Capítulo Seis
Drake Timberg:
Me acomodei em minha carteira, e meus amigos direcionaram seus olhares na minha direção. Dawn tinha um sorriso divertido estampado no rosto, enquanto Nicky exibia uma expressão sombria.
— O que foi isso? — Dawn sussurrou. — Ryan parecia estar abatido por causa da profissão que você escolheu, e o senhor Santana agiu de forma muito suspeita!
— Há algo estranho acontecendo aqui! — Nicky murmurou, lançando um olhar penetrante na direção de Ryan. — Não confio nesse cara!
— Sim, nós sabemos que ele é seu eterno rival em todas as matérias e na disputa pelas garotas! — Dawn brincou. — Silêncio agora!
Nicky apertou ainda mais os lábios, e eu dei de ombros enquanto Dawn me olhava de um jeito que indicava que ela estava planejando alguma coisa. Em breve.
As aulas prosseguiram, e sabe quando você sente que está sendo observado o tempo todo? Fiquei com essa sensação constante.
Até que o professor Santana decidiu chamar a atenção de alguém:
— Senhor Ribeiro! — O professor exclamou, e olhei para ele, que estava encarando Ryan. — Preste atenção na aula!
— Sim, senhor! — Ryan respondeu, ajeitando-se na cadeira.
— Só porque hoje é o meu primeiro dia, não significa que vou pegar leve nas matérias! — O professor declarou com seriedade.
Ninguém respondeu, apenas continuamos a anotar o que ele estava ensinando, e a aula passou rapidamente. Quando percebi, já era hora do intervalo, e saí da sala apressadamente, acompanhado pelos meus amigos. Passamos o primeiro período no refeitório, em seguida, mais quatro aulas na sala de aula, e finalmente, chegamos ao último intervalo do dia antes das atividades da tarde nas oficinas.
No entanto, antes de seguirmos para as oficinas, sabíamos que precisávamos conversar com Annabelle.
************
Quando nos preparávamos para sair para o lado de fora, nos deparamos com Darwin envolvido em uma conversa com uma garota. Dawn foi imediatamente até ele, gritando e o puxando para longe.
Curioso, ativei o microfone do meu relógio e, junto com Nicky, nos escondemos para ouvir a conversa dos dois irmãos.
Com um clique, a voz da minha amiga emergiu e parecia extremamente irritada. Meu relógio já estava configurado para controlar o sistema de câmeras da escola, permitindo-me enxergar e ouvir em qualquer lugar do local.
Eu sabia muitas coisas sobre as pessoas dessa escola, informações que, se eu quisesse, poderia usar para arruinar a vida daqueles que me provocassem.
As imagens de Dawn e Darwin apareceram no meu visor, e presumo que fosse o mesmo para as lentes de Nicky.
— O que você está fazendo? — Dawn questionou, sua voz carregada de indignação. — Enlouqueceu de vez? Lembre-se de que não devemos ter contato na escola!
— Não é isso, sua idiota! — Darwin respondeu, soltando um suspiro. — É sobre o que aconteceu na sua sala, e sugiro, pelo bem do seu amigo, que ele não roube o namorado de outra pessoa. Claro que isso é impossível, considerando que se trata de Drake!
Um silêncio pesado se instalou, pouco antes de minha amiga desferir uma joelhada certeira nas partes sensíveis do irmão, que caiu no chão, gemendo de dor enquanto segurava suas preciosidades.
— Me explique por que fez isso! — Darwin exigiu. — Só entreguei a mensagem que uma das subordinadas da Sierra me informou pessoalmente quando ela me mandou uma mensagem!
— Sierra acha que podemos ter medo dela? — Dawn perguntou, depois riu com divertimento.
— Ela pode tornar a vida de vocês, especialmente a do Drake, um verdadeiro inferno, acredite em mim! — Darwin disse sombriamente. — Amigo, estou apenas avisando!
Se fossem nossos "eus" antigos, talvez tivéssemos temido uma garota mimada e rica como Sierra. Mas depois de tantas missões, de lidar com pessoas que faziam ameaças, de adultos que me olhavam com olhos vingativos, por que deveríamos temer a filhinha de papai?
— Então, diga a ela para vir! — Dawn falou com seriedade. — Não temos medo dessa garota de quinta categoria!
Darwin olhou assustado para a irmã, que sorriu e mandou um beijo no ar.
— Se esse for o seu recado, preciso ir! — Dawn disse, virando as costas para o irmão ainda caído no chão, segurando suas partes doloridas.
Não consegui evitar rir, e Nicky ao meu lado também se divertiu. Balancei a cabeça enquanto saímos de nosso esconderijo.
— Parece que ela estava esperando há muito tempo para dar aquela joelhada! — Nicky comentou. — Na escola, Dawn é tão centrada, raramente usa a força com alguém daqui.
— Verdade, embora haja alguns merecedores! — Eu disse, dando de ombros. — Vamos esperar por ela aqui e depois resolveremos o assunto de Annabelle não ter respondido!
Nicky assentiu, e poucos minutos depois, Dawn se juntou a nós. Continuamos nosso caminho.
Descemos as escadas, e quando percebi, estávamos em frente à porta do galpão.
Como não havia ninguém por perto, Nicky abriu a porta, e entramos. Observei o interior, que estava um pouco desorganizado, com várias cadeiras e mesas quebradas em um canto, completamente sujas.
