Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

CAPÍTULO 8 - O VISIONÁRIO DA COSTA BAIXA

Espero que gostem do capítulo! Não esqueçam de deixar seu voto pra ajudar a autorazinha aqui :)

— O Briel tá mentindo pra você tem mais ou menos um ano.

— Hum. — O olhar de Kristina passeava pelas redondezas do deque da piscina, a alguns metros de distância do banco sob o abacateiro, no qual ela e o intruso estavam sentados. — E meu pai?

Marko coçou a cabeça.

— Seu pai? Ele tá nisso tem mais tempo que eu. Uns seis anos, sete.

— Sete anos que ele tá pegando em arma?

Ele fez que sim com um gesto. Kristina se imaginou pré-adolescente, comprando maquiagem com as amigas da escola enquanto seu pai saía escondido com pistolas embaixo da roupa, invadia prédios, roubava carros ou fosse lá o que os rebeldes faziam. Mas uma atividade era certa: matar. Ronan já tinha matado pessoas. Briel já tinha matado pessoas. O homem sentado ao lado de Kristina já tinha matado pessoas. Quando ela pensou nisso pela primeira vez, o coração gelou. Mas, parando para refletir, Keiton também matava como soldado e isso não parecia tão extraordinário. Soldados matavam de um lado, rebeldes de outro. Parando para refletir, o assassinato era banal em Kailan.

— O que é que você sabe sobre o dia que meu pai foi preso?

— Só sei que ele não devia ter deixado o revólver assim em qualquer lugar — respondeu Marko. — Mas todo mundo erra. O problema foi a denúncia. Não sei quem fez a denúncia, mas quando eu descobrir, vou acabar com essa pessoa.

Ela voltou a olhar para a piscina, a água tremulando brilhosa de sol. Um carro passou na rua, pássaros cantaram. Marko estava sentado com as pernas abertas, uma mão no bolso da bermuda, um braço esticado no encosto do banco. Kristina indagou:

— A Lorena também tá envolvida?

— Quem é Lorena?

— Ninguém. Esquece. Fala mais sobre o Briel.

— No final do ano passado a gente foi falar com ele.

— A gente quem?

— Eu e o resto do grupo que tá participando disso. Por enquanto eu não vou falar nome, não vou expor ninguém. Eu já tô me expondo bastante, já é suficiente. Mas daí, continuando: a gente foi falar com ele, porque a gente precisava de uma pessoa que entendesse tudo de computador. Nerd, hacker, programador e principalmente subversivo, tudo isso que o Briel é desde a época que eu namorava a irmã dele. E, desde aquela época, ele também tava construindo um projeto do mais bem feito e tudo. Daí a gente foi até ele, perguntou se ele queria fazer parte do nosso plano e ele aceitou. A primeira coisa que ele tinha que fazer era botar o projeto no ETeCK e ganhar.

Ela ergueu as sobrancelhas.

— Nem um pouco audacioso. E que plano é esse?

Marko a fitou com um sorriso no canto da boca.

— Foi do mais audacioso, e foi o Briel que ajudou a bolar. Ele tinha uma confiança bem grande naquele projeto e na capacidade dele próprio de convencer um júri. Mas, claro, a gente tinha que garantir, então a gente também molhou a mão dos jurados um pouquinho. Daí ele ganhou, e depois disso a gente precisava de mais três coisas. Primeiro: ele tinha que arranjar um jeito de entrar na Sala de Operações do Palácio Presidencial. Segundo: conseguir uma Chave Adm, só por um momentinho. É o cartão pra acessar o Computador Administrador da Rede Nacional.

— Eu sei o que é uma Chave Adm.

— Bom. A terceira coisa era ele pegar essa Chave, acessar o Computador, fazer uma conexão entre o Computador Administrador e o notebook dele e depois devolver a Chave e deixar tudo como ele encontrou.

— E como é que você queria que ele fizesse tudo isso?

— Ele fez tudo isso. Ele virou Administrador de Rede. Ele trabalha na Sala de Operações, bem do lado do Administrador Geral, que é o cara que comanda a Rede Nacional. Ele pegou a Chave do cara. Só que ele falou que não deu pra devolver, mas ninguém descobriu que foi ele. Só substituíram o cara por um de patente maior e bloquearam a Chave, mas a gente já não precisava mais dela.

— Tá. Mas, afinal, pra que isso?

— Ele vai poder controlar o Administrador de qualquer lugar, pelo notebook ou por qualquer outro computador que ele conectar no notebook dele. Ele vai ter na mão os capacetes militares e o sistema de segurança do Palácio Presidencial. Kris, a gente...

— Kristina.

— Kristina. A gente vai invadir o Palácio Presidencial. A gente vai matar o Sarto.

Primeiro, ela não teve reação. Mas, lentamente, abriu um sorriso, que se transformou em uma risada. Aquilo só podia ser uma piada.

— Você não vai matar o presidente — disse ela. — Nem você, nem o Briel, nem meu pai. Ninguém vai, sinto informar.

— Você acha que ele é invencível? E eu pensando que você tivesse a mente mais aberta do que os ignorantes desse país.

— E o que é que te fez pensar isso? — retrucou ela, seguindo o deboche.

— Olha, me responde uma coisa. Você acha esse governo certo?

Ela revirou os olhos.

— É uma pergunta de verdade?

— Eu não faço pergunta retórica — disse ele. — Só me responde, vai.

— Não. — Kristina checou os arredores antes de prosseguir, mesmo sabendo que não havia mais ninguém no quintal. — Não acho esse governo certo.

— Bom. Você quer que ele acabe?

— Claro que eu quero, mas de um jeito realista.

— Como é seu jeito realista? Seu plano, sua previsão, como é?

Era estranho falar de política com alguém que não fosse Briel. Aliás, nem mesmo com Briel esse assunto surgira nos últimos meses. Quando tinha sido a última vez em que ela explicara para alguém seu ponto de vista? No ano anterior, conversara a respeito com os amigos de Briel, porém tinha ouvido mais do que falado naquele dia. Não gostava da pressão de ter que parecer certa, coisa que não existia em seus diálogos políticos com Briel, até porque ela concordava com ele em quase tudo. Pelo menos naquela época, quando Briel ainda não era um rebelde armado.

— Não tem como o Sarto ficar aí pra sempre — disse Kristina. — As ditaduras têm prazo de validade. A gente precisa conscientizar o povo. Com o povo pressionando o governo, os militares vão cair. Não tem como eles prenderem uma população inteira que se revolte contra eles. Hoje em dia já tem muito mais gente contrária ao governo do que no início.

— O povo. — Ele abriu um sorriso torto, amarelo. — A população. Quem são essas entidades? Gente passiva que pensa igual você? Enquanto você e o povo esperam mais dez anos pra se conscientizar, eu sou o cara que levanta e faz.

— Ah, tá. Ahaaam. Você é o cara que mata presidentes. Você é o cara que acaba com a ditadura de um dia pra outro, porque sem o Sarto a ditadura vai acabar com certeza, né. Porque a população vai ver que o ditador morreu e, de uma hora pra outra, todo mundo vai ter a mentalidade de querer viver em um sistema livre.

— Eu nunca falei que as coisas iam mudar de uma hora pra outra. Mas eu acho que precisa de um primeiro passo, que é, sim, matar o Sarto. — Ele mexeu no cabelo, ajeitou a postura no banco, respirou fundo. — A gente pode ficar um tempão trocando ideia, só que a gente fez um acordo. Eu falei sobre o Briel, seu pai e nosso plano. Agora você tem que cumprir sua parte.

Tinha mesmo? Kristina sorriu por dentro, um sorriso vitorioso. Marko escolhera confiar em uma desconhecida e revelar informações sem garantia de retribuição. O problema era dele. Kristina não seria burra de entregar Briel ao grupo do qual o amigo tinha fugido.

— Eu não vou te contar pra onde o Briel foi. Sai da minha casa.

Ao invés de parecer surpreso, Marko respondeu tranquilo:

— Você acabou de confirmar que sabe pra onde ele foi.

— Já deu, peixeiro. — Ela se pôs de pé. O outro, apesar da relutância, também se levantou.

