Capítulo 4: somos inconstante
"Precisamos conversar. Você é a pessoa mais especial em minha vida "
Júlia desaba. Ela tinha essa idéia. Não em palavras.
Porém, durante todos aqueles anos, ambos sempre juntos e compartilharam momentos únicos ao qual Júlia era muito grata.
A amizade se manteve intacta, até aquele beijo fazer ela ter a certeza de que sempre houve algo a mais por vir.
Júlia discou ao número de Mateo.
A noite parecia esta bem tranqüila.
Mateo estava caminhando e ao seu lado, estava Charlotte.
Ele não ouve o Telefone tocar.
Estava em seu bolso. Em modo silencioso.
Aquela noite, ele recebera um beijo de Charlotte.
Aquele momento o deixou fantasiando sobre talvez estar começando um relacionamento.
No fim da noite, ele foi para casa.
Quando pegou o celular havia uma chamada perdida de Júlia e toda sua indecisão voltou.
_ estou cansado disto.
Ele jogou o celular sobre a mesa e foi para o banho.
Não iria mais estar tão preocupado com Júlia.
Deveria deixa-la em paz.
Estava se sentindo bem ao lado de charlotte.
Pela manhã, ele ligou a Júlia.
_ como esta flor do dia?
Após um silêncio Júlia disse
_ bem. Disse que precisamos conversar.
_ sim. Quer almoçar hoje comigo?
_ estou de férias, e se quer almoçar comigo pode vir aqui.
_ serio? Entrou de férias e não me disse?
_ você tem estado ocupado.
_ nunca me ocupo para você jujuba.
_ sei.
_ então até ja. Faz aquele frango frito acebolado para mim.
_ se você quiser frango acebolado traga um, eu farei um sanduíche.
_ isso nem me deixa satisfeito...
_ problema seu, eu vou comer sanduíche.
_ sempre comendo porcarias jujuba, você não me ouve.
Silêncio. Júlia nada comentou e Mateo continuou.
_ então chego ao meio dia em ponto. Beijos e até logo.
_ até logo Mateo.
Ela desligou e ele obervou o celular por uns segundos.
Pensou em como contaria a Julia sobre Charlotte.
Mateo tinha que recuperar a confiança de Júlia.
Júlia estava a vontade.
Vestia uma calça larga e uma camiseta.
Os cabelos estavam em um coque.
Ouviu a campanhia.
Meio dia em ponto, Mateo disse.
Ele tinha uma flor nas mãos.
_ para você.
Ele disse e sorriu travesso.
Viu um sorriso no rosto de Julia e ficou satisfeito.
_ obrigado Mateo.
Ele piscou para ela.
_ e o frango frito não rolou mesmo?
_ não. Mas fiz dois sanduíches...
_ peito de peru?
_ mortadela.
Riram juntos.
_ ao menos é defumada?
_ continua o mesmo bobo de sempre.
_ e você a mesma resmungona de sempre.
Ela faz um gesto levando ele ate a cozinha.
A mesa estava pronta.
Os sanduíches sobre os pratos e duas taças.
_ álcool a esta hora do dia?
_ não diga que não quer um pouco do meu vinho?
_ só porque a ocasião é especial.
Ela o fitou
_ serio?
_ sim.
Ela deu uma mordiscada no sanduíche.
_ não vamos falar do ocorrido aquela noite.
_ não e muito menos quando você sabe que odeio isso.
_ odeia o que?
_ quando você fala de boca cheia.
_ não me importo nadinha.
_ sei.
_ uhum... hummm ... Isso esta otimo! Não vai comer?
_ ainda não. Sabe a moça do trem?
Ela o fitou e deu uma golada do vinho.
_ sei. Charlotte.
_ acho que estamos namorando.
Quando ele disse aquilo ela sentiu as pernas tremerem.
_ isso é ótimo.
Ele a viu levantar e deixar o sanduíche
_ não vai terminar o sanduíche?
_ estou satisfeita.
Ela tentou sorrir, mas estava tensa demais e sabia que era perceptível.
_ você não parece ter gostado jujuba. Me fale o que acha.
_ o que tenho que achar? É sua escolha se o faz feliz, então arrisque.
_ logo você dizendo isso? Você não costuma arriscar nada...
_ é. Talvez não.
_ então... Sei que esta de férias, eu quero te convidar a uma viagem comigo e Charlotte.
Ela o encarou.
Viagem? Ele mal a conhecia!
_ acho que não poderei.
_ não aceito um não como resposta.
_ eu preciso visitar meus pais.
_ e não me disse nada sobre isso porque?
_ porque você parece ocupado e agora tem a Charlotte.
_ e isso significa que não faremos o que sempre faziamos?
_ sim!
_ errado. Eu já disse o quanto você é importante para mim jujuba.
_ sua namorada precisa mais de você do que eu.
_ vou ignorar o que você disse, e farei o convite novamente.
_ sabe que em minhas férias visito meus pais, Mateo.
_ será so uma semana e você tera o que? Mais 30 dias em casa?
_ e para onde irá?
_ um lugar ao qual você sempre quis visitar.
Ela o fitou com olhos arregalados.
_ não... Não esta falando da argentina. Esta?
_ sim. Então? Vamos?
Júlia deveria ir e aceitar que Charlotte era a escolhida por Mateo.
Deveria ver com seus próprios olhos.
_ esta bem. Se eu não aceitar pagarei caro.
Finalmente Mateo provou do sanduíche.
_ uhum... Bem caro.
_ devo ajudar nas passagens?
_ esta me insultando jujuba, quando eu a convido eu pagarei todas as despesas.
_ otimo! Gostei disso.
Mateo se sentiu bem diante da reação de Júlia.
Mas seu coração ainda o dizia que ela parecia se importar, assim como o dele que se sentia cada vez mais distante de viver uma paixão com ela.
_ entao... - Ele bebeu o vinho em uma única golada.
_ devagar Mateo. - ela diz se arrependendo em seguida.
_ obrigado por cuidar de mim, mas eu sei apreciar um vinho sem me embriagar.
Ele diz e sorri com a cara de surpresa de Julia.
_ sei.
Ela diz apenas e Mateo mudou o assunto.
_ estamos combinados. Eu te ligo para passar os detalhes da viagem.
_ quando será?
_ amanhã.
_ você teria me chamado? Ou fez isso para me agradar?
Ele pegou em uma das mãos de Júlia.
Ela o olhou profundamente.
_ a chamei porque quero que vá comigo. Porque sempre falavamos que um dia iriamos juntos a Argentina.
Ela afastou a mão das mãos de Mateo.
Ele a notou em silêncio
O que sera que ela estava pensando?
Julia pensou que sempre falaram desta viagem.
E pensava que iriam apenas os dois, agora teria que ver ele com outra mulher aos beijos e abraços.
Tentou afastar aqueles pensamentos.
_ estou feliz que vamos fazer isso finalmente Mateo, e feliz por você e Charlotte.
Hipócrita! Mentirosa! Ardilosa!
Estava mentindo a si mesma e a Mateo.
No fundo, Júlia queria gritar e dizer que não iria se dispor a ver ele com outra mulher.
_ isso me anima jujuba. Sobre o beijo aquela noite...
Julia o interrompe.
_ não precisamos falar disso.
_ deixa eu terminar por favor? E eu quero falar disso.
Ele pediu irritado.
Ela consentiu.
_ me desculpe. Eu acho que por termos discutido aquilo aconteceu.
Ele murmurou.
Mateo observa Júlia que parecia querer dizer algo e se calava.
_ esta perdoado.
_ você também me deve desculpas.
Ele diz, com uma careta.
Sim. Ela o havia retribuido.
_ por aquele beijo? Ou pelo nosso primeiro beijo em baixo da árvore do quintal dos nossos pais?
Então Mateo sorriu. O beijo em baixo da árvore que costumavam conversar quando adolescentes, foi totalmente inocente.
Ele pensou e logo disse
_ em baixo da árvore foi inocente Júlia, eramos... Adolescentes...
_ desta vez foi igual, Mateo.
Silêncio.
O beijo iria assombra-los por um tempo.
_ não concordo.
Mateo disse finalmente.
_ ai de você Mateo, se não concordar.
_ em partes...
_ a diferença agora é que eu sou adulta.
Júlia diz encarando-o.
_ você adora me contrariar jujuba. Sempre sou o sim e você o não...
_ e onde isso faz sentido?
_ talvez você saiba.
_ você anda cheio de misterios que não se desvenda...
_ não diga? Eu? Não há nada o que esconder, e de mim você sabe tudo, Júlia.
_ hum... Mesmo?
Ela perguntou irônica
_ se esta falando da Charlotte, eu sou dos que se arrisca.
_ você mal a conhece.
Júlia se arrepende ao dizer.
_ e o que não me leva a conhece-la?
Mateo perguntou observando-a.
_ isso é problema seu, Mateo.
_ problema nenhum.
Ele se fez indiferente.
_ não estou para teus joguinhos de adivinhações Mateo.
_ então adivinha? Vou pedir Charlotte em namoro.
Júlia sentiu o corpo estremecer.
Levantou uma das sobrancelhas.
_ claro, ja a conhece bem para dar início a um amor avassalador.
_ ao menos ela não foge.
Júlia o fitou irritada.
_ esta falando do que?
_ de você. Quem mais?
Mateo diz enquanto a fitava profundamente.
_ eu não tenho do que fugir.
Julia diz enquanto desvia o olhar.
_ só de mim.
Mateo insiste.
_ esta conversa nos levará a algum lugar?
Júlia perguntou querendo cessar o assunto.
_ verdades te assustam jujuba.
_ não quando são concretas e objetivas.
_ touché. - ele diz e sorriu em seguida.
Ele diz dando fim a conversa
_ eu sempre ganho. - ela diz convencida.
Júlia não pode pensar com clareza.
Nada estava se encaixando.
Nada estava concreto e nem objetivo!
Mateo havia mudado, ela havia mudado e suas vidas estavam entrelaçadas!
Se inicia a descorberta.
Anos antes:
Mateo bateu a porta do ap de Júlia era bem tarde.
Julia abre a porta.
__ o que esta fazendo esta hora aqui, Mateo?
Ele a fitou
__ posso entrar ou vou ficar aqui fora como um estranho?
Julia se irritou com o comentário de Mateo.
__ pois não deveria deixar você entrar!
__ só quero conversar um pouco.
Ela o fitou e com u suspiro o deixou entrar.
Mateo sentou- se ao sofá.
Julia estava de pé e o fitava.
Mateo a observou. Ela usava uma camisola bem sensual...
__ você esta linda nesta camisola.
Julia ficou vermelha.
__ veio ate aqui para me dizer Isso?
__ na verdade eu vim porque senti sua falta.
__ nos vimos hoje de manhã.
__ sim e daí? Eu sinto sua falta o tempo todo!
Julia ficou surpresa com o que ele havia dito.
__ Mateo, o que esta acontecendo?
Ele a fitou.
Como iria saber o que acontecia? Ele não sabia sobre seus próprios sentimentos e sabia que deveria respeitar Júlia.
__ eu não sei, talvez você saiba.
__ eu não sei do que esta falando.
__ de nós. Me diga Julia, por que você não fica com ninguém?
Ela o fitou pasma.
__ eu fico sim, quando vale a pena.
__ sei... Te conheço a minha vida toda e so te vi com dois caras e não durou nem mesmo um mês.
__ e o que isso tem haver com qualquer coisa?
Mateo se levantou e se aproximou de Júlia que se afastou.
__ melhor eu ir.
__ você bebeu?
__ não Julia, eu não bebi eu só... Estou confuso.
__ pois faça terapia.
Aquilo irritou Mateo e ele sorriu ironicamente.
__ será que eu quem devo fazer terapias Júlia? Ou você quem deve faze-lo?
__ Mateo se veio ate aqui me criticar eu...
Ele a interrompe.
__ cometi um erro. Não deveria ter vindo e peço desculpas.
__ esta tudo bem, e se quer me dizer alguma coisa, diga de uma vez.
Ele a fitou.
Sim, ele queria dizer muitas coisas.
__ sinto que isso nunca vai mudar.
__ isso... Isso o que?
__ nós.
Julia calou-se.
__ acho que você sabe o que nos acontece. Não sabe?
__ somos amigos. Grandes amigos e eu... Eu te amo como um irmão.
Mateo deu uma sonora gargalhada o que irritou Julia.
__ certo. Amigos... Irmãos?
__ Melhor você ir.
__ é? Você faz isso sempre, mas entenda uma coisa Júlia, enquanto você se esconder e ficar neste casulo intocável... Pode ser que apareça alguém bem e especial para mim.
O coração de Júlia dispara diante do que Mateo diz.
__ se aparecer desejo toda felicidade do mundo a você.
Ele a fitou e com um sorriso diz
__ isso vamos ver.
Júlia o ve sair.
Ela sentou ao sofá muito mais confusa do que os últimos dias.
Parecia que Mateo sabia como ela se sentia.
Mas... Como é que ela se sentia?
O que Júlia estava sentindo de diferente ou tão igual?
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