Avancei ainda mais no galpão, indo até o local onde guardava o instrumento que mais amava naquela sala. Sentei-me em frente ao teclado, que já estava bastante desgastado, e olhei para a tela do computador, vendo meu próprio reflexo.
— Reúnam-se! — ordenei aos meus amigos, que se posicionaram ao meu lado.
Liguei o computador e comecei a digitar a senha de ativação do local. Meus dedos se moviam habilmente sobre as teclas, e isso me acalmava, pois sempre que tocava em um teclado de computador, lembrava do que me fez apaixonar por essa área da computação.
Mesmo que eu não admitisse ou não conseguisse lembrar do rosto dele, ouvindo meu pai, Cezar, contar histórias sobre ele, me incentivou a me envolver com a computação para me sentir mais próximo dele.
Ouvi um clique seguido do suave movimento de engrenagens, e o espaço onde o computador estava instalado começou a se deslocar. Uma pequena entrada se materializou diante de nós, e com uma sensação de admiração, percebi que você havia equipado este lugar com dispositivos de espionagem.
Um holograma surgiu diante de nós, controlando esse espaço, o que foi a melhor inovação que a agência poderia ter feito para evitar que tivéssemos que sair da escola para buscar equipamentos.
— Bom dia, agentes! — Cumprimentou o holograma, a quem chamávamos de HP. — Não recebi nenhuma mensagem indicando que vocês teriam uma reunião hoje!
— Precisamos falar com Annabelle! — Dawn anunciou, e HP assentiu antes de desaparecer.
No lugar dele, Annabelle surgiu, vestida inteiramente de preto e segurando os óculos nas mãos.
— Agentes! — Cumprimentou Annabelle. — O que desejam discutir comigo?
— É sobre a joia! — Eu disse. — Queremos saber o que ela é!
— Vocês estão demorando a nos dar uma resposta, mesmo depois de Santiago prometer que falaria conosco sobre isso! — Dawn acrescentou, e a expressão de Annabelle mudou para confusão.
— Sobre a joia, entendo que vocês estejam curiosos, mas meu filho não me disse nada sobre isso! — Annabelle explicou. — Não o vi na noite passada, e só sei que a joia foi entregue para testes!
Isso me pareceu estranho, pois Santiago sempre foi meticuloso em relatar tudo a Annabelle.
— O que exatamente é essa joia? — Nicky perguntou.
— Ela é uma parte de um meteorito eletromagnético! — Annabelle respondeu. — Ela só se ativa quando está em contato com algo tecnológico ou que tenha o mesmo material em sua composição. Todos os nossos equipamentos avançados usam uma parte desse meteorito em sua fabricação!
— E por que a joia estava com aquele homem rico? — Dawn indagou.
— Parte do meteorito foi perdida anos atrás, e a joia foi encontrada recentemente. A pessoa que a possuir pode controlar a sociedade ou até destruir todas as agências do mundo! Ela emite uma energia magnética poderosa, e se for usada corretamente, pode resultar em avanços tecnológicos incríveis. Mas se cair nas mãos erradas, pode causar o caos! — Annabelle explicou. — A parte maior do meteorito está guardada na agência principal, mas essa pequena joia pode desencadear um caos sem precedentes no mundo!
— Então o homem que nos atacou ontem... — Nicky começou a dizer.
— Deve ter sido um androide construído com outra parte da joia — Annabelle concluiu. — Há pessoas que conhecem a existência do meteorito e conseguiram obter alguns resquícios do mineral dele.
As palavras de Annabelle ecoaram em nossas mentes, revelando a gravidade da situação. Aquela pequena joia, parte de um meteorito com poderes magnéticos, tinha o potencial de causar estragos inimagináveis no mundo se caísse em mãos erradas.
Enquanto absorvíamos essas informações, ficou claro que o homem misterioso que nos atacara no dia anterior estava ligado à joia, possivelmente sendo um androide alimentado pelo mineral do meteorito.
Dawn, Nicky e eu trocamos olhares preocupados. Enfrentar uma ameaça tão poderosa era algo que ultrapassava nossas missões usuais.
— Annabelle, o que devemos fazer agora? — perguntei, sentindo a pressão do momento.
Annabelle suspirou, sua expressão revelando a seriedade da situação.
— Primeiro, precisamos garantir que a joia esteja segura e fora de alcance de qualquer pessoa mal-intencionada. Vou enviar uma equipe para recuperá-la o mais rápido possível. Quanto a vocês, agentes, continuem a manter um olho aberto. Esta situação está longe de ser resolvida, e precisaremos de toda a sua astúcia e habilidades para proteger essa joia e evitar que caia nas mãos erradas.
Assentimos, compreendendo a gravidade da missão que se desenhava diante de nós. Era uma responsabilidade que não podíamos ignorar.
— Faremos o que for preciso, Annabelle. — Dawn assegurou, sua determinação inabalável.
— Mantenham-me informada sobre qualquer desenvolvimento. — Annabelle instruiu antes de desaparecer, deixando-nos com uma sensação de urgência e incerteza.
Deixamos o galpão e retornamos à escola, cientes de que nossas vidas haviam se tornado ainda mais complexas e perigosas. Enquanto enfrentávamos os desafios do dia a dia como estudantes, agora também carregávamos o peso de uma missão secreta, protegendo uma joia com o poder de moldar ou destruir o mundo. Era um fardo que estávamos dispostos a suportar, pois éramos agentes, e nossa lealdade à causa era inquebrável.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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