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🌹3| 𝖆 𝖒𝖎𝖘𝖘ã𝖔🌹

   Caminho durante horas e o suor desce de enxurrada sobre a minha pele, enquanto minha respiração não absorve o oxigênio existente ao me redor. Apesar do cansaço evidente, o eco ameaçando eclodir de dentro do meu ser, não me permite parar para descansar e eu continuo andando entre a vegetação escura, como se meus pés soubessem para eu estava indo. Quando eu sei que cheguei ao meu limite e que meu corpo não sustentaria mais aquele ritmo frenético ao qual estava caminhando, algo na minha frente ganha coloração.

Empurrando as folhas a minha frente das árvores para conseguir enxergar, avisto uma belíssima e enorme cachoeira de água cristalina, onde as nuvens no céu fazia uma complementação perfeita e digna de pintura artística. Na beira da cachoeira havia um rapaz agachado, com a mão esquerda enfiado na água, onde claramente um peixe interagia com ele.
Em frações de segundos, ele pressente minha presença e acariciando o animal, se ergue e vem na minha direção clamando bastante entusiasmado:

- Já aguardava tua presença novamente, José!

Eu ainda estava tendo dificuldade para respirar, como se agora meu sistema respiratório estivesse sem ar e pudesse ser um ataque cardíaco. O jovem rapaz porém, se aproxima o suficiente para me surpreender com um abraço apertado.

- Meu amigo! Respira fundo, está tudo bem. Você não está sozinho.

Aquelas palavras me causa uma explosão, fazendo meu cérebro espalhar tudo que estava acontecendo para processar de uma única vez. Encaro com espanto os olhos negros do menino ao qual acariciava meus ombros, assustado de não tê-lo reconhecido antes.

- Carlo!

- Sim?- Questiona ele com tanta convicção, que eu percebo que é meu intercessor a minha frente.

- AI MEU DEUS! Acutis, eu estou com tanta coisa na cabeça que quase não o reconheci...

Ele nem espera eu finalizar, para responder dando leves tapinhas nos meus ombros:

- Eu sei que está complicado, mas a sua avó é uma mulher forte.

- A VOVÓ, ela está com cancêr!

- Ei JH, não se preocupe. Vai ser uma fase difícil para a Tia Carlinha, mas ela vai ser curada. Ela só precisa passar para isso, mas Deus nunca a deixaria sofrer. Ainda não está na hora dela. Eu juro, meu amigo. Está bem!?- Fala o adolescente com tanta convicção que eu acabo sem palavras diante dele.

Assinto com a cabeça, ao qual continuava latejando com tantas coisas. E a minha respiração continuava descontrolada.

- E como está a missão?- Pergunta ele me buscando do meu desvaneio.

- Está indo, mas eu tive que interromper a minha parte já que tenho que cuidar da vovó em Barbacena. E-eu...- Porem novamente aquela falta de ar dentro de mim, fala mais alto.

- José Henrique, sua missão não está interrompida. Você está onde precisa estar e eu quero que saiba que há uma missão muito importante para você, amigo. Há uma pessoa que precisa muito de você, não é sua avó. Ela precisa que você a ajude. Você não precisa entender agora, só não esquece: ela precisa de você.

- De mim?- Questiono sem entender onde o Beato estava querendo chegar.

- Eu não te escolhi atoa, você será um grande missionário, mas não estará sozinho. Toma.- Diz ele e só sinto o peso de algo caindo em minhas mãos entreabertas.

Uma corrrente banhada a ouro, com uma medalhinha de Santa Teresinha do Menino Jesus. Aquele acessório religioso me dar uma sensação de dor, como se meu corpo ainda continuasse em estado de falta de oxigênio, fosse eclodir pelos ares.

-Pode acordar José.

-Oof!

   Ergo da cama completamente em estado de choque, estou respirando de modo ofegante e direciono os olhos para as minhas mãos as encontrando vazias. Viro de um lado por outro, enquanto tento processar esse sonho. Mas não me lembro de muita coisa.

Corrente de Santa Terezinha. Missão. Cachoeira.

