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O que Mais quero Ser

   Esperei todos se afastarem para ir aonde vou, sempre quando regresso de minhas visitas às aldeias. Não ficava tão longe, era um lugar fechado, mas era o único lugar onde me dava a liberdade de voltar a ser quem eu era, isto é, antes... de tudo.

Antes de mudar.

   A velha cabana onde passei a maior parte de minha infância, era como um santuário onde os restos de mim recordavam-me de um gatinho que brincava livremente no tapete de uma sala aquecida por uma lareira, se divertindo com os novelos de lã, enquanto uma bruxa bondosa tricotava, e onde era ensinado e amado por sua mãe.

A casa que antes era cheia de amor e alegria, tornou-se o lugar vazio onde o mesmo gato, já adulto, refletia na própria solidão, em seu novo mundo, um mundo que outrora era reluzente, tal qual a tarde que se vai ao pôr-do-sol, seu mundo se escureceu, sendo invadido por uma noite eterna.

   Mas essa noite possuia um belíssimo luar. As recordações de lembranças felizes brilhavam nas estrelas, e o gato, o gato era a lua, porque a lua resistia na noite, assim como o gato resistiria no mundo cheio de dor lá fora; e como ele faria isso?

Sendo forte.

Forte à cada dia.

Forte para resistir à dor.

E insistir.

Porque se eu não insistir, acabarei por ser vencido pela dor em mim, a qual combato todos os dias.

Dar o meu melhor.

Ser o meu melhor.

O melhor...

   E enquanto caminhava pelo interior da cabana escura, pouco iluminada e suavemente empoeirada, me recordava do que eu queria ser quando filhote.

O melhor gato de todos.

Ser "o melhor gato de todos" é algo sobre o que não falo há muito tempo, um ano, exatamente, mas para um gato um ano é muito tempo.

   Há um ano, venho me dedicando à magia e ao conhecimento, aprendendo com o guarião da floresta, sr. Ruger. Desde filhote, venho me esforçando com meu corpo e mente para ser forte, aprendendo a usar minhas habilidades mágicas, como meus saltos longínquos, minha velocidade multiplicada, minha força surpreendente, minha audição sensível e meus reflexos idem.

E agora que sou adulto, ser forte é o que mais quero ser.

Para ser forte, venho me preparando a vida toda para isso; para ser forte, estou disposto para qualquer coisa, pronto para tudo, e enquanto caminhava pela casa empoeirada, fui em busca do grande baú, onde minha Lena guardava seus livros de feitiços e poções.

   Abri o baú, e como sempre, iniciei meus estudos, lendo cada página, praticando cada feitiço, textando cada poção, cultivando cada ingrediente com propriedades medicinais e mágicas. Lembro-me que no início de meus estudos literáreos, ao fim do ano passado, enchi a cabana com essas plantas, todas elas devidamente podadas a cada mês por mim.

Com o passar dos meses, o baú ganhou 6 amigos, todos eles lotados de muitos outros livros que encontrei no velho sebo da aldeia e também na biblioteca real, uma ironia existir livros sobre magia em um reino que a odeia, não?

Consegui levar meus estimados baús até a cabana com a ajuda do sr. Oust, ele me ajudou a puxar a carroça quando me viu passando perto da fazenda de lady Amélia, Oust achou muito curioso um gato puxando uma pilha de livros amarrada à cordas, então movido por solidariedade me ajudou e passou a viver na floresta de Amaranto após lhe revelar que Claira é dos animais e os animais merecem viver livres. Sr. Oust foi bem recebido pelos outros cavalos da floresta, e vive feliz como membro do clã, sua nova família, e fim da história.

   Agora buscava me concentrar nos livros, alguns os quais já havia decorado a maioria dos capítulos, por ter lido várias vezes. Alguns livros falavam sobre ervas curandeiras e plantas venenosas; outros sobre manipulação mental e estratégia; outros que descreviam criaturas mágicas e suas descrições; e outros menos relevantes, porém estimados, falavam sobre contos de heróis, aventuras, romance, finais felizes e tudo o que inspira cegamente olhos inocentes e ignorantes, a sonhar vagamente com uma visão errada sobre o mundo.

Minha doce calmaria se imaculou no momento em que senti uma presença intrusa, acompanhada ao som de passos suaves.

Sr. Ruger.

   É complexo descrever como consigo distinguir ou identificar alguém apenas pela sensação da presença. O mais aproximado a se compreender, é que imaterialmente, cada alma possui uma aura única, e dependendo da personalidade, pode ser fria ou quente, o que me é um ótimo alerta para reconhecer o perigo que tal ser representa.

E por um ano de convivência com o dono daquela aura, mantive-me calmo e um tanto indiferente com o grande urso negro que estava à minha procura.

   Sr. Ruger era uma das poucas criaturas que tolerava ao entrar em minha cabana, pois nunca permitiria um estranho clandestinar em meu pequeno mundo.

- Estou aqui - ergui minha voz para poupar meu mentor de procurar-me.

O urso guardião se aproximou à mim com cuidado para não pisar em meus livros; sentou-se ao meu lado, observando algumas ilustrações nas páginas, sem poder entender as letras.

- Quer continuar a aprender a ler? - perguntei-lhe amistoso.

- Se você me ensinar, deixarei de ser seu professor - sr. Ruger respondeu em um risinho discreto.

- Já comeu a geleia? - o interroguei sério, sem tirar a atenção dos meus livros.

- Sim, o pote inteiro - ele disse em um agradecer subtendido.

   Era esse o nosso trato. Animais não podiam abandonar a floresta de Amaranto por questões de proteção. Mas como sou uma criatura deveras idependente, eu passava duas semanas por mês na aldeia, e em troca dessa liberdade, voltava com um pote de guloseimas para o urso.

- E como estão as coisas na aldeia? - ele puxou assunto - sabe, desde a aliança com o reino de Arcai.

- O navio cargueiro de Claira que partiu há sete meses, levando tecidos e perfumes para vender a Arcai, regressou com muitas riquezas por pagamento - respondi, ainda com a atenção sobre os livros. Dentre eles, havia um aberto no capítulo que falava sobre o elemento fogo. Meu elemento favorito.

- E as cartas? - sr. Ruger sussurrou bondosamente, mesmo que sua voz fosse grave - lady Amélia já deve ter recebido cartas de Josh.

   Ah, sim, quando o navio cargueiro de Claira retorna, sempre traz com cartas de Josh para sua mãe, um alento para brutalizar a saudade.

Mas nesse dia, eu não tive esse alento.

- Não tive tempo para ir ver lady Amélia - respondi calmamente, porém em estresse interno, eu estava enraivecido por não ter tido oportunidade de ouvir as notícias dos meus amigos em Arcai - Tive que voltar mais cedo esta vez, como prometido.

- Não se preocupe - meu mentor respondeu - Você poderá passar mais uma semana na aldeia para saber das notícias de sua família após o eclipse.

Mais do que merecido.

Assenti com a cabeça, fitando-o brevemente os olhos castanhos do urso negro. Ruger fuçou atrás de minha orelha, um carinho que me incomodava, me fazia sentir um mero filhote, mas também era algo que eu deveria tolerar, pois meu mestre também era meu padrinho de nascimento, escolhido por minha mãe; portanto, sr. Ruger fazia parte da família.

- Não se atrase para a cerimônia de amanhã - o urso avisou-me, pouco antes de sair da cabana -Meu afilhado vai me encher de orgulho, comparecendo à sua primeira cerimônia do eclipse.

   Sr. Ruger me avisou desde o começo do ano sobre o dia do eclipse, e eu ficaria irritado por ele achar que falharia com os compromissos que escolhi abraçar, ao saltar do navio aquele dia. Mas se ele não houvesse dito aquelas palavras...

"Meu afilhado vai me encher de orgulho..." Ora Ruger, você é tão persuasivo quanto eu.

- Pode deixar, não me atrasarei - respondi com um leve sorriso, o sorriso com o intuito de aparentar ser o mais grato que consegui fazer antes de...

Antes de mudar.

   Sr. Ruger me sorriu de volta, um sorriso enigmático, eu percebi.

- Sei que as coisas têm sido difíceis, Chest - sr. Ruger prosseguiu antes de se retirar - mas tudo vai mudar, eu prometo - seu olhar tristonho demonstrava um enigma a se desvendar - apenas mantenha-se forte como sempre.

   Quando sr. Ruger me deixou só, abandonei meus livros para pensar sobre o que ele havia dito.

- Eu nunca me atraso - pronunciei em voz alta, com os dentes cerrados e fúria no olhar.

Eu luto com tudo de mim, para ser melhor todos os dias; e ainda assim, ele continua a me tratar como um filhote.

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