm e Larissa. — Respondi, explicando a situação. — Era a eles que ela estava tentando matar.

Larissa parecia indignada, enquanto olhava para o copo quebrado como se este tivesse se transformado em uma criatura repugnante.

Um dos robôs que estavam sob a mesa de Malcolm começou a analisar o conteúdo da xícara do informante, enquanto outro limpava o tapete manchado de vinho.

Malcolm ergueu sua própria xícara e a observou atentamente como se procurasse algo no fundo.

— E se eu salvar as suas vidas? — Ele falou finalmente, confirmando minhas palavras.

Anna já estava de pé e fora de sua cadeira, segurando uma pequena faca em sua mão. Seus movimentos eram leves e graciosos, como os de um felino prestes a atacar. Bella mexia freneticamente em seu corpete, seus dentes à mostra, mas Anna agarrou seu pulso com força. Um pequeno objeto caiu dos dedos de Bella e rolou pelo tapete dourado. Era um pequeno dispositivo de rastreamento.

— Planejava revelar nossa localização ao inimigo, não é mesmo? — Larissa disse, seu olhar gélido se voltando para Bella.

Bella começou a tremer quando dois seguranças entraram na sala, prontos para levá-la embora. Larissa saiu atrás deles, e eu sabia que a tortura estava prestes a começar.

— Onde conseguiu essa espada Eléctron? — Anna perguntou, dirigindo-se a mim.

— Eléctron? — Ryan questionou, confuso.

— É uma arma que usa a energia disponível no ambiente, transformando-a em eletricidade. — Anna explicou. — Corta através de tudo com uma precisão impressionante. Eu pensei que todas essas armas haviam sido destruídas anos atrás por serem perigosas demais.

Malcolm sorriu para mim, e percebi que era hora de revelar mais uma verdade.

— É melhor contar tudo de uma vez — Malcolm falou. — Só precisamos esperar Larissa voltar.

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Passaram-se dez minutos de tensão enquanto aguardávamos o retorno de Larissa. Quando ela finalmente voltou, seu rosto estava manchado de sangue, e ela estava limpando as mãos e o rosto com um lenço de seda. A atmosfera na sala era pesada, carregada de ansiedade.

— Bem, ela me deu algumas informações úteis. — Larissa falou, sua voz soando exausta. — Posso dizer que estamos em apuros. Parece que a criadora do Projeto Arma Plus ressurgiu das sombras.

A notícia atingiu Anna como um soco no estômago, fazendo com que sua pele empalidecesse e seus olhos se enchessem de preocupação. Malcolm permaneceu imperturbável, mas sua expressão revelava uma profunda apreensão.

— Arma Plus? Como o da Marvel? — Ryan perguntou, parecendo incrédulo.

— Sim, mas muito pior. — Anna respondeu, sua voz repleta de gravidade. — Cada soldado do Projeto Arma Plus era injetado com uma versão modificada da joia que a Empresa Alves usa em seus equipamentos. Eles adquiriam habilidades físicas extraordinárias e a capacidade de manipular eletricidade como se fosse um superpoder. As espadas Eléctron foram criadas especificamente para eles, tornando-os ainda mais letais.

— No entanto, havia uma grande falha nesse projeto. — Malcolm continuou, mantendo sua voz firme. — Todos os soldados acabavam enlouquecendo e matavam qualquer pessoa que cruzasse seu caminho. Com o tempo, surgiram boatos de que a criadora do projeto havia morrido e que o último soldado tinha sido eliminado, levando à destruição das espadas Eléctron.

A conexão entre o ataque à Empresa Alves e o Projeto Arma Plus começava a ficar clara em nossas mentes.

— Então, o ataque à Empresa Alves está relacionado a isso? — Perguntei, buscando entender a extensão do problema.

— Infelizmente sim, parece ser um plano para capturar aqueles que têm o potencial de se tornarem super soldados. — Larissa respondeu, sua expressão sombria. — E eles encontraram uma joia intacta, a mesma que a criadora do projeto desejava. Agora, a grande questão é onde ela está.

Enquanto discutíamos os detalhes da situação, notei que Larissa estava olhando para a espada Eléctron em minha mão com uma expressão calculista. Sua mente trabalhava rapidamente, e não gostei do que estava imaginando.

— Quem é a criadora do Projeto Arma Plus? — Perguntei, desejando mudar o foco da conversa e evitar que Larissa colocasse em prática qualquer plano duvidoso.

— Quem mais poderia ser senão Lili Alves, a irmã mais nova da CEO da Empresa Alves? — Larissa respondeu com um ar de desdém.

O que parecia ser apenas um encontro casual no salão havia se transformado em uma reunião de espionagem com informações vitais sobre um projeto perigoso e uma conspiração mortal. Estávamos todos conscientes de que tínhamos uma missão urgente pela frente: impedir que o Projeto Arma Plus fosse reativado e evitar que a joia caísse nas mãos erradas. O destino da cidade estava nas mãos de um grupo improvável, mas estávamos determinados a enfrentar o desafio.

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Até a próxima 😘