Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

✨Capítulo I- O início da tragédia✨

Todo meu corpo doía. Parecido mais com o sentimento de uma faca sendo retirada de dentro para fora do meu coração, justo essa dor que não estava sumindo com o passar das horas (só aumentando). Na verdade a cada dia, eu me sentia mais e mais machucada e não tinha ninguém que pudesse mudar isso.

Há um mês atrás minha mãe estava completamente saudável, só que de uma hora para outra ela sentiu uma dor no seio e foi ao médico numa consulta rotineira. Voltou com os olhos molhados, uma papelada de exames que revelava que ela estava com câncer de Mama. E foi assim que meu mundo virou de cabeça para baixo.

O pio de saber que minha mãe estava doente, não foi nem saber que teríamos que enfrentar uma luta intensa contra o câncer. O problema é que minha mãe não tinha mais como lutar, ela estava na fase terminal. O médico deu um mês a três meses de vida para ela. Mas desde que ficou sabendo, foi a gota d'água para ela piorar gravemente. Foi assim que tudo ficou instável.

Agora ela estava internada, e eu nem tinha autorização para passar os últimos minutos de vida da minha própria mãe ao seu lado. Eu tinha ficar na minha casa, imaginando como seria uma vida sem a Leandra Simões. Eu só rezava, pedia nas minhas orações que Deus fizesse o melhor para ela. Eu sabia que só um milagre poderia salva-la, mas que Deus já tinha seus planos e só pedia que neles, ele pudesse ter misericórdia de mim. Eu implorei pela minha própria vida, para que minha mãe pudesse ser aliviada, mesmo que para isso ela fosse embora para sempre.

Eu não queria ser egoísta, era (o resto) da vida da minha mãe. Eu só estava chorando porque ela era a única pessoa que me importava nesta vida. Eu estava prestes a entrar na vida adulta, ter que enfrentar vestibulares e procurar emprego. Mas minha mãe não estaria mais aqui para me sustentar e dar abrigo. Foi assim que eu percebi que estaria sozinha no mundo.

Já era duas da tarde, uma dor angustiante tomava conta do meu coração. Enquanto a Tia Kellyn estava lá embaixo sozinha, eu estava trancada no meu quarto rezando. Mas eu sabia o que aquela dor significava. Minha mãe estava sofrendo, ela estava indo...

- Pai, essa dor é angustiante! Como eu posso ser tão injusta com minha mãe? Ela não precisa sofrer deste jeito, se for a hora a leve. Eu não consigo ver uma luz no fim do túnel, mas também não posso ficar parada e pedir por túnel ter paciência. É a vida dela que está por um fio. A Dona Leandra sempre gostou do liberdade, aposto que a própria vai fazer uma festa ao chegar no paraíso. Se foi o senhor que deu a vida, tome a vida que o senhor tem direito. Eu não estou pronta, mas se estiver na hora de ir a leve.- Imploro ajoelhada ao meu altar de orações, com o terço nas minhas mãos e sentindo aquela dor piorar.

Fecho os olhos mentalizando pela última vez o rosto da minha mãe. Ela estava naquela cama de hospital, toda cheia de aparelho e mesmo assim o maior dos sorrisos esboçava nos seus lábios. Então como nos filmes, ela fechou os olhos e soube naquele momento que ela adormeceu eternamente. "Tchau mamãe, eu te amo".

Desço até o andar debaixo, só para constatar a pior cena da minha vida. Tia Kellyn com o celular na orelha, com a sua face pálida de tão chocada com a notícia que recebera do outro lado da linha. Assim que seus olhos encontram os meus, sei o que significa aquilo. A única última coisa que eu queria ouvir agora.

- Não.- Murmuro com minha voz falha. Meu coração estava batendo tão disparado que eu tinha a sensação que nenhum som saiu da minha boca.

- Querida, sua mãe... e-ela se foi.- Conta a minha Tia, colocando o celular encima da mesinha da sala.

