Prólogo
— Então é isso! Você realmente vai embora para Tóquio? Vai deixar tudo para trás? — Laís perguntou, puxando o lençol para si, tentando se cobrir, com a voz trêmula.
Gabriel olhou para ela, um pouco triste, mas com um olhar determinado.
— Eu preciso ir, Laís... É uma grande oportunidade para o meu futuro. Aquele trabalho é importante, a empresa é da minha família, e como herdeiro, eu preciso estar à frente dos negócios...
— Seu pai te pediu isso? — ela perguntou, os olhos brilhando com uma mistura de dúvida e dor.
— Não, ele não me pediu, mas eu sinto que é o momento certo. É algo que eu preciso fazer por mim, e pela minha família. — Gabriel respirou fundo, aproximando-se dela e acariciando suavemente seu rosto. — Mas, e você? Por que não vem comigo? Poderia ser uma nova fase para nós dois.
Laís negou com a cabeça, afastando-se um pouco.
— Não dá, Gabriel. Eu tenho minha vida aqui em Gênova, minha faculdade... você sabe que tenho uma bolsa de estudos em Gastronomia, e não posso perder isso. Além disso, eu não tenho dinheiro para bancar uma viagem desse porte.
Gabriel parecia insatisfeito, mas não desistiu.
— Eu posso pagar a sua passagem, Laís. E em relação à estadia, você pode ficar na casa da minha família. Meu pai tem uma propriedade em Tóquio, é só você aceitar...
— Não dá, Gabriel. Não posso aceitar isso, e nem você como... não somos nada. — A voz dela ficou embargada, e os olhos, antes curiosos, agora estavam cheios de tristeza. — Não temos nada.
— Mas você sabe que eu me importo com você... Eu gosto de você, Laís.
Ela o olhou com ceticismo.
— De mim? Ou de todas as outras garotas da universidade, Gabriel? Você é um mulherengo, todo mundo sabe disso. As garotas ficam sonhando com uma noite com você. Não me engane.
Gabriel ficou desconcertado, mas não deixou que a dúvida tomasse conta.
— Não é assim, Laís. Eu não sou como todos pensam. Se você fosse comigo... Se você aceitasse... Eu só quero você, e ninguém mais.
Laís olhou para ele com um misto de desconfiança e dor. Ela sabia que ele estava sendo sincero, mas não podia ignorar o comportamento dele com as outras pessoas, e as outras garotas.
— Gabriel, você é um mulherengo... Eu sei o que dizem. Mas, e quanto a mim? Eu nem sei se eu conseguiria viver em Tóquio, com uma cultura tão diferente, com a língua que não domino.
Gabriel, com os olhos fixos nela, continuou.
— Mas você fala inglês fluentemente, Laís. Você é incrível, você pode se adaptar... Eu sei que pode. E eu estarei lá para te apoiar, não importa o que aconteça.
Laís sentiu uma onda de emoção invadir seu peito. Ela queria acreditar nele, mas o medo de se perder em algo que talvez não fosse real a impedia de tomar qualquer decisão precipitada. Ela olhou para Gabriel, tentando organizar os pensamentos.
— E o que você quer que eu faça lá, Gabriel? Me diga... Como posso fazer parte da sua vida em um lugar tão distante, onde tudo é tão estranho para mim?
Gabriel, com um olhar apaixonado, tomou sua mão suavemente.
— O que eu quero é que você esteja comigo. Não importa onde. Eu só quero que você entenda que isso é real...
Laís olhou para ele, sentindo o calor de sua mão, mas ao mesmo tempo, a dúvida crescia em seu coração. Ela sabia que sua vida em Gênova era estável, que suas amizades e sonhos estavam ali. Mas ao mesmo tempo, uma nova vida ao lado de Gabriel, em Tóquio, poderia ser uma oportunidade única.
Ela respirou fundo, tentando pesar as opções, e então falou, com um fio de esperança, mas também de receio:
— Eu não sei, Gabriel... Preciso de tempo para pensar. Isso é uma decisão muito grande.
Gabriel sorriu, como se já soubesse a resposta, e apertou sua mão.
— Eu vou embora esse fim de semana Laís, se você mudar de ideia já sabe onde me encontrar. — Falou com a voz seria, em seguida depositou um beijo nos lábios da morena enquanto se caminhava até o banheiro e deixando Laís perdida em seus pensamentos. Laís ficou ali, sozinha, com o eco das palavras de Gabriel ainda ressoando em sua mente. Ela sabia que ele estava determinado, mas também sabia que não podia tomar uma decisão tão importante assim sem refletir profundamente. O dilema entre a vida que ela tinha em Gênova e a possibilidade de um novo começo em Tóquio, ao lado de Gabriel, era avassalador.—
Ela olhou para o lençol amassado onde ele tinha se deitado e suspirou. Sua mente estava cheia de perguntas: Será que eu estou disposta a deixar tudo para trás? E se eu não me adaptar lá? Será que ele realmente está falando a verdade sobre os sentimentos dele por mim, ou é só mais uma fase para ele?
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