— Você sabe que não adianta me expulsar. Agora é como se a gente tivesse ligado. Mas tudo bem, eu entendo que você tá insegura, é normal. — Ele pegou do bolso um bloco de anotações e uma caneta, escreveu algo e entregou o papel a Kristina. Era um número de telefone e um endereço na região da Costa Baixa de Orlestan. — Pensa um pouco, depois fala comigo. Eu preciso saber onde o Briel tá pra poder ir atrás dele. Sem ele o plano nunca vai dar certo, e o tempo, a dedicação, os riscos, tudo que todo mundo, inclusive seu pai e seu amigo, tudo que a gente investiu nisso vai por água abaixo. Lembrando que quanto mais cedo você se decidir, menor é a distância até o Briel.

Kristina guardou o papel no bolso do short.

— Eu não preciso nem dizer pra você ser discreta no telefone, preciso? — disse ele.

— Não se preocupa, eu não vou te ligar.

Ele sorriu. Pousou uma mão no ombro da garota e lhe deu um beijo na bochecha, sendo retribuído por uma careta.

— Te vejo logo mais, Kris. E lembra: você pode ser muito mais do que só o povo. — E tomou seu caminho para a rua.

Kristina retornou para dentro de casa com todas aquelas palavras ainda se processando em sua mente, ainda tentando se transformar em algo que fizesse sentido. Com certeza o que não fazia era planejar o assassinato do homem mais poderoso e religiosamente adorado do país. Era difícil acreditar que Briel e sobretudo seu pai fizessem parte de tal absurdo, mesmo que os últimos acontecimentos, tão estranhos e improváveis, tornassem lógica aquela explicação. Mas lógico não quer dizer verdadeiro, esperava ela.

Assim que regressou à companhia de Eiden, ele perguntou, com os olhos pregados na televisão:

— O que o tal de Marko Danton queria?

— Ele não queria nada. Era só... Ele era um cara que estudou comigo na escola, eu só não lembrava dele. Eu estudei com muita gente, não dá pra lembrar de todo mundo pelo nome.

Eiden soltou um fraco hum de desinteresse. Kristina se deitou no sofá vazio, o olhar no teto.

Ela não estava ligada com Marko, como ele dissera. Se não revelasse nada e queimasse o papel com o endereço dele, o que ele poderia fazer? Mesmo que soubesse onde ela morava, era só Kristina denunciá-lo aos soldados e tinha certeza de que nunca mais receberia uma visita dele. E ele não poderia levar junto nem Ronan, já um prisioneiro, nem Briel, tecnicamente desaparecido. A ideia seguia amadurecendo, cada vez mais tentadora. Kristina tinha um nome completo e um endereço. O endereço podia ser falso, talvez, mas o nome não era, a menos que Marko usasse uma identidade falsa desde a adolescência. Obviamente, não era o caso. A garota só precisava ligar para a Divisão Investigativa.

Mas parecia fácil demais para ser verdade. A mente de Kristina foi atrás de possíveis complicadores. Achou um: os militares poderiam chegar até Briel a partir de uma apuração de dados com a qual o próprio Marko era capaz de colaborar, se fosse pressionado o suficiente. Porque uma denúncia contra Marko era quase uma denúncia contra Briel, já que eles participavam do mesmo grupo rebelde. Além disso, se os soldados concluíssem que Ronan também estava naquele esquema, ele certamente receberia pena de morte.

Outro complicador: Marko poderia explanar a conversa de minutos atrás, levando os soldados até Kristina, como vingança por ela não ter lhe dado informações. Todos na ronda daquele horário tinham visto os dois no portão, o que dificultaria a defesa da garota.

O peixeiro estava certo? Kristina estava mesmo ligada a ele? Sua respiração acelerou quando concluiu que sim. Não só estava ligada a Marko como àquele plano insensato no geral. Se o entregasse, cairia junto. Se o ignorasse, Marko certamente a perseguiria, do mesmo jeito que estava perseguindo Briel. E mesmo se por um milagre ele nunca mais fosse atrás dela, Kristina já estava cometendo o crime de obstrução da justiça desde que Briel a visitara naquela última noite, e Marko sabia disso. Agora, se ela cooperasse... decerto teria um fim cruel. Era impossível alguém arquitetar o assassinato do presidente e não ter um fim cruel. E um assassinato! Mesmo que Briel, Ronan e Keiton fossem capazes de fazer aquilo, Kristina seria? Não tinha como saber.

Kristina estava presa em um impasse. Sua raiva ao perceber isso foi tanta que ela queria gritar. Por que tinha consentido com a proposta abominável de Marko Danton? Por que o chamara, quando ele já estava indo embora, e dissera eu aceito? Se o tivesse deixado ir, ainda seria o tipo de pessoa que consegue relaxar vendo um filme de tatus-bola.

Foi ao armário de bebidas e tomou mais sete doses de vodca. No caminho para a escada, pediu a Eiden:

— Se alguém vier, diz que eu tô dormindo. — E, a passos oscilantes, subiu para o quarto.

A primeira ação foi deitar e berrar, com o rosto enterrado no travesseiro, até perder o fôlego. Repetiu o processo. Mas aquilo era uma estupidez inútil. A segunda ação foi dormir, já que a mais simples tarefa de não o fazer era cansativa demais àquela altura.

Acordou suada. O sol entrava pela janela e embebia o quarto de calor e luz. Não sabia que horas eram. Por quanto tempo adormecera? Tempo insuficiente. Estava enjoada, como se fosse vomitar a qualquer instante. Ou melhor, como se fosse vomitar agora. Levantou-se lutando para manter o equilíbrio. Sua cabeça latejava, e ficar de pé intensificou a dor. Apoiou-se na parede com uma mão e cobriu os olhos com a outra, buscando se estabilizar. Que miséria! Será que ela adorava isso? Será que amava se devastar daquele jeito? Foi até o banheiro tão rápida quanto pôde, seu corpo frouxo reclamando a cada esforço muscular.

Acordar podia ser algo péssimo, mas ela não se importara com isso antes de beber. Nunca se importava. Não ligava para nada. Só sabia fazer besteira. Sua mãe tinha razão.

No instante em que alcançou o vaso, o vômito a alcançou. Depois de lavar a boca, meio andou meio cambaleou até o quarto de seus pais — o impacto de cada passo causava um efeito terrível em sua cabeça —, onde havia um mini frigobar do qual ela tirou uma garrafa de água. Mesmo bebendo mais de meio litro, a sede não passou, como ela sabia que aconteceria. Seu objetivo era mais se hidratar do que matar a sede.

Sentou-se na cama de casal, recostando o tronco no dossel. Deviam ser por volta das seis da tarde. O sol poente que penetrava uma das janelas do quarto, mesmo filtrado pela cortina rosada, ainda feria os olhos de Kristina. Qualquer luz e qualquer som eram violentos demais. Ela tentou dormir de novo, sem sucesso. Apenas rolou na cama, insultando-se por dentro, o que também era imprestável. Então desceu ao primeiro andar. Eiden estava no escritório, jogando no computador.

— A mamãe acabou de ligar e disse que tá vindo pra casa. Ela quer conversar com a gente.

— Liga de novo e pede pra ela trazer um açaí.

— Oba! — Ele pausou o jogo e pegou o telefone ao lado do computador. — Vou falar que foi você que pediu, porque ela sempre compra o que você pede.

— Só porque eu não fico pedindo tudo, que nem você.

Quando Laisa chegou, Kristina estava deitada no sofá grande da sala de estar, com a televisão desligada e as luzes apagadas. Ao entrar, como se o ruído da porta se abrindo já não fosse exorbitante para a garota, sua mãe ainda ralhou:

— Kristina, você encheu a cara?!

— Não.

— Então de repente te deu vontade de tomar açaí? — Ela acendeu a luz. Kristina protegeu os olhos. Laisa deixou a caixa de açaí no balcão entre a cozinha e a sala e encarou a filha, continuando o sermão. — Você encheu a cara, eu não acredito! Teu pai é preso, teu amigo desaparece e você aí se embebedando.

— Quem desapareceu? — perguntou Eiden, que entrava na sala.

Laisa suspirou.

— Senta aí, filho. Você também, Kristina. Eu e a Rana, a gente tentou ligar, mandar mensagem, e-mail, enfim: a gente tentou falar com o Briel de todos os jeitos, e a gente não conseguiu. Fomos pra todo lugar onde ele podia ter se enfiado e nada. Ela não tá segura de ligar pra DI porque ela acha que o Briel pode tá em algum negócio dessa gente revolucionária.

Foi como se uma linha de metal trespassasse o coração de Kristina.

— Que absurdo — disse ela.

— Eu também achei um absurdo ela dizer isso do próprio filho — disse Laisa —, mas ela confessou que ele já disse que era contra o governo, e uma vez chegou até a insinuar que, se pudesse, lutaria pra mudar.

Evidentemente, era tão desconfortável para Laisa contar aquilo quanto era para Kristina ouvir. O suposto discurso de Briel se assemelhava àquele que a garota proferira enquanto lia O fim dos tempos hostis. A lembrança reavivava as consequências daquele debate. Vozes exaltadas, declarações de ódio, uma cicatriz nas costas.

— O Briel é terrorista? — perguntou Eiden.

— Não fala merda — disse Kristina mais alto do que pretendia. Sua cabeça doeu como se cada tremor das cordas vocais fosse um pequeno terremoto em seu cérebro. No esforço para ignorar a sensação, importou-se pouco com o olhar ferido de Eiden.

— Ele não é — disse Laisa —, mas a mãe dele acha que tem chance, por isso ela não ligou pra Divisão Investigativa. Ele pode simplesmente ter sido sequestrado e os bandidos ainda não terem pedido resgate, ou qualquer outra coisa. De qualquer jeito, a Rana e o marido vão ficar esperando algum contato, por enquanto.

Laisa fixou o olhar na filha quando cessou o enunciado, fazendo Kristina se lembrar de parecer surpresa e triste.

— Meu melhor amigo — disse, cobrindo o rosto com as mãos. Queria lágrimas para aumentar o drama, mas elas não vieram. Pensando melhor, era bom não tê-las, pois também não chorara com a notícia sobre o pai.

— É, um problema nem esfria e já vem outro. Duas bombas em cinco dias... Bom, eu vou levar minha bolsa lá pra cima.

Ela subiu, seguida por Eiden. Kristina foi tomar açaí. Colocou algumas colheres da gelada massa purpúrea em uma tigela e acrescentou mel e uma banana cortada em rodelas. Quando terminou de comer, seu mal-estar físico já tinha diminuído bastante. Restava agora o outro tormento, que não seria resolvido com tanta facilidade. Não era nem sequer concreto em sua cabeça. Ela não se acostumara com a ideia de que Briel e Ronan estavam se mobilizando daquele jeito para mudar a realidade do país. Sendo "os caras que levantam e fazem". Mesmo que o plano deles fosse surreal, ainda era um plano de ação, e isso era bom, não era? Kristina tinha em mente os passos para acabar com a ditadura, mas e se Marko estivesse certo sobre ela ser passiva? Afinal, ela realmente não se manifestava contra o governo, mesmo que tivesse bons motivos para isso. Mas será que deveria deixar de lado a autopreservação, sua eterna prioridade, e se arriscar na luta pela liberdade? O que tinha levado Briel e Ronan a tomarem essa decisão de uma vez por todas? Era uma decisão difícil com consequências pesadas. Briel se arrependera e Ronan fora preso.

Mas todos os pensamentos de Kristina a devolviam ao mesmo impasse. Pela primeira vez na vida, ela não tinha mais nenhuma escolha segura.

Ela chorou.

Horas depois, ainda estava sentada à mesa da cozinha, na mesma posição. Pegou em seu bolso o celular e o pedaço de papel que recebera àquela tarde. Discou o número. Uma voz masculina atendeu.

— Alô?

— Marko?

— Sim.

— É a Kristina.

— Mas já?

— Não enche. Eu vou te dar o que você quer. Mas eu tenho uma condição: eu também quero ir. 

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro