|2|
Baby, I'm dancing in the dark, with you between my arms
Barefoot on the grass, listening to our favorite song
I have faith in what I see
Now I know I have met an angel in person
And she looks perfect
I don't deserve this
You look perfect tonight
- Ed Sheeran
⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️⚫️
Melissa Stuart
O caminho foi mais longo do que o esperado, devido ao trânsito que parecia não ter fim. Porém eu e minha tia passamos o tempo cantarolando várias músicas que eu coloquei pra tocar na aparelhagem ligada ao meu celular.
Direciono meu olhar para a janela apreciando a vista que hoje se desponibilizava para mim, as árvores na borda do rio, as estátuas que pareciam ter vida, o sol brilhante com os pássaros voando pelo céu. Saber que eu não poderia apreciar essa vista durante um tempo indefinido dava um aperto leve no coração e me deixava sem graça. Esta cidade sempre foi minha casa e agora estava sendo tirada de mim, por causa de Miranda e seu egoísmo.
Por fim, depois de longos minutos, senão horas, chegamos ao aeroporto. Finalmente, eu já não aguentava o barulho insuportável das buzinas daqueles brinquedos com rodas, que chamam de carros. Desço do carro e acabo por não medir a força que uso para fechar a porta, que acaba por levar uma parte dos meus nervos com ela. O barulho ecoa é um sorriso escapa dos meus lábios, porém eu tinha chamado atenção das pessoas a minha volta. Virei levemente o rosto e apenas vi minha tia me encarando incrédula, enquanto piscava freneticamente os olhos.
Por favor, não me dê bronca.
O que eu posso fazer? É o meu último dia, se for pra levar bronca, vai ser com motivo.
— O que foi? Nunca fecharam uma porta na vossa vida? Ou se apaixonaram pelo meu bom gosto? — aumento o meu tom de voz para ter certeza de que os que me encaravam pudessem ouvir e sorri sarcasticamente quando as pessoas reviraram os olhos e começaram a cochichar umas para as outras sobre mim. Ao fundo, numa outra entrando para o aeroporto vejo um garoto sorrir com o que eu falei, algo que normalmente nunca acontece já que todos ficam com raiva de mim. Ele não desviava seu olhar de mim e algo nisso me irritou. Ele continuou me encarando e eu continuei foçada no seu rosto.
Ele é bonito.
Se ele estava procurando algo, com certeza falharia miseravelmente pois eu não deixaria nada transparente. Seus olhos eram azuis, acho que isso diz que entrei num livro de romance? Nem por isso.
Seu cabelo era castanho com as pontas loiras quase douradas, ele tinha um rosto bonito, não vou mentir.
Parecia uma estátua parada no meio do aeroporto, sinceramente, procura o que fazer. Revirei os olhos e me virei, dando as costas para o mesmo e caminhando até minha tia que falava ao telefone.
— Melissa, venha buscar suas coisas, está quase na hora do seu vôo! - chamou a mulher de cabelos negros e eu apenas assenti enquanto ela terminava sua chamada.
Minha bagagem já tinha sido levada e despachada, estávamos dentro do aeroporto e eu fui a procura de algo pra beber, já que me garganta estava implorando por água.
E advinhem, esbarro em alguém, tinha que acontecer! Tal como nas cenas de clichê, apenas fecho os olhos esperando cair sentada no chão, mas não, tinha que ser algo muito pior, sinto algo grudento colar na minha pele e ao mesmo tempo, sinto um braço enrolar a minha cintura me segurando pra não cair. Poxa, custava deixar eu cair no chão?
Que clichê! Eca!
Abro os olhos sentindo um olhar queimar minha pele enquanto me observava, ergo o olhar e encontro um par de esferas azul-ceano olhando diretamente para mim.
— Pode me largar? - pergunto com os lábios espremidos é completamente desconfortável com a situação. Ele assente e retira seu braço da minha cintura. Porém ele acabou por me sujar ainda mais com o que parecia ser um sorvete.
Ah, agora você vai ver que comigo não se mexe e muito menos pode me sujar!
Eu apenas dou um grito estridente enquanto o rapaz me encarava sem entender nada e aparentava ter ficado assustado. Acabo atraíndo alguma atenção das pessoas que estavam a nossa volta, e sorrio divertida para o garoto que parecia perdido.
Que pena.
— Seu pervertido! - grito ainda mais alto e encolho os braços assim que o empurro para longe. — Onde já se viu agarrar alguém dessa maneira? - mudo meu tom de voz colocando um cheio de medo e em fração de segundos, tinha uma espécie de roda com gente nos encarando. — Se você me tocar de novo eu chamo a polícia, não pense que sairá impune! - berro e vejo minha tia apenas me encarando com um olhar de reprovação no rosto, mas contendo o riso. Olho para o garoto á minha frente e vejo o mesmo completamente desorientad, com uma expressão indescritível no rosto. Dou um sorriso de lado e mordo a bochecha interiormente para conter uma gargalhada.
— Olha aqui! - ouço uma voz masculina grave, mas doce. — Eu tento impedir você de cair e você me chama de pervertido? - ele pergunta irritado, sorrio no ombro da minha tia, agora sim, ele entrou na cena! Eu podia ver a irá nos seus olhos assim como parecia não estar entendendo nada.
Luzes, Câmera e Ação!!!
— Não acredito que você está dizendo isso, você estava tentando me agarrar a força e eu tenho provas! — faço a melhor cena de vítima e aproveito o hematoma que surgiu ontem a noite, é uma longa história, e faço o mesmo ser visível para as pessoas que fazem o típico barulho de choque, "ohhhh", e ele apenas olha para mim com aquele olhar de " O que tá acontecendo aqui? O que você está fazendo?"
Quem não iria acreditar numa garota chorando e ainda mais, que tem um hematoma no braço e faz olhinhos de gatinho molhado querendo comida, huh?
Abri um sorriso imenso e me aproximei do garoto de olhos azuis, parando ao seu lado. Encarei as pessoas que estavam olhando a cena com curiosidade estampas anos olhos e diz uma vénia.
— Espero que tenham apreciado a nossa futura peça de representação. Gostaram? — perguntei e as pessoas começaram a murmurar várias coisas enquanto aplaudiam.
Mordi o lábio e me conti pra não rir quando vi a expressão de irritação no rosto do garoto de olhos azuis. Apenas pisquei pra ele e gargalhei alto, assim que as pessoas se dispersaram. Sou louca? Sim, mas prefiro criativa.
Bem, eu sou.
Quando finalmente consigo parar, olho para ele.
— O que você pensa que fe...
— Primeiro, sinto muito. Mas vai me dizer que não gostou da minha representação? - interrompo ele e sorrio enquanto em passos lentos, vou me aproximando do mesmo. — Foi uma representação digna da Netflix. - rio e ele sorri minimamente. — O que foi? Nunca me viu? - pergunto quando o mesmo fica me encarando por longos minutos.
— Para dizer a verdade, não, nunca! — a voz grave e rouca preenche meus ouvidos e depois disso, ele sorri. — Você é meio que..
— Louca? — ele assente. — Meio não, querido, inteiramente louca, sim! Mas prefiro criativa.
— Prazer em te conhecer, meu nome é B..
— Obrigado, mas não obrigado! — giro rapidamente, me afastando do mesmo é caminho na direção da minha tia, que me esperava de braços cruzados.
Que bom que não o verei nunca mais na minha vida!!!
— Desculpa, tia Kassie, mas o meu último dia aqui tinha que ser relembrando para a história. - eu digo e sua expressão não muda. — Desculpa pelo seu carro também, mas vai dizer que a representação não foi legal? - sorrio com expectativa e em troca recebo um tapa no topo da minha cabeça.
— Você ultrapassa os limites que não deveria ser ultrapassados, sinceramente, Melissa. - ela diz de olhos fechados, com os braços cruzados e a cabeça ligeiramente abaixada.
Mordi o lábio inferior, pronta pra me desculpar. — Mas bem que foi uma boa representação e você terminou as coisas de um jeito interessante. Porém se eu estivesse no lugar daquele rapaz, nem imagino o que faria. Ele deve ser um verdadeiro cavalheiro. - ela diz, com o queixo apoiado na mão e a fração de um sorriso nos lábios.
— Não sei o que dizer. Mas vou ao banheiro, preciso limpar... Isso. - aponto para o meu braço, indicando a parte suja e ela apenas assente, enquanto se dirigia a uma das cadeiras de um café que tinha ali perto.
Caminho sem pressa até o banheiro, apreciando a estrutura de vidro do aeroporto. Era uma arquitetura magnífica, alta e bem organizada, o teto deixava a luz do sol entrar como se os raios que entravam fosse o brilho emitido por um diamante exposto à luz. O piso era brilhante e o ar gelado devido aos inúmeros ar-condicionados ligados, tinha vários tipos de lojas, desde cafés e sorveterias, até correios, lojas de roupa e lembrancinhas; Postos bancários estavam cheios de pessoas, assim como lojinhas de doçarias, outros em fila de espera para fazer o check-in, outros apenas sentados e conversando para passar o tempo, assim como pessoas levantadas que encontravam conhecidos ou falavam ao telefone.
Desvio a minha atenção das pessoas ao meu redor e entro no banheiro, assim que o encontro. Me dirijo ao lavatório e pressiono o "botão" do topo da torneira, fazendo a água começar a jorrar. Lavo o meu braço, retirando o sorvete meio seco do mesmo e seco o mesmo. Encaro o meu reflexo no espelho, colocado uma parte do cabelo solto atrás da orelha, até que uma figura saindo de uma das cabines aparece também refletida no espelho; Uma loira de olhos avermelhados, vestida em um macaquinho branco com texturas coloridas e uma camisa curta preta, enquanto seu cabelo curto e liso estava solto e balançava enquanto a mesma andava. Ela sorriu levemente na minha direção e eu apenas retribuí.
A garota lavou suas mãos rapidamente, mas quando a água estava quase parando, sua mão roçou a boca da torneira, que por segundos, salpicou a água exatamente na minha direção, me fazendo dar um pulo pra trás e soltar um grito instantâneo, colocando as mãos à frente do corpo com a intenção de me protege.
— Foi mal. - disse depois de rir.
— Tudo bem. - eu respondi dando de ombros e me virei, pronta pra sair do banheiro.
Mas parei no mesmo lugar, continuando de costas pra ela, assim que a garota me chamou.
— Meu nome é Ámbar e o seu? - perguntou.
As pessoas realmente gostam de se apresentar.
— Melissa. - respondi e continuei, me retirando.
Depois de alguns minutos, ouço a voz irritante anunciar o meu vôo e depois de todo o processo estar feito, vou até minha tia, mesmo não estando pronta pra me despedir.
— Hey, olha pra mim. - ela pediu, e eu ergui meu olhar, tentando esconder o sorriso triste nos meus lábios. — Liga pra mim, Mel. Assim que você chegar, liga pra mim. Se precisar de algo, liga pra mim. Eu gostaria de dizer, caso queira voltar, apenas me avise, mas infelizmente eu não posso. - comprimo os lábios e baixo o olhar. —Gostaria que tivesse nascido minha filha. - ela diz as últimas palavras lentamente e essa foi a gota d'Água para eu sentir meus olhos arderem. Ergui a cabeça e ela me envolveu nos seus braços maternais, transmitindo tudo que eu precisava naquele momento.
– Você é minha segunda mãe. - sussurro abraçada a ela e a mesma me aperta mais contra ela.
— Vai logo, senão eu vou a tribunal e consigo sua guarda! - ela diz brincando e eu apenas reviro os olhos.
— Se for assim, eu nem vou. - digo e dessa vez ela revira os olhos.
— Tem uma boa viagem. - deseja e eu assinto, com um sorriso nos lábios.
Me viro, dando as costas a ela e caminho em direção a sala de embarque. Eu queria me virar e correr até ela, para a abraçar novamente, mas se eu fizesse isso, não iria conseguir a soltar. Por isso, ergui a cabeça e entrei na sala de embarque sem olhar pra trás.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro