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— Então, nervosa? - perguntou rindo sem desviar os olhos da estrada e eu assenti freneticamente.

— Acha? - mordi o lábio inferior e ele me encarou de relance.

— Acho. - soltou um riso leve e eu sorri quando ele colocou sua mão sobre a minha e apertou a minha, aquecendo a mesma.

— Já chegamos? - perguntei pela décima vez em 5 minutos somente para o irritar e dessa vez ele apertou minha mão com força, me fazendo puxar a mesma e dar um tapa nas costas da sua mão.

— Se você perguntar de novo eu te mato! - disse me encarando assim que parou no sinal vermelho e eu ergui uma sobrancelha para ele, cruzando os braços.

— Tem certeza? - desafiei.

— Toda a certeza do mundo! - respondeu com um sorriso de lado quando imperceptível.

— Você não consegue. - sorri e dessa vez ele ergueu uma sobrancelha.

— E porquê?

— Porque, primeiro, não iria conseguir ter nem uma semana de namoro comigo. Segundo, não iria me apresentar aos seus pais. Terceiro, nunca iria conseguir se casar comigo. Ah, e quarto, nunca mais iria rir ouvindo minha voz. - sorri de lado para ele, ainda de braços cruzados e ele sorriu levemente, mordendo os lábios para não revirar os olhos.

— Sabe que mais, eu não vou te matar. Mas porque eu não quero e não pelo o que você disse. - disse voltando a dirigir mantendo um sorriso de lado nos lábios.

Realmente, eu estava feliz. Sim, eu estava feliz. Tinha a melhor família do mundo, me entendia com as pessoas que amo, um namorado quase perfeito e por vezes, tinha medo de tudo ir por água abaixo e a felicidade desaparecer, porém eu tinha fé e por mais que o meu mundo caísse, eu iria lutar para o reerguer com sangue e suor!

O carro parou e eu olhei para a janela encontrando uma casa linda e simples. Não era uma mansão e nem uma casa pequena, não que eu me importasse. Era uma casa normal e com um jardim que mais demonstrava perfeição com todas as folhas e flores vivas e bem tratadas. Desci do carro para melhor encarar a estrutura da casa que era simplesmente fofa, sim, fofa.
Parecia uma das casas que a Netflix colocava as famílias para gravar um filme, o que deixava ainda mais convidativa, além do aroma das flores que eu tive que fechar os olhos para me deliciar do aroma.

Brandon abriu o portão da casa e nós entrámos, caminhando pelo passeio de pedras que dava a porta principal. As grades dos muros de fora tinham trepadeiras com flores rosadas que escondia todo o interior da casa.
Ele agarrou a minha mão e a apertou levemente, assentindo de seguida para me incentivar e eu apenas sorri levemente para ele.
Chegamos a porta principal e ele abriu a mesma que era de madeira brilhante, me dando passagem, entrei assim como ele que estava ao meu lado e fechou a porta.

— Chegamo...

— Ah! - soltei um grito um pouco assustado quando senti mãos rodearem minhas pernas com força.

Olhei para baixo e encontrei o rosto de uma garotinha de olhos castanhos claros e cabelos dourados acastanhados como os de Brandon. Ela tinha o queixo encostado no meu vestido e me encarava com um sorrido lindo nos lábios que me fez abrir um sorriso enorme.
Coloquei as minhas mãos em seus ombros e ela riu. A afastei um pouco de mim e me ajoelhei no chão querendo cumprimentar a mesma, porém ela foi mais rápida e me envolveu num abraço carinhoso e eu ri, sentindo suas pequenas mãozinhas me apertando quando a mesma pendurou seus braços a minha volta.

— Então você é a Serena. - sorri quando ela se afastou e ela assentiu com um sorriso de lado nos lábios.

— Sim, Honey. - eu ri tão alto que até a Serena começou a gargalhar. Encarei Brandon e o mesmo deu de ombros, também rindo.

— Eu já disse para não chamar ela de Honey, sua reninha! - ele disse e ela fez um bico, cruzando os braços.

— Ela é a minha Honey e não a sua, seu glão de Blão! - ela respondeu e eu ri levemente. — E me diz, poquêtlouxe ela hoje? Quelo explicações! - dirigiu um olhar desafiador pra ele, que tentava conter o riso.

— Deixa ele, Serena. Ele é um grão de Brão, mesmo. - disse e ela abriu um sorriso. — Quantos aninhos você tem? - perguntei e ela levantou 4 dedos entusiasmada.

Quatlo anos! Não aninhos! - fez um bico e eu sorri. — Eu sou uma menina bem glandinha, tendeu? - eu assenti e ela riu novamente.

— Uma menina grandinha e muito linda, não é? - perguntei e ela assentiu, fazendo o sorriso reaparecer em seus lábios rosados.

Ela usava um vestido branco com flores coloridas estampadas e uma fita rosa com um lacinho circulava a sua cintura. Sapatos rosas estavam em seus pés e seus cabelos loiros presos num rabo de cavalo no topo da cabeça. Parecia uma princesinha em miniatura, adorável e fofa, com a falta de alguns dos dentes.

— Eu sou linda, mais linda do que o mano Blão! - eu ri alto e Brandon revirou os olhos com um sorriso nos lábios. Eu iria aderir a maneira como ela chamava o Bran de Blão, tentando dizer Brão.

— Eu concordo completamente. - e assim ela me abraça novamente e se afasta me dando um High-Five.

— Maninho, não deixa a Melissa desapalecel não, favolzinho!!! - ela pediu, encarando o irmão e eu fiz o mesmo, séria.
Ele me encarou por longos minutos, como se quisesse ler algo em meus olhos, mas eu deixei minha expressão neutra e ele abriu um sorriso, depois encarou Selena, se ajoelhando e pegando nas mãos da pequena.

— Eu nunca a deixaria desaparecer e muito menos fugir, Serena. Nunca! - disse me encarando e eu sorri, envolvendo o mesmo em um abraço forte.

Ele depositou um beijo na minha testa, depois que se afastou, e sorriu, me ajudando a levantar com um puxão forte que me fez bater com força em seu peito e quase caímos pela falta de equilíbrio.
Selena riu, chamando a nossa atenção e nós sorrimos.

— Você tem muito jeito com crianças. - eu e Brandon dissemos ao mesmo tempo, um para o outro e rimos.

— Tenho a certeza que será uma boa mãe. - piscou pra mim e eu tapei o rosto, envergonhada.

— Idiota. - resmunguei.

— Ele é um idiota, mesmo. - uma voz mais velha e gentil preencheu o local e eu arregalei os olhos, me endireitando para encarar a mulher que entrava na sala.

Seus cabelos era castanhos e volumosos, indo até um pouco acima da sua cintura, seu corpo era de uma mulher normal e ela não usava jóia alguma, apenas a sua aliança. Usava calças jeans cintura alta e uma blusa branca com a parte de frente regulada em suas calças, enquanto chinelos calçavam seus pés. Ela era baixinha, uns 10cm mais alta do que eu e era linda, e simples. Completamente normal!!
Seus olhos eram azuis claros e ela tinha um sorriso de lado, exatamente igual ao de Brandon, nos lábios, caminhando em minha direção.

— Não fique tão séria, assim eu me sinto assustadora. - ela riu e eu ri também. — Me chame de Sofya ou sogra. - disse sorrindo e parando a minha frente e eu assenti, soltando uma risada de seguida.

— Ainda não me imagino chamando a senhora de sogra. - digo e ela revira os olhos.

— Acabou de me chamar. - disse e riu. — E não me chame de senhora, ainda sou jovem, Melissa. - disse e eu assenti.

— É o que todos os pais dizem. - digo e ela faz um biquinho, rindo de seguida.

— Me chame de velha de novo e eu bater você com tanta força que nem o Google vai conseguir te encontrar.

— Sim, Sofya. - gargalhei e ela também.

— Ah, meu filho chegou. - disse e passou o braço pelo pescoço do mesmo, estragando o cabelo organizando ele, enquanto Brandon tentava se livrar do aperto da mãe.
Eu apenas gargalhava com Serena do meu lado.

— Mãe!! - resmungou e assim, ela parou.

Sem nem olhar para ele, Sofya me encarou e me fez um sinal com a cabeça para a seguir, e assim eu fiz, mas sem antes encarar Brandon que riu e pegou a sua irmã no colo e saiu, indo para o jardim.

Entrámos na cozinha, que era dividida da sala apenas pela ilha da bancada de mármore. Era uma casa normal americana, bem espaçosa e era open space.
Bem decorada, vasos pretos com orquídeas brancas estavam espalhados pela casa dando um ar mais natural.
Os sofás estavam um pouco mais a frente, de lado, da porta, onde a luz do sol entrava pelas grandes janelas dando iluminação natural ao local. Os sofás eram brancos, assim como a caixa de gesso em que o televisor estava fixado. As paredes ela brancas e alguns quadros floridos davam cor as mesmas.
Do outro lado da porta, um pouco mais afastado, estava a mesa de jantar com uma orquídea num vaso transparente no meio da mesa de vidro. As cadeiras pretas e brancas eram 6 e estavam espalhadas pela mesa inteira, que ficava de frente para a cozinha.
Uma decoração clássica e linda, com janelas enormes de correr espalhadas pela cada.

— Melissa, você vai me ajudar na cozinha. - diz e eu assinto, com um sorriso e vejo ela sorrir.

— O que eu devo fazer? - perguntei e ela apontou para o fogão, onde uma panela estava ao lume.

Me aproximei do fogão que tinha um molho branco, que deduzi ser para uma lasanha.

— Vamos fazer uma lasanha? - perguntei e ela assentiu, ainda com um sorriso no rosto.

Terminei o molho branco e comecei a ralar o queijo e a fazer o molho de tomate para juntar a carne.

— Então, Mel. Você realmente gosta do meu filho? - ela perguntou, pousando a faca na tábua e parando de cortar a cebola para me encarar.
Engoli em seco e afinei o lume, para nada queimar na panela.

— Sim, Sofya. Eu realmente gosto do seu filho. - respondi seriamente e sem querer, deixei escapar um sorriso.

— Esse sorriso disse tudo. - ela sorriu e eu molhei os lábios, sorrindo. — Mas, eu quero pedir um favor...

— Eu não vou machucar o Brandon. Se depender de mim, nada vai acontecer. - eu disse e ela assentiu. Soltei um suspiro. — Mas eu tenho medo. - encarei o chão.

— Eu sei. - levantei a cabeça quando senti sua mão repousar no meu ombro. — Mas não tenha. Se algo acontecer, não será culpa de ninguém e isso é um facto. Eu sei que tem medo de se machucar, todas temos, ter o coração partido é o pior sentimento do mundo, depois da perda de alguém, quando o amor é verdadeiro. - disse e eu assenti, com os lábios comprimidos.

— Eu sei que nós vamos brigar, vamos nos machucar, mas eu tenho medo e nada pode mudar isso. Eu amo o seu filho, Sofya, é por isso que tenho medo, porque acima de tudo, não quero perder ele. - e sem mais uma palavra, ela me abraçou fortemente e fungou.

— Eu não estou chorando, são as cebolas. - disse e eu ri, acariciando as suas costas. — Cuida dele para mim. - pediu e eu sorri.

— Sempre. - respondi e assim o nosso tempo na cozinha passou. Jogando conversa fora até terminar o almoço.

— Brandon!! - Sofya chamou e o filho logo apareceu com Serena ao seu lado.

— Senhorita Sofya? - perguntou com um sorriso de lado e ela riu.

— Vai colocar a mesa. - disse e ele assentiu, mas antes, piscou pra mim e sorriu.

— Sim, madame.

— Obrigada, monsieur. - mandou um beijo pra ele e ele fez uma vénia, antes de sair.









Tudo perfeito, até demais... Heheh

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