- NÃO! Tia Kel. Não!- Nego novamente, observando-a se mover na minha direção.

- Eu sinto muito querida... Ela estava sofrendo. Era a hora dela.- Continua a mulher morena a minha frente, mas eu dou ré para trás sem acreditar.

Minha mãe está morta.

- Não Tia, ela não podia me abandonar assim. Eu precisava dela aqui.- Grito sentindo as lágrimas escorrem sem limite dos meus olhos.

Meu estômago revira, meus olhos começam arder com a quantidade de lágrimas que começam cai dos meus olhos. Encostando meu corpo contra a parede oposta a minha tia, deixo meu corpo desaba no chão. Meu coração não encontram um ritmo definido, na verdade está muito parecido com um cavalo correndo a mil por hora. É como um murro golpeado contra meu estômago, mas excluindo a parte que alguém precisou levantar fisicamente sua mão contra o meu corpo. Aquele dor era infinitamente mais violenta.

Tia Kel se aproxima de mim, se agachando o bastante para sua mão repousar sobre meu rosto. Sendo impossível não olhar nos seus olhos, não consigo fazer nada além de chorar. Era inacreditável como de um mês para o outro eu perdi tudo o que eu considerava o mínimo para ser feliz.

- Eu estou com você Rafa. Você nunca estará sozinha, sua mãe apenas foi para um lugar melhor. Todos nós iremos um dia. Descansar eternamente lembra?- Comenta a irmã da minha mãe, com um sorriso no meio do seu semblante horrível. Seu esforço para me manter bem era realmente admirável.

- Eu queria ir com ela Tia. Eu não posso viver sem ela. E-ela era a-a-a min-nha mãe.- Gaguejo entre as palavras, sentindo uma nova rodada de cortes sendo perfurados contra meu coração.

- Querida, ela sempre será. Confie em Deus meu amor, ele sabe o que está fazendo.- Diz Tia Kellyn caindo no choro também.

Deus só podia me odiar mesmo. Levou a minha mãe e nem pensou no sofrimento que ia causar a mim. Ela era a minha mãe, Deus. Eu só a tinha na minha vida!

Observando o fracasso da minha tia em me acalmar, me levanto do chão e corro na direção da porta. Eu precisava de um ar, coisas que me lembrasse que tudo era um infeliz sonho e tudo ia ficar bem no final. Não podia ficar neste momento ali com a irmã da minha mãe, que chorava tanto que me lembrava que eu agora era órfã. Minha mãe estava morta. Falecida.

Ainda com as mesmas roupas que usava ontem a noite quando ela foi levada as pressas ao hospital, saio sem rumo entre as ruas do meu bairro. Algumas pessoas tentam me parar para me acudir, contudo com um balanço de cabeça eu corro sem destino sentindo meu coração sair pela boca. Eu queria encontrar uma forma de aliviar esse dor.

Corro. Corro. Choro. Grito de exaustão.

Corro mais um pouco. Respiro fundo sem conseguir lembrar como levar o ar até os pulmões.

Quando finalmente me sinto esgotada, olho em minha volta sentindo mais ainda derrotada. Eu podia não ter conseguido fazer nada além de chorar, mas meus pés e minha alma me trouxeram até a Igreja São Luiz Gonzaga. O meu segundo lar, minha casa espiritual desde que me entendo por gente. Era aqui onde eu e minha mãe passávamos grande horas dos nossos dias. Não iríamos passar mais.

Sem saber muito o que fazer, tento enxugar um pouco das minhas lágrimas na barra do vestido antes de entrar na igreja. Apesar de tentar não chorar mais, meus olhos ainda estão cheio d'água e minha visão fica nublada. Só consigo distinguir os bancos de madeiras, o altar de branco e minhas mãos trêmulas me conduzindo até ao Abba. Quando estou em frente o bastante do altar, não consigo pensar o quanto estou sendo rude com o planejamento de Deus e me jogo no chão.

