xii - channelling and horcruxes
capítulo doze, canalização e horcruxes
t o m
EM TODOS OS ASPECTOS DA VIDA, TOM QUERIA MOSTRAR PODER. Temendo sentimentos humanos, ele só agora aprendeu que o amor não era uma fraqueza quando ele estava apaixonado por uma pessoa ousada. Especialmente, o amor não era uma fraqueza em um momento como este, quando ele estava acariciando suavemente sua coxa nua enquanto olhava para o cara volumoso com cabelo bagunçado.
Nunca em sua vida ele esquecerá a maneira como Igor Krakov está olhando para Evelyn. Sentado na beirada, sua esposa claramente disposta e esquecida ao seu lado enquanto ele queimava seu olhar na mão que acariciava a coxa de Evelyn.
Delicadamente.
Devagar.
O bruxo mais cruel da Rússia estava bem na frente dele, o pesadelo de Evelyn e, no entanto, ele encontrou sua fraqueza desde o minuto em que apareceu na mansão. Tom não achava que Evelyn sabia que ela era a maior fraqueza de Igor Krakov.
Evelyn estava sentada no braço da poltrona em que Tom estava sentado. A apenas alguns metros deles estavam Igor e sua esposa de aparência esquelética com um rosto pálido e medonho. O próprio Igor era um homem corpulento com ombros largos, bastante alto. Seu olhar era escuro, ligeiramente semicerrado enquanto sua mão com anel descansava em seu queixo.
── Procurando por você apenas para descobrir que você pertence a um clube infantil britânico? ── A voz de Igor era áspera como cascalho.
Evelyn estava surpreendentemente bem por fora, mesmo estando sentada na frente do homem que ela detestava mais do que qualquer outra pessoa. A postura dela era delicada ─ ligeiramente encostada no corpo de Tom, intoxicando-o com o perfume laranja-sangue com um brilho dele. Ele estava orgulhoso dela por não demonstrar medo, mas afinal, ela provavelmente preferiria pular da janela a mostrar que está apavorada.
── Eu não pertenço a lugar nenhum, Igor. ── sua voz era doce, mesmo que seus olhos brilhassem com maldade.
Tom queria discordar, mas sabia que ela não se considerava sua seguidora. Ele também não a considerava uma, mas sem dúvida, ela pertencia a ele.
── Eu pensei que você queria ser independente. ── ele começou, observando a forma como a mão dela se moveu suavemente no ombro de Tom até o peito dele. ── E você me trocou por... chevo? Um mais novo?
── Não havia você para trocar em primeiro lugar... Não é muito cruel falar sobre isso na frente de sua... décima sétima esposa? ── O tom de Evelyn era de zombaria e, Deus, o quanto ele estava ficando excitado só de ouvi-la.
O russo sorriu, um conjunto de dentes brancos contrastando com seu tom de pele levemente bronzeado. Ele nem mesmo olhou para trás para olhar para sua esposa e a mulher nem mesmo fez um som de desaprovação. Havia uma semelhança entre suas ações com a mãe de Evelyn, só que essa mulher estava muito mais drogada.
── Décimo sexto, krasavica. ── ele admitiu, sorrindo enquanto olhava para Evelyn como se ela fosse um doce. ── Seu pai prometeu sua mão. Onde ele está, a propósito?
Tanto sua mãe quanto seu pai estavam em Londres neste momento. Tom prometeu a ela que os manteria longe de todo esse casamento até que ambos encontrassem um plano melhor, então alguns de seus seguidores estavam monitorando os pais dela para que não voltassem quando fosse necessário. Algumas poções para enevoar seus cérebros também eram uma necessidade para um trabalho mais suave. Mas Evelyn não perguntou sobre eles ─ claramente, ela estava furiosa com eles por ter sido prometida a Igor Krakov.
── Você sabe bem que ele não tinha o direito de me prometer assim como se eu fosse algum tipo de coisa. ── sua voz se elevou ligeiramente, seu corpo ficou tenso e ele rapidamente apertou sua coxa, deixando-a saber que ele estava bem aqui e com uma palavra apenas ─ ele o calará para sempre.
── Nossas tradições são legais. Ele tinha todo o direito.
── É por isso que você veio aqui? Para pedir minha mão? ── Evelyn perguntou, zombando enquanto balançava a cabeça.
Igor esfregou o queixo e cantarolou:
── Você não vai me elogiar por meus esforços para pedir sua mão gentilmente?
Seu corpo endureceu mais uma vez.
── A mão dela está tomada. ── Tom admitiu, finalmente pegando os olhos do homem que estava olhando boquiaberto para sua mulher pelo momento em que ele entrou. Ele agarrou a mão dela, levando-a aos lábios enquanto mantinha o olhar fixo no homem. Pela contração de seus lábios, Tom sabia que o homem à sua frente estava pensando em assassiná-lo lentamente. Oh, bem, deixe-o tentar.
── O que você quer em troca dela? ── Igor perguntou e sua franqueza surpreendeu até o homem sentado a sua frente.
Evelyn apenas o rejeitou abertamente e ele estava pedindo uma etiqueta de preço para que Tom a vendesse? Meu Deus, ele estava mais desesperado do que imaginava.
A postura da mulher se endireitou e ele sentiu que ela estava nervosa. Ela realmente pensou que ele a entregaria a Igor? Não havia nada que aquele velho idiota pudesse oferecer a ele que pudesse ser mais valioso do que ela? Sim, ele queria seu poder, mas a ideia de ficar longe de sua beleza ruiva era atormentador.
── Oh, minha querida. ── Tom murmurou, levantando-se e virando-se para olhar para Evelyn que claramente parecia tensa. Empurrando uma mecha atrás da orelha enquanto ele se inclinava, pressionando um beijo suave em seus lábios sedutores e carnudos antes de sussurrar: ── Aja preocupada.
Ela não respondeu e ele beijou o canto dos lábios dela enquanto se movia para o fundo da poltrona, ficando parado encarando Igor, colocando a mão no ombro dela.
── Eu quero que você se torne o Ministro da Magia.
Igor caiu em uma gargalhada estrondosa, e os ombros de Evelyn ficaram mais tensos do que ele jamais sentiu. Depois de alguns segundos, o homem parou de rir, seu humor mudando com um movimento do pulso ─ ficando todo sério.
── Eu não dou a mínima para o seu pequeno ministério. Por que eu me tornaria um Ministro da Magia? ── Igor perguntou.
── Você perguntou o que eu queria e eu disse a você. ── Tom deu de ombros.
── Eu pego Evelyn se eu me tornar o Ministro? Claramente, você só quer que eu leve toda a culpa quando você destruir todo o seu joguinho. ── Igor apontou e ele não estava errado ─ era exatamente o que Tom queria.
── Sua escolha. ── Tom deu de ombros, colocando as mãos no encosto da poltrona e inclinando seu peso ligeiramente para frente. ── Eu disse a você minhas condições.
Igor sorriu, recostando-se no sofá, fazendo sua esposa se afastar um pouco.
── Eu ficaria bem em me tornar o mestre do seu show de marionetes. No entanto, você realmente trocaria esta krasavica por qualquer coisa? ── sua voz soava com sotaque quanto mais ele falava. ── Ou você só quer dominar a magia dela e se livrar dela.
Com essas palavras, Evelyn claramente ficou tensa. Mesmo que esse fosse o plano, no começo, Tom não podia se permitir se livrar dela. Era a única pessoa que tornava sua vida um pouco mais interessante. Por que não aprender o poder dela e apreciá-la ao mesmo tempo?
── Então, o que você está oferecendo? ── Tom perguntou.
Igor estendeu a mão no espaldar do sofá, cruzando as pernas enquanto olhava para os dois por alguns segundos:
── Dá-me Evelyn e não te mato.
Isso trouxe um enorme sorriso ao rosto de Tom. Caminhando atrás de Evelyn, ele gentilmente moveu seus cachos curtos para um lado, revelando seu pescoço levemente machucado e as clavículas em um tom suave de amarelo e o resto coberto por sua camisa. Inclinando-se para o ombro dela, ele o beijou gentilmente, inalando seu perfume como se ela fosse a melhor droga e se moveu até seu ouvido:
── Evelyn, minha querida, você não mencionou que ele é um comediante e tanto.
Finalmente encontrando seu olhar castanho, ele sentiu a necessidade de tê-la novamente explodindo nas profundezas de seu coração. Percebendo um pequeno brilho de medo, ele beijou sua testa, não querendo que ela se preocupasse.
Em vez de responder, ela se levantou e caminhou para frente, mantendo uma boa distância do bruxo russo. Sua postura era alta e uma vez que Igor se levantou e se aproximou, ele não era muito mais alto que ela. Seu queixo estava erguido e, Deus, ela parecia espetacular.
── Cansei de você não poder ouvir que não quero fazer nada com você. Eu, fugindo, não foi claro? ── seu tom doce estava misturado com veneno, batendo seus cílios tão docemente, quando ela claramente coçava com o desejo de matá-lo.
── O que mais você poderia querer? Por que você é tão rebelde enquanto outras morreriam para estar em seu lugar? ── Igor perguntou, seu olhar queimando Evelyn com puro desejo.
── Quinze já morreram, ── ela apontou com a cabeça para a mulher no sofá. ── dezesseis está a caminho.
── Smeshno. ── ele riu. ── Você parece diferente.
── Eu não quero você, Igor. Todos os seus planos confusos sobre ter o recém-nascido perfeito não me incomodam.
Algo perverso brilhou em seus olhos enquanto ele a olhava de cima a baixo pela centésima vez e, neste ponto, Tom se sentiu um pouco inquieto. Sua cabeça parecia estar um pouco tonta enquanto os observava intensamente. De repente, começou a ficar um pouco quente demais, parecendo que seu traje estava grudado nele.
Alguém estava mexendo com ele.
Num movimento rápido, Igor empurrou as mãos para trás dela, segurando-a e com a outra a virou, empurrando a mão em seus ombros para segurá-la com força. Mesmo que Tom estivesse furioso por dentro, um pouco tonto, ele permaneceu imóvel como se fosse uma estátua.
Ele sabia de uma coisa ─ Igor nunca a mataria, então não havia nada com que se preocupar. A única coisa com a qual ele não estava contente era tocá-la e Tom prometeu a ela que não ficaria vivo se fizesse isso.
── Isso não é legal da sua parte. ── começou Tom.
── Você parece um pouco perdido, não? ── Igor zombou, pressionando a mulher ruiva contra ele, já que ela não se movia nem um pouco.
── Evelyn deixou claro que não quer fazer nada com você e aqui estamos, você parece um idiota.
Igor sorriu, seus lábios pressionando contra a cabeça dela e ela nem piscou com o impacto. Ela ficou lá como se paralisada.
── Poções são minha salvação, companheiro. Ouvi dizer que você mesmo é muito talentoso com elas.
Encontrando o olhar de Evelyn, ela virou a cabeça ligeiramente para baixo e cravou os dentes no antebraço de Igor com imensa força, fazendo o homem gemer de dor e empurrá-la para fora de seu aperto. Aproveitando a oportunidade, Tom simplesmente estendeu a mão para o homem que tinha uma marca bem afiada dos dentes dela e o homem caiu no chão.
Sua esposa nem reagiu.
Olhando para Evelyn, seus lábios estavam ensanguentados, nariz ligeiramente torcido, mas ela parecia viva, assim como na pousada quando eles mataram aquela mulher. Ele estava certo ─ Evelyn fica linda matando alguém. Ela desabrocha como uma flor depois de uma chuva terrível, só que cada vez mais bonita.
O corpo de Igor estava se contorcendo de dor. Foi um feitiço simples que deixou o corpo do homem experimentar curtos espasmos que atacaram todos os músculos. Foi muito doloroso, mas foi só o começo. O homem estava gritando palavrões em russo, claramente degradando Evelyn, mas ela nem se mexeu uma vez. Ela estava um pouco ocupada demais limpando o sangue da boca.
Tom se aproximou, levantando a cabeça do homem para encará-lo. Seu rosto mal estava torcido de dor, mas sua mandíbula se apertou enquanto seus olhos estavam escuros, cheios de fúria. O homem mais jovem zombou, voltando para Evelyn, passando o polegar pelos cantos sangrentos de seus lábios.
── Vá em frente. ── ele insistiu.
Evelyn olhou para ele.
── Assim? ── Ela balançou a cabeça.
── Minha querida, liberte-o de sua miséria.
Mesmo que ele esteja confuso, com um movimento do pulso, Igor parou de grunhir, fazendo-o se levantar com uma expressão furiosa no rosto. Só então Tom percebeu que Evelyn estava planejando algo e ele não tinha certeza se iria gostar disso.
Pegando seus olhos ─ eles estavam brilhando.
── Eu não quero que você morra assim, Igor. Você sempre sonhou em possuir meu poder, em unir nossas linhagens e ainda assim, você esqueceu que muito tempo se passou entre nós dois.
Ela continuou:
── Se eu fosse matar você e eu vou, eu farei isso corretamente.
Evelyn virou-se para Tom e ofereceu-lhe um pequeno sorriso. Aproximando-se dele, ela colocou as mãos em seus ombros e olhou para cima:
── Me encontre.
Pressionando os lábios sangrentos dela contra os dele para um beijo agridoce, Tom ficou pasmo, pois ao senti-la se afastar, uma rajada de vento o fez abrir os olhos apenas para ver que ela havia sumido.
E Igor Krakov estava olhando para ele com a mesma surpresa antes de desaparecer no ar, deixando sua esposa no sofá.
De repente, tudo clicou para Tom. Aquelas cicatrizes em suas costas, sua declaração de que esse era o preço pela magia que ela aprendeu ─ foda-se! Como ele não percebeu isso antes?
Evelyn roubou um pouco da magia de Igor Krakov, canalizando-a. A obsessão por ela não era porque Evelyn era uma mulher linda. Canalizar magia era uma das coisas mais difíceis que um mago podia fazer ─ para alguns, era impossível, assim como dividir a alma. Era Artes das Trevas. E Igor Krakov deve ter percebido isso em algum momento ─ talvez, ao pegar um pouco de sua magia, ela acidentalmente deixou uma imagem dela em sua cabeça; a paixão ─ ela sabia o que estava fazendo?
Evelyn queria interromper a canalização captando todo o poder dele e, para isso, ela precisava estar em um lugar muito específico. Então por que ela estava tão nervosa em vê-lo, se esse era o caso?
Tom deve encontrá-la. Porque Evelyn parecia ser muito mais poderosa do que ele previra. E Tom sabia o que tinha que fazer para dominar o mundo.
Se ele dividir sua alma com ela, eles compartilharão a magia um com o outro ─ não apenas imortais, mas também incrivelmente poderosos. Ambos podem ser indestrutíveis. Indestrutíveis.
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