✨ XVII- Quer dançar comigo?✨
Quero-a, eu preciso dela.
Ouvi-la dizer que um dia eu poderia realizar o casamento dela com outra pessoa, vestida de branco, véu e tudo que se implica ao matrimônio, fez meu coração sofrer um terremoto por horas. Eu iria por seminário, ela iria conhecer e se apaixonar por outra pessoa, quando eu voltasse eu teria que fazer o casório, por quê? R: Porque eu nunca deixaria de realizar um desejo dela, nunca deixaria de ama-la.
A opinião do meu coração sobre isso é claro, eu não posso e nem poderia permitir tal absurdo. Se tem alguém que deve e merece casar com ela um dia, esse alguém deve ser apenas eu. Não posso nunca ver a mulher que eu amo, caminhar até o altar para casar com outro e eu conceder a união. Se tem uma coisa que me fez que eu nunca posso ser sacerdote, é o fato da mulher que eu amo querer que eu a casa um dia. Uma idéia equivocada.
Agora aqui estava eu, suando como um garotinho enquanto Bebel me ajudava com a gravata. Parecia que os trajes estavam ameaçando a me sufocar, minhas mãos não queriam ficar quietas e eu permanecia em um estado desconhecido.
- Prontinho, você está um charme Lipe.- Libera Beatriz já concentrada em seu traje, um belíssimo vestido azul celeste.
Observo-me no vidro que preenche a parede lateral do quarto dela, tentando entender quem é de fato esse jovem prestes a fazer um ato romântico e permanece com um sorriso de orelha a orelha no rosto. Parece que os ditados populares sobre tão sentimento nunca estiveram tão certos.
- Bebel, que horas começa o baile?- Pergunto virando-me para vê-la se perfumar.
- Começa as oito e meia. Todo mundo vai ser encontrar na porta do Ginásio, aproveita a oportunidade para convidá-la para passar a noite com você.- Explica minha melhor amiga entretida com sua loção aromática.
- E se ela tiver convidado alguém?- Questiono um pouco apavorado.
- Rafa não chamou ninguém, é um baile romântico e o único que ela tem sentimento assim é por você. Vai dar tudo certo Felipe, só tenta não estragar tudo dizendo coisas muito bregas e cheirando filme de 1990 tá?! Tente ser confiante e faça a Rafaela terminar esse baile desejando mais uns trezentos por favor.- Responde Bebel com expressões que me fizeram entender tudo.
- Está bem, é melhor irmos.- Compreendo pegando minha carteira e chave encima da poltrona dela.
Ansioso e inquieto, deixo minha prima escolher a playlist e vou refletindo a melhor forma de fazê-la não fugir de mim mais uma vez. Estamos virando especialistas no jogo do Neca, vou embora. Dirigo no limite da velocidade, já reclamando de o Ginásio alugado pela Escola delas serem do outro lado da Cidade. Mas foi só vê-la ao lado dos seus amigos, que minhas palavras tornaram insignificantes e perdi a noção de completamente tudo.
O amor da minha vida estava ao lado de Catarina, Leonardo e Rodrigo, usando um vestido branco muito semelhante com o qual estava vestida no Jantar que descobrimos o Noivados do meu pai com a Tia dela, com a diferença que era bem longo e usava alguma camada de tule por baixo para dar a sensação de circulado. Seus ombros estavam amostra, enquanto o cabelo estava devidamente amarrado em um penteado mais formal e seu rosto estava brilhando com a maquiagem. Eu não estava tão preparado para vê-la tão linda assim, meu Deus.
- Para de ficar babando e vamos.- Fala Beatriz já abrindo a porta do carro.
- Faz um favor para mim?- Peço e explico logo em seguida.
Bebel escuta tudo e concorda, descendo finalmente do meu Jeep querendo ir ver a reação do seu namorado. Leonardo logo a avista e toma-la nos braços, tendo um momento de clichê entre eles. Aos se aproximarem dos amigos, conversam uns com os outros, Beatriz abraça a Rafa e diz no ouvido dela para esperar um pouquinho na entrada. Como eu imaginei, Rafaela bate o pé meio confusa com o pedido da amiga, mas depois de alguns diálogos pronunciados ela parece por fim aceitar. Rodrigo entrelaça o braço no de sua amada Catarina e Leonardo puxa a namorada pelo os ombros. Minha vez.
Pego no porta-luvas o objeto da noite, guardando no bolso de onde talvez nem consiga sair. Pego a pulseira de flores no banco de trás e finalmente saio do carro. Para minha sorte, Rafaela estava de braços fechados e bastante irritadas olhando para entrada do Ginásio e de costas para mim. Aproximo o bastante, ficando centímetros do seu corpo imóvel. Dava para sentir seu perfume doce e cativante.
- Não deveria ficar irritada em esperar sua companhia da noite.- Falo através da sua orelha, completamente fascinado com sua braveza.
- Pelo amor de Deus, Felipe! Hoje você não vai perturbar minha noite.- Resmunga ela consigo mesma, enquanto vira-se na minha direção.
Quando seus olhos encontram os meus, a ficha cai que eu realmente estou aqui. Rafaela deixa os braços caírem, enquanto sua expressão muda de irritação para susto.
- O que você está fazendo aqui?- Questiona ela dando um passo para trás.
- Espere.- Peço puxando-a pelo braço, com medo dela procurar rota de fuga novamente. Quando noto sua aceitação ao meu pedido, digo com muita confiança:- Alguém precisava dançar com uma dama tão belíssima como você. Você está tão linda! Aceita passar a noite do baile comigo?
- Não sabia que Acólito sabiam dançar.- Implica ela ainda grossa e irritada.
- Você sabe que esse aqui sabe.- Retruco lembrando do baile dos idosos.
- Lipe eu juro que não estou te entendendo. Diga-me que estou bem sóbria.- Pede Rafa fazendo uma careta.
- Você nem bebe Rafaela. Estou aqui para convidá-la para entrarmos e dançarmos um pouco. Precisamos conversar assuntos de extremas urgências.- Falo e sem esperar a aceitação dela, deslizo a pulseira de flores no seu braço direito.
Antes que ela possa dizer qualquer coisa, ainda segurando sua mão ergo e até meus lábios depositando um beijo doce e sincero. Pela tremida de lábios, Rafaela compreender que está bem sóbria para sentir esse toque.
- Está bem Lipe. Eu posso reservar essa noite para você.- Diz ela parecendo um pouco tonta.
- Vamos?- Peço e com sua autorização passo meu braço ao redor da sua cintura.
Como tinha constatado minha querida parecia muito em choque com minha presença, então a guiei entre a entrada do evento até o painel para as fotos dos formandos. Ainda em completo silêncio, continuei com minha mão na sua cintura e quando o fotógrafo disse "X", ambos nos olhamos em uma intensidade surreal. Eu acabei deixando um dos maiores sorrisos aliviados repousarem no meu rosto, enquanto ela ficou menos tensa e sorrindo olhamos para a foto seguida. Foi assim que a noite começou a entrar em meu favor.
Quando o fotógrafo nos liberou, grudei minha mão na sua e saímos procurando um lugar que não estivesse preenchidos por outros formandos e seus acompanhantes. Assim que Rafa avistou nossos amigos na nossa frente, ela virou na direção oposta e a acompanhei instantâneamente. Pousando minha mão no seu ombro, pergunto observando a pista de dança com poucas pessoas arriscando uma dança a dois:
- Quer dançar comigo?
- Mais é claro, esse sonho já está realista mesmo. Vamos melhorar ele.- Fala ela parecendo não acreditar em nada que estava acontecendo.
Sorrindo de forma idiota de sua tentativa falha de negar-lhe a verdade, não perco tempo grudando minha mão na sua e levando-a até o meio da pista de dança. Observando todos os olhares nos observarem, Rafaela fica desconfortável de repente, então com sua atenção repouso minhas mãos na sua cintura e ela coloca seus braços ao redor do meu pescoço de forma natural. Nunca estivermos deste jeito antes, tão perto e tão publicamente.
- Cê sabe que isso não é um sonho né?- Pergunto quando começamos a dançar meio sincronizado.
- Eu sei, só é meio inacreditável está aqui no Baile de Casais com você. Felipe Scolari, você sabe que é difícil ficar tão bem perto de você e ter que resistir ao desejo não sabe?- Fala ela parecendo mais calma, mas a forma como seus olhos me encaram, mostra os lados mais secretos dela.
- Tipo o que?- Desafio sorrindo de forma tranquila, observando ela descer os braços.
Deslizando-os até minhas costas, Rafaela inclina para frente e deita sua cabeça no meu ombro direito, ao mesmo tempo que eu a guio em movimentos circulares. Estávamos dançando, perdido em nós mesmo.
- Isso? Por que isso para você é tão arriscado querida?- Implico achando prazeroso demais tê-la assim pertinho de mim.