Novamente meu coração bate no ritmo das lágrimas que caem dos meus olhos. Daria para fazer um mar com todas elas.

- Eu merecia essa dor Deus? Ela merecia isso tudo? O senhor pode me escutar?! Ou preciso marcar horário em? Ela era- é a minha mãe.- Grito sentindo a dor sair em forma de trovoada. Era uma dor ainda maior, sem dimensão.

- Ei, Deus está te escutando. Não grite por favor. Estamos na casa dele.- Fala uma voz masculina, tão calma e tranquila que demoro frações de segundos para nota-lo.

Ao meu lado se ajoelha um jovem, tão alto que me assusto com seu gesto de ajoelha-se ao meu lado. Observo seus olhos através das lentes dos seus óculos, reconhecendo aquela pessoa mesmo em outro contexto. Apesar de nunca tivéssemos de fato trocado mais do que duas palavras, eu conhecia aquele garoto desde de sempre. Felipe Scolari é o exemplo de cara que toda garota cristã que casar um dia.

- Oi. D-desculpa, e-eu só est-tava tentando lembrar a Deus que ele poderia ser mais gentil com a gente, você não acha?- Questiono direcionando minha dor ao seus olhos.

Felipe não diz nada, apenas mantêm o contato visual com se tentasse me compreender. Direciono um olhar mais crucial ainda para Deus no crucifixo a nossa frente, tentando pensar se a dor de Maria só vê-lo ali naquela situação foi tão angustiante quanto a minha neste momento. Comparar-me com eles sempre me fazia sentir mais pior e tola.

- Eu posso falar com o Padre Sebastião?- Peço novamente, desta vez direcionando meu olhar para o chão. Não queria que ele visse meus olhos encharcados.

- Temo que não será possível. O senhor Padre saiu para visitar um enfermo da comunidade, e segundo o que me disse poderia demorar os próximos vinte minutos.- Responde Felipe por fim, com suas mãos em volta do seu terço no pescoço.

- O que você queria falar com ele?

- Eu só queria pedir para ele fazer o enterro da minha mãe.- Conto olhando dentro dos seus olhos, enquanto uma nova rodada de dor me chicoteia dentro do peito.

Não sinto nada além do choro se derramando novamente, de me corpo estremecer de imaginar que estou com fúria de Deus. Ele não tinha nada haver com isso, mas mesmo assim meu o lado sofrido do meu coração queria descontar nele.

- Eu sinto muito.- Pronúncia o Acólito com sua voz serena, enquanto sou surpreendida pelos seus braços.

Puxando-me para um abraço, sinto por um instante que é Deus que está me pedindo desculpas e não o Felipe. Apesar de cair ainda mais no luto interno, não posso se não sentir um conforto espiritual em volta do abraço afetuoso do Coroinha. Encosto minha cabeça sobre seu ombro, enquanto sua mão involuntariamente passeia pelo meu cabelo. Eu podia sentir como se o mundo estivesse me abraçando. Felipe era o mundo em um único e simples abraço.

- A tia Leandra partiu cedo demais para nós, mas na hora certa para o Pai. Eu não acredito que ela se foi. Eu sinto muito mesmo Rafaela, sua mãe era a mulher mais incrível que eu tive o privilégio de conviver.- Fala o jovem tão perto do meu rosto que a sensação é de sussurros no meu ouvido.

Minha mãe era a Coordenadora e Ministra dos Coroinhas, o que significa que ele partilhou alguns momentos com ela. Aquilo só fez meu coração doer mais ainda. Ela era muito e muito importante para aquela igreja. Minha mãe era desde a Coordenadora dos Coroinhas, cantora no coral, Coordenadora da Mãe Pereguina e uma leiga com devoção. Leandra Simões expirava a Deus, agora não mais.

- Vem, sente-se aqui.- Pede Felipe me reerguendo do chão.