  Direcionando meu olhar para o despertador, vejo que ainda é 4:53 da manhã, mas como seria impossível dormir depois deste sonho, levanto e vou na direção da cozinha, tentando ser o máximo silencioso. Pego um copo no armario e a jarra de água na geladeira, me servindo enquanto tento me acalmar. Apesar do meu esforço de tentar lembrar o que aconteceu no meu sonho para me deixar tão inquieto, não consigo ter vertigens além da sensação de falta de ar, da corrente e da cachoeira de água cristalina e das palavras dita pela outra pessoa: ela precisa de você.

Mas ela, quem?

  Percebendo que seria inutil fazer esforço para lembrar de um sonho não armazenado pela minha consciência, lavo rapidamente o copo com água e detergente e coloco no escorredor de louças e volto para meu quarto. Sentando na beirada da cama, abro minha graveta e retirando meu terço, me ponho a rezar o rosário pela pessoa que precisa de mim. Não importa quem e porquê, Deus teus planos e irá fazer nossos caminhos se cruzarem para que eu possa ajuda-lá.

[...]

  Hoje era a primeira quimioterapia da vovó, mas antes do procedimento, estávamos na recepção do hospital aguardando o oncologista chamá-la.

  Estávamos em silêncio observando o movimento das pessoas para um lado e agora o outro, quando a senhora ao meu lado pergunta docemente:

- Você está bem, querido?

- Eu? Tô, por quê?- Respondo saindo dos meus pensamentos.

- Você está disperso. O que aconteceu?

- Eu tive um sonho vovó, não consigo me lembrar muito o que aconteceu nele. Tinha uma cachoeira e alguma pessoa me disse que alguém precisava da minha ajuda. Sinto que não era sobre a senhora. Eu estava com falta de ar e aparentemente no sonho eu segurava uma corrente com uma medalhinha, mais nada. Eu acordei em estado de choque.- Conto percebendo que ainda estava com aquilo intrigando minha cabeça.

- Como quando você teve aquele sonho com o Beato Carlo Acutis?- Pergunta ela, parecendo levar a sério aquela história.

- Sim, no dia seguinte eu ganhei a câmera fotográfica do papai e quando fiz minha primeira pregação algumas semanas depois, eu fui presenteado pelo ícone do Carlo, ambos os objetos que tinha visto no sonho. E foi assim que a Missão Acutis realmente começou.- Recordo e deixo um sorriso levemente escapar.

- Ah! Então não se preocupe, José! Nada é coincidência e Deus está preparando tudo meu pequeno. Não se atormete por agora.- Declara minha avó demonstrando seu contentamento, enquanto beija a minha testa.

- Te amo tanto, vovó. Obrigada por estar aqui.- Agradeço deslizando meus braços pelos seus ombros, para abraça-la.

- Eu que digo isso, filho.

   O médico explica todo o procedimento com tanta calmaria, que a vovó não estremece e eu consigo fingir que estou tranquilo e o Doutor nos direciona para a sala de quimioterapia. Fico o tempo todo segurando sua mão na minha, rezando o terço enquanto o medicamento vai diluindo. Apesar de tudo parece tão sofrido, minha avó deixa um sorriso modesto não sumir da sua face e enfrenta aquilo na maior aceitação que alguém doente poderia aceitar uma enfermidade destas. A admiro por sua força.

  Quando o procedimento acaba, percebo que ela está bastante tonta pelo medicamento e a guiando para dentro do táxi, eu não consigo esconder minha preocupação. Ao chegar em casa, lentamente subimos as escadas e ao entrar na sala, é apenas o tempo para ela fazer um gesto avisando de que estava prestes a vomitar. Rapidamente a guio para o banheiro, onde segurando seus cabelos, a vejo despejar tudo no caso sanitário.

   Quando parece finalizado, pego a toalha de mão para limpar sua face e percebendo que ela estava bem pálida, eu deslizo meus braços sobre suas costas e digo bem baixinho:

- Você precisa descansar.

- Tá! Melhor eu me deitar.- Concorda ela falando aos pouquinhos.

  Bem devagar e sem tirar os olhos dela, ajudo a minha avó se deitar na sua cama e quando ela faz um gesto para se erguer novamente, eu a impeço avisando:

- Você está fraca querida! Descanse.

- José, preciso preparar as encomendas meu filho.