- Porque além de ser atraída pelo seu cheiro, eu temo que nunca poderei querer sair desta posição. Você sabe que nada mudou durante onze meses, noventa e dois dias longe e três semanas afastados um do outro. Eu ainda te amo, mesmo que essa noite fosse um sonho dos mais encantadores que eu já tive na minha vida.- Responde Rafaela tão perto do meu ouvido, que degluto o som de derrota formando na minha garganta.
- Que bom que não estamos sonhando Rafa, estou aqui para mudar essa sua percepção desta história. Acho que eu sempre deixei a entender que esse sentimento era errado, afinal eu queria ser Sacerdote amor! Mas não é, o amor sempre foi a base das maiorias das coisas boas feitas neste mundo. Quando éramos crianças, eu tentava entender por que eu tinha repulsa atrativa por você, por que você ser a filha da minha Madrinha deixava tudo mais complicado. E eu entendi isso querida, entendi isso na minha primeira missa como Acólito aos 15 anos e te avistei no primeiro banco daquela paróquia. O que sempre sentir por você Rafaela, foi um amor incondicional. Um amor que foi dado pelo cara lá de cima, nada menos do que isso. Sempre foi amor, eu querer servir minha vida ao nosso bom Deus sempre foi um ato amoroso. Querer estar perto de você também!- Digo aos poucos, de forma lenta e acariciando seus cabelos.
- Onde você está querendo chegar em Felipe? Você sabe que eu te amo, amo amo.- Afastando a cabeça do meu ombro, ela me encara parecendo perturbada com toda essa declaração.
- Que eu não posso ficar um único minuto longe de você, ao menos que seja para servir a Deus. Depois D'ele, eu sempre vou querer está com você. Estou dizendo meu amor, que quero tudo com você. Quero te beijar, te amar e dançar com você na frente dos nossos amigos.- Explico e de relance olho para nossos amigos que observavam tudo sem disfarçar.
- Lipe.- Murmura ela sem palavras.
Então em um movimento rápido, ela passa os braços ao redor do meu pescoço e seus lábios grudam nos meus de forma sedenta. Sinto-me perdido no início do beijo, mas logo Rafaela me ensina com os lábios, a língua e com as mãos o que fazer. Quando entendo o ritmo, depósito minhas mãos envoltas do seu rosto e facilito o movimento da sua boca. Eu poderia, eu posso e eu quero passar o resto da minha vida assim com ela.
Impedindo que ela nos afaste, escuto ela dizer dando selinhos tentadores nos meus lábios:
- Fala. Que. Isso. Tá. Realmente. Acontecendo.
- Eu te mostro que estar.- Sugiro e sem esperar mais nenhum minuto, agarro-a novamente desta vez com mais experiência.
Passamos as próximas frações de segundos nos beijando sem dar conta que estamos no meio de um baile, com nossos amigos e família nos observando. Com um pouco de sensatez, Rafa nos afasta e diz afundando o rosto no meu peito:
- Aí meu Deus, isso é muito real. Eu beijando Felipe Scolari, na frente de toda a escola. Diz para mim que essa noite ainda não acabou.
- De fato que não. Preciso ter explicar alguns detalhes, que foram antecipados pelos seus doces lábios. Eu não serei mais Sacerdote querida, pelo menos não poderei realizar o seu casamento um dia se quero ser o seu noivo. O que vou te propor agora é meio louco após o nosso primeiro beijo oficial...aí meu Deus eu te beijei meu amor!- Dou-me conta do tamanho ato que cometemos.
- Foi muito bom Acólito, muito bom para um cara inocente do que seria tocar lábios.- Implica ela e não deixo de sentir minhas bochechas corarem.
- Eu ensaiei essa fala há duas semanas, e até esse momento não sei como sugerir que você largue sua vida para termos uma vida só. Estou aqui vestido neste terno desconfortável e suando, implorando que você ainda queira ficar comigo pelo resto da vida. Rafaela Simões, por acaso você aceitaria namorar e casar comigo? Lembrando que ainda quero servir a Deus, como Diácono, mas isso só será possível se você vinher comigo. Diga sim meu amor, você deseja ser a minha mulher? Basta um sim para as duas respostas.- Declaro com o coração batendo a mais de mil por horas, enquanto tirando o porta-anel do bolso a observo ficar branca igual papel.
- Felipe, eu...- Antes que eu possa abrir a caixinha, ou ela responda, os olhos dela ficam trêmulos e ela desmaia.
- Meu amoooooor!!!
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