Totalmente conturbada para responder, obedeço ao Coroinha me levantando do chão. Com uma mão em volta do meu corpo e a outra no meu pulso, Felipe faz-me sentar no banco mais próximo. Agora tenho uma visão mais focada dele. Felipe tinha um rosto angelical, uma voz desumana e uma alma sacerdotal. Ele seria um ótimo padre.

- Certo. Eu já volto ouviu?- Questiona ele por uma última vez, tocando seu polegar no meu pulso.

Apenas balançando a cabeça afirmativamente, o jovem rapaz some através da passagem do altar. Ele retorna alguns segundos depois, carregando uma xícara de porcelana branca nas mãos. Fazendo uma breve genuflexão ao altar, antes de caminhar na minha direção novamente. Se agachando na minha altura, Felipe oferece um sorriso sem dente estendendo a xícara:

- Beba! Você vai sentir mais confortável.

Fraca e impotente demais para recusar, levo a xícara de porcelana contendo chá de camomila no interior até meus lábios, bebendo levemente um grande gole do líquido. Neste meio tempo, o coroinha não desgruda os olhos de mim, como se eu fosse uma criança de 5 anos perdida dos pais. Mas não posso deixar de negar que gesto é muito gentil.

- Obrigada.- Agradeço devolvendo a xícara ainda metade preenchida.

Ele recolhe a xícara com rapidez, a colocando no chão bem longe da gente. No entanto seus olhos retornam até mim, como uma onda do oceano absurdamente grande e assustadora. Não costumava receber esse tipo de olhar de outros garotos da nossa idade, muito menos como ele. Felipe já tinha 18 anos- e também iria seguir logo mais o sacerdócio.

- Sua mãe andava bem mal nos últimos meses. O que ela tinha?- Pergunta novamente, quebrando o silêncio que habitava aquela igreja vazia.

- Ela tinha câncer de Mama. Ela foi diagnosticada em Janeiro deste ano, mal tivemos tempo para processar tudo isso. Ela estava sofrendo Felipe, tanto que tinha afastado de seus afazeres aqui na Paróquia só por causa da recomendações médicas. Mas ela era muito teimosa.- Brinco por fim, lembrando do sorriso enorme que ela soltou no dia que ignorou seu médico e me levou para passear na Montanha Russa.

- Era sim. Nada era impossível para ela.- Lembra Felipe com um sorriso enorme.

- Ela era todas as estações do ano, era um arco-íris ambulante. Minha mãe era a mulher mais feliz que eu conheci. Ela não podia ter ido Felipe.- choro mais uma vez, contudo desta vez é mais fraco e mais saudoso.

- Eu sei, mas infelizmente não controlamos essas coisas. Por mais que o coração dispare, os olhos desperdaçe em choro e a alma não encontre paz, elas vão porque é a hora. Todos nós vamos um dia, Rafa.- Diz o jovem me abraçando mais uma vez.

- Eu sei. Mas ninguém está preparado para isso poxa. Eu só queria aliviar essa dor Felipe. Queria que minhas feridas fossem cicatrizadas, que me choro cessasse e que esse dia fosse só um infeliz pesadelo.- Confesso acomodando mais uma vez meu corpo sobre o seu.

- Jesus cura, Deus escuta e Nossa Senhora orienta. Siga-os e tudo dará certo no fim Rafaela. Está tudo bem sentir essa dor, você acabou de perder sua mãe.- Aconselha o coroinha quase em sussurro no meu ouvido novamente.

Não pensando em mais nada, continuo apertando com força meu corpo contra o seu sem me me importar com mais nada. Eu queria continuar abraçada no mundo até que eu puder abraçar o mundo novamente também.

As perdas não vem com manual de orientação,
Os sentimentos não vem num embalagem de Doritos e,
A cura espiritual não vem em em um frasco de antibiótico.

Deus é realmente surpreendente!

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro