O dever em Primeiro Lugar
Estava admirado com o que sucedera, aquele filhote, aquele coelho... é mágico?
- Como você fez isso? - sr. Oust interrogou o coelho.
- Fiz oquê? - o roedor respondeu confuso. Depois, como que levando um susto, o pequeno para para prestar atenção nele mesmo - Por quê estou falando assim? - se referiu ao dialeto humano, uma vez que já não soltava mais o ruído fino que coelhos estão acostumados a darem.
- Quantos meses você tem? - perguntei ao filhote.
- Três.
"Três meses é o tempo em que o filhote mágico desperta a fala humana", lembro-me bem de sr. Ruger ter me dito isso, embora em alguns casos aconteça mais cedo, como foi comigo.
- O que está acontecendo, Chest? Eu não entendo - o malhado interrogava constantimente.
- Não consegue ver o óbvio?! Ele é um animal mágico! - desta vez, usei a fala humana.
O corcel se calou chocado. Com os olhos bem abertos, aumentou minha impaciência ao dizer tal idiotice:
- Naaaão...
"Cavalo estúpido! Não faz ideia do erro que cometeu! Não faz ideia da situação em que se meteu!" Pensei em minha fúria, antes de responder com ar de zombaria:
- Siiiim!!!
- Senhor gato - o coelho me chamou com seu frequente tom tímido - o que o senhor disse sobre eu ser mágico... é verdade?
Pedi para que Oust se abaixasse para o filhote descer. Fiquei de frente com ele, um filhote tão pequeno e inocente... qual será a reação do pequeno ao ouvir minha resposta? Como ele vai reagir quando receber o "sim"?
"Talvez ele já saiba", pensei "mas ele precisa ouvir isso de alguém para ter certeza". É sempre assim com os filhotes, eles precisam de adultos para fazê-los entender.
Respirei fundo antes de responder ao coelho negro, sabia que sua mente infantil era limitada para decidir as coisas sozinho, mas não faria como muitos adultos fazem, faria o coelho se decidir por si mesmo.
- O que você acha?
Ele ficou em silêncio por um tempo, sabia que sua cabecinha procurava uma resposta óbvia para adultos, entretanto, inalcançável para ele, uma criatura tão inocente e tola....
Quanta ignorâcia... eu já abri os olhos sabendo que tinha poderes.
- O que devo fazer?
Me aproxiei devagar do coelho, acheguei o focinho próximo à sua orelha, responder ao coelho em forma de segredo também ajudaria a não temer o que lhe estava acontecendo.
- Você decide - me afastei do pequeno e lancei-lhe um olhar terno, eu era muito bom com climas, amava isso, adorava usar essa persuação.
O coelho realmente parecia tranquilo, porém senti algo estranho naquele filhote, uma sensação diferente, algo forte. O dom da percepção funciona como um terceiro olho o qual vê coisas espirituais, e foi isso o que me permitiu enxergar uma espécie de fio mágico, uma linha brilhante esverdeada que se iniciava no lugar onde o coração do coelho permanecia. Delicadamente, aquele fio se esticou e se moveu por aquele salão, como se procurasse por algo. Meu terceiro olho acompanhava os movimentos do fio brilhante, fio este que se estendeu em direção à princesa Michelle.
Reparei então, que um fio brilhante também saía da princesa, precisamente, de seu coração. Um fio da mesma cor que o do coelho, que começaram a se esticar ao encontro um do outro, e assim que as duas linhas se tocaram, tornaram-se uma só, isso foi algo surpreendente de se ver, sr. Ruger já me falou disso algumas vezes, mas presenciar isso acontecer foi muito mais emocionante.
Eu acabei de presenciar uma conexão familiar.
O coelho logo desviou a atenção de mim para pô-la na princesa, a moça fez o mesmo, olhou para o filhote negro com afeto em um sorriso sereno, aquilo me fez sorrir com ironia.
Então está acontecendo...
- Senhor gato - o pequeno falou baixinho - o que são aquelas criaturas? - perguntou sem tirar os olhos da princesa.
- São humanos, humanos de confiança, bons humanos - respondi verdadeiramente - A de verde é lady Amélia...
- E a de azul e preto? - ele me interrompeu delatando claramente onde queria chegar.
Está acontecendo mesmo?
- O nome dela é Michelle, ela é a princesa do reino.
Mal acabo de falar e o coelho salta em direção à princesa, esta se ajoelha e estende as mãos para o filhote em consentimento. Sem demora o coelho alcança os braços que lhe carregaram no colo instantaneamente. E agora a princesa lhe beijava várias vezes.
Arg! Aconteceu.
- Coisa melosa - murmurei com desdém ao observar os carinhos exagerados entre a princesa e o coelho - mas ao menos a princesa é uma humana bondosa.
- O que está murmurando? - Oust ainda estava do meu lado quando perguntou.
- A conexão - respondi fazendo questão de pronunciar as palavras com desagrado - Agora só a morte separa esses dois - completei, ainda com desgosto.
O malhado parecia não acreditar no que havia lhe contado. E embora presenciasse com minha percepção espiritual, me desapontei ao ver o coelho, um animal recentemente descoberto ser mágico, ter um caminho glorioso interrompido para viver à sombra de um humano, largando suas opirtunidades para priorizar as de um humano. Uma pena.
Que bom que isso nunca aconteceu comigo.
- Chest, porquê disse que vai voltar para a floresta de Amaranto?
Ah, sim! A rainha!
Tive que interromper os abraços e beijos açucarados da princesa e do coelho para lembrar da questão do perigo que a rainha corre. A princesa estava animada com o familiar, isso é compreensível uma vez que a conexão é feita de um laço fraterno muito poderoso, mas assim que ela se deu conta da distração, se apressou em chegar até a porta. A segui, foi quando Oust me chamou.
- Chest, você não pode voltar para a floresta de Amaranto assim, sem mais nem menos, o que Ruger iria pensar?
- Ruger me entenderia - respondi sem dar-lhe crédito.
- Mas e os líderes? - ele insistiu apressando-se a mim - esse tipo de atitude pode fazer todos pensarem que você desert...
- Eu não me importo - retruquei sem expressão, tudo o que importava para mim naquele momento era ajudar a princesa, que agora seguia com o coelho preto nos braços.
- Mas o dever vem sempre em primeiro lugar. Você mesmo disse, o guardião ensinou...
- Ele vai entender! - repeti a primeira resposta em um vai-vei vago. Já não ligava para Oust.
- Pare agora e olhe pra mim! - ele gritou.
Em meu aprendizado com Ruger, aprendi a ser paciente, mas naquele momento, estava com tanta pressa que as interrupções de Oust começavam a me irritar. Decidi prestar atenção no ginete de uma vez, só para negar com educação cada palpite.
- Você é a pior das criaturas para se escolher como amigo!
Arregalei um olho em resposta ao comentário.
- Mesmo assim, eu me preocupo com você, seu falso!
- Falso, eu?! - sorri ao malhado, segurando ao máximo uma gargalhada.
Às vezes, isso é verdade.
- Chest, qualquer um no meu lugar nunca mais falaria com você depois do que fez!
- Depois do que EU fiz? - intensifiquei o "eu", para que ele entendesse que agora estava indo um pouco mais além.
- Será que dá pra se calar e me ouvir?!
- Só no dia em que for capaz de criar labaredas de fogo - rebati, empondo uma tarefa possível somente a mim, não à ele.
Entendeu a graça?
Pois bem, Outs entendeu e soltou um relincho auto com intenção de me repreender. Aquilo me assustou um pouco, mas foi temporáreo.
- Diga logo o que tem a dizer, Oust. Preciso chegar na floresta de Amaranto o quanto antes.
Minha última frase foi proposital. Queria enfurecer Oust, mostrando que sua opinião não mudava minha rscolha.
- Você não está entendendo?! - ele perde o controle enfurecido - Não pode voltar para a floresta de Amaranto! Não sem antes cumprir a missão!
- É você quem não entende! - falei no mesmo tom, embora as humanas estivessem escutando apenas miados e relinchos - Tenho que voltar com a princesa e ajudá-la a colher um amaranto para salvar a rainha!
- Do mesmo jeito, se você voltar, estará desertando. Isso trará desonra pra você e seu clã, e você não quer isso, ou quer? - o corcel estava meso começando a me irritar - Deixe que eu levarei a princesa, e você...
- Maldito, eu não saio daqui sem pôr um amaranto na mão da princesa! - minha paciência estava começando a se esgotar, e de repente começei a dizer coisas inconsequêntes - Você não entende! Não sabe o que é ver sua mãe morrer na sua frente e não poder fazer nada! - como havia dito, a situação da princesa havia me tocado - Eu vou com a princesa, eu vou dar o amaranto para a mãe dela e fazer o que eu não pude... - me calei assim que percebi onde estava chegando.
Oust logo me fitou do jeito que eu detesto ser olhado: com pena. Odeio isso, não suporto! Prefiro ser encarado com o mais profundo ódio, a ser fitado com um sorriso sentido ou um olhar tristonho compreensivo por minha história.
- Não me lance este olhar, ginete - proferi com os dentes cerrados e um olhar rosnante - Meu lado compassivo não ofusca o arrogante.
Oust relinchou com um riso.
- Eu sei.
Fitei lady Amélia por uma última vez. Agradeci-lhe novamente e despedi-me sem perguntar sobre as cartas de Josh, poderia não haver tempo. Dei uma olhada no salão, passeei pelo piso polido em direção de uma mesinha, lá estava um vaso de flores ao lado de um pequeno retrato do falecido marido de Amélia, o velho general.
Em vida aquele homem foi aclamado vencedor de muitas guerras, mas eu sabia que por trás das vitórias existia uma mente brilhante trabalhando para aquele humano, um animal, precisamente. Fiquei de frente a mesa admirando o retrato do homem chamado Henrique, era um homem de aparência forte e bonita e com traços da idade, mas não era isso o que me chamava a atenção.
No retrato do velho general, havia mais alguém posando com ele, e essa era a única coisa que me fazia sentir perto do meu avô. Sim, o gato Don estava nos braços do velho general, com ar altivo e orgulhoso, os olhos verdes, a pelagem branca por baixo dos olhos e corpo, a mancha negra por metade da costa, cauda e por fim, metade da cabeça, cobrindo as orelhas e olhos exatamente como uma máscara.
"Eu herdei isso dele", sorri ao pensar, admirando o famoso gato do velho general, e também um dos três primeiros gatos portadores do dom da percepção.
Já estávamos na aldeia, na rua principal, nós quatro: a princesa, o coelho, Oust e eu. Aquilo estava me aborrecendo, não bastava ter me despedido de lady Amélia sem ouvir notícias das novas cartas que recebera, agora estávamos chamando atenção demais. Estava caminhando ao lado de uma princesa encapuzada, um coelho mágico nos braços da mesma e um cavalo atrás de nós. Isso chama muita atenção, alguns aldeões começavam a encarar.
Desgraçados...
- Não liguem para eles, apenas continuem - sussurrei em fala humana, para que a princesa também compreendesse.
- Nunca fui encarada com tanta desconfiança assim - a princesa reclou.
- É porque está comigo - o fato de que sou o último gato do reino sempre me persegue - Sabe o que dizem: gatos demais perto de uma mulher, é suspeita de bruxa.
- Princesa, você é uma bruxa? - o coelho perguntou inocente como sempre, sem perceber o erro que cometeu.
- Coelho, não fale em voz alta! - murmurei ao filhote de modo repreensivo - Não importa o que veja ou escute, não fale com ninguém além da sua familiar!
- Familiar?
Ahhh! Filhote insistente!
Tornei a olhar para frente com certo revirar de olhos entediados, não estava com muita paciência para responder perguntas, ainda precisava pensar em um jeito de sair do reino sem a ajuda de lady Amélia.
- Sr. Oust explica depois.
- Eu?! - o cavalo soltou em frustração.
- Você o trouxe, você resolve - tespondi usando o dialeto animal, não houveram mais conversas após isto.
Enquanto guiava a princesa nas ruas à caminho da floresta de Amaranto, meus olhos continuavam atentos a possíveis imprevistos. Havia visto soldados do rei rondando o lugar antes, a possibilidade de não ver um agora são mínimas.
Os aldeões já estavam acostumados em me ver correndo pelas ruas, alguns me olhavam com espanto, outros com fúria, e hoje não era diferente, isso não me incomodava. Mas o fato de que lançavam o mesmo olhar para a princesa... isso era outra história. Óbviamente a garota encapuzada não estava sendo vista com bons olhos, isso me deixou ainda mais incomodado.
- Chest, tem certeza que não seria melhor montar no cavalo? - a moça murmurou temerosa com os olhares das pessoas.
- Se montar, sua cabeça vai ficar mais alta que a de todos e os guardas a veriam com mais facilidade - respondi usando o mesmo tom - Tenha paciência alteza, esse constrangimento logo vai passar.
O decreto do rei de Arcai, criado junto com a aliança dos reinos proibe a caça às bruxas desde o ano que se passou. Enquanto alguns agradecem por isso (sim, em Claira existem humanos com bom coração), outros desaprovam a condição de paz, devido as suas mentes dementes e suas crenças distorcidas.
Graças a isso, encaravam a princesa encapuzada como se fosse uma mulher promíscua.
Continuamos a caminhar, desta vez em passos mais acelerados, procurando ignorar os aldeões. Em determinada interseção de uma rua inferior com a rua principal (onde estávamos), minha audição mágica captou uma voz familiar.
- Parem, - sussurrei - escutei algo suspeito da rua à direita.
- Também escutei! Coelhos são bons nisso! - o coelho falou eufórico em tom reduzido.
- Silêncio! - o repreendi com um pouco mais de furor na voz.
Disse para a princesa e os outros me esperarem enquanto iria na frente para ver se está tudo bem. Me dirigi sorrateiro até a pequena rua do lado direito, na medida em que me aproximava daquela esquina, meu dom sentiu uma presença conhecida e começava a ficar preocupado. Naquele encontro de duas ruas havia uma carroça com laranjas, me escondi atrás da mesma, estiquei o pescoço e espiei a rua desconfiado. Foi grande a surpresa, sabia que minha percepção espírita nunca falha, mas eu queria que dessa vez estivesse enganado, que o rei Daniel e seus soldados não estivessem naquela rua.
Para minha decepção ele estava lá com seus cavaleiros de armadura prateada, com o brasão de Claira, a flor de amaranto decorando o peito. Desta vez não estava vestido com capas de veludo ou coroas com brilhantes cravejados, estava vestido de maneira até simples para o seu costume. Vestia um colete de couro com detalhes dourados, por cima de uma camisa de seda roxa com lapela posta sobre o colete; calça negra e sapatos de couro; o cabelo curto arrumado para o lado e o olhar firme e autoritário, com leves rugas do tempo sobre a testa, isso só auxiliava os olhos escuros a amedrontarem os súditos e nobres.
- Encontrem a princesa, não parem até encontrá-la - ele parecia furioso, ao mesmo tempo em que preocupado.
O Clairano ainda dava ordens aos seus guardas quando me viu.
- Chest? - ele se surpreendeu.
- Magestade - curvei a cabeça com um sorriso zombeteiro.
Detesto esse rei!
O homem logo pôs-se a caminhar apressado ao meu encontro e os guardas o seguiram.
Aproximem-se idiotas.
Esperei eles chegarem bem perto para morder a lateral da carroça e destrui-la com a força dos meus dentes, derrubando as laranjas no caminho deles para atrasá-los. Voltei para a princesa, o coelho e Oust nervoso.
- Monte em sr. Oust, rápido - a garota e ela assim fez. Apertou a cela que antes estava frouxa e segurou as clinas do cavalo devido a falta de rédeas. O coelho preto foi posto dentro do bolso da cela.
Não demorou para o rei e seus soldados chegarem. Pai e filha se reconheceram, poderia ser um lindo reencontro seguido de reconciliação... mas não.
Oust começou o galope, o acompanhei. Voltamos a seguir a rua principal.
- Você não vai montar, Chest? - a princesa perguntou.
- Não preciso! - respondi. Eu poderia correr até mais rápido que Oust, apesar dele ser prestigiado pelo título de "cavalo mais veloz do clã."
Em pouco tempo de corrida ouvi galopes atrás de nós. Olhei para trás, o rei junto de seus cavaleiros estava nos seguindo, também montados em cavalos.
- Eles estão se aproximando! - a princesa alertou.
- Continuem, vou atrasá-los! - respondi.
Oust se esforçou mais no galope e continuou sem mim, que parei preparado para a chegada do rei e seus soldados. O rei de Claira mal se aproximou de onde estava, com um mivimento circular do arrastar ligeiro de minha cauda ao chão, labaredas surgiram entre mim e o rei, criando uma barreira de fogo no caminho.
Com a pata direita dianteira, acenei com um sorriso cheio de zombaria ao rei e voltei a correr e alcançar Oust. Não o encontrei.
- Oust? - procurava-o pelas ruas, mas não o avistava. Foi quando escutei um dos soldados do rei gritar "alí!", retornei ao lugar onde impedi o rei com meus poderes, abaixei a barreira de fogo com um gesto da cauda e assim que o campo de visão ficou livre, avistei os soldados e o rei perseguindo Oust e a garota.
Oust deu a volta?!
Sem entender o que se passava, tornei a correr e alcançar o ginete e a princesa. Passei pelo rei e seus homens e fiquei lado a lado com Oust, a princesa e o coelho.
- Está balançando muito! - o filhote reclamou.
- Chest, o sr. Oust não quer ir para o lado certo! - a princesa gritou com as mão abraçadas ao pescoço do ginete, pois estava indo rapido demais e a garota se esforçava para se segurar.
- O que está fazendo? A floresta de Amaranto fica para o outro lado! - gritei ao malhado.
- Eu sei!
- Então porquê está indo para o lado errado?!
- Porque é o lado para onde você tem que ir!
- O quê?!
Logo me dei em conta de que o caminho que Oust seguia era o caminho do porto.
- Chest, você precisa cumprir sua missão! - o alasão exclamou em meio o galope - Eu levarei a princesa para a floresta!
- Não!!! - respondi irado - Eu preciso fazer isso!!!
- Chest, a magia dos amarantos está enfraquecendo muito rápido, Ruger me contou! - ele rebateu - Você tem que partir agora!
O que Oust acabara de revelar foi algo muito sério, eu sabia que os amarantos perderiam sua magia, mas não imaginava que fosse tão depressa.
- Chest, peça para a princesa procurar um Amaranto dentro do bolso da minha cela! - ele gritou. Gritei para a princesa procurar a flor imortal, ela desentrelaçou uma das mãos do pescoço de Oust e com a ajuda do coelho, conseguiu pegar a flor.
Notei na correria que a flor ainda estava com raiz.
- Esse amaranto é para você! Pra te ajudar caso algo aconteça! - o corcel explicou - Agora peça para a princesa te entregar e siga seu caminho, e seguiremos o nosso!
Hesitei em obedecer Oust, não queria abandoná-los em uma situação difícil.
- Chest, eu sei que você quer ajudar uma vida, mas se encontrar a fênix, você salvará milhões! - o alasão insistiu.
E por mais que relutasse em aceitar, sabia que ele tinha razão.
- Princesa! Jogue o amaranto!
- Mas eu posso usá-lo para curar minha mãe!
- Oust a levará para a floresta e lhe dará outro! Confie! Jogue a flor para mim!
A princesa soltou a flor.
Rapidamente, pulei e a apanhei no ar. Era bom com saltos, não me desiquilibrei, continuei a correr e Oust começou a curvar o caminho.
- Agora vá para o porto e cumpra sua missão! - ele falou já seguindo o caminho reverso ao meu.
Parei de correr e olhei para trás a fim de me certificar que Oust conseguiria passar do rei e seus homens. Ele os driblou com perfeição, passou por eles em um salto magnífico, o mais alto que já o vi fazer, tornei a correr somente quando Oust sumiu de minha visão trilhando a rua principal. Os soldados do rei seguiram com seus cavalos em perseguição, o rei foi o último que vi, este me lançou um olhar desafiador antes de fazer o cavalo virar na direção que Osut seguiu.
Sorri com a flor de amaranto presa nos dentes, e só então, voltei a correr, agora para minha missão primária, em direção ao porto.
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