Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

CAPÍTULO 4 - 212

Charlie tinha limites. Limites esses que o recompensava com uma boa saúde mental que também lhe permitia uma vida pacata e sem graça, a qual ele se sentia orgulhoso em ter. Eram regras que ele havia demorado muito para formular, porém que funcionavam de forma perfeitamente harmônica na sua vida:

1. Não saia com pessoas desconhecidas para não passar vergonha.

2. Não vá a lugares onde tenha de interagir com pessoas desconhecidas para não se sentir envergonhado.

3. Não beba em lugares com pessoas desconhecidas que poderão te conhecer e fazer você se envergonhar de um dia ter bebido com elas.

E bem, ele repassava as regras na sua cabeça enquanto esperava Alycia descer com o seu carregador para irem ao coquetel da 212, e tinha a plena consciência de que se não fosse firme o suficiente, todas as suas regras iriam por água abaixo. Alycia não era uma completa desconhecida, mas não era como se ele tivesse intimidade o suficiente para deixar seu eu interior aflorar perto dela depois de alguns coquetéis.

Vanderbilt demorou exatamente 7 minutos para subir e descer. Ela havia trocado de camisa, botando uma regata de alças finas e sandálias de salto, além de ter prendido o cabelo deixando a franja comportada em sua testa em um rabo de cavalo tão bonito que parecia que ela havia ficado horas fazendo aquilo. Sua maquiagem também estava renovada, mas ele fingiu não perceber.

— Nada como uma bateria portátil. — Disse mostrando o quadradinho plugado no celular, que estava ligado novamente.

— Você foi rápida. — Ele afirmou, enquanto abria a porta do carro que ainda estava lá, esperando para ela entrar. Alycia novamente jogou as informações sobre o motorista com destreza e eles avançaram pela rua.

— É, eu costumo ser bem eficaz. — Dava para notar o orgulho na sua voz.

— Esses tipos de eventos... Não preciso estar com o nome em alguma lista ou algo assim para poder entrar? — Alycia assentiu enquanto remexia no celular, ela havia feito aquilo a noite toda e Charles estava agoniado e quase irritado com seu vício.

— Sim, mas tenho um convite para acompanhante, te disse que iria levar a Bellany, então... — Heiseinbolt assentiu. No fundo, ele estava torcendo para não conseguir entrar da mesma forma que estava ansioso para curtir a noite de forma totalmente diferente. Não sabia se podia confiar na sua mente.

— É, isso vai ser no mínimo interessante. — Charlie constatou assim que eles pararam em frente ao endereço que Alycia havia passado.

Era uma galeria. Ele a conhecia pois Roxanne havia o arrastado para ali para ver as fotos de um amigo da faculdade pouco antes deles terminarem. O lugar não era sua melhor lembrança, mas ainda assim engoliu a seco e pulou do carro, ajudando Alycia a descer também.

Ela se ajeitou e ele fez o mesmo, vestindo o terno e alisando a camisa involuntariamente. Assim que começaram a subir as escadas de ferro até a entrada da galeria, uma horda de fotógrafos começou a meter o flash na sua cara e ele quase se sentiu envergonhado por estar segurando a mão de Alycia, que o guiava pelo local.

— Vanderbilt, uma foto! — Um dos fotógrafos disse e ela apertou mais seus dedos e o levou até a parede revestida com os logos de Carolina Herrera e da 212.

— Alycia, não. — Não deu tempo dele terminar de falar, ela já havia o colocado do seu lado e sorria para as câmeras que os bombardeava com flashs. — Eu não acredito que está me fazendo passar por isso. — Cochichou, mas ela o beliscou, o obrigando a sorrir também.

Charles conseguiu se desprender depois de alguns segundos e ela posou sozinha, feito a blogueira que era.

Sim, suas regras estavam apitando na sua mente o mandando ir embora dali.

— Vai me dizer que nunca quis sair na coluna social da segunda-feira? — Maneou a cabeça parando ao seu lado para entregar os convites e entrarem no evento.

— Não, nunca quis. — Respondeu e ela simplesmente riu. — E eu nem sabia que existia uma coluna social da segunda-feira.

— Bem, agora sabe.

— Vanderbilt, você não está ajudando eu a gostar de você. — Subiu as sobrancelhas e ela o encarou enquanto entravam.

— Sério? Estou me esforçando tanto. — Havia tanta ironia no que ela disse que se fosse qualquer outra pessoa, ele se sentiria envergonhado e sairia de perto, mas por algum motivo apenas a encarou de volta e negou com a cabeça.

A galeria estava bem movimentada. Haviam blogueiros, estilistas, socialites e mais um monte de gente que odiava Alycia, mas que mesmo assim sorriram para ela como se fossem superamigos. Charles notou que ela destilava seu veneno quando os cantos de sua boca de erguiam mais do que seus lábios de forma icônica.

O lugar era espaçoso. Havia uma espécie de palco onde aconteceria a apresentação e ele tinha certeza que em breve uma mesa de DJ seria arrastada pra lá. Os garçons andavam de um lado para o outro destruindo bebidas variadas e a música ambiente era um Pop que ele tinha a vaga lembrança de já ter ouvido pela rua, mas ainda assim, não fazia ideia de que música era aquela.

— Lily! — Alguém gritou as suas costas e o rosto de Alycia perdeu a cor. Ela engoliu a seco e olhou para Charles pouco antes de virar. — Não sabia que você viria.

— Eu duvido muito. — Cochichou sem que ele pudesse ouvir e inspirou encarando o casal a sua frente. — Olá, Clark. Como vai? Julles! — Cumprimentou a menina ao seu lado.

Charles notou que a tal Julles era bem parecida com Roxanne – sua ex – e logo de cara não gostou da mulher, mas tinha consciência de que aquele sentimento era 100% dor de cotovelo. Julles era bonita, magra e usava um vestido preto quase tão justo quanto o que Bellany usava mais cedo, porém mais sofisticado. Clark, o homem ao seu lado, usava um terno descolado totalmente preto, sem gravata e suas calças estavam dobradas mostrando os sapatos lustrosos e todos ali pareciam aprovar seu look, todos menos Charles. Nunca iria expor suas canelas daquele jeito!

— Olá, Lily. — O jeito que chamavam Alycia não parecia ser aprovado pela mesma, já que ela se remexeu nas duas vezes que ouviu aquilo. — Veio cobrir o evento pelo jornal ou pelo seu blog pessoal? — Julles questionou.

Alycia deu os ombros.

— Pelos dois. — Sorriu, mesmo que não tivesse humor nenhum no seu rosto ou no corpo inteiro. — E você, Julles? — Ela deu os ombros, desinteressada.

— Apenas um evento no final de semana. Sabe como é, não podemos nos dedicar muito ao trabalho. — Algo no seu tom de voz fez a dor de cotovelo de Charlie triplicar. Ele se remexeu, observando a galeria esperando um garçom passar para quebrar a regra de beber com desconhecidos. Julles​ pareceu notar a presença de Charles por ali. — Nos apresente seu amigo, Alycia. — Ela disse e Alycia descruzou os braços, ficando ao lado de Charles que voltou a atenção para a conversa.

— Charlie, esses são Clark Shaffer e Julliene Farrell, Clark e Julles, Charles Heiseibolt. — Charlie apertou a mão dos dois.

— Pensava que Charlie fosse apelido para Charlotte. — Clark comentou e Charles decidiu que também não gostava do exibicionista de canelas.

— E eu achava que a única pessoa chamada Clark tinha obrigatoriamente vir de Krypton, o que prova que os dois estamos enganados. — Disse com um sorriso no rosto que deixou Shaffer um tanto quanto desconcertado. Clark riu sem graça.

— Foi bom te rever, Alycia, nos vemos por aí. — Clark disse ao se afastar bem na hora que o garçom passou. Tanto Charles quando Alycia pegaram um drink, mas ela virou o seu no mesmo instante, pegando outro antes que Heiseibolt pudesse piscar.

— Eu disse que a convivência com outros seres humanos corrompe as pessoas de bom coração. — Alycia sorriu para um desconhecido antes de seguir pelo salão e sentar-se no bar. Charlie sentou ao lado dela e notou que a mulher ficou desanimada de uma hora para outra.

— Problemas no paraíso? — Questionou e ela o olhou com os enormes olhos verdes enquanto remexia o gelo no fundo do seu copo.

— Antes tivesse sido um paraíso. — Suspirou, tirando a franja do olho. — Ele me traiu com Julles e usou a desculpa deu me preocupar mais com o trabalho do que com ele. — Charlie ergueu a sobrancelha e Alycia virou o copo inteiro mais uma vez antes de pedir uma dose de uísque ao barman. Charlie fez o mesmo.

— Típica desculpa de homem machista. Você sabe que ele te traiu por que ele é babaca e não por que fez alguma coisa errada, correto? — Alycia o encarou não muito convicta. Charlie se aproximou. — Se ele tivesse o mínimo de caráter ele teria terminado com você pela falta de atenção e não ter te traído, a traição foi uma escolha e não a saída. — Alycia o encarou, tentando sorrir e acenou com a cabeça.

— Obrigada Charlie, eu vou tentar me lembrar disso. — Ele sorriu e ergueu o copo para ela poder brindar. — E você? Continua fugindo das garotas como no colegial? — Ele riu e negou com a cabeça.

— Não, a última vez que eu vim aqui, por exemplo, foi com minha ex, Roxanne. — Charlie abriu o paletó e se acomodou no banco. — Não sei se ela me traiu, até prefiro acreditar que não, mas ela adotou a imagem de vadia da superação e gosta de esfregar na minha cara como está feliz e que eu basicamente atrasei a vida dela durante os dois anos que ficamos juntos. — Ele engoliu a seco e deu um gole no uísque. — Fazem seis meses e ainda recebo ligações do buffet do casamento me perguntando se mudamos de ideia. — Charles riu, esfregando o rosto. — Ah, minha vida nunca esteve tão na merda. E, desculpa por xingar teu ex, não se se posso ter toda essa intimidade.

— A intimidade de xingar meu ex você tem inteira. — Ela falou e encheu o peito, franzindo o cenho. — Podemos fazer juntos? — Charlie concordou e ela fechou os olhos com força. — Puta.

— Babaca.

— Cadela.

— Cretino.

— Vadia.

— Trump. — Alycia abriu um dos olhos e o encarou. Charlie deu os ombros, bebericando seu uísque. — O quê? Não consigo pensar me nada melhor.

Alycia estendeu a mão e segurou seus dedos em meio ao riso.

— Vamos beber. — Disse solidária e jogando todas suas regras para o alto, ele aceitou.

— Vamos, Lily, vamos beber. — Vomitou ironia e ergueu o copo, brindando de novo, antes de enfim começarem a se embebedar.

Depois da apresentação da nova fragrância da 212, um Martini e duas Piña Coladas, Charles nem se lembrava mais quem era Roxanne e apenas estava se divertindo na balada que aquilo virou. As luzes baixas piscavam em verde, vermelho e azul na sua cara e tudo parecia em câmera lenta, talvez pela forma que as luzes piscavam ou pelo excesso de álcool na sua corrente sanguínea.

— Você sabia que o oceano atlântico é mais salgado que o pacifico e que o elefante é o único animal com quatro joelhos? — Alycia perguntou fazendo Charlie a olhar confuso. Ela gritava mais alto que a música enquanto balançava de um lado para o outro na pista de dança. Sua franja já não estava mais tão bonita e sua maquiagem parecia um pouco borrada em seus olhos, mas ele não sabia bem o que tinha de errado.

— Como você sabe disso? — Ela deu os ombros e se aproximou mais do seu ouvido.

— A Monalisa não tem sobrancelhas e o isqueiro foi inventado antes dos palitos de fósforo. — Ela assentiu antes de levar o que quer que fosse na boca e tomar um gole. — Eu fiz uma matéria uma vez sobre informação inútil. — Deu os ombros orgulhosa. — Rendeu mais do que a coluna e economia do mês todo. E ah — Ela ergueu o dedo, pontuando. — Maças te mantém mais acordado do que café. — Piscou para ele, lhe passando a dica.

— Alycia, eu não faço ideia do que você está falando. — Disse antes de começar a rir da cara dela. Ela segurou sua mão e ele a rodou, depois ela fez o mesmo. Não pareceu um movimento esperto, mas extremamente engraçado. Alycia lhe deu as costas e balançou o corpo, olhando para o salão.

— Eu o odeio. — Gritou erguendo o dedo ao se virar. — E ele tem o pinto pequeno. — Afirmou e Charles caiu na gargalhada de novo. — Para de rir da minha cara, Heiseinbolt. — Falou apontando para ele, mas se desequilibrou e ele a segurou pela cintura a levando para a mesa. O que foi que ela havia bebido para ficar tão mais alterada do que ele? Instantaneamente ele se obrigou a ficar sóbrio, antes que algum dos dois se machucasse de forma irreversível. — Eu tô bem. — Ela afirmou e empurrou o copo pela mesa, esfregando o rosto. — Não sei nem por que tô ligando pra esse babaca.

— É uma condição humana, terráquea. — Alycia a encarou com os olhos bêbados.

— Eu sou Coluana¹. — Afirmou com um aceno. Charlie a encarou por um instante sério.

— Coluana, de Colu? — Ela confirmou com aceno e um sorriso bêbado. — Meu Deus, Alycia.

— Por favor, nome de Brainiac, a Destruidora de Planeta e inimiga dos Kryptonianos.

Demorou alguns instantes até Charlie entender tudo o que ela falava. Alycia se movia em câmera lenta por conta das luzes e ele sentia que estava prestes a vomitar de tanto ter bebido, mas ainda assim, ele queria beber mais.

— Quer dar uma volta? — Charlie perguntou estendendo a mão e Alycia o encarou com o mesmo sorriso antes de a segurar. — Vem, vamos dar o fora daqui.

X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X

¹ Colu é o planeta natal de Brainiac, um dos inimigos dos Superman, referência ao nome de Clark, o ex-namorado de Alycia.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro