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Lucy estava sentada no trem, mas dessa vez estava sozinha, ela precisava urgentemente pagar seu aluguel e se pegasse mais uma missão com o amigo ela estaria arruinada .Perdeu a conta de quantas vezes teve que dar praticamente toda a quantia da recompensa para pagar os prejuízos na cidade, mas dessa vez ela precisava pegar a quantia certa para seu aluguel.
Estava um pouco chateada por estar indo sozinha, mas ela não tinha outra opção a única pessoa que ela tinha certeza que não iria destruir nada na cidade, já estava em uma missão, nunca amaldiçoou tanto a amiga de cabelos azulados por ir em uma missão com outra pessoa, que não fosse ela. Os demais integrantes da Guild ela não podia confiar pois tinha noção que algum deles acabaria destruindo tudo, montar um time então? Pior ainda.
Por sorte havia conseguido uma ótima missão, não era difícil o que facilitava seu serviço. Aparentemente algo evitava que certas coisas entrassem na floresta e apenas magas brancas poderiam entrar, mas não era nenhum tipo de monstro ou maldição. A floresta começou a agir assim de um dia para o outro, o que fez com que Lucy estranhasse aquilo.
Depois de um tempo ela chegou na cidade, na qual não era familiarizada, mas não era tão longe da cidade onde se localizava sua Guild. Ela foi até o local que o papel informava sobre a pessoa que havia feito o pedido de missão, notou que era uma farmácia com produtos naturais.
Chegando lá, percebeu que uma senhorinha estava lhe esperando com um sorriso sem dentes, era muito bondosa e possuía um jeito meigo de conversar, ela explicou a missão como contasse para uma neta uma nova história de ninar .Não era difícil ─ pelo menos, para um mago ─ era entrar na floresta e pegar flores brancas com pintas pretas , por usa idade avançada não podia fazer tal ato. A velha senhora poderia pedir para alguém de sua família, mas ninguém conseguia entrar na tal floresta que barrava tudo que não fosse de magia branca, ou no caso de Lucy, uma maga branca.
Quando ficou de cara com a floresta ficou surpresa ao ver que ela não passava de uma floresta comum. Achou que teria algum tipo de barreira ou que fosse parecer como aquela de filmes de terror. Era um local muito verde e cheio de vida, ela andava com cuidado para não pisar em nenhuma flor, tinha medo que qualquer coisa, mesmo que pequena, fizesse a floresta se voltar contra ela.
─ Quem diria que conseguiria uma missão tão fácil, sem contar a recompensa que vai pagar meu aluguel ─disse animada enquanto procurava a tal flor.
Lucy estava tão distraída procurando a flor que não reparou na raiz de uma arvore e acabou tropeçando nela, para seu azar havia um barranco ali, mesmo que pequeno, fez com que a loira caísse e ficasse com a cara no chão ─ claro que ela rolou um pouco na grama antes disso ─ ficando em uma posição um pouco desconfortável.
─ Você está bem? ─ perguntou uma voz suave.
Lucy reconheceu a voz a deixando um pouco com medo e nervosa, ela se levantou sem jeito e se afastou andando de costas o mais rápido possível, o que resultou em outra queda .Ela reclamou alto se esquecendo quem estava a sua frente, mas logo se lembrou e olhou assustada para o dono da voz.
─ Eu... eu não quero lutar ─falou um pouco assustada. ─Por favor, me deixe ir.
─ Não vou Machuca-la ─disse calmo se aproximando. ─Só fiquei curioso em ver alguém aqui, achei que ninguém pudesse entrar na Floresta.
─ Bem não pode, mas pelo que entendi usuários de magias brancas conseguem. Ou magos brancos já que utilizamos esse tipo de magia ─se levantou ainda com certo medo. ─Então... você não vai me matar?
─ Não, por qual motivo eu faria isso? ─perguntou confuso.
─ Não é isso que o famoso mago negro faz? ─ respondeu com uma pergunta, ficando um tanto relutante em conversar com o mago negro e achou confuso ele agir daquela maneira, afinal aquilo era um tanto obvio. Magos negros matavam as pessoas, então como o outro fez tal pergunta. ─ Sem contar, que tentou me atacar na ilha a 8 anos atrás.
─A... aquilo ─ficando um pouco chateado. ─Eu juro que não tive intenção, eu não consigo controlar minha maldição e acabo machucando as pessoas. Sei que minha palavra não vale muita coisa, mas nunca quis machuca-la.
Lucy sentiu algo dentro de si lhe dizendo que podia confiar naquele rapaz a sua frente, percebeu a expressão que ele tinha, era tão triste e melancólica .Não parecia o tipo de pessoa que matava tudo a sua frente, sem contar que não sentia nada de ruim vindo dele, nem mesmo uma sensação de morte ou assassina, o que era estranho já que 8 anos atrás havia sentido a sensação.
─ Estranho... Você não passa a mesma sensação de 8 anos atrás ─ disse com a mão no queixo, deixando o rapaz surpreso. ─É como se fosse outra pessoa.
─Sério?! ─ficando animado e abrindo um sorriso por conta daquelas poucas palavras. ─Sua magia também está bem mais forte! talvez sua magia faça algum tipo de escudo contra a minha. Afinal, você usa magia celestial, um dos poderes mais puros que o mundo magico já viu. Por conta disso talvez nenhuma maldição minha possa machuca-la.
─ Deve ser horrível essa maldição ─ vendo a expressão do mago um pouco triste. ─ Aproposito, poderia me mostrar aonde encontro uma flor branca com pintas pretas?
─ Não posso ─ vendo a garota ficar surpresa e tensa com aquela resposta ─-Não é que eu não queira, mas ela ainda não floresceu. Daqui 3 dias ela irá florescer, então terei o maior prazer de levava até a flor. Então acho que você não tem mais nada a se fazer nessa floresta no momento ─dando as costas para a maga celestial.
─ Espere! ─chamando a atenção de Zeref, que virou para encara-la. ─Eu posso lhe fazer companhia? Agora que sei que não vou ser machucada estando ao seu lado, achei que seria uma boa ideia conhece-lo melhor o tal mago negro assassino que todos falam por aí, assim posso tirar minhas próprias conclusões.
─ Por que está fazendo isso? ─ perguntou sério e confuso. ─Não tem motivo para ser gentil comigo, muito menos querer meu bem. Ainda mais depois do que fiz no passado, com vocês na ilha.
─ Sei como é... se sentir sozinho ─abrindo um sorriso triste. ─ Apenas queria te mostrar que não está sozinho e que só precisa de um amigo para conversar. Mas caso não queira, entenderei perfeitamente.
─ Não! Digo, eu adoraria ter sua companhia ─ficando sem jeito. ─Infelizmente não possuo uma casa, então teremos que nos acomodar no gramado ou em cima de pedras. Mas sei de uma arvore com frutas, posso pega-las se quiser.
─ Eu adoraria prova-las ─abrindo um sorriso fazendo com que o mago negro abrisse outro em resposta.
E assim foi o resto do dia de Lucy, ela ficou até tarde naquele dia conversando com Zeref, enquanto comia vários tipos de frutas que a floresta possuía. Ela ficou surpresa em se divertir e gostar de conversar com o mago negro, notou que possuía várias coisas em comum com o mais alto e que os rumores que todos falavam, não parecia em nada com o rapaz a sua frente.
Como não podia passar a noite na floresta ela resolveu voltar para a cidade, por sorte a senhora que tinha proposto a missão lhe deu um quarto. Lucy explicou a gentil senhora que a planta só poderia se abrir em uma determinada data, fazendo com que ela não se importasse com o tempo que demoraria, já que ela precisava muito daquela flor .Antes de se deitar Lucy mandou um recado para Mira, pois ela poderia ficar preocupada com sua demora.
E assim foram os demais dias de Lucy, ela conversava animadamente com o mago como se fossem amigos de longa dada, ficou imaginando como seria caso Zeref entrasse na guild, mas ela tentava não pensar nisso já que sabia que era algo impossível de se acontecer.
Então o terceiro dia chegara, Lucy estava animada para ver as flores, Zeref havia contado que elas se abriam com o luar da lua e era algo lindo de se ver. Ainda mais por elas desabrochassem perto do lago que a floresta possuía o que deixava todo o espetáculo mais belo.
Ambos estavam em frente ao lago esperando que desse a hora para as flores aparecerem, Lucy estava animada ao lado do mago que parecia um pouco nervoso ao lado da maga celestial que parecia não perceber seu nervosismo.
Então começou a tão aguardada hora, as flores começaram a brilhar fazendo com que o lago brilhasse refletindo mais a lua. Pequenos vagalumes começaram a andar em volta do lago pelo seu brilho e aos poucos as flores começaram a surgir. Elas brilhavam chamando a atenção dos vagalumes que pousavam em suas pétalas detalhadas. Lucy estava encantada com tudo aquilo.
─ Sabe eu nunca achei que poderia ver algo tão bonito junto alguém ─ Zeref disse chamando atenção de Lucy para si. ─ Esses últimos dias foram muito importantes para mim, eu nunca tive alguém ao meu lado sem ter medo de que algo de ruim pudesse vir a acontecer. Cada dia ao seu lado fora maravilhoso e completamente único para mim, nesses três dias eu vivi mais do que todos esses séculos que estive caminhando.
─Zeref... eu ─Mas foi interrompida.
─ Lucy eu gosto muito de você, gosto tanto que poderia fazer uma loucura estando junto de ti ─Tocando o rosto de Lucy que ruborizou com o toque. ─Mas não posso tê-la ao meu lado, não posso ser egoísta e acabar com sua vida, como já fiz uma vez no passado, andar comigo é perigoso e arriscado. Sou uma bomba relógio, sem contar que sou alguém que é constantemente perseguido pelo conselho magico.
─ Eu não me importo, você não é uma pessoa ruim! Se todos perceberem a pessoa bondosa que você é ... ─ficando chateada com o discurso do outro. ─ Não saia da minha vida, por favor, não aguento mais perder pessoas importantes.
─ Não sabe o quanto me alegra ao escutar isso ─abrindo um sorriso fraco.─ Mas não posso, espero que um dia possamos nos encontrar novamente e quando isso vier acontecer... Que as coisas estejam diferentes e propicias para ficarmos juntos. Mas lembre-se que eu nunca esquecerei os momentos que passei ao seu lado.
Lucy sentiu algo tocar seus lábios, fazendo com que fechasse os olhos e aproveitasse daquele momento, sentiu os lábios trêmulos de Zeref sobre os seus. Ele estava nervoso ao fazer aquilo, já que não sabia ao certo que aquele beijo seria fatal a maga celestial.
O toque foi sumindo e quando Lucy percebeu não havia mais ninguém a sua frente, ela encarou os lados procurando pelo mago negro e chamava pelo seu nome afim de encontra-lo, mas ela estava sozinha na floresta. Ela colocou a mão no lábio e fechou o punho, colocando sobre seu coração.
─ Isso não foi um adeus ─ olhou para a lua que parecia brilhar mais naquela noite, na qual fizesse que ela nunca deixasse de se lembrar daquele dia. ─ Eu vou encontra-lo novamente. E magas celestiais... Nunca deixam de cumprir com suas palavras.
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