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Melissa Stuart
Uma parte de mim pensou em desviar rapidamente, a minha parte ainda com sanidade, porém a Melissa absorveu a voz da sanidade fazendo eu esquecer completamente o que fazer e também, não haveria de perder a oportunidade de deixar aquele projetinho de mini-saia de avião além de indignada e totalmente sem chão de tanto que ía bater com o pé.
E então apenas sinto seus lábios de encontro com os meus, seu toque é delicado, doce. E para finalizar, meu órgão danificado, começa a disparar dentro do meu corpo, me deixando em um mini estado de choque. Bom, quem não estaria? Sempre sente-se um pouco de adrenalina nesses momentos e eu não seria a primeira a simplesmente não sentir absolutamente nada.
O beijo continua, seu toque sendo delicado, ele coloca sua mão livre por cima da minha bochecha, depositando um leve carinho no lugar e me fazendo sentir uma esquentadinha no mesmo local que havia tocado, porém quando ele está prestes a aprofundar aquele beijo delicioso e calmo que eu desconheço, que por mais que eu quisesse negar por estar beijando um conhecido totalmente desconhecido, que o beijo era bom, a minha sanidade esmurra tudo e me faz finalmente voltar a mim.
Abro os olhos que estavam fechados e dou uma ligeira encarada para o lugar onde a aeromoça que a poucos minuto se encontrava, havia sumido, sem pensar duas vezes, algo que com certeza eu deveria ter feito, me afasto bruscamente do garoto e automaticamente acabo por dar um tapa não tão forte no rosto do mesmo, que o fez arregalar os olhos e colocar a mão no seu rosto que estava um pouco virado para o lado.
— O que deu em você, seu idiota! - tento manter a voz calma e ele me encara ainda com os olhos arregalados, mas logo volta ao normal e eu sorrio por dentro.
Gostaria de ser abençoada com a paciência desse ser humano.
— Por quê me bateu? - retruca com uma pergunta e toca no seu rosto novamente.
— Porque eu... Desculpa. - resmunguei. O nervosismo era muito e eu queria saber por que demônios ele tinha me beijado. Mas quando deixo a minha atenção direcionada para ele, o garoto apenas sorri, sorri de lado e eu sem pensar, elevo a mão pronta para deixar outro tapa no rosto do mesmo, porém me controlei, respirei fundo e recuei calmamente.
— Me faz o favor de tirar esse sorriso da sua cara? Obrigada, e de nada! - peço com os lábios reprimidos e viro o rosto para o lado contrário.
— Primeiro, não era necessário ter me dado um tapa, garota. Segundo, você não tem direito nenhum em controlar as minhas expressões faciais. Sinto muito. - sinto ele se aproximar ao proferir as últimas palavras.
— Para a sua solene informação, eu tenho um nome! - olho para o mesmo, que não tira o seu olhar do meu, assim como agora mantém uma expressão séria.
— E qual seria o seu nome?
— Não é - faço uma curta paragem. — da sua conta! - falo alto no seu ouvido.
Ele se afasta rapidamente de mim e coloca a mão por cima de seu ouvido, e eu, sem pensar duas vezes, desato a rir sem me preocupar com ninguém.
Ele apenas me encarava, me encarava de uma maneira bem estranha, mas eu apenas ignoro e coloco meus fones, ouvindo Radioactive dos Imagine Dragons.
Depois de longos minutos, a moça que eu julgava ser uma aeromoça se sentou numa das fileiras de cadeiras do avião, onde um grupo de meninas a acompanhava, o mesmo grupo que ela encarou quando eu fingi ser namorada do garoto do avião. As meninas riam da morena que usava roupas parecidas com a de uma aeromoça. Eu me levantei, passei pelo garoto do avião que estava dormindo e caminhei lentamente, ao fim de ouvir o que diabos estava acontecendo.
Me julguem!
— Eu disse que não iria funcionar, vocês são bestas. Estamos num avião, não numa balada ou festa em que você vai e pega o cara que quer, você poderia ter brigado com a garota, poderia ter arranjado problemas. - falou a única que parecia ser sensata no grupo.
— Era só uma brincadeira. - outra se pronunciou.
— Uma brincadeira de muito mau gosto. - voltou a resmungar, a sensata.
— Enfim, já passou, deu errado e eu deveria me desculpar com o casal. Foi vossa culpa, eu agi mal, ela parecia que iria me matar com os olhos. - disse a "aeromoça".
— Você não precisa se desculpar coisa nenhuma, ela nunca deveria ter falado com uma aeromoça do jeito que falou. - alguém fala e ela ri.
— Acontece que eu não sou uma aeromoça, eu só estou aqui porque a minha mãe quis que eu fosse uma "estagiária". E pareceu que ela sabia muito bem disso, ainda mais eu estava flertando com o namorado dela e respondi muito mal, assim como ela. - a "não aeromoça" disse. Eu sabia que algo estava errado, é muito jovem, jovem demais.
...
A viagem até New York acabou por ser muito mais longa do que o previsto e para minha maravilhosa felicidade, o ser ao meu lado não parava de me perturbar, tentando falar comigo de todas as maneiras possíveis. Ele continuava impedindo minha transição para Nárnia, o que não pode ser desculpado.
— Poderia agir como um adulto e se comportar? - pergunto sem dirigir a minha atenção para ele, mantendo os olhos fechados.
Olha só quem está falando de ser adulta.
— Não! - oh, você está pedindo uma sentença de morte, garotinho. Está acabando com a paciência que eu não tenho.
— Ok! - abro os olhos, tiro os meus fones deixando os mesmos pendurados no meu pescoço e sorrio para o mesmo. Me levanto, pego o que era meu e peço passagem ao mesmo, pronta pra sair dali... Sem saber pra onde ir, mas enfim.
E 3...2...1...
— Espera, tudo bem! - ele resmungou, segurando meu braço.
Isso sempre resulta!! Eu vi num filme.
Sorrio internamente e me viro para ele, ainda com uma cara séria.
— Não me toca, seu projeto de Ken! - puxo meu braço do seu aperto, mas é em vão, pois ele é muito mais forte. — Pode me soltar?
— Qual é a palavra mágica?
— Ah não, eu não vou dizer isso, muito menos para você. Não faz parte do meu vocabulário, entendeu? - não iria pedir por favor para ele, um completo estranho que me beijou e está me perturbando. Não mesmo!
— Então eu não te solto, Barbie! - ele diz e deixa uma risada.
Como se tivesse piada! Estúpido.
— Me larga logo! E eu tenho nome,seu estúpido!
— Simplesmente diga a falar a palavra mágica que eu te solto, Barbie. - e nem me venham com essa de que isso é fofo, porque na minha belíssima mente, isso é estúpido e nada mais, o Garoto do Avião é um estúpido!
— Então pra você meu nome é Garoto do Avião? Uhm, é interessante.- pelo amor de Deus, de novo não. Eu tenho que aprender a controlar a maldita da minha boca, Santo Senhor. Isso não para de me acontecer, eu penso que penso e quando dou por mim, minha boca ganha vida e fala sozinha. Maravilhoso, simplesmente maravilhoso.
— Talvez! - viro a cara bruscamente, o que fez meu cabelo bater na cara dele, muito de leve, como nas cenas de filme.
Afinal acontece.
— Você realmente precisa de um novo vocabulário, assim como precisa aprender a controlar a sua vontade de bater nas pessoas e o seu... Cabelo, Barbie! - ele abre aquele lind... Horrível sorriso e eu sinto vontade de dar um surra na cara desse garoto. — Nem todo mundo é como eu estou sendo com você, depois de tudo que fez.
Tudo na violência, infelizmente ele tem razão.
— Pode me soltar e tirar esse maldito sorriso da sua cara? - peço e ele ri. - Seguranças! - grito e no mesmo instante ele me solta, me encarando com as sobrancelhas franzidas.
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