Gato no Mar
A visão de Chest
Cheguei no porto do reino já sentindo o vento do mar e o cheiro de sal e peixe. Estava com o amaranto em minha posse, embora a flor seja mais resistente do que as outras, eu ainda precisava de um vasinho e terra para mantê-la viva.
Observava escondido em baús e barris de mercadorias os navios nas docas, todos ancorados, impedidos de navegarem pelo rei, talvez por medo de que a princesa fuja do reino; haviam também barcos menores, canoas de pescadores que trabalhavam no local.
Agora antes de tudo precisava de um vasinho para o amaranto, precisava também de um cantil com água doce para regar a planta e para beber, e é claro, precisava de um barco.
Navegar não seria nada fácil... precisava de muitas coisas antes de entrar no mar.
Não fazia ideia de como navegar, nunca me interessei por livros de viagens marítimas, não sabia quanto tempo demoraria para chegar em Arcai. Busquei me concentrar em encontrar um recipiente para plantar a flor de amaranto, vi que um pescador estava bebendo.
Um copo? Por quê não?
Tomei cuidado para não ser visto pelos pescadores sóbrios que estavam mais distantes, e me aproximei do homem medíocre que cheirava a bebida.
Ele estava desmaiando de tamanha embriaguez, estava sentado no chão, cabeça baixa, uma garrafa de cerveja no lado direito e um copo vazio na mão esquerda. Deixei a flor imortal no chão por um momento e dei leves patadas em seus pés, o homem bêbado me encarou com ar zonzo.
- Eu preciso desse copo - falei ao embriagado que me olhava com uma estranha naturalidade.
- Pode pegar... - ele respondeu com a voz lenta e embargada, jogando o copo em minha direção, desviei por pouco e me segurei para não arranhar o rosto do estúpido - Mas alguma coisa?
- Onde posso encontrar água doce?
- Tem um barril cheinho dela, lá no meu barquinho... E muita comida também... - ele apontou e acompanhei o movimento de sua sua mão em direção a um barco a vela charmoso e modesto . Retornei a atenção ao homem, sorri maliciosamente.
- Me empresta?
- Claro...
Segui para o barco do homem girando o copo de metal com o nariz e repus a flor de amaranto na boca. Fui para o barco com vela e procurei a água e comida que o homem embriagado alegou ter. Era verdade, havia um barril com água e outro com frutas em um tipo de depósito no fundo do barco. Ao longe, o infeliz embriagado dizia algo sobre estar tão bêbado a ponto de estar vendo um gato do demônio.
Ainda bem que estava bêbado, se não fosse por isso, não teria corrido o risco de falar com ele.
Enchi o copo com terra da costa e plantei a flor de amaranto, a deixei junto com os barris. Desamarrei a corda que prendia o barco, deixei o vento me afastar do cais, entrei no auto mar preocupado com minha missão, preocupado por minha ignorância em navegar e por mais incrível que pareça, preocupado com todos aqueles que tive que deixar para trás.
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