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⚫️19⚫️

— Como é que é? - grito encarando Mariana.

— Sim, filha. As aulas começam hoje, e você tem 2 horas para se preparar. O motorista estará lhe esperando. Boa sorte. - sorri e sai do meu quarto.

— Argh!!! - grunho e me atiro na cama colocando o travesseiro sobre a cara.

— Se apresse! - minha... Mãe, grita do andar de baixo.

Apenas reviro os olhos e me dirijo ao banheiro.

ΔΔΔ

Saio do banheiro e caminho até o closet. Visto uma camisa branca, sim hoje estou na paz, calças pretas rasgadas no joelho e uma camisa xadrês preta e branca amarrada na cintura.

Desço as escadas com a mochila preta nas costas e me sento na cozinha encontrando Elizabeth.

— Mel, o que deseja comer? - sorrio para Eliza.

— O que você quiser me dar. - ela sorri e ri.

— Desde quando a menina me trata tão bem assim? - ela pergunta me encarando.

— Ah, Eliza, nem vem! - rio e pego meu celular. 

— Vá, Mel, coma e deixe esse celular. - ela diz me arrancando o celular e colocando um prato de ovos na mesa.

— Não! Eliza, não!!! Me devolva o celular. - choramingo e ela ri da minha cara.

— Assim que acabar de comer, eu te devolvo. - ela diz balançando o celular na minha cabeça.

Assinto com a cabeça começando a comer. Oh, meu Deus!!! Elizabeth tem mãos de fada, que sabor maravilhoso.

— No meu tempo a gente não vivia desses aparelhos. - Eliza disse enquanto lavava os pratos.

— Caso não saiba, eu não vivo no seu tempo. - digo revirando os olhos.

Ela apenas ri voltando ao trabalho. Mastigo lentamente enquanto Eliza mantia-se concentrada no seu trabalho naquela enorme cozinha americana. Branca, como a maioria dos cômodos da casa, era constituída por vários armários e uma "ilha" no seu centro.

— Ahm, Eliza, onde está Isabella? - pergunto levantando da mesa e caminhando com o meu prato até a pia, para deixar o prato.

— A senhorita Isabella já deve estar descendo. - sorri falando.

— ELIZABETH!!! - Isabella grita do andar de cima.

É só falar no diabo que ele aparece!!!

Quando se fala no diabo... - Ela diz como se tivesse lido meus pensamentos e eu rio quando ela revira os olhos.

Ouço o som de saltos descendo as escadas e reviro os olhos já me preparando.

— Elizabeth, eu chamei-a e você não veio! Pode me dizer onde estava? - ela pergunta com os braços cruzados batendo o pé no chão freneticamente.

— Aja paciência!!! - resmungo e viro para a encarar.
Isabella vestia uma blusa rosa com calças brancas. Um cinto dourado circulava sua cintura, carregava argolas douradas em suas orelhas enquanto seus cabelos loiros encontravam-se soltos. Usava saltos rosas de bico fino compridíssimos.

Eu já disse que essas "coisinhas" deviam ser banidas?

— Nunca me viu? - perguntou Isabella enquanto eu a encarava.

— Por acaso, estou cansada de te ver. - sorrio amarelo pra ela e me viro novamente para Elizabeth.

— Elizabeth, pode parar o que está fazendo, eu sou mais importante nesse momento e preciso de ser atendida, você é minha criada, e devia estar me ajudando! - ela resmunga revirando os olhos.
Ah, ela foi longe demais, com a Eliza ninguém mexe.

— Isabella, linda diaba, primeiro, você não é mais importante que ninguém aqui. Segundo, Elizabeth não é e nem será sua criada, e terceiro, nunca mais ouse se dirigir a Eliza, dessa maneira. - digo de olhos fechados, encostada no balcão com os braços cruzados. Ouço uma risada de hiena com meningite e abro os olhos procurando o animal.

— Olhem só, a filha de empregado está defendendo pessoas da sua laia, que bonito. - ela diz rindo e eu apenas sorrio.

— A filha de barata esta rindo como uma hiena. Uau, evolução das baratas. - sorrio para ela batendo palmas. Ela bufa irritada e encara Elizabeth que contia o riso.

— Como ousa, sua selvagem!!! - ela berra irritada.

— Ah, eu sou ousada mesmo. E, meu bem, o único animal que estou vendo aqui, está usando uma blusa cor de rosa horrível. - digo passando por ela para ir buscar a minha mochila.

— Você está na minha cas...

— Não, não, não, não, não. Sua casa não, é nossa casa. - dou ênfase na última palavra rindo de seguida.

Que divertido!!!

— A sua casa não é aqui. Você não faz parte do nível superior! - grita Bella e eu rio da sua carranca.

— Tem razão, eu sou de um nível muito mais superior ao seu, por isso o que vem de baixo, não me atinge. - pego na minha mochila, pisco pra ela e saio caminhando para fora da casa, para ir ter com o motorista.

— Ethan! - grito dando um "High-five" com o motorista e o mesmo ri.

— Melissa, pequena. - ele cumprimenta e eu reviro os olhos. Ele era alto, loiro e musculado. Tinha 28 anos, porém aparentava menos e não havia dia em que encontrávamos Ethan sem o seu terno. Era um homem simpático e gentil. É divertido falar com alguém interessante nesta casa.

— Vamos? - pergunto.

— Claro, mas e a senhorita Isabella? - pergunta confuso.

Paro encostada na porta do carro e o encaro mortalmente o fazendo rir.

— Ela fica pra depois. - sorrio dando de ombros e o mesmo assente ainda rindo.

Ele abre a porta do carro e eu entro me sentando num canto enquanto mexia o celular. Coloco a música "Becouse of You" e cantarolo baixo de olhos fechados enquanto sentia a música me preencher, até que aqueles olhos azuis invadem a minha mente.

— Que droga?!...

ΔΔΔ

Ethan abre a porta do carro e eu saio encarando, infelizmente, o meu novo colégio. Fecho a porta com força e coloco meus fones para não ser incomodada.
Não posso negar que era um lugar bonito, grande.
Estava pintado de azul e branco, a relva era bem verde, as árvores davam uma espécie de beleza a mais ao local. Era constituído por 3 andares. Bom, não seria tão mau estudar aqui.

Entro pelos portões brancos e todos os olhares se dirigem para mim, vejo pessoas murmurando algo umas para as outras, algumas delas até me apontavam.
Assim não dá! Tiro meus fones bruscamente e paro no meio da passadeira.

— Nunca viram uma pessoa antes? - grito e as atenções se multiplicam, sorrio cínica. - Ah, é verdade, são todos animas, têm as vossas razões, podem olhar mesmo. - termino gritando mais alto e as pessoas me encaram com as sobrancelhas erguidas, outras me encaram com caras de horror, eu apenas rio e coloco meus fones de novo.

Volto a minha caminhada, mas sou interrompida ao encontrar dois pares, sim, dois pares, de olhos me encarando. Oh... Ferrou!!!

— Melissa! - ambos chamam pelo meu nome, o garoto dos olhos azuis, e o dos olhos negros. Os mesmos encaram-se e arregalam os olhos. Vejo o maxilar do Chucky The Killer travar e os punhos do Arqueiro Verde fecharem.

Agora ferrou mesmo!!!!!

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