Drake Timberg:

Agradecemos por termos concluído a missão de maneira relativamente rápida, pois ela ocorreu na cidade vizinha. Uma hora depois, chegamos à agência usando o modo de disfarce das aeromotos. Informei a Nick que seu irmão tinha perguntado por ele e que provavelmente não voltaria para casa até tarde da noite.

No entanto, omiti a conversa que Mike teve com a garota, mas percebi o olhar penetrante de Dawn sobre mim. Ela era mestre em perceber quando eu estava escondendo algo ou mentindo.

Entramos na agência pelo acesso superior e fomos imediatamente recebidos por Santiago, com sua típica expressão irritada. Dawn revirou os olhos, como sempre fazia quando voltávamos de uma missão e nos deparávamos com Santiago, nosso supervisor.

— Como foi? — Santiago perguntou, esperando um relatório.

— Bem, tirando o soco no estômago, vários cortes no braço e uma perseguição que terminou com uma explosão causada por um agente inimigo! — Dawn relatou.

Santiago não demonstrou surpresa, já que estava acostumado com esse tipo de situação quase todos os dias.

— Pegaram a joia? — Ele se virou na minha direção.

— Sim, conseguimos! — Respondi. — Mas precisamos falar com Annabelle.

— Para quê? — Santiago perguntou com seriedade. — Ela está ocupada no momento, e pelo que sei, vocês deveriam ir para casa. Me digam o que precisam saber, e eu lhe transmitirei assim que ela terminar com seu compromisso.

Dawn parecia prestes a reclamar, mas percebi que não tínhamos escolha. Coloquei a mão no ombro dela e balancei a cabeça.

— Está bem! — Dawn concordou, entregando a joia a Santiago. — Aqui está, brutamontes!

Santiago pegou a joia e se afastou, indo embora. Puxei Dawn e Nick para irmos trocar de roupas.

— Não uma palavra! — Adverti Dawn. — Sem reclamações!

Dawn deu de ombros e ficou em silêncio. Nicky estava agindo de maneira estranha, mas continuamos até o vestiário, onde Dawn se dirigiu ao vestiário feminino e nós ao masculino.

Assim que entrei, fui recebido pelas comemorações dos outros agentes adolescentes.

— Vai atualizar hoje? — Um deles gritou animado.

— O que vai atualizar? — Nicky perguntou enquanto abria seu armário.

— Uma história que está causando um grande burburinho! — Outro garoto explicou. — É aquela sobre o confronto com o vilão. Está sempre no topo da lista de leituras online.

Eles mencionaram isso, e lembrei que hoje era o dia da atualização, junto com várias outras histórias populares.

Sorri discretamente enquanto pegava minhas roupas e me dirigia ao chuveiro. Pelo menos sabia que estava fazendo algo de bom na internet, o que me deixava feliz e me fazia esquecer da conversa desagradável com Mike.

Estava tão imerso em meus pensamentos que levei um susto quando Nicky entrou no box do chuveiro em que eu estava.

— Tem sabonete aí? — Nicky perguntou, completamente nu.

— Nicky! — Gritei, dando um tapa em seu rosto e o empurrando para fora do box.

Peguei meu sabonete extra, que havia trazido, e joguei para ele.

— Valeu! — Nicky respondeu, totalmente sem noção. Mesmo sendo um vestiário, eu não estava interessado em ver Nicky nu.

**********

Terminei meu banho rapidamente e me enxuguei, vestindo minha roupa com pressa antes de sair do vestiário. Ao lado dos vestiários, encontrei Dawn, que usava uma calça moletom, uma blusa branca e sua jaqueta verde característica.

— Nicky ainda está no banho? — Dawn perguntou, e eu assenti. — Vamos esperar por ele no térreo.

Caminhamos pelo corredor até que Dawn finalmente abordou o assunto que eu sabia que estava em sua mente.

— O que você ouviu do Mike? — Dawn perguntou. — Eu sei que você usou os óculos para espioná-lo do outro lado.

Era incrível como Dawn me conhecia bem, até mesmo meus maus hábitos de espionar o Mike.

— Como você me conhece! — Exclamei, e Dawn me deu uma cotovelada. — Ele falou mal de você e do Nicky!

— Isso não é surpresa! — Dawn respondeu dando de ombros. — O que ele disse sobre você?

Suspirei e contei a verdade para minha amiga, que me olhou com compaixão e um toque de raiva direcionada a Mike.

— Não liga para esse idiota, esquece ele! — Dawn disse com firmeza. — Você já é incrível em muitas coisas, e merece alguém que te trate como a pessoa mais incrível do mundo. Pare de correr atrás de um cara escroto!

Absorvi as palavras sábias de Dawn enquanto continuávamos nossa descida para o térreo. Sabia que ela estava certa, mas curar um coração partido e desiludido não era uma tarefa fácil.

***********

Não demorou muito para que Nicky finalmente terminasse seu banho e nos preparássemos para partir da agência. Do lado de fora, o frio era intenso, e eu tremia um pouco, pois era o único que não tinha uma jaqueta ou blusa de frio.

— Que frio! — Comentei, e não me surpreendeu quando Nicky me puxou para mais perto dele para me esquentar.

Posso dizer que Nicky tem seus defeitos, mas acho fofo quando ele age assim, especialmente quando faz frio, mostrando seu lado protetor.

Enquanto isso, Dawn olhava para nós com uma expressão de desgosto, claramente não sendo fã de demonstrações de carinho ou coisas que pareciam românticas.

Nicky me abraçou, permitindo que eu me aquecesse com o calor do seu corpo. Era reconfortante estar ao lado dele, alguém que realmente sabia me dar valor.

Dawn chamou um táxi, e todos nós entramos para seguir o nosso caminho.

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Chegamos à minha casa, e eu bufava de frustração ao vê-la à minha frente. Agradecemos ao motorista do táxi e nos despedimos dele antes de sua partida.

— Olá, priminho! — Sage Lobos, meu primo, surgiu em nossa direção junto com seu irmão, Bobby. — Como estão?

Sage piscou para Dawn, que respondeu com um gesto obsceno.

— Dawn, você continua do mesmo jeito! — Sage comentou, divertindo-se com a grosseria dela. — Mas voltando ao assunto, vamos compartilhar o mesmo teto, priminho!

Bobby revirou os olhos com a atitude do irmão, como se já estivesse acostumado com isso.

— Não adianta me provocar, Sage! — Resmunguei, revirando os olhos. — Meu pai já me contou tudo. Agora, sai da minha frente, temos lição de casa para fazer!

Sage riu debochadamente, e eu passei por Bobby, agradecendo a ele por estar aqui.

Bobby estava começando a faculdade e, ao contrário de seu irmão, tinha planos para o futuro. Sage, por outro lado, parecia não saber o que queria da vida.

— Oi, crianças! — Meu pai nos cumprimentou quando entramos em casa. — Como foi o trabalho?

Para o meu pai, estávamos trabalhando em uma grande empresa como assistentes de empresários de sucesso.

Essa foi a desculpa que Annabelle nos disse para darmos aos nossos familiares quando perguntassem como estávamos ganhando nosso próprio dinheiro.

— Foi bem! — Respondi e subi as escadas rapidamente. — Agora, vamos fazer a lição de casa!

Eu mal ouvi a resposta dele enquanto subia as escadas às pressas e fechava a porta do meu quarto com força.

Peguei minha pasta, onde guardava as tarefas de casa, de dentro da minha mochila e coloquei a folha na minha escrivaninha.

Começamos a trabalhar na lição, embora eu achasse uma piada que o professor a chamasse de "atividade difícil de nível acadêmico" e dissesse que levaria horas para terminar. Em apenas oito minutos, já tínhamos concluído. Depois disso, dediquei-me a escrever vários capítulos da minha história, que publicava em um aplicativo de leitura e escrita online. Foi divertido ouvir as ideias dos meus amigos sobre o que eu poderia incluir na história.

Enquanto trabalhávamos na minha história, a voz animada do Nicky ecoava no quarto, sugerindo reviravoltas malucas e enredos intrigantes. Dawn ocasionalmente interrompia com seu senso prático, lembrando-nos de manter alguma coerência na história.

O tempo voou enquanto mergulhávamos nas palavras e na criatividade. Não demorou muito até que a sensação de realização preenchesse o quarto. Afinal, era bom saber que, mesmo enquanto vivíamos nossas vidas secretas como espiões adolescentes, ainda tínhamos algo tão normal quanto escrever histórias para compartilhar com os outros.

Após algumas horas de trabalho árduo, estávamos satisfeitos com o progresso que havíamos feito. Empilhamos nossas folhas com um sentimento de dever cumprido.

— Não está tão ruim trabalhar em um sábado à noite, não é? — Nicky brincou enquanto bocejava.

Dawn sorriu e levantou-se, esticando os braços.

— Na verdade, não foi tão ruim — ela admitiu. — Mas é hora de descansar um pouco e recarregar para a próxima missão.

Concordamos e guardamos nossos materiais. Embora nossa vida como adolescentes espiões fosse cheia de ação e perigo, esses momentos normais e tranquilos entre amigos eram igualmente preciosos.

Com nossos deveres de casa feitos e a história atualizada, nos despedimos com a promessa de nos vermos em breve para outra aventura. Era assim que nossa vida funcionava: um equilíbrio delicado entre o comum e o extraordinário.

No final, éramos os três, prontos para enfrentar qualquer desafio que o mundo secreto dos espiões nos lançasse, mas também valorizando cada momento de normalidade e amizade que compartilhávamos. Era assim que nossa história continuava, com capítulos emocionantes ainda a serem escritos.

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