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04- Adeus

A noite avançava, e a única coisa que Laís sabia com certeza era que o amor de sua avó, sua força e os ensinamentos que ela deixava, estariam com ela por toda a vida. Mesmo quando a ausência de Carmela se fizesse presente, ela teria o suficiente dentro de si para enfrentar o que estava por vir.

E Gabriel, de alguma forma, era agora uma parte essencial desse processo. Ele não estava ali para substituir nada, mas para oferecer apoio, e Laís sabia que isso era tudo o que ela poderia pedir naquele momento.

— Você não quer comer nada?

— Estou sem fome.

— Você precisa comer Lais.  — falou estendendo á mão para ela.— Saco vazio não para em pé bella... E eu prometi a Carmela que cuidaria de você.

— Gabriel.

—Lais, não fale nada, vamos comer alguma coisa rápida e depois voltamos...

— Você deveria ir para casa descansar, você não vai gostar de passar a noite em uma poltrona desconfortável de hospital.

— Eu não me importo com isso, contato que esteja ao seu lado... Então se levante, e vamos comer algo.

Laís suspirou, sentindo um cansaço profundo nas costas, mas, ao mesmo tempo, um pequeno alívio ao saber que Gabriel não a deixaria sozinha. Ela sabia que ele estava tentando aliviar um pouco a tensão, tentando fazê-la se distrair, nem que fosse por um momento. Seu corpo pedia descanso, mas sua mente estava em constante movimento, sem encontrar um lugar para descansar.

Ela se levantou devagar, sem fazer muita força, e pegou a mão de Gabriel. O gesto, simples, mas cheio de significado, era uma lembrança de que, mesmo em meio à dor, ela não precisava enfrentar tudo sozinha. Ele estava ali para apoiá-la, sem pressa, sem questionar.

— Vamos lá, então... — Laís disse com uma leveza que, embora forçada, mostrava que ela estava se permitindo um pequeno descanso. Talvez, fosse exatamente o que ela precisasse para conseguir seguir em frente, para conseguir lidar com o que viria.

Eles caminharam pelo corredor do hospital em silêncio. Gabriel caminhava ao seu lado, sempre atento a qualquer movimento dela, quase como se estivesse esperando para segurar ela caso caísse. Laís apreciava a calma dele, a forma tranquila com que ele a guiava, sem pressioná-la a fazer mais do que o necessário.

Chegaram à pequena lanchonete do hospital, onde o ambiente era mais tranquilo, longe dos barulhos dos corredores e das máquinas. A comida parecia simples e rápida, mas, naquele momento, qualquer coisa que fosse suficiente para aliviar um pouco a tensão seria bem-vinda. Gabriel pegou algo simples, uma sopa quente e um sanduíche, e colocou sobre a mesa.

— Vai ficar melhor depois de comer um pouco. Eu prometi à Carmela que cuidaria de você, e não vou falhar com isso. — ele disse, os olhos fixos em Laís, tentando transmitir uma segurança que, na verdade, ele também buscava para si.

Laís olhou para ele, seu olhar um pouco distante, mas ainda assim, havia algo reconfortante na presença dele. Talvez fosse o cuidado com que ele a tratava, o fato de que ele não estava tentando forçar nada. Ele apenas estava lá, e isso fazia a dor parecer um pouco mais suportável.

— Eu sei... — Laís murmurou, e uma leve tristeza tomou conta de sua voz. — Eu só não sei como vou fazer isso... como lidar com a ausência dela... Como lidar com tudo isso, Gabriel.

Gabriel permaneceu em silêncio por um momento, deixando que as palavras dela fizessem sentido dentro da conversa silenciosa que eles compartilhavam. Não havia pressa. Ele sabia que, por mais que tentasse, não poderia mudar o que estava acontecendo, mas podia estar lá para ajudá-la a passar por isso.

— Laís, eu não vou tentar te dar respostas que você não quer ouvir. Eu sei que nada do que eu diga vai realmente diminuir a dor. Mas... posso te prometer que, mesmo quando você achar que está sozinha, eu vou estar aqui. Eu estarei sempre ao seu lado, seja qual for o caminho que você precisar seguir. Não tem pressa para isso, nem para curar, nem para decidir. Só saiba que você não está sozinha, tá?

Laís respirou fundo, seus olhos se enchendo de lágrimas mais uma vez. Não era só pela avó, mas pela própria situação dela, pela incerteza do futuro, pelas dúvidas que ela carregava sobre como tudo ia se desenrolar. Mas a sinceridade de Gabriel, a calma dele, fazia com que ela sentisse que, pelo menos por aquele momento, ela não precisava carregar tudo sozinha.

Ela pegou o copo de água à sua frente, bebendo devagar, tentando se acalmar. Então, com um pequeno sorriso, mas com os olhos ainda um pouco nublados pela dor, ela olhou para ele.

— Obrigada, Gabriel. Por... tudo. Por estar aqui.

Ele sorriu de volta, sem palavras, apenas com um olhar que dizia tudo.

— Não tem o que agradecer, Laís. Eu... eu só quero que você saiba que pode contar comigo. 

Eles continuaram a comer em silêncio, o som suave das colheradas e dos copos se misturando com o silêncio acolhedor ao redor. A noite parecia ter desacelerado, o ritmo frenético da ansiedade e da dor se afastando por um breve momento, permitindo que ambos respirassem um pouco mais aliviados.

Laís sabia que a jornada seria longa e difícil, e que o amor de sua avó jamais poderia ser substituído. Mas, por agora, ela se permitiu um pouco de paz, com Gabriel ao seu lado, como uma presença constante, silenciosa, mas firme.

Quando terminaram, Gabriel se levantou, pegando a bolsa de Laís e o casaco dela com delicadeza.

— Vamos voltar. Ela vai precisar de você.

Laís assentiu, sentindo a força das palavras dele, mesmo que simples. Ela não estava sozinha. E, por mais que o peso da dor ainda estivesse ali, ela sabia que poderia seguir adiante. Com Gabriel, com a memória de Carmela, e com a força que, agora, ela começava a encontrar dentro de si mesma.

Quando Laís e Gabriel chegaram ao quarto da avó, o ambiente que encontraram era completamente diferente do que haviam deixado para trás. O corredor estava mais movimentado, e o som do monótono apito do monitor cardíaco era mais alto do que o habitual. O aparelho que monitorava os batimentos de Carmela estava desregulado, emitindo um sinal agudo e contínuo, destoando do silêncio opressor que antes tomava conta do ambiente.

A porta do quarto estava entreaberta, mas Laís não hesitou nem por um segundo. Ela a empurrou com força, seus olhos buscando instintivamente pela avó, mas o que ela viu ao entrar foi um tumulto de médicos e enfermeiros, todos se movendo rapidamente ao redor da cama. Carmela estava deitada, sua respiração irregular, o rosto pálido, quase sem vida, enquanto as enfermeiras e os médicos tentavam, freneticamente, estabilizá-la.

O coração de Laís deu um salto no peito, e uma sensação de pânico a envolveu. O som do monitor cardíaco era agora uma série de bipes desordenados, rápidos e frenéticos, que preenchiam a sala com uma pressão insuportável. Um dos médicos estava ao lado da cama, pressionando de forma firme e precisa o peito de Carmela, realizando massagens cardíacas enquanto outros ajustavam as máquinas ao redor da cama.

Gabriel, ao seu lado, agarrou seu braço, mas Laís mal o notava. Ela só conseguia ver a cena diante dela, o desespero estampado nos rostos dos profissionais que, apesar de toda a experiência, pareciam lutar contra o inevitável.

Mi vita, não! Não! — Laís sussurrou, a voz embargada de dor, mas ninguém a ouvia. Ela se aproximou, mas foi interrompida por uma enfermeira, que a pegou gentilmente pelos ombros e a afastou.

— Srta. Matarazzo, por favor, espere do lado de fora. Nós estamos fazendo tudo o que podemos. — A enfermeira disse com uma expressão grave, sua voz calma, mas cheia de urgência.

Laís não conseguia processar as palavras. Ela se sentia paralisada, como se seu corpo tivesse perdido a capacidade de reagir. Mas Gabriel, ainda ao seu lado, a puxou para mais perto de si, oferecendo-lhe um pouco de apoio físico, sem saber exatamente como ajudá-la, e apenas a retirou dali. Ele sabia o quanto aquela cena estava devastando Laís, o quanto ela queria estar ao lado da avó, tocando-lhe as mãos, falando-lhe palavras que a confortassem.

Gabriel a conduziu para fora do quarto, e ela o seguiu automaticamente, sem forças para protestar. O tumulto dentro do quarto continuava, mas tudo o que ela conseguia ouvir agora era o som do batimento de seu próprio coração, o eco de um medo indescritível.

Ao se afastar, Laís se encostou contra a parede do corredor, sentindo as lágrimas que já estavam nos seus olhos agora escorrerem livremente. Gabriel ficou ao seu lado, sem pressa de dizer algo. Ele apenas a segurou, oferecendo-lhe o conforto que ela precisava, sabendo que, naquele momento, o silêncio era a única resposta possível.

Dentro do quarto, o esforço dos médicos não diminuía, mas, em algum lugar, Laís sabia que a realidade estava prestes a mudar para sempre.

Quando, finalmente, os médicos e a enfermeira saíram do quarto, o silêncio no corredor foi ensurdecedor. Laís ainda estava encostada na parede, sentindo uma mistura de vazio e dor. Gabriel estava ao seu lado, em um estado de apreensão, como se ainda esperasse algum milagre. O som de seus próprios corações batendo parecia o único eco naquele espaço. O tempo parecia não existir mais, mas então, o médico apareceu à porta, com um semblante grave, sério demais para ser ignorado.

Ele olhou para o casal, os olhos pesados de tristeza, como se quisesse transmitir algo que ele sabia que não seria fácil ouvir. Laís sentiu o peso de cada segundo que se passava, e quando o médico finalmente abriu a boca, o impacto das palavras foi tão cruel quanto um golpe no peito.

— Sinto muito... — O médico disse, sua voz calma, mas carregada de uma compaixão que não aliviava a dor de Laís. — A hora do óbito foi registrada às 20:35.

Aquelas palavras caíram sobre ela como um manto de gelo, congelando seus sentimentos, suas reações. Laís estava paralisada. Não conseguia processar a realidade. A avó, sua fonte de força e amor incondicional, tinha partido. Era real, mas, ao mesmo tempo, era impossível de acreditar.

Gabriel foi o primeiro a reagir, seus braços se fechando ao redor de Laís com uma intensidade silenciosa, tentando protegê-la, mesmo que não houvesse muito o que fazer. Ele a envolveu, mantendo-a perto, permitindo que ela sentisse o calor de seu corpo, como uma âncora para aquela dor avassaladora que a consumia. Ele sabia que palavras não eram suficientes, mas naquele momento, ele não queria que ela sentisse o peso disso sozinha.

Laís, no entanto, não conseguiu segurar as lágrimas. Elas começaram a cair livremente, como um rio que rompe suas margens, uma torrente de emoções que ela não podia mais controlar. Ela estava em choque, sua mente não conseguia acompanhar o que o corpo sentia. A dor, a saudade, o medo do vazio. Era tudo muito. E, ao mesmo tempo, o silêncio do médico, a calma dele, parecia uma confirmação dolorosa de que a perda era irreversível.

— Eu... eu queria tanto... — Laís tentou falar, mas as palavras falharam. Sua garganta estava apertada, e ela não conseguia se expressar de maneira alguma. O que poderia dizer para fazer tudo isso parar? Como lidar com a ausência de alguém que tinha sido sua rocha por toda a vida?

O médico deu um passo à frente, mantendo uma distância respeitosa, mas ao mesmo tempo transmitindo toda a seriedade do momento.

— Eu entendo que não é fácil, e sei que palavras não podem amenizar essa dor. Mas, infelizmente, sua avó não resistiu. Ela foi cercada de cuidados até o último momento. E, agora, podemos dar-lhe o devido respeito, se desejar.

Laís olhou para ele, os olhos cheios de lágrimas, mas também com uma mistura de gratidão e confusão. Ela sentia que estava em um sonho, onde tudo ao seu redor parecia desfocado, incerto. Mas havia algo ali, naquela oferta do médico, que a fez sentir uma mínima necessidade de tomar o controle do que acontecia a seguir.

— Sim... — foi tudo o que ela conseguiu dizer, sua voz quebrada, mas a palavra estava carregada de significado. Ela sabia que era hora de se despedir.

Gabriel a puxou suavemente, sem pressa, sem querer pressioná-la, mas sabendo que ela precisava de um momento para entender o que estava acontecendo, para começar a aceitar o inevitável.

O médico fez um leve gesto, sinalizando que poderiam entrar no quarto para dar a despedida. A enfermeira, que estava ao lado, se afastou de forma respeitosa, permitindo que o casal tivesse o momento que precisavam.

Quando Laís entrou no quarto novamente, o que ela viu era quase surreal. Carmela ainda estava ali, deitada na cama, com a respiração agora silenciosa. A expressão dela parecia em paz, mas a ausência de vida era inconfundível. Laís sentiu um nó na garganta, um vazio tão grande que parecia consumir seu ser por completo.

Ela se aproximou da cama com passos lentos, os olhos focados no rosto da avó. Mesmo sabendo que era tarde demais, Laís estendeu a mão, tocando suavemente a pele fria de Carmela. Um calor, uma sensação de despedida silenciosa, tomou conta dela. Ela queria dizer algo, queria pedir desculpas por tantas coisas, queria agradecer por cada gesto de amor, por cada palavra de carinho, mas tudo o que conseguiu fazer foi sussurrar:

Nonna... mi mancherai tanto... (Vovó... vou sentir sua falta...)

A dor era palpável, mas havia algo mais profundo ali. Um reconhecimento de que, mesmo na ausência, a avó nunca a deixaria. Os ensinamentos, o amor que ela transmitira, permaneceriam vivos em seu coração para sempre.

Gabriel estava atrás dela, o olhar igualmente pesado, mas sem interrupções. Ele sabia que Laís precisava daquele momento. E, por mais difícil que fosse, ele também sabia que a dor da perda não desapareceria, mas talvez, apenas talvez, ela conseguisse encontrar uma forma de seguir em frente.

Laís se afastou lentamente, com a sensação de que estava deixando uma parte de si mesma na cama da avó. Ela olhou para Gabriel, e ele, com uma expressão de profunda compreensão, a abraçou novamente.

— Eu estou aqui, Laís... — Ele sussurrou, e, por um momento, ela sentiu que poderia se apoiar nele. Não como um substituto, mas como alguém que estava ali, disposta a acompanhá-la, mesmo nas noites mais escuras, mesmo quando a dor parecia insuportável.

Ela suspirou, sentindo o peso do momento, e, em um gesto quase imperceptível, a última despedida começou a tomar forma.

E, embora as palavras da avó tivessem sido ditas na forma de lembranças, o que restava agora era a sensação de que o amor e o legado dela sempre estariam com Laís. Onde quer que ela fosse, a avó estaria ali, em cada passo.

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