- Eu dou um jeito não se preocupe. Tá?- Deslizo beijo com afeto sua bochecha e questiono:- Quer algo?

- O controle, está no horário do santo terço.

  Dou um sorriso e estendo o aparelho da televisão, percebendo que mesmo passando mal, ela parecia melhor e agora bem concentrada na programação da Canção Nova. Desço para a Floricultura em segundos, para providenciar as encomendas da Rosatetês e assim que passo a mão pelo trinco, percebo que o portão está aberto. Um pouco alarmado, abro e entro na loja da vovó, escutando um cantarolado entre as plantas e indo na direção da melodia, algo naquela voz afeminada me deixa mais fascinado do que com medo. Ao adentrar a estufa, eu finalmente a vejo.

Helen.

Sentada sem frescura no chão, ela está vestida em uma jardineira de calça jeans e camiseta rosa por baixo, combinando com o lenço ao qual prendia seus cabelos negros. Observo que apesar de estar bem confortável e até mesmo cantarolando, aquele sentimento de dor ainda está presente no seu rosto retraído. A mulher no entanto com muito apreço, estava fazendo arranjos de flores e suas mãos estão bem sujas de terra.

  Ainda estou a observando silenciosamente, quando ela diz sem desviar os olhos da sua tarefa:

- Olá!

- Oiê, o que está fazendo aqui?- Questiono bastante curioso.

  Agora desviando os olhos da planta para mim, sinto seus olhos incendiar os meus e para minha sanidade, ela não me deixa sem resposta:

- Eu trabalho aqui!

- Trabalha?

- Só nos meus dias livres do Estágio, na verdade é mais para fazer companhia a sua avó. Cadê ela?- Pergunta Helen interrompendo seu trabalho para manter o contato físico comigo.

  Seguindo o exemplo dela, deslizo meu corpo para o chão e sentando eu suspiro bem fundo e conto:

- Está repousando, hoje foi a primeira quimioterapia e ela já teve reação. Mas ela é bem forte, queria descer para preparar as encomendas. Falando nisso você sabe quais que são? Eu preciso dar um jeito nisso.

- Encomendas? As terças-feiras providenciamos os arranjos da catedral.- Responde ela como se fosse óbvio.

- Então a Vovó que decora a igreja?- Pergunto não acreditando nisso. Por mais que conhecesse o coração bondoso da minha avó, ela conseguia me surpreender cada dia.

- Eu diria que ela floreia, eu que decoro. Mas a Tia Carlinha que me ajuda, trabalhamos juntas nisto todas as semanas. Ela realmente não está bem, esse é o nosso passatempo favorito. E-eu... enfim, estou finalizando os arranjos de qualquer forma, não vou te atrapalhar.- Responde a garota e percebo seu desconforto.

- Helen.- Chamo e espero até que ela olhe nos meus olhos:- Você nunca me atrapalha. Eu prometi a vovó que resolveria isso, então posso ajudá-la.

- Tá bem, preciso levá-los para a Catedral. São muitos.- Fala ela assentindo, parecendo bem sem graça. Suas bochechas ganham uma coloração avermelhada.

- São muitos.- Concordo não deixando de cair na gargalhada. E ela não resiste também.

  Pela primeira vez, vejo um sorriso abertamente tomar conta dos seus lábios e eu me derreto junto. Não havia vocabulário o suficiente para elogiar aquele sorriso sincero e tão belo. Realmente havia uma energia boa nas pessoas em Barbacena. Ela prossegue seu trabalho, empurrando o vaso de flor para perto dos outros e se erguendo avisa:

- Vou só lavar minhas mãos.

  Enquanto a Helen se retira da estufa, eu aproveito para recolher os vasos e colocando dentro do carrinho de feira, eu aguardo a garota voltar. Ainda com as mãos unidas, ela parece um pouco mais alegre e tenho a sensação que também está nervosa.

Será que é eu que estou a deixando assim? Por quê?

- Ah! Obrigada por colocá-los no carrinho, fica mais fácil de eu carregar.- Fala Helen parecendo processar.

- Está pesado, você vai levar pra igreja agora?- Questiono um pouco receoso de deixá-la carregar aquele peso sozinha.

- Sim, já estou acostumada com o peso.- Concorda humildemente.

