(🏁) . capitulo treze.
Marli Mancini.
gerente de acessória.
Foi em Milão, na Itália, que eu finalmente tive a chance de mostrar meu mundo para Ayrton. Ele sempre me levava para o universo das corridas, das máquinas potentes, da velocidade. Mas naquela noite, era o meu território.
Dois anos longe das passarelas, das luzes e dos flashes, e ainda assim lá estava eu, prestes a receber o prêmio de Musa do Verão. Irônico, não é? Eu não vestia um biquíni ou um vestido de alta-costura há tanto tempo, mas parecia que o meu nome ainda ecoava por onde passei.
Ayrton estava ao meu lado, discreto, mas atento a tudo.
Ele tinha aquele jeito dele, meio curioso, meio reservado, tentando entender como aquilo tudo fazia parte de mim. Receber o prêmio foi emocionante, mas o que ficou marcado mesmo foi a festa depois. Milão estava vibrante naquela noite, cheia de convidados, designers, fotógrafos, eufóricos e celebrando. E eu, no meio de tudo, tentando equilibrar o passado e o presente.
Ayrton se misturava entre as pessoas, mas nunca me perdia de vista. Eu o observava conversando com estilistas que mal sabiam que ele era um piloto lendário. Talvez fosse isso que eu mais amava nele. Ayrton não tentava ser maior que ninguém, mesmo sendo gigante.
Ron me chamou, e, quando me aproximei, ele apresentou o homem alto e sorridente à minha frente.
——— Marli... esse é Gerhard Berger, um rival.
Gerhard sorriu de lado e corrigiu. ——— Por enquanto.
Mesmo quando eu tentava escapar um pouco da Fórmula 1, parecia que ela me puxava de volta. Era óbvio que mais um contrato da McLaren estava acontecendo bem na minha frente, e lá estava eu, como parte desse universo.
Gerhard me estendeu a mão, e enquanto eu a apertava, ele me olhou nos olhos com aquele carisma exagerado. ——— É um prazer te conhecer, Mancini. Você é linda.
Antes que eu pudesse reagir, ele se virou para Ayrton, que estava ao meu lado, tranquilo, mas atento. ——— E você é um baita sortudo.
——— E você não consegue calar a boca ——— Ayrton lançou sua resposta direta.
Todos rimos da reação dele, inclusive Gerhard, que parecia divertir-se em provocar. Ayrton também riu, mas com aquele sorriso contido que só quem o conhecia bem sabia decifrar.
——— Você vai pra Portugal com a gente? ——— Gerhard, no entanto, continuou a conversa, ainda com o mesmo tom brincalhão.
Antes que eu pudesse responder, Ron entrou no meio da conversa. ——— A Marli está substituindo o Eugênio até que ele volte ao trabalho.
Gerhard me olhou com uma mistura de curiosidade e admiração, inclinando levemente a cabeça.
——— Oito meses, 16 corridas e 5 continentes... Não deve ser nada fácil. E ainda assim você quis ser mulher de um piloto.
Respirei fundo, mas sorri, como fazia diante de qualquer provocação.
——— Acredite, antes da Fórmula 1 eu já viajava muito. Musa do verão tem que estar sempre atrás de um sol, não é?
Gerhard riu, dessa vez sem contra-ataque, e Ayrton, ao meu lado, lançou-me aquele olhar de aprovação que sempre me fazia sentir como se eu tivesse vencido a corrida do dia.
Peguei a mão do Ayrton com um sorriso confiante e o puxei para fora da conversa, enquanto ele ria, deixando Ron e Gerhard para trás. Porém, antes de sairmos completamente, Ayrton se virou, levantou a voz, ainda com aquele tom descontraído.
——— Eu sou sortudo pra caralho!
( . . . )
Quando a festa terminou e voltamos para o hotel, parecia que nenhuma palavra precisava ser dita. O silêncio só era quebrado pelos nossos passos apressados, pelas nossas respirações e pelos beijos que Ayrton me dava sem pausa. Ele me puxava para perto, as mãos firmes segurando minha cintura, como se precisasse ter certeza de que eu estava ali, com ele.
Cada toque era intenso, e a cada beijo ele me apertava mais, como se quisesse gravar aquele momento em nós dois. Andávamos pelo quarto sem rumo, esbarrando nos móveis, até que seus braços me guiaram para a cama.
——— Você não faz ideia do quanto eu esperei por isso, ——— ele murmurou contra meus lábios, o olhar carregado de algo que parecia urgência e admiração ao mesmo tempo.
"Marli tem as curvas mais lindas onde um homem pode se perder".
Era um comentário ousado de um jovem modelo escocês com quem eu tinha dividido apenas uma noite, anos antes de sequer imaginar que meu nome estaria associado a Ayrton Senna.
