33| Capítulo Trinta e Três
Após correr para cozinha e preparar uma compressa para Itan, subi as escadas da casa de James que levavam até o segundo andar, empurrei a porta levemente que julgava ser o quarto de James, Itan estava sentado na grande cama, James sentado em uma cadeira a sua frente.
— Trouxe a compressa — mostro com a mão direita, o pano de prato que enrolei em um saco de legumes congelados.
— Eu vou descer podem ficar a vontade — James diz passando por mim. Vou até Itan e me sento no lugar que James estava. Estendo a compressa para o garoto a minha frente.
— Obrigado! — Itan agradece ajeitando os travesseiros para se reclinar para trás.
— Me sinto mal por Derek ter batido em você por minha causa — falo para ele sem olhá-lo, mexia em minhas mãos sobre as coxas.
— Tudo bem, a gente sempre teve uma richa, fazia muito tempo que queria dar um soco nele mesmo — Itan diz soltando um riso fraco.
Olho para ele, que tinha o braço suspenso segurando a compressa no olho.
— Quer que segure para você?! — me aproximo segurando no lugar dele.
Itan solta um suspiro, sentei-me na beirada da cama de James, enquanto Itan relaxava no colchão.
Ficamos por um instante em silêncio, mas não desconfortante, ao mesmo tempo que as vezes me sentia nervosa ao lado de Itan, me sentia livre.
Seus dedos roçaram em meus cabelos que estavam caídos sobre meus ombros, ele brincava com uma mexa. Meus sentidos automaticamente ficaram em alerta.
— Uma vez, quando éramos pequenos, Derek e eu brigamos, ele me empurrou quando eu estava de costas eu cai e quebrei o dente da frente — Itan diz, olho para seu rosto para saber se ele estava brincando, mas pelo visto não. — Um pedaço desse dente não é de verdade — ele toca o dente me mostrando, se ele não falasse nunca que iria suspeitar.
— Nem dá para perceber — sorrio para ele. — Vocês nunca se derem bem então?
— Nunca fomos fãs um do outro, para Derek tudo era competição, conforme fui ficando mais velho decidi ignorar suas provocações, e fomos nos afastando, mas pelo visto agora ele está com ciúmes de você comigo — Itan fala, seus dedos voltando para meu cabelo.
Solto o ar dos meus pulmões e tento me concentrar em continuar segurando a compressa. De uma coisa eu sabia, não queria mais nada com Derek, o que tivemos não durou muito tempo e eu não queria tentar outra vez, mesmo se ele se mostrasse arrependido, a única coisa que estava disposta era o perdoar. Eu não imaginava que pudesse gostar de alguém tão logo depois do nosso término, e muito menos que esse alguém poderia ser seu primo, distante, mas ainda primo, o que eu sentia por Itan, quando eu estava com ele, como agora, não podia ser ignorado, ele me atraia como um imã atraia uma moeda, e era intenso, como jamais tinha sentido antes.
— Você está parecendo um anjo — ouço Itan falar, sentia seu olhar queimar sobre mim, minhas bochechas começavam a corar e um pequeno calor percorrer meu corpo. — Tão delicada e preocupada em cuidar de mim — pelo canto do olho vejo um sorriso despontar dos seus lábios.
Eu queria beijá-lo.
Engoli em seco com meus pensamentos, sentia meus lábios secando, mas não queria passar a língua por eles, Itan ainda tinha os olhos presos em mim e isso fazia com que meu coração começasse aumentar o ritmo de suas batidas.
— Acho que já está bom — o garoto fala fazendo eu retirar a compressa, seu olho esquerdo ainda estava um pouco inchado, mas provavelmente tinha amenizado a dor do local e não deixaria um grande hematoma.
Coloco a compressa de lado em cima da mesa de cabeceira. Estávamos ali tão próximos, podia sentir o calor que emanava de seu corpo. Itan se remexe em cima da cama também se sentando encostado nos travesseiros.
— Essa cama do James é tão gostosa que não dá nem vontade de sair — Itan exclama, realmente ela parecia ser aconchegante, o colchão era macio, uma vontade subita me passou pela cabeça em me deitar. Os olhos de Itan em meu rosto me trouxeram de volta a realidade, lembrando que estávamos sozinhos em um quarto fechado, sentados na cama.
— Hm, eu acho melhor decermos, temos que achar o David ele deve estar procurando por nós — digo e engulo em seco, porém sem mover um músculo do lugar. Itan parecia relaxado demais para sair dali também.
— Aquele dia no pequenique foi muito bom te beijar — algo se remexe no pé do meu estômago ao ouvir a frase de Itan. Estava com meus olhos focados em minhas mãos na qual mexiam meus dedos impacientemente. Sinto seus dedos gélidos tocarem meu queixo fazendo o olhar. Suas orbes negras pareciam brilhar, ele seguiu com o olhar para minha boca e meu coração errava o compasso no peito.