- Eu carrego pra você, faço questão.- Digo então olhando fixamente nos seus olhos, por trás das minha lentes.

- Só até a igreja?

- Só até lá, juro que não vou te atrapalhar decorar. Não tenho dom para isso.- Assumo fazendo ela deixar uma risada escapar de novo. Linda.

- Está bem, vou só ir lá dar um beijinho na Tia Carlinha. Você me espera na porta.- Propõe ela e nem posso discordar.

  Ela sobe as escadas e retorna dois minutos depois, parecendo que se divertiu horrores com a minha avó. Abrindo o portão, certifico enquanto arrasto o carrinho com cuidado:

- Pronta?

- Sim.

    Sem muito para dizer, Helen me acompanha e lado a lado observamos o movimento tranquilo que é estar em cidade interior. Sinto os olhos dela as vezes disparando na minha direção, porém não correspondo pois sei que a deixo nervosa e não sei o porquê isso acontece. Até que ela puxa assunto:

- Manu me disse que você é missionário. Qual missão?

- Missão Acutis, fundei há cinco anos. Inspirado na missão terrena do Beato Carlo Acutis, nós produzimos nas redes sociais conteúdo evangelhizador e também realizamos pregações onde nos chama.- Eu respondo supercialmente.

- Então você viaja muito? Você tem quantos anos? Já se formou?- Questiona ela tão cheia de curiosidade, que de repente não resisto olhar nos seus olhos e deixar um sorriso desmanchar.

- Muita perguntas em? Eu tenho 26 anos, sou formado em Marketing Digital e Administração, mas desde que iniciei a missão, me entreguei por completo a ela, é graças a Deus sou financeiramente dependente dela também. Diria que somos bem populares na rede cristã, o que acaba fazendo nossa agenda ser completamente cheia. Já fui em todos os estados pregar a missão.- Conto tentando responder todas os questionamentos dela.

- Populares como?

- Temos quase 800 mil seguidores só no Instagram, eu tenho 250.

- 250 MIL?- Helen parece atônita.

- É-e, a missão todo esse resultado. Você por acaso não me segue né?- Confirmo e ela nega com a cabeça: - Me procura por lá depois, mas e você?

- Eu? Não tenho duzentos seguidores direito, quase não uso rede social.

- Low Profile? Eu me referia a você.

- Ah! Tenho 23 anos, estou no último semestre do meu curso de Psicologia. Não tenho uma missão populosa como a sua, mas eu amo coordenar o GJC. Quase não viajo, mas é porque tenho quase tudo aqui pertinho de mim. Aqui é o meu lugar.- Fala a garota e novamente vejo aquele sentimento obscuro que a assombrava desde da primeira vez que a vi, dominar o seu rosto.

- Eu espero que conquiste tudo. Agora me deu inveja de você.- Confesso.

- Inveja de mim?

- Sim, você tem um lugar para chamar de lar. Faz tempo que eu não sei onde é o meu lugar.

- Ah, tenho certeza que vai. Só vai precisar onde seu coração fica quentinho e este será seu lugar. Chegamos.- Diz Helen com tanta leveza, que eu apenas assinto.

  Olho para a frente assustado, nem tinha percebido que já estávamos em frente a Catedral e que o tempo tinha passado tão rápido. Prevalecendo um silêncio entre nós dois novamente, sigo a garota pela lateral esquerda e ao chegar na despensa e ela virar na minha direção, sei que esse é o momento para me despedir dela:

- Bem, entregue!

- Obrigada José, Deus te abençoe.- Deseja Helen sorrindo para mim.

   Largando o carrinho das minhas mãos, deslizo para seus ombros  acariciando e encurvando até meus lábios alcançar sua bochecha, eu digo antes de beijar com afeto:

- A ti, querida.

   Sentindo meu coração acelerado, não tenho coragem para olhar nos seus olhos e virando vou embora sentindo que minha alma ficou com ela...

[•••]

  Mais tarde, recebo uma notificação de que a Helen começou a me seguir. Mando solicitação para segui-la pois sua conta é privada, quando ela aceita não resisto a sensação de conferir sua conta e encontra apenas uma foto que fala muito mais do que eu poderia imaginar.

   A Helen já é comprometida.
  E por que isso mexeu comigo?

...

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