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VEGA


Quando chego ao edifício da Vega, meu cartão de identificação já está a minha espera. No caminho, liguei para Denise, secretária do meu pai, e ela deixou tudo organizado para a minha chegada.

Insiro meu cartão em um compartimento dentro do elevador para permitir a minha demorada subida até o último andar: o andar da arquitetura e também do escritório do meu pai.

Um misto de nervosismo e ansiedade percorre minha espinha quando me dou conta de que estou prestes a encará-lo, prestes a conversar com ele. Sinto meu coração acelerando, minha garganta se trancando, talvez por todas as palavras que tenho vontade de jogar na cara dele e não consigo.

Fecho os olhos e tento manter a calma, mas meus pensamentos viajam e eu me deixo levar até aquela memória.


​    —"E aquela é a Grande Nuvem de Magalhães." — Meu pai disse com o dedo apontando para o céu, mostrando a localização para que eu a encontrasse.

Estávamos passando um final de semana em Nova Friburgo, uma pequena cidade do Rio de Janeiro rodeada por belas montanhas, alguns anos depois de termos nos mudado.

Dizem que Nova Friburgo é um dos melhores lugares do Brasil para se observar estrelas a olho nu, então lá estávamos nós, deitados no gramado sob a manta que mamãe havia preparado, localizando e identificando estrelas e galáxias, tentando encontrar algum tesouro escondido entre as milhares e milhares de luzes que piscavam na nossa direção. 

​    —"Conseguiu encontrar?" — Perguntou quando percebeu que eu ainda não tinha dado meu vitorioso grito de "achei!"."Ali, pouco mais adiante da última que encontramos." — Orientou.

​    — "Achei!" — Finalmente comemorei, e papai beijou o topo da minha cabeça antes de me aconchegar em seus braços.

​    — "É linda, não acha?"

​    — "Muito!"

​    — "Você já tem alguma favorita?"

​    — "Eu não decidi ainda. São tantas, e todas são tão lindas! Qual é a sua?" — Perguntei, e ele me entregou os binóculos, direcionando o lugar exato onde eu deveria procurar.

​    — "Ali, está vendo? Aquela é a galáxia M83, carinhosamente chamada de Cata-vento do Sul, por causa dos seus braços  em espirais serem traçados por raias escuras. Essa é a minha favorita."

​    — "Você sabe tanta coisa! Como você ficou tão entendido sobre as estrelas?" — Perguntei, curiosa, ainda com os olhos grudados no céu.

​     — "Não sou tão entendido assim, vai. Ele me cutucou com o ombro, me lançando um sorriso e uma piscadinha para diminuir minha frustração  Mas o pouco que sei, aprendi com um amigo." — Acrescentou, e isso despertou minha atenção.

​    — "Um amigo te ensinou sobre as estrelas?"

​    — "Sim, anjo. Eles são muito especiais nas nossas vidas, como as estrelas. Muitas vezes, eles nos mostram para qual direção devemos ir, e outras, conseguem iluminar com seu brilho o mais escuro dos corações." — Ele respondeu, tocando a ponta do meu nariz com o indicador, mas me deixando um pouco aflita por não ter nem mesmo um amigo, muito menos um tão especial assim.

​    — "Não fique pensando sobre isso. Você vai fazer amigos quando estiver pronta." Ele me assegurou quando percebeu a preocupação no meu rosto. "Só lembre-se de escolhê-los com o coração. Você não precisa ter muitos amigos, Aliceum bom amigo pode valer por vários. E você sempre terá a mim e a sua mãe."


O "trim" do elevador soa e me desperta, anunciando que cheguei ao meu destino. As portas se abrem para o último andar e eu respiro fundo, erguendo a cabeça antes de dar um passo para fora.

Caminho decidida por entre salas e corredores, ciente das cabeças se virando na minha direção, e quase posso ouvir os pensamentos curiosos e intrigados pela minha aparição misturados aos sons dos papéis, lápis e grampeadores.

Mais um ou dois minutos de caminhada, viro à direita e adentro o elegante hall que dá acesso à sala do meu pai, encontrando Denise atrás de sua mesa.

Concentrada, ajeita uma mecha cacheada dos seus cabelos negros em seu coque com uma mão enquanto digita algo no computador com a outra.

​     — Bom dia, Denise.

     ​— Bom dia, Alice! — Ela soa animada, mas parece surpresa em me ver aqui.

Inconscientemente, ela puxa para baixo as mangas do seu terninho branco, que contrasta muito bem com a cor perfeita da sua pele cor de ébano. Desconfio que ela tenha mania de perfeição, o que pode justificar ela estar sempre impecável e ser tão eficiente como é.

     — Meu cartão de identificação já estava á minha espera quando cheguei. Obrigada por organizar tudo. 

     ​— Não tem de quê, foi um prazer. — Ela sorri, e seus olhos castanhos e gentis brilham — Surgiu uma reunião de última hora enquanto seu pai te esperava, mas já deve estar acabando. Acho que não vai ter problema se você quiser entrar.

​     — Ok.

​     —  Vai ser muito bom ter você aqui na Vega! — Ela diz com um sorriso carinhoso.

Eu e Denise desenvolvemos uma espécie de amizade ao longo dos anos. Era sempre eu quem ligava para perguntar se meu pai chegaria ou não a tempo do jantar, se ele poderia ou não comparecer na apresentação da Juju no colégio, se teria ou não alguma outra viagem de última hora... Dava para ouvir a pena na voz de Denise do outro lado da linha quando ela percebia a minha angústia em ver meu pai fugindo e se afastando cada vez mais da nossa família.

​     — Obrigada, Denise. Espero que sim. Te vejo mais tarde. — Digo a ela, devolvendo o sorriso.

Vou em direção à grande porta de mogno da sala do meu pai com a intenção de bater e entrar, mas quando chego, hesito. Não consigo. Não tenho coragem.

Me sinto mais insegura do que o normal. Fico parada na porta, olhando para o brasão da Vega entalhado no centro, esperando meu corpo tomar alguma atitude, mesmo que meu cérebro não tenha lhe dado nenhuma ordem.

Não sei o que esperar do meu trabalho aqui, da minha carreira como arquiteta, mas principalmente, não sei o que esperar desse encontro com meu pai. Acho que estou com... medo. Estou com medo que ele me abandone outra vez.

Só com esse pensamento, minha respiração começa a ficar ofegante, meu coração parece que vai sair pela boca e começo a suar frio. Vou ter um ataque de pânico!

Não consigo! Não posso passar por isso de novo! Não...

Chega! Controle-se!!!

Fecho os olhos, respiro fundo e controlo minha respiração.

Inspira. Expira. Inspira. Expira.

Abro os olhos, e bato três vezes antes de entrar.

                                                              ~

Meu pai para de falar no instante em que me vê, e acho que não está acreditando que está mesmo me vendo na frente dele. Fico de pé perto da porta, desconcertada e sem ação, esperando ele dizer alguma coisa.

O nervosismo me domina outra vez, e começo a remexer minhas mãos tentando dissipar a tensão, mas me distraio quando percebo seu parceiro de reunião me olhando de cima a baixo, numa óbvia secada. Quando começo a ficar desconfortável com o silêncio constrangedor e os olhares indiscretos que o sujeito está me lançando, meu pai se levanta e limpa a garganta, recompondo-se e incorporando suas boas maneiras.

​     — Bom dia, Alice. Eu esperava que você viesse mais tarde, mas fico feliz em te ver aqui. — Ele diz com cautela — Este é Pedro Genova. — Claramente insatisfeito, ele faz um gesto na direção do homem da secada, que passa as mãos nos seus cabelos grisalhos perfeitamente penteados para trás, ajeitando-os um pouco mais — Fechamos negócio com a empresa que Pedro representa há algumas semanas para a construção de um condomínio de alto padrão em São Paulo. — Explica. — Pedro, essa é minha filha Alice. Ela irá fazer parte da equipe Vega a partir de hoje. — Ele fala com Pedro, mas olha na minha direção, avaliando a minha reação ao que acabou de dizer.

Quase não consigo controlar meus olhos de se revirarem quando ele começa outra vez com essa história de "equipe Vega".

Pedro vem até mim a passos largos, atravessando a grande sala em dois tempos. Ele não tira os olhos azuis e afiados de cima de mim enquanto pega minha mão estendida pelos dedos e demora, muito mais que o necessário, em um beijo neles.

Meu queixo cai! O cara nem disfarça os olhares lascivos que me dispara, e bem na frente do meu pai. Esse cara não tem nenhuma noção?  Ou respeito?

     — É um prazer imenso conhecê-la, senhorita Alice. — Ele diz de maneira cortês e com um sorriso galante quando finalmente para de beijar minha mão, que ele ainda segura na sua.

Preciso admitir que fiquei surpresa com sua altura e porte. Ele não é um cara velho, mas também não é jovem. Deve ter a idade do meu pai, mas está muito bem conservado.

     — É um prazer conhecê-lo também. — Respondo com um sorriso educado, soltando minha mão da dele de uma maneira discreta.

     — Ouvi dizer que a senhorita é tão talentosa quanto o seu pai. Estou ansioso para ver grandes projetos assinados por você. — Ele joga toda sua sensualidade nas palavras, como se fosse um predador tentando seduzir sua vítima antes de dar o bote.

     — Obrigada, mas garanto que é um exagero da parte de quem te disse isso. Me formei há pouco tempo, tenho muito o que aprender aqui na Vega. — Ele me encara alguns instantes em silêncio, completamente fascinado. Dá pra ver, ele nem faz questão de disfarçar, o descarado.

     — Além de ser linda e talentosa, é também modesta. Estou muito impressionado! — Declara, mirando intensamente seus olhos nos meus. Não encontro nada além de malícia e desejo em seu olhar. 

Estou perplexa com as avançadas dessa cara, que não parece se importar nem um pouco com a presença do meu pai a poucos metros de nós. Desvio minha atenção para o meu pai, e seus olhos arregalados encontram os meus. A raiva contida borbulha por debaixo da sua pele avermelhada.

Impressionado. Até parece! Ele está é com muito....

​     — É o suficiente, Pedro! — Meu pai irrompe num tom ríspido e feroz.

Tanto eu quanto Pedro nos viramos de uma vez para o meu pai, surpresos pelo seu tom de voz e certos de que toda a sua fúria é em razão de suas cantadas. Pedro se retrai discretamente e passa a assumir uma postura diferente, como se não tivesse gostado nem um pouco da atitude do meu pai.

     — Por hoje é o suficiente. Na próxima reunião podemos revisar os pontos de maior prioridade do projeto. — Meu pai diz com um tom de voz controlado, contornando a situação e despachando Pedro de uma maneira mais civilizada.

Felizmente, meu pai teve a capacidade de fingir que não estava prestes a derramar todos os tipos de blasfêmias sobre o cara. Se eles acabaram de fazer negócio juntos, não deve ser bom já caírem no braço tão cedo. Mas quem sou eu pra dizer alguma coisa? Esse é meu primeiro emprego.

Meu pai dá a volta em sua mesa e fica de pé ali enquanto Pedro caminha calmamente até lá e pega sua maleta pela alça.

​     — Claro, Daniel — responde Pedro, aparentemente inabalável. Quando ele se vira, porém, consigo ver sua mandíbula travada como se estivesse se esforçando para manter o sangue frio. — Mandarei minha secretária ligar para Denise e nos agendar um horário na próxima semana. Quanto antes eu voltar, melhor. — Ele olha para mim ao dizer isso e depois estende a mão para cumprimentar meu pai, que a aperta de volta, como se nenhum atrito entre eles jamais tivesse acontecido.

Nossa! E eu achando que eu era a mestre em esconder emoções.

No caminho até a porta, Pedro para ao se aproximar de mim e pega a minha mão sem pedir permissão, beijando-a novamente.

​     — Você foi uma surpresa maravilhosa, senhorita Alice. Vou me assegurar que nos veremos outra vez. — Promete, e sinto calafrios quando ele me lança um sorriso sedutor de quem tem muitas, muitas segundas intenções.

Dou a ele um aceno de cabeça e um sorriso nervoso antes de ele abrir a porta e sumir.

Quando olho para o meu pai com o cenho franzido, tenho certeza que ele sabe os pensamentos que circulam pela minha cabeça. Ele então solta um longo suspiro, como se tivesse prendido a respiração por tempo demais.

​     — Me desculpe por isso. E por favor, Alice, não deixe ele se aproximar de você. Ele tem um histórico horrível envolvendo mulheres, então mantenha-se longe, por favor. Ele apareceu de última hora para checar alguns detalhes dos terrenos — diz, enquanto retoma seu lugar na cadeira —,  mas achei que já teria ido embora quando você chegasse. Não era para ele estar tão envolvido nesse projeto, muito menos aparecendo por aqui com tanta frequência. — Pondera, apreensivo, quase como se tivesse se esquecido da minha presença e estivesse refletindo suas preocupações em voz alta.

​     — Se ele é tão ruim assim, por que está trabalhando com ele, então? — Pergunto, e na verdade, eu só queria desafiá-lo, aborrecê-lo. Mas a minha pergunta o desestabilizou visivelmente e o levou para algum lugar distante dentro de sua própria mente. Além disso, eu não daria o braço a torcer e admitiria para ele que eu já me manteria o mais longe possível de Pedro, mesmo se ele não tivesse me pedido. Senti uma necessidade de me proteger assim que o cara chegou perto de mim.

​     — Nos negócios, ás vezes temos de fazer coisas que não queremos fazer. — Ele responde depois de um tempo, com a voz tão baixa que quase não consegui ouvir. — Sente-se, por favor.

Eu enfim movo meus pés do lugar onde finquei raízes desde que entrei no escritório do meu pai. Vou andando com cautela, dando passos vacilantes até chegar em sua mesa. Me sento na cadeira e imediatamente meus olhos vão parar nas minhas mãos inquietas e nervosas sobre minhas pernas, sem saber se devo falar alguma coisa ou esperar que ele comece.

E então, assim de repetente, sinto um estralo e penso: Mas que merda é essa? O que é que eu estou fazendo?

Isso é ridículo! Totalmente ridículo!

Por que eu deveria estar nervosa? Por que eu deveria estar com medo? Eu não fiz nada de errado! Eu não desisti da nossa família do dia para noite, sem nenhuma explicação. Eu não escolhi viver pelo trabalho ao invés de viver pela minha família. Não sou eu quem deveria estar nervosa!

Imediatamente tomo uma decisão: Eu vou conduzir o curso para onde as coisas vão a partir de agora. Chega de ser covarde!

Com as mãos e a respiração controladas, levanto o rosto devagar e resolvo encarar meu pai. O observo por um instante do outro lado da mesa, mas ele está concentrado demais escrevendo num papel. Parece até que ele está me ignorando de propósito, e isso me irrita profundamente, mas sou treinada. Seguro a onda e não deixo a raiva me dominar.

Aproveito para dar uma boa olhada nele.

A primeira coisa que noto é a sua postura levemente envergada. Outras pessoas jamais perceberiam qualquer diferença, mas eu sim. Uma imagem do grandioso Daniel Vega sentado orgulhoso e poderoso nessa mesma cadeira me vem na memória, e é impossível notar a diferença e não fazer comparações. Era como se esse fosse seu trono e ele sempre lhe pertencesse, mas agora, a impressão que tenho é de que seu trono está "folgado", e ele já não lhe serve mais.

Estranho.

Examinando ele de uma maneira geral, percebo que ele está mais magro — bem mais magro. Mais linhas de expressão marcam sua testa e seus olhos, que estão mais fundos. A mão que segura uma caneta requintada está mais ossuda, mas o que mais me incomoda é sua expressão. Eu nunca vi essa expressão no rosto do meu pai antes.

Ele parece... derrotado. Carrega a expressão de alguém que já desistiu, que não tem mais esperanças, mas no caso dele, eu não saberia dizer do quê.

Realmente faz muito tempo desde a última vez em que estivemos frente a frente.

Interrompo meus pensamentos antes que eles me levem para um rumo que eu prometi que não tomaria. Preciso me manter firme e forte, e começar a sentir pena do meu pai não é uma boa maneira de manter essa promessa, então acho melhor abrir logo o jogo com ele, assim ele não vai se apegar em falsas esperanças. Limpo a garganta sonoramente, chamando sua atenção para mim antes de começar meu discurso.

​     — Bom, em primeiro lugar, quero esclarecer uma coisa: eu ter aceitado sua proposta de trabalhar aqui na Vega não tem nada a ver com o cancelamento das minhas contas no banco. Conversei com a mamãe, e ela me convenceu de que não tinha nenhum sentido eu deixar de fazer o que amo, pela que sempre me dediquei, só porque eu não suporto você.

No momento em que eu digo as palavras, me arrependo.

Seus olhos verdes sempre brilhantes e sonhadores me olham opacos e sem vida do outro lado da mesa, feridos, deprimidos. Minhas palavras claramente o atingiram em cheio.

     — Me desculpe, não foi isso que eu quis dizer. Não é que eu não te suporto, é...

     ​— Tudo bem, Alice. — Ele me interrompe — Eu entendo. Sei o que quer dizer. Quero que saiba que não espero nenhuma tentativa de fazer nossa relação melhorar através do seu emprego aqui. Prometo não interferir no seu trabalho e deixar você crescer sozinha – sei que isso acontecerá mesmo sem a minha intervenção. Insisti para que viesse exatamente pelos mesmos motivos que sua mãe usou para te convencer. Ao contrário do que pensa, você é ainda mais talentosa que eu, sempre foi, e expressa uma paixão rara de se ver quando está envolvida com seus projetos. Você não deveria adiar isso só porque nós não estamos nos dando bem. — Ele faz uma pausa e desvia o olhar como se estivesse fugindo do meu. — Espero que um dia possam me perdoar por tudo, mas vocês estão melhores sem mim, Alice. — Ele diz num sussurro.

Sinto a raiva subindo, tomando conta de todas as minhas células. Ele não pode estar falando sério! Ele realmente está pensando que esse teatrinho de "estou arrependido" vai colar comigo? Ele não pode achar que vai fazer uma carinha triste, dizer que tem sido um pai horrível nos últimos anos e vamos nos abraçar e perdoar tudo num abraço de reconciliação.

Respiro fundo e tento manter a calma. Estou aqui há apenas alguns minutos e já perdi a conta de quantas "calmas" eu tive que manter. Mesmo sendo acostumada a fazer isso, está difícil de disfarçar a fúria crescente dentro de mim. É melhor acabar logo com isso antes que eu exploda!

​     — Não vamos fazer isso, tá legal? Só me diz onde começo, o que tenho que fazer, essas coisas. — Respondo com firmeza e com muito mais calma do que eu achei que conseguiria.

​     — Claro. Como quiser. Como você não veio ontem conhecer a nova equipe, não sabe ainda quem é quem e o que cada um vai fazer aqui. Eles irão te auxiliar no que precisar. Peça para Denise levá-la até a sua sala, depois procure por Enzo Castelli. Ele vai explicar sobre o projeto que vocês trabalharão.

​     — Mais alguma coisa?

​     — Não, é só isso. — Responde, e mais uma vez, volta seu olhar para a mesa.

Me levanto da cadeira, e sem dizer mais nada, começo a caminhar em direção a porta para ir embora. Quando estou prestes a sair, ele me chama e eu me viro.

​     — Obrigado por ter vindo. Significa muito para mim. — Ele diz sem me olhar nos olhos, como percebi que fez durante quase todo o tempo do nosso curto encontro. Se eu não soubesse que ele está deliberadamente me ignorando, diria que é ele quem está com medo de me encarar.

​     — Não estou fazendo isso por você. — Abro a porta e saio do escritório dele.


                                                  *

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