Eu queria desesperadamente beijá-lo e sabia que ele também. Como se lesse meus pensamentos, Itan aproximou nossas bocas, quebrando os poucos centímetros que as separavam, seus lábios estavam quentes e convidativos, me deixei mergulhar nas sensações. Suas mãos foram até minha cintura me puxando para mais perto, já minhas mãos se esgueiraram para seu pescoço, Itan arfou com meu toque durante o beijo. Me acomodei por sobre ele, movida pelo desejo da proximidade, Itan apertou minha cintura e me beijou com mais voracidade. Sentia todo meu corpo quente, que parecia entrar em combustão, ao ponto de perder o controle.
Dessa vez eu que segui uma trilha de beijos pelo pescoço de Itan, que parecia apreciar o contato profundamente, pois meus ouvidos foram capazes de captar um pequeno gemido de sua parte. Sorri entre os beijos. Ergui meu corpo para olhá-lo, um sorriso ainda brincava em meus lábios, seus olhos estavam fechados, mas logo se abriram encontrando os meus.
Hipnotizada por seus lindos olhos negros, tomo um susto quando meu celular começa a tocar. Saio de cima de Itan rapidamente, e pego meu celular que tinha colocado no bojo do sutiã.
Olho o identificador de chamada era a mãe de David.
— Alô? — falo um pouco ofegante me sentando na beirada da cama.
— Sarah, oi, eu liguei para o David, mas ele não atendeu, eu já vou fechar a casa e ir dormir, eu ia falar para ele para vocês já voltarem, tem vestibular amanhã e vocês tem que descansar — ela diz com a voz calma, a mãe de David costumava dormir cedo, ela não se importou que viessemos dar uma passada na festa, desde que voltassemos antes dela ter dormido. O tempo tinha passado tão depressa.
— Tudo bem, tia, eu vou falar com ele. Logo, logo estamos aí — falo para ela de imediato.
— Está bem, espero vocês — finalizo a ligação e olho para Itan que parecia prestar a atenção na nossa conversa.
— Eu já vou ter que ir — digo em um suspiro.
— Ótimo lugar para guardar o celular — Itan fala olhando para mim se esforçando para não esboçar um sorriso, que tinha certeza que seria malicioso.
— Eu estou de vestido, tive que improvisar, não queria ter que trazer uma bolsa — falo para ele me levantando do colchão para ir procurar David.
— Será que sempre vão nos interromper? — Itan fala se levantando também, ele me olha com uma expressão triste. Fico a sua frente e me levanto rapidamente nas pontas dos pés só pra selar meus lábios nos dele.
— Quem sabe na próxima vez não — sorrio para ele após nos separar. Os cantos dos seus lábios se repuxam para cima, Itan pega a compressa que havia feito e seguimos para porta para voltarmos para o andar de baixo novamente.
— Temos que ir em mais festas assim, me acabei de dançar — David fala enquanto estaciona seu carro na garagem de casa.
— Que bom que você gostou — falo tirando o cinto.
— E você e o Itan sumiram, o que rolou? — meu amigo pergunta com malícia, saio do carro.
— O Derek apareceu, ele e o Itan brigaram — digo sem dar detalhes o cansaço já me dominava.
— Sério? — meu amigo exclama alto vindo ao meu lado. Relato brevemente sobre o acontecimento só para deixar David informado, quando entramos em sua casa, sua mãe estava na cozinha tomando um chá.
— Se divertiram, crianças? — sua mãe pergunta.
— Claro, mãe — David responde por nós. — Já vamos subir para nos arrumar para deitar. Antes do vestibular vou passar na casa da Sarah.
— Está bem, já vou indo também, só estava esperando vocês, descansem bem — ela sorri.
— Obrigada, tia Tabatá a senhora também — falo seguindo David até seu quarto. Antes de nos deitar tiramos as fantasias e tomamos um breve banho, vesti meu pijama para deitar no colchão que Tabatá tinha arrumado para mim dormir ao lado da cama de David. Meu corpo relaxou ao encontrar o colchão.
— Então, você e o Itan... — David sugeria que eu continuasse.
— A gente se beijou de novo antes da sua mãe ligar — respondo para ele olhando para o teto, fecho os olhos para reviver por um instante aquele momento.
— Que lindo! — meu amigo exclama, abro os olhos de imediato vendo David deitando de lado em minha direção. — Vocês são tão fofos.
— Será que ele gosta realmente de mim? — me faço a pergunta, ainda tinha medo de entregar meu coração.
— É claro que gosta, eu vi a forma que vocês se abraçaram quando venceram no beer pong, exalavam química, sabia que era questão de momento para vocês se pegarem de novo — David fala empolgado.
— Ei, não use a expressão se pegarem — falo sentindo minhas bochechas corarem.
— Olha, pelo menos você perdoou o Derek, e acho que ele entendeu que você seguiu em frente, ele também fará isso, e o Itan se mostra muito interessado em você, acho que você deve se permitir gostar dele também — David me fala, mas no momento estava sentindo meus olhos pesarem, não conseguia racicionar direito suas palavras, apenas foquei no nome do Itan, e meus pensamentos me levaram ao momento que tivemos.
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