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06- Ombro amigo


Gabriel acordou com um susto, o som baixo, mas insistente, vindo da cozinha rompendo o silêncio da casa. Ele esfregou os olhos, ainda imerso na névoa do sono, e se sentou na cama, sentindo o peso da exaustão nos músculos. Levantou-se devagar, o corpo pesado, como se cada movimento fosse um esforço. O quarto estava em penumbra, e ele se lembrou de como havia demorado a pegar no sono naquela noite. Pensou por um momento em bater na porta de Laís, verificar como ela estava, mas logo desistiu da ideia. O que ele poderia dizer? Ela estava vivendo uma tempestade interna, e ele, por mais que quisesse, não sabia como ser exatamente o que ela precisava naquele momento.

Ele suspirou, jogou os pés para fora da cama e caminhou em direção à cozinha. Seus passos eram silenciosos no piso frio da casa, e enquanto se aproximava do corredor que dava acesso ao local, o barulho ficou mais nítido. Era o som de armários sendo abertos e fechados de forma um pouco desajeitada. Gabriel franziu a testa. Era estranho, mas não parecia ser algo alarmante. Talvez ela só estivesse procurando algo para comer.

Ao virar a esquina e entrar na cozinha, ele a viu ali. Laís estava em pé diante de um armário aberto, seu rosto iluminado pela luz suave da geladeira. Seus movimentos estavam apressados e quase descoordenados, como se estivesse à procura de algo sem nem saber o que. Ela vestia a roupa Gabriel, o tecido largo e confortável contrastando com a tensão visível em seus ombros. Os cabelos caíam em ondas desarrumadas sobre o rosto, e havia algo vulnerável, quase infantil, na cena. Ela parecia completamente absorvida em sua busca, como se o simples ato de revirar os armários pudesse aliviar um pouco da dor que a consumia.

Gabriel ficou parado na entrada da cozinha por um instante, observando-a sem fazer barulho. Ele queria perguntar se estava tudo bem, mas as palavras pareciam ficar presas em sua garganta. Era tarde, e Laís provavelmente não estava em condições de conversar sobre sentimentos ou lembranças naquele momento. Então, ele decidiu agir de maneira mais silenciosa.

— Laís? — disse, sua voz baixa, quase hesitante, como se fosse perturbá-la em um momento muito íntimo.

Ela se sobressaltou ao ouvi-lo, fechando rapidamente a porta do armário, mas não se virou de imediato. Gabriel notou a leve tensão nos músculos dela, como se ela estivesse se segurando para não ceder à necessidade de escapar ou esconder o que estava sentindo. Quando ela finalmente olhou para ele, seus olhos estavam pesados de cansaço, mas havia algo mais ali, uma mistura de frustração e um pouco de vergonha por ele a ter encontrado naquele estado.

— Eu... — Laís começou, a voz rouca, como se tivesse algo preso no peito. — Eu,  não sei o que estou fazendo. Só... só preciso de algo, Gabriel. Não sei o quê, mas preciso de algo.

Gabriel a observou por um momento, sem saber como reagir. Ele sabia que ela estava perdida, não apenas naquele momento, mas em tudo o que estava acontecendo com ela. Sua vida havia virado de cabeça para baixo, e aquele comportamento, aquela busca por algo indefinido, parecia ser a maneira dela tentar encontrar algum tipo de controle, mesmo que fugaz.

Ele olhou para o armário e depois para ela, percebendo que Laís não estava realmente procurando comida. Era algo mais, talvez uma forma de distração ou até de fuga. Mas Gabriel sabia que o que ela realmente precisava não estava ali, nas prateleiras da cozinha ou em qualquer outra coisa material. O que ela realmente precisava era de descanso, de espaço para processar tudo o que havia acontecido.

Com um movimento lento e deliberado, ele se aproximou dela, e, em um gesto que parecia simples, mas carregado de cuidado, colocou uma mão gentil em seu ombro.

— Laís... vem, vamos para a sala. Não há nada aqui para você, só mais confusão. Você precisa descansar, e amanhã, talvez possamos conversar mais. Mas agora, deixe isso de lado, ok?

