Drake Timberg:

O sol da manhã brilhava sobre a pequena cidade que abrigava nossa escola, enquanto nos dirigíamos para mais um dia de aulas. Por fora, parecíamos estudantes comuns, mas por dentro, éramos agentes secretos com uma missão crítica.

Dawn, Nicky e eu caminhávamos pelo corredor da escola, nossos pensamentos ainda mergulhados na conversa com Annabelle. A joia de meteorito eletromagnético agora pairava sobre nós como uma sombra constante, uma ameaça que precisávamos neutralizar a todo custo.

Nossos passos ecoavam no corredor vazio, e o zumbido das conversas dos outros estudantes enchia o ar. Era estranho pensar que, enquanto todos ao nosso redor se preocupavam com as provas e os dramas adolescentes, estávamos prestes a embarcar em uma caçada internacional para proteger algo que poderia mudar o curso da história.

— E agora, o que fazemos? — Nicky perguntou, quebrando o silêncio.

Dawn olhou para nós com determinação.

— Primeiro, precisamos descobrir como essa joia foi parar nas mãos daquele homem. Alguém deve estar por trás disso, e é essa pessoa que precisamos encontrar.

Concordamos com um aceno de cabeça, cientes de que essa era a nossa primeira tarefa. Mas antes de mergulharmos de cabeça na investigação, era hora de enfrentar o desafio do dia a dia: a escola.

Enquanto entrávamos na sala de aula, nossos rostos assumiram as máscaras de estudantes comuns, escondendo nossa verdadeira identidade. No entanto, sabíamos que sob a superfície, éramos agentes secretos em uma missão de vida ou morte.

À medida que a aula prosseguia, nossos olhares se cruzavam ocasionalmente, lembrando-nos do peso da responsabilidade que carregávamos. O tempo estava correndo, e a caçada pela joia havia começado.

— Acho que teremos que voltar àquela mansão. — Falei, pensativo.

— Pode ser amanhã à noite. Ainda tenho algumas desculpas a dar devido a uma reunião da turma de teatro. — Nicky ponderou.

— E eu tenho treino do time. — Dawn acrescentou, lançando um olhar significativo para ambos, como se estivesse consciente das prioridades deles.

O dilema estava diante de nós. Enquanto a missão de proteger a joia era de suma importância, nossos compromissos pessoais e escolares também exigiam nossa atenção.

Dawn, com sua agenda lotada de atividades extracurriculares, estava determinada a manter seu compromisso com o time. Nicky, por sua vez, tinha suas próprias obrigações, incluindo a reunião da turma de teatro.

Eu entendi o quão desafiador era equilibrar nossas vidas duplas como estudantes comuns e agentes secretos. Tínhamos que encontrar um meio-termo.

— Tudo bem, eu tenho que ir para minha aula de inglês extra, mas amanhã à noite, depois de cumprirmos nossos compromissos, nos reuniremos e traçaremos um plano para retornar à mansão e descobrir mais sobre essa joia. — Sugeri, procurando uma solução que acomodasse a todos.

Dawn e Nicky concordaram com um aceno de cabeça, aliviados por encontrarmos uma maneira de cumprir nossos deveres como estudantes e, ao mesmo tempo, continuar com nossa missão secreta.

O desafio estava lançado, e a caçada pela joia continuaria, mesmo que fosse nos intervalos das vidas que levávamos na escola.

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— Ei, Drake!

Eu estava caminhando apressadamente em direção à primeira aula de inglês da semana. Dawn já estava ocupada com seus treinamentos, e Nicky se dirigiu ao teatro.

Virei-me ao ouvir meu nome sendo chamado, e lá estava Ryan Ribeiro, vestindo o uniforme característico da escola, composto por um suéter e uma gravata. Ele se aproximava rapidamente de mim.

— Oi. — Cumprimentei-o com um aceno de cabeça, mas continuei a andar, esperando que ele não me atrasasse.

— Você não tem aula de computação neste horário — Ryan observou, alinhando seu passo com o meu.

Eu respirei fundo, sentindo a inevitabilidade de uma conversa que eu preferia evitar naquele momento. Ryan era um colega de classe com quem eu tinha uma rivalidade silenciosa, não apenas nos estudos, mas também em questões pessoais.

— Você está certo, Ryan. Não tenho aula de computação agora. — Minha resposta foi cuidadosamente calibrada, mantendo uma distância diplomática.

Ryan parecia determinado a manter a conversa.

— Então, o que você está fazendo? — Ele perguntou, parecendo genuinamente curioso.

Olhei para ele, ponderando o quanto deveria revelar. Não podia contar a verdade sobre nossas missões secretas, mas também não queria alimentar especulações.

— Apenas indo para a aula de inglês. — Fui vago em minha resposta, esperando que isso fosse suficiente para afastá-lo.

Ryan não pareceu satisfeito, mas aceitou minha resposta. Enquanto continuávamos caminhando juntos em direção à sala de aula, o ar estava tenso com a sensação de que ambos estávamos escondendo algo, mantendo nossos segredos bem guardados.

— Você não apareceu no último jogo contra as outras escolas — ele disse, rompendo o silêncio que pairava entre nós.

— Você realmente achou que eu iria assistir? — Perguntei, lançando um olhar lateral para ele, que parecia um tanto envergonhado.

— Bem, sim. Nós jogamos muito bem. Eu marquei três gols.

— Isso é ótimo para você. — Meu rosto permaneceu inexpressivo.

Eu deveria estar impressionado? A rivalidade entre nós era evidente, e não era apenas nas salas de aula, mas também nos campos de esportes. Ryan buscava constantemente se superar, e eu não tinha a intenção de demonstrar qualquer admiração.

Continuei minha jornada pelo corredor, um espaço que eu tinha contemplado com muita frequência, muitas vezes em pensamentos distantes enquanto estava em missões, questionando meu lugar nesta parte peculiar da minha vida. Acima de mim, o teto continuava com sua abóbada característica, pintado em um tom quase branco de casca de ovo. O chão era familiar, feito de tábuas de madeira de fazenda gastas pelo tempo. À minha direita e à minha esquerda, as paredes ostentavam as mesmas fotografias emolduradas dos alunos que vieram antes de nós, como se guardassem segredos do passado. À esquerda, os armários de metal com cadeados estavam alinhados, suas portas marcadas por décadas de histórias de estudantes. Até mesmo a música era previsível, com a Abertura ecoando nos alto-falantes do sistema de som - uma escolha deliberada da administração, que considerava clássicos como "mentalmente estimulantes".

No entanto, apesar da familiaridade de tudo ao meu redor, desta vez era diferente. As mesmas pessoas de sempre, rostos que eu conhecia há anos, cruzavam meu caminho. No entanto, havia um elemento estranho em todo esse cenário. Todos eles olhavam para mim, não apenas com os olhos curiosos da adolescência, mas com um toque de surpresa e avaliação, como se eu fosse um enigma a ser decifrado.

Inclinei a cabeça, sentindo o peso desse olhar coletivo. Quando virei a esquina em direção à oficina de cerâmica, percebi que Ryan ainda estava ao meu lado, como uma sombra constante que me seguia neste lugar onde minha vida dupla se entrelaçava com o cotidiano escolar.

— Então, você mudou o horário das aulas de computação? — Ryan perguntou, continuando a caminhar ao meu lado.

— Não, apenas mudei o horário para um dia diferente neste bimestre — respondi, observando meu horário e notando que ele estava fazendo o mesmo, ficando muito próximo.

— Parece que sua grade está bem cheia. — Ele comentou, examinando minuciosamente meu horário.

Conforme Ryan analisava minha grade horária, senti um crescente desconforto pela proximidade física. Sua presença ao meu lado parecia invadir meu espaço pessoal de uma forma que eu não estava acostumado.

— Bem, tento manter as coisas ocupadas. — Respondi com um sorriso fraco, tentando disfarçar meu desconforto.

Ele continuou a examinar meu horário, parecendo absorver cada detalhe.

— Você ainda está na equipe de debate, certo? — Ele perguntou, referindo-se a uma das atividades extracurriculares que eu participava.

— Sim, claro. — Confirmei, apreciando que ele estava mostrando algum interesse em minha vida, além das rivalidades habituais.

Enquanto caminhávamos pelo corredor, minha mente divagava entre as preocupações com a missão e a presença de Ryan ao meu lado. Era uma mistura estranha de sentimentos e prioridades, e eu estava determinado a manter meu foco, mesmo quando as distrações pareciam aumentar.

Continuamos nossa caminhada pelo corredor movimentado, e a conversa com Ryan, embora inesperada, trouxe uma nova dinâmica à nossa interação. Ele estava mostrando interesse genuíno em minha vida, e isso era um desvio bem-vindo das rivalidades habituais que compartilhávamos.

Conforme nos afastávamos daquele corredor, percebi que, apesar das pressões e desafios que a missão da joia nos impunha, havia também um aspecto da minha vida estudantil que não podia ser ignorado. Minhas amizades, atividades extracurriculares e responsabilidades escolares faziam parte do meu mundo, mesmo que coexistissem com o segredo de nossa missão.

Ryan e eu continuamos a conversar sobre nossos horários e atividades enquanto nos aproximávamos da sala de aula de inglês. A rivalidade entre nós ainda estava presente, mas por um momento, parecíamos dois estudantes normais, compartilhando preocupações cotidianas.

No final, enquanto abríamos a porta da sala de aula e nos misturávamos com nossos colegas de classe, eu sabia que essa era apenas uma breve pausa em nosso mundo de agentes secretos. Logo, estaríamos de volta à nossa missão e saindo por qualquer lugar.

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Até a próxima 😘