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(🏁) . capitulo vinte e três.

Marli Mancini.
modelo.

Assim que entrei no meu quarto, a visão me pegou de surpresa. A cama estava coberta por cartões de mensagens, alguns já amarelados pelo tempo, e pequenos presentes: ursinhos de pelúcia, caixinhas decoradas, e até bilhetes escritos à mão. Eram restos de um carinho que havia atravessado um ano inteiro, mesmo sem eu estar presente para recebê-lo.

Caminhei lentamente até a cama, pegando um dos cartões. O papel já estava desgastado, mas ainda conseguia ler a caligrafia inconfundível dele. Era sempre algo breve, mas com uma sinceridade que apertava o coração.

"Com amor, Beco."

Os buquês que tinham acompanhado aqueles cartões já não estavam ali — provavelmente haviam sido descartados quando murcharam. Mas as palavras dele permaneceram. Tudo aquilo era uma lembrança gritante do que eu tinha escolhido deixar para trás.

Segurei um dos ursinhos, passando os dedos pelo tecido macio. Ele ainda tinha o cheiro de algo novo, algo cuidadosamente escolhido. Me sentei na beirada da cama, incapaz de conter um suspiro. Era uma mistura de saudade, arrependimento e uma estranha ternura que invadiu meu peito. Mesmo com a distância, Ayrton havia feito questão de se fazer presente.

E ali, no silêncio do meu quarto, cercada por tudo que ele havia mandado, me dei conta de que, mesmo longe, ele nunca tinha realmente ido embora.

Fui até o telefone no canto do quarto, o coração batendo tão alto que parecia ecoar pela casa inteira. Passei os dedos sobre o disco, hesitante. O número dele estava gravado na minha mente, e cada vez que pensava em discá-lo, meu peito se apertava.

Peguei o fone, colocando-o no ouvido, e respirei fundo. Minhas mãos tremiam enquanto meu polegar pairava sobre os números. Pensei em ligar e dizer que ainda o amava. Que, apesar de tudo, ele nunca saiu da minha vida, do meu coração. Mas e se ele não quisesse ouvir? E se fosse tarde demais?

Fechei os olhos, tentando acalmar a mente. Ele ainda estava comemorando a vitória, provavelmente cercado por amigos, família e aplausos. Como seria interromper aquele momento? Eu não sabia o que dizer, não sabia se ele ainda queria ouvir minha voz depois de tanto tempo.

Deixei o telefone de lado, a mão ainda tremendo. Não sabia o que fazer. Talvez amanhã. Talvez nunca. O único som no quarto era minha respiração pesada e a pergunta que ecoava na minha cabeça: E se?

Com a respiração acelerada e o coração pulsando nas mãos, eu disquei o número que conhecia tão bem. O toque parecia eterno, cada segundo mais pesado que o anterior. Então, um clique. Do outro lado, um silêncio breve, seguido por uma respiração suave.

——— Alô? ——— era a voz dela. Neyde.

Minha garganta secou, mas consegui murmurar. ——— Oi... o Beco está?

——— Quem é? ——— Ela pausou, e parecia pensar. Então, sua voz subiu de tom, quase em descrença. ——— Ai, meu Deus... Marli?

O som do meu nome vindo dela me desarmou. Engoli em seco. ——— Tudo bem?

Houve um instante de silêncio antes de ela responder, um tom mais controlado. ——— O Beco não está, Marli. Não ligue mais pra ele, querida.

Meu peito se apertou. Não sabia o que dizer, mas a vontade de falar com ele era maior. ——— Eu precisava muito falar com ele.

Sua resposta veio rápida, mas firme, como um corte. ——— O Beco sofreu muito quando você foi embora, Marli. Por favor, deixe ele em paz agora.

Fiquei parada com o telefone pressionado contra o ouvido, incapaz de responder. Do outro lado, o silêncio dela era tão frio quanto as palavras.

——— Por favor, Neyde, só me deixe falar com ele, eu preciso disso.

Houve um momento de silêncio do outro lado, mas a resposta veio, firme e carregada de mágoa.

——— Não, Marli. Eu não vou deixar. Ele passou muito tempo sofrendo por você. Ele te esperou, te amou, e você foi embora.

——— Eu não queria machucá-lo, só... ——— minha voz falhou, mas tentei continuar. ——— Eu ainda amo ele.

——— Isso não é suficiente agora, querida. O Beco não precisa mais disso. Ele está tentando seguir em frente, e você deveria fazer o mesmo.

——— Neyde, só me escuta...

Ela não deixou. Interrompeu com um suspiro pesado.

——— Marli, chega. Deixe ele em paz.

E, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ouvi o clique do telefone sendo desligado. Fiquei ali, segurando o fone como se aquilo fosse me trazer respostas ou força. Mas tudo que restava era o vazio e o som da linha desconectada.

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