Ela hesitou, olhando para ele com os olhos profundamente cansados, antes de finalmente ceder à suavidade de sua voz e seu toque. Não havia palavras, mas naquele momento, não precisavam delas. Ela se afastou lentamente do armário.

— Eu preciso limpar a minha mente, Gabriel... Eu... — Laís disse, a voz trêmula, os olhos vidrados na prateleira do armário, como se fosse a única coisa que pudesse oferecer algum alívio naquele momento.

Gabriel a observou com atenção. Ele sabia exatamente o que ela estava passando. A ansiedade, o peso da dor, a sensação de estar fora de controle... Quando ela se sentia assim, ela se entregava a uma obsessão quase incontrolável por cozinhar, ou por comer doces de forma desordenada. Era uma forma de se distrair da turbulência interna, uma tentativa de encontrar algo simples, algo tangível, para substituir a tempestade dentro de sua cabeça.

Ele se aproximou, mantendo uma distância respeitosa, mas suficiente para transmitir que ele estava ali para ela. Não havia pressa em suas ações, apenas a calma de quem sabia que a pressa não ajudaria.

— Laís... — começou ele, com a voz suave, tentando acalmá-la. — Eu sei o que está acontecendo. Sei que está difícil, mas você não precisa fazer isso. Não precisa passar por isso sozinha.

Ela não o olhou de imediato, mas ele podia ver a tensão nos ombros dela, a frustração em cada movimento. Ela estava em guerra consigo mesma, e aquele impulso de procurar a comida, de buscar um alívio momentâneo, era como um refúgio temporário, mas inútil.

— Eu só... não consigo parar, Gabriel. Eu não consigo. Preciso de algo para me acalmar. — As palavras saíam com dificuldade, como se ela estivesse tentando explicar um turbilhão de emoções que não conseguia traduzir em simples frases.

Gabriel suspirou, um suspiro que carregava todo o peso da compreensão. Ele sabia o quanto era difícil lidar com esses momentos, e sabia também que as palavras nem sempre eram suficientes. Mas ele queria tentar. Queria ajudá-la a encontrar outra maneira de enfrentar aquela dor.

— Eu entendo, Laís. Mas a comida, os doces... eles não vão te trazer paz. Não vão limpar a sua mente. Eu sei que parece difícil acreditar, mas o que você precisa agora é de descanso, de um momento para respirar, para processar tudo o que está acontecendo. Eu estou aqui para te ajudar, mas você precisa deixar que eu te ajude.

Ela olhou para ele então, finalmente, seus olhos cansados e vulneráveis encontrando os dele. Gabriel a observava com calma, sem julgamento, apenas com uma presença sólida, como se sua tranquilidade pudesse, de algum modo, acalmá-la também.

Ele estendeu a mão, não como uma ordem, mas como um convite. A oferta de um abrigo, de um momento de silêncio e de apoio.

— Vamos para a sala, Laís. Eu vou ficar com você. Não precisa mais procurar mais nada. Nada vai te acalmar agora a não ser você mesma, e talvez, um pouco de calma.

Ela hesitou por um momento, olhando para os armários abertos, os ingredientes espalhados de maneira desordenada sobre a bancada. A mente dela estava cheia de pensamentos desconexos, e a única coisa que ela sabia fazer era tentar achar um pedaço de controle no caos. Mas, ao ver a oferta silenciosa de Gabriel, algo nela cedeu.

Ela respirou fundo, fechando os olhos por um instante, como se tentasse reunir forças para seguir o conselho dele. Finalmente, deu um passo em direção a ele, e Gabriel, com um sorriso suave e acolhedor, a guiou para a sala. Sem pressa. Sem pressa de consertar nada, apenas ali, naquele momento, tentando dar-lhe a paz que ela tanto precisava.

Quando se sentaram juntos no sofá, o silêncio da casa parecia envolvê-los, e Laís, pela primeira vez naquela noite, se permitiu fechar os olhos e respirar profundamente. Gabriel se manteve ao seu lado, com sua presença firme e tranquila, esperando que ela pudesse encontrar, por mais breve que fosse, algum alívio naquela calmaria.

— Você não está conseguindo dormir? 

Laís balançou a cabeça lentamente, seus olhos ainda cansados, mas sem conseguir encontrar paz o suficiente para fechar os olhos. O silêncio ao redor parecia intensificar a inquietação em sua mente, e, por mais que tentasse relaxar, a ansiedade ainda dominava seus pensamentos.

Gabriel percebeu a luta dela. Ele sabia que, muitas vezes, as noites assim eram um reflexo de algo muito maior, de uma dor interna que ela ainda não sabia como lidar. Ele não queria forçar nada, mas sabia que qualquer gesto, qualquer distração, poderia ser uma pequena pausa para o turbilhão que se passava dentro dela.

— Quer ver televisão? — perguntou, com a voz suave, tentando suavizar o ambiente. A oferta parecia simples, mas, talvez, fosse o suficiente para afastar os pensamentos pesados por um tempo.

Laís o olhou por um momento, ainda indecisa. A ideia de se distrair parecia quase tentadora, mas, por outro lado, ela sabia que não era uma solução real para o que sentia. Mesmo assim, ela se sentou mais confortável no sofá, um suspiro suave escapando de seus lábios.

— Pode ser... — disse ela, a voz trêmula. Era mais um gesto para quebrar o silêncio do que uma verdadeira vontade de se distrair. A mente dela estava em um estado de caos, mas talvez a luz da televisão, o som suave de algo irrelevante passando pela tela, fosse um pequeno alívio.

Gabriel pegou o controle remoto novamente e, sem muita cerimônia, escolheu um filme qualquer, algo leve e simples, que não exigisse muito foco. Não queria forçar nada; o objetivo era apenas trazer um pouco de distração à mente agitada de Laís, algo que a fizesse se perder no enredo por alguns momentos, ao menos. Quando a tela iluminou, uma música suave começou a tocar, criando uma atmosfera acolhedora na sala.

Ele se ajeitou no sofá, e, sem dizer nada, abriu os braços em um gesto silencioso de acolhimento. Laís, que estava ainda meio distante, com os olhos fixos na tela, hesitou por um momento, mas algo na quietude do ambiente a fez se aproximar. Ela se moveu devagar, como se fosse natural, quase instintivo, e encostou a cabeça em seu ombro, deixando que o peso da sua cabeça descansasse ali.

Gabriel sentiu o calor de seu corpo, a leveza do toque, e por um momento, um silêncio confortável se instaurou entre eles. O filme continuava, mas as palavras ou as cenas não pareciam importar muito para Laís. O que realmente a acalmava naquele instante era a presença constante de Gabriel, a sensação de estar segura, de não precisar carregar o peso da dor sozinha. Ele a envolveu ainda mais com o braço, sem pressionar, apenas como um gesto suave de apoio.

Laís fechou os olhos por um momento, o peito ainda apertado, mas a sensação do abraço, a presença dele ao seu lado, era um alívio pequeno, mas significativo. O som da televisão, a luz suave que preenchia o ambiente, tudo parecia tornar o lugar mais acolhedor. Mesmo que o turbilhão dentro dela ainda estivesse lá, talvez um pouco mais controlado, o fato de não estar sozinha nesse espaço de incerteza lhe dava algum consolo.

Gabriel ficou em silêncio, apenas acariciando levemente o braço dela, o gesto sendo uma forma de oferecer algum conforto, sem pressa. Ele sabia que ela não estava buscando palavras, que as palavras não poderiam consertar nada naquele momento. Mas a presença, o abraço, isso, sim, parecia ser a única coisa que ela precisava para respirar um pouco mais fundo.

O filme continuava, mas a mente de Laís estava longe da tela. Ela se sentia mais tranquila, mesmo que temporariamente, por estar ali com Gabriel, envolvida pela sensação de calma que ele proporcionava. No fundo, ela sabia que a dor não desapareceria da noite para o dia, mas, por aquele momento, ela poderia se permitir encontrar algum refúgio nos pequenos gestos de cuidado. Por algum momento, Laís sentiu que talvez, só talvez, ela não estivesse tão sozinha quanto pensava.

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Não deixem de curtir e comentar caso estejam gostando da historia... Esse é o sexto livro da serie Amor na Itália com a família De Luca.

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