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(🏁) . capitulo trinta e sete.

Marli Mancini.
        modelo.

                                 Eu lembro que não fui para o hospital Maggiore de imediato. Ângelo ligou e disse que as portas estavam lotadas de pessoas, que não havia como entrar. Ele tentou me acalmar, mas eu não sabia como agir, como lidar com tudo aquilo. O tempo parecia estar parado, e ao mesmo tempo, corria de forma frenética.

Não sabia o que fazer, nem onde ir.

Lembro claramente de estar sentada à mesa da cozinha do apartamento do meu irmão. Era tarde, as luzes estavam fracas, e o silêncio era profundo demais para suportar. Foi ali que a notícia chegou.

"O Ayrton morreu."

Essas palavras... eu ainda não consigo entender como elas chegaram até mim. Pareciam algo distante, algo irreal. Quando ele me disse, o mundo virou de cabeça para baixo. Eu não conseguia acreditar. Eu me agarrei a um silêncio, como se a dor pudesse ser abafada pela falta de palavras. Eu não sabia o que dizer, o que pensar. Só sabia que a minha vida tinha mudado para sempre.

Eu chorei.

Mas foi um choro baixo, sem alarde, sem gritos. Chorei por horas seguidas, sem conseguir parar. Não falei uma palavra. Eu não tinha mais palavras para nada. Andrea, minha cunhada, ficou ao meu lado e depois me disse, com uma doçura que só ela tem, que eu só sabia chorar.

Mas, naqueles momentos, eu não sabia mais o que fazer com a dor. Ela me abraçou, mas o vazio dentro de mim só crescia.

Foram mais de quatro horas em silêncio. Eu não queria falar, não sabia como falar. Não era possível que isso estivesse acontecendo. Não era possível que ele estivesse realmente gone, para sempre. Eu só queria voltar no tempo e impedir que tudo aquilo acontecesse.

Eu só queria ele de volta.

Lembro que só no dia seguinte conseguimos ir ao hospital. O corredor era frio, gelado. O tipo de frio que você sente na alma, que parece atravessar a pele e entrar em você, lá no fundo. O hospital estava lotado, mas não era de médicos, nem de enfermeiros. Era de pessoas em luto, uma multidão de rostos marcados pela dor, pelo medo, pela tristeza profunda.

Havia um silêncio carregado no ar, como se ninguém soubesse como falar, como expressar aquilo que todos estavam sentindo. Todos estavam aguardando, esperando, como eu, sem saber o que fazer com a angústia que tomava conta de tudo.

Eu não conseguia parar de chorar.

Parecia que o choro nunca teria fim. Cada lágrima parecia uma descarga de dor que eu não conseguia controlar. Eu sentia que algo dentro de mim tinha se partido, que nada mais faria sentido dali em diante.

Quando finalmente consegui chegar até onde estavam, não deixaram eu ver o corpo do Ayrton. Ângelo me olhou com aqueles olhos que estavam tão vazios quanto os meus e disse, de forma suave, mas com um tom que eu nunca vou esquecer:

"Ele está muito machucado, Marli. A batida foi muito feia." Essas palavras me cortaram de uma maneira que eu não sabia explicar. Ele estava tão machucado que nem eu poderia vê-lo? Aquilo não parecia real, não parecia possível.

Não podia ser o fim. Não podia ser assim.

E, mesmo sabendo que eu nunca conseguiria vê-lo de novo, ainda assim, em algum lugar do meu coração, eu queria poder tocá-lo, sentir que ele ainda estava ali. Mas o vazio dentro de mim era absoluto. E, no meio de tudo aquilo, só restou a saudade e a certeza de que nada mais seria como antes.

( . . . )

Quando Ayrton foi enterrado, o mundo parecia ter parado. Havia uma grande multidão de pessoas, todas ali, em silêncio, com o mesmo peso no peito que eu carregava. Eu não conseguia parar de olhar para o caixão, como se, ao encarar aquele momento, fosse encontrar uma resposta, algum tipo de explicação para aquela dor insuportável. Mas não havia explicação. Apenas a imensidão da perda, um buraco que se abria sem fim.

O silêncio era absoluto, mas havia algo de muito forte no ar, algo coletivo, como se todos estivessem compartilhando a mesma dor. Cada pessoa ali estava ali não apenas para despedir-se de um grande piloto, mas de um grande homem, alguém que tocou tantas vidas.

Inclusive a minha.

Foi nesse momento que Neyde me abraçou, apertando-me contra seu peito, como se tentasse me proteger de toda aquela dor. Ela chorou comigo. Suas lágrimas eram as minhas, e naquele abraço eu senti uma sensação de alívio, por mais que o sofrimento ainda fosse imenso.

O choro dela foi como uma forma de dizer que não estava sozinha, que a dor que eu sentia não era só minha, mas compartilhada por todos que amavam o Ayrton. E, naquele instante, soube que, por mais difícil que fosse, eu não estava sozinha na minha dor.

A multidão estava ali para prestar homenagem a alguém que se foi, mas eu sentia como se eu também estivesse deixando parte de mim para trás, enterrada junto com ele.

E no meio daquelas lágrimas e daquelas despedidas, tudo o que eu queria era poder voltar no tempo, ter mais um segundo ao lado dele, mais um momento para dizer tudo o que não disse. Mas o que restava agora eram os abraços, as lágrimas e a saudade que não pararia de crescer.

( . . . )

A casa que Ayrton comprou foi um símbolo de tudo o que sonhávamos juntos. Um lar, um lugar de paz, onde a vida teria sido diferente, onde ele ainda estaria conosco. Depois da sua morte, a casa ficou fechada por três anos, um vazio tão grande quanto o que sentia dentro de mim.

Não tive coragem de entrar, de enfrentar aquele espaço que agora só trazia lembranças. Cada cômodo parecia carregar a presença dele, e, ao mesmo tempo, a ausência mais dolorosa que poderia existir.

Mas o tempo, com sua implacável marcha, trouxe algo que eu não esperava: a coragem.

Gabriel, nosso filho, já estava grande naquela época, e, ao vê-lo tão animado, correndo pelos corredores e subindo as escadas, senti uma mistura de saudade e esperança. Ele estava ali, na casa que seu pai nos deu, correndo por onde ele teria corrido, brincando onde ele teria brincado.

Era como se, de alguma forma, Ayrton ainda estivesse presente ali, naquelas paredes, nos passos de Gabriel.

Foi o papai que nos deu a casa, e foi o Gabriel que trouxe a vida de volta para ela.

Ver meu filho tão feliz, explorando os cantos e imaginando tantas coisas, foi como se o passado se misturasse com o presente, e eu começasse, aos poucos, a aceitar que, embora a perda nunca fosse ser superada, a vida continuava. A casa ainda estava lá, cheia de lembranças, mas agora, ela tinha espaço para novas memórias, para novos momentos.

A alegria de Gabriel me trouxe uma sensação de renovação, de que, mesmo depois de tanto sofrimento, havia algo de bonito esperando por nós.

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