(🏁) . final alternativo part 2.
Marli Mancini.
modelo.
Nove anos se passaram e, de repente, os almoços de domingo se tornaram uma tradição tão forte quanto a nossa história. Nossa casa sempre estava cheia de risos, de vozes conversando ao mesmo tempo, de uma energia que preenchia cada canto. Era engraçado, porque eu me sentia exatamente como a mamãe se sentia quando eu era criança.
Quando a casa lotava nos fins de semana, ela sempre estava no meio de tudo, cuidando de todos, com aquele olhar caloroso e generoso. Agora, o mesmo sentimento me envolvia, mas em uma versão diferente.
——— Cadê o Beco?
——— Lá fora, claro, brincando com o Gabriel.
Sorrindo, me levantei e caminhei até a varanda. E lá estavam eles: Gabriel, com aquele sorriso travesso no rosto, e Bruno, o sobrinho, todos empoleirados como se estivessem pilotando o carro da Fórmula 1. Ayrton, rindo e brincando com eles, parecia um menino, como nos velhos tempos.
O som de suas risadas e o brilho nos olhos de Gabriel me lembravam o quanto a vida havia mudado, mas como sempre se mantinha bela, cheia de momentos simples e profundos.
——— Venham almoçar!
A voz deles se espalhou pela varanda, como uma pequena melodia de felicidade. Gabriel, Bruno e Ayrton começaram a correr em minha direção, como se o mundo pudesse esperar para ser saboreado mais tarde.
Ayrton me deu um sorriso grande e carinhoso, e pude ver em seus olhos, naquele instante, tudo o que passamos e tudo o que conseguimos construir. Havia tanto amor ali.
O cansaço, o medo, as perdas. E, no entanto, ele estava ali, ao lado de Gabriel, compartilhando aquela alegria que só quem passou por momentos difíceis pode entender.
A casa lotada de risos e de gente se sentindo em casa.
Um sentimento reconfortante. Eu olhei para eles, para o Gabriel e o Ayrton, e soube que, por mais que o tempo tenha corrido rápido, por mais que o futuro ainda fosse incerto, esse momento era meu. Nosso.
E seria eterno.
Observei Gabriel, com seus passos rápidos e animados, correr até a mesa e se sentar ao lado da avó. O olhar dele era de felicidade pura, como só as crianças sabem ser. Quando ele se acomodou, olhando para os pratos e falando sobre como estava com fome, não pude deixar de sorrir. A vida seguia de uma maneira simples, mas cheia de amor e carinho.
Ayrton se aproximou de mim, com aquele sorriso característico que eu adorava, e antes de eu poder dizer qualquer palavra, ele me deu um beijo suave. Eu me deixei envolver pelo calor daquele gesto, sentindo a mesma segurança e afeto de sempre.
Era como se o tempo tivesse parado por um segundo, e o mundo, lá fora, já não fosse tão importante. Só nós dois, ali, em nossa casa, com Gabriel e a família ao nosso redor.
Ayrton sussurrou, com um sorriso nos lábios.
——— Tudo está perfeito, não tá?
Eu o olhei nos olhos, e com uma leve risada, apenas concordei.
Às vezes, era nas pequenas coisas que encontrávamos a felicidade verdadeira. Eu já tinha o que sempre sonhei: uma vida cheia de amor, de união e de momentos como aquele. E o resto? O resto viria com o tempo.
Enquanto almoçávamos, a conversa fluía tranquila, mas então Ayrton, com aquele sorriso irreverente e cheio de energia, lançou a ideia.
——— E aí, quem topa uma corrida de kart? Vou levar todo mundo!
Gabriel, com os olhos brilhando de empolgação, não perdeu tempo e, já se levantando da mesa, pulou da cadeira e gritou, como se não houvesse amanhã.
——— Eu! Eu quero ir!
A risada contagiante de Ayrton ecoou pela casa, enquanto ele olhava para mim e para Neyde, que já estavam acostumadas com esse entusiasmo constante de Gabriel. Para ele, cada momento era uma oportunidade de brincar.
——— Parece que o piloto número um já se revelou! ——— Ayrton brincou, com uma piscadela para Gabriel.
Gabriel, com um sorriso travesso, já estava se preparando para correr para o quarto e se trocar. Ele sempre foi assim: cheio de energia, sempre pronto para qualquer diversão que surgisse.
Eu olhei para Ayrton, percebendo como ele ficava feliz ao ver nosso filho tão animado e engajado em suas paixões. Era um reflexo claro do que ele sempre foi — apaixonado pelo que faz, sem nunca perder a alegria nas pequenas coisas.
Eu sorri e olhei para Neyde, que também parecia já se render à ideia.
——— É o Beco, puro ——— disse ela, rindo.
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