Naquela época, frases como essa só alimentavam minha imagem pública, que os paparazzi e as revistas adoravam pintar como uma mulher misteriosa, mas ao mesmo tempo inacessível. Eu não ligava muito para o que escreviam — apenas ria da audácia deles.
Anos depois, quando Ayrton viu essa mesma frase reaparecer em uma reportagem que relembrava minha carreira como modelo, ele deu aquela risada baixa e concordou com a frase.
Quando caímos na cama, Ayrton não perdeu tempo. Seus lábios quentes deslizaram pelo meu pescoço, descendo até meus ombros nus, onde o tecido do vestido já não cobria mais. Cada beijo era lento, calculado, como se ele quisesse memorizar cada centímetro de mim.
Minhas mãos, quase trêmulas pela intensidade do momento, trabalharam rapidamente para desabotoar a camisa dele. Um por um, os botões se soltavam, revelando a pele que já conhecia tão bem. Ele me olhava de vez em quando, como se procurasse algum sinal de que eu estava com ele, presente, inteira naquele instante.
A camisa deslizou para fora de seus ombros, e ele a jogou de lado, sem se importar onde cairia. Seus dedos acariciaram meu rosto antes de voltarem para o zíper do meu vestido, como se pedissem permissão. E naquele momento, sem precisar dizer nada, tudo estava claro entre nós: confiança, desejo, amor. Tudo se encontrava ali, naqueles segundos que pareciam se esticar para sempre.
Voltamos a nos beijar, e cada toque era como fogo correndo sob a pele. A única coisa que nos separava agora eram os lençóis macios que deslizavam sobre nossos corpos, criando um contraste perfeito entre o calor de nós dois e a suavidade do tecido.
Ayrton me puxava para mais perto, como se quisesse apagar qualquer espaço que ainda restasse entre nós. Seus dedos traçavam caminhos lentos pelas minhas costas, enquanto seus lábios exploravam os meus com uma intensidade que parecia crescer a cada segundo.
Quando ele finalmente entrou em mim, Ayrton encostou o rosto no meu pescoço, e eu podia sentir sua respiração quente deslizar pela minha pele, enviando arrepios por todo o corpo.
Os movimentos eram lentos, como se o tempo tivesse desacelerado ao nosso redor. Cada movimento, cada toque, estava carregado de uma intensidade profunda. Ele me tocava com a suavidade de quem sabia o poder de cada movimento.
Seus braços me envolviam com firmeza, e seu corpo pressionado contra o meu transmitia uma sensação de segurança e desejo ao mesmo tempo.
Eu passei os dedos lentamente pelos seus cabelos, meus gemidos cada vez mais altos deixando o momento nos envolver, sabendo que estávamos exatamente onde deveríamos estar.
Eu fechei os olhos por um momento, sentindo a suavidade dos toques dele e o calor que ainda pairava no ar entre nós. Até chegarmos ao clímax juntos.
——— Você é perfeita.
Ouvi aquelas palavras com uma mistura de prazer e segurança, como se ele estivesse vendo algo em mim que eu mesma não sabia que existia, mas que, de alguma forma, ele já havia descoberto.
A delicadeza do momento se estendeu enquanto ele me beijava suavemente, seus dedos afastando o cabelo do meu rosto, e a sensação de estar em completa sintonia com ele se tornava mais intensa.
( . . . )
A madrugada estava silenciosa e tranquila, o quarto iluminado suavemente pela luz fraca que entrava pela janela. Estávamos deitados juntos, nossos corpos entrelaçados sob os lençóis, e a sensação do abraço de Ayrton era reconfortante, como se nada no mundo pudesse nos separar naquele momento.
Então, o som do telefone cortou a quietude da noite, interrompendo a calma. Com um suspiro baixo, me afastei um pouco de Ayrton, que continuava adormecido ao meu lado. A luz do telefone piscava, e eu o peguei com a sensação de que algo não estava certo. Quando atendi, a voz do outro lado da linha logo me fez reconhecer o tom familiar.
——— Alô?... mãe?
A notícia foi como um golpe de realidade, algo que eu não estava preparada para ouvir. Quando minha mãe disse o que havia acontecido, as palavras foram como uma onda que me atingiu com tanta força que eu mal conseguia processá-las. O choro foi inevitável, e senti como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés, como se a dor fosse tão grande que não soubesse mais onde colocar meus sentimentos.
Ayrton acordou imediatamente, se virou para mim, os olhos ainda sonolentos, mas carregados de preocupação. Ele não precisava perguntar muito, já sabia que algo estava errado. Ele me puxou para perto, seus braços envolvendo-me com força, como se tentasse me manter segura de algum modo.
——— O que foi, Marli? O que aconteceu? ——— Sua voz estava baixa e suave, mas havia uma urgência na forma como ele me abraçava, tentando aliviar a dor que eu sentia.
Ele continuou me abraçando, sem pressa, como se o tempo tivesse parado para ele também. Ayrton sempre soube o que fazer nesses momentos,
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro