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Capítulo 27.

Sunghoon, sem perder tempo, começou a fazer os pedidos com um entusiasmo desmedido, como se quisesse compensar o clima estranho na mesa.

— Vou querer essa porção de batatas com queijo, quatro hambúrgueres duplos, uma pizza média de calabresa, e... Ah, carne mal passada pra Heeseung — declarou com um sorriso travesso, piscando para o amigo.

— Você quer me entupir de colesterol? — Heeseung arqueou a sobrancelha, mas não conseguiu esconder a risada curta que escapou. Afinal, era o prato favorito dele.

— Só tô garantindo que você vai comer bem, como disse, hyung — Sunghoon rebateu com naturalidade, ignorando qualquer protesto.

Eu não sabia onde concentrar minha atenção. A presença desconfortável de Jake e Jungwon na mesma mesa que Heeseung parecia carregar uma tensão visível, quase sufocante. Jake permanecia relaxado, ou pelo menos fingia estar, com aquele sorriso cínico que só me irritava mais. Jungwon, por outro lado, parecia inquieto, os ombros rígidos e os dedos tamborilando discretamente na mesa.

Niki e Sunoo também estavam estranhamente quietos, mantendo uma distância incômoda um do outro desde o incidente no cinema com o rapaz que teve sua camisa destruída. Niki ainda tinha uma expressão fechada, e Sunoo desviava os olhos sempre que tentava puxar assunto conosco.

Foi então que senti um par de olhos me observando. Jungwon.

Ele me pegou no ato, olhando para ele por tempo demais, tentando entender o que se passava em sua mente. Meu coração deu um salto desconfortável, e antes que pudesse me controlar, desviei o olhar bruscamente, fingindo prestar atenção em qualquer outra coisa.

Fiquei tenso, me xingando mentalmente. Por que diabos eu estava me importando tanto? Não tinha nenhum motivo para me sentir assim. Mesmo assim, meu peito apertou com a lembrança de como Jungwon estava próximo de Jake no cinema — algo em mim não queria aceitar aquela imagem, mesmo sabendo que pode não significar nada, ainda assim mexia comigo.

O silêncio só foi quebrado quando o garçom começou a trazer os pedidos, deixando a mesa abarrotada de pratos. A fumaça das carnes mal passadas subia no ar, mas ninguém parecia realmente com fome, exceto Sunghoon, que já se preparava para devorar o primeiro pedaço de pizza.

Heeseung, com o prato de carne à frente, olhou para Jungwon e Jake com um sorriso que não chegava aos olhos.

— Espero que todos aproveitem a comida — disse ele em um tom levemente irônico.

Jungwon abaixou a cabeça, mas eu percebi que ele trocou um olhar significativo com Jake. Algo definitivamente estava fora do lugar, e eu não sabia se queria descobrir o que era.

Jungwon balançou a cabeça para Jake, numa espécie de advertência silenciosa que apenas os dois pareciam entender. Jake, no entanto, deu de ombros com indiferença, como se a mensagem não fosse importante ou simplesmente não o interessasse.

Eu me servi, tentando ignorar o clima carregado ao redor. Sunghoon, como sempre, já estava com a boca cheia de batatas com queijo, enquanto Niki e Sunoo pegavam suas porções mais discretamente. Heeseung manteve sua expressão serena enquanto cortava um pedaço de carne mal passada e levava aos lábios com a calma de quem já estava acostumado àquela refeição.

Foi aí que notei algo estranho. Jungwon estava imóvel, com os olhos fixos em Heeseung, como se estivesse vendo algo inusitado ou até fascinante. Seus lábios entreabertos e a expressão quase incrédula só tornavam tudo ainda mais esquisito.

E ele não era o único. Jake também observava Heeseung com aquele olhar intrigante, mas havia algo diferente ali — algo que me fez arrepiar.

— O que foi? — perguntou Heeseung casualmente, com um pedaço de carne ainda no garfo.

Jungwon pareceu despertar do transe, mas antes que pudesse responder, Niki franziu a testa e se inclinou ligeiramente na direção dele.

— Tem alguma coisa errada? — perguntou Niki, direto. — Ou você nunca viu alguém comer carne mal passada antes?

O tom sarcástico de Niki quebrou o silêncio, mas Jungwon não riu.

— Não é isso — murmurou Jungwon, desviando o olhar rapidamente. Ele mexeu no copo à sua frente, tentando parecer distraído.

Jake, no entanto, não perdeu a oportunidade de provocar.

— Ele só ficou impressionado com os "bons hábitos alimentares" do hyung de vocês — disse com um sorriso irônico, mas havia algo de sombrio em sua voz.

Heeseung apenas deu de ombros e cortou mais um pedaço de carne, colocando-o na boca com tranquilidade.

Sunoo, sempre com um jeito espontâneo, olhou de um para o outro antes de quebrar o silêncio:

— Vocês não vão comer nada? — perguntou diretamente para Jake e Jungwon, que ainda pareciam deslocados à mesa.

Jake arqueou uma sobrancelha, como se não estivesse particularmente inclinado a participar da refeição, mas, talvez por pura provocação ou para não parecer completamente alheio, estendeu a mão para pegar uma batata frita. Com um gesto lento e deliberado, mergulhou a batata no ketchup, seus movimentos quase teatrais, e a levou à boca.

Ele mastigou com a mesma expressão entediada que sempre usava, mas seus olhos não deixaram Heeseung nem por um segundo.

— Pronto, satisfeito? — perguntou, dirigindo-se a Sunoo com um sorriso cínico.

Jungwon suspirou ao lado dele, claramente incomodado com toda a cena. Sob o olhar insistente de Jake, pegou uma batata sem entusiasmo, repetindo o gesto ao passar no ketchup antes de mordê-la.

Foi aí que minha boca agiu antes de meu cérebro.

— Nossa, nunca vi alguém tão triste por comer uma batata frita — comentei, o sarcasmo escorrendo na minha voz.

Jake imediatamente revirou os olhos, soltando um suspiro irritado.

— Engraçado como você sempre tem algo pra falar, Jay — disparou com um sorriso azedo.

Antes que eu pudesse responder à altura, Sunoo interveio com seu jeito despretensioso:

— É raro ver o Jungwon comendo alguma coisa. Na escola ele quase nunca come nada, sabia? É bom ver que ele não é só pele e osso. Na verdade — ele inclinou a cabeça, analisando Jungwon com um olhar criterioso — até que você tem um bom porte muscular.

Jungwon ficou visivelmente desconfortável com o comentário, desviando os olhos para o copo em sua frente, mas eu senti meu rosto esquentar com a observação de Sunoo. Claro que eu tinha notado o físico de Jungwon — não que fosse algo que eu queria admitir para mim mesmo, muito menos na frente dos outros.

Jake aproveitou a deixa, como sempre.

— Claro que tem — disse casualmente. — Eu ajudo ele a treinar.

A ideia de Jungwon e Jake passando tempo juntos, treinando, me atingiu de um jeito estranho. Eu sabia que não tinha o direito de sentir nada disso, afinal, não éramos nada além de dois caras que mal estavam se falando ultimamente. Mas ainda assim, a imagem de Jungwon suando ao lado de Jake me deixou desconfortável.

— Você ajuda ele, é? — perguntei, tentando manter minha voz neutra, mas falhando miseravelmente.

— Aham — Jake respondeu com um sorriso presunçoso. — Precisa de um treinador também, Jay?

Ele sabia exatamente o que estava fazendo, e eu quis socá-lo por isso.

Heeseung percebeu minha tensão e deu um leve chute na minha perna por debaixo da mesa, como quem dizia para eu não cair na provocação.

— Não sabia que você era personal trainer agora, Jake — Heeseung comentou com um tom cortante, mantendo seu sorriso mínimo que eu sabia ser puro deboche.

Sunghoon, sempre disposto a evitar conflitos, pegou uma fatia de pizza e mudou de assunto:

— Ok, gente, foco na comida. Antes que eu coma tudo sozinho.

Meu celular começou a vibrar sobre a mesa, interrompendo meus pensamentos já tumultuados. Olhei para a tela e vi algumas mensagens da minha mãe. "Me liga quando puder" e "Urgente". Meu estômago deu um nó imediato. Levantei-me rapidamente, murmurando algo que nem eu mesmo entendi para os outros, antes de sair da mesa.

Andei apressado até um banco de espera perto da bilheteria, longe do barulho das conversas e dos pratos sendo servidos. A preocupação pesava no meu peito enquanto desbloqueava o celular e apertava o botão de chamada.

O toque parecia interminável até que ela atendeu.

— Filho... — A voz dela estava embargada, os soluços mal contidos atravessando a linha.

Meu coração disparou.

— Mãe? O que aconteceu? — perguntei, nervoso, meu tom subindo sem querer. — Tá tudo bem? Fala comigo, por favor.

Ela não conseguia responder de imediato. Apenas chorava, e eu comecei a suar frio.

— Calma, mãe... Respira, tá bom? Tenta falar devagar — pedi, tentando manter a calma que eu definitivamente não sentia.

Sentei-me no banco, os cotovelos apoiados nos joelhos enquanto olhava para o chão como se ele fosse me oferecer alguma resposta.

— Estou no hospital, eu... eu perdi, Jay — disse ela, finalmente, entre os soluços. — Perdi o bebê.

O mundo ao meu redor pareceu silenciar, mesmo com o burburinho constante do shopping. Meu cérebro se recusava a processar o que ela havia acabado de dizer.

— Como assim? — perguntei, confuso, minha voz quase um sussurro. — O que aconteceu?

Ela respirou fundo, tentando se recompor, mas o choro ainda estava lá, latente.

— Era uma gravidez ectópica, filho... Não tinha como seguir adiante.

Gravidez ectópica? Eu não sabia o que aquilo significava exatamente, mas pelo tom de voz dela, entendi que era algo sério. Muito sério.

— Mãe... — engoli em seco, minha garganta apertada. — Vai ficar tudo bem, tá?

Era a única coisa que consegui dizer, mesmo que parecesse vazia. Eu estava desnorteado, sem saber como lidar com aquela notícia. Ela ainda estava no hospital, e isso só aumentava meu desespero.

— Onde tá o Chan? — perguntei, tentando focar em algo prático.

— Foi buscar uma água pra mim — disse ela, a voz trêmula. — Ele tá aqui comigo, mas eu precisava falar com você...

Ela fez uma pausa antes de continuar, como se quisesse se explicar.

— Eu... eu tava tão feliz, Jay. Mesmo sabendo que você não queria um irmãozinho...

A culpa bateu em cheio. Meu peito apertou ainda mais. Eu nunca tinha escondido que a ideia de ter um irmão mais novo não me animava, mas agora parecia mesquinho e cruel.

— Mãe, por favor, não pensa nisso agora... — falei rapidamente, tentando afastar aquela ideia da cabeça dela. — Isso não tem nada a ver.

Ela fungou.

— O médico voltou... Vou ter que desligar, tá bom? Depois te ligo.

— Tá... Faz o que precisa, mãe. E se cuida, por favor.

A ligação terminou, mas eu continuei ali, segurando o celular com força, como se aquilo pudesse me ancorar à realidade.

Olhei ao redor, vendo a movimentação constante do shopping — pessoas indo e vindo, rindo, carregando sacolas, vivendo suas vidas normalmente. Mas pra mim, tudo parecia distante e sem sentido.

Eu não sabia como reagir. A tristeza pelo sofrimento da minha mãe me atingia em ondas, misturada com a culpa esmagadora por já ter reclamado daquela gravidez.

Me senti um idiota.

Passando a mão pelo rosto, respirei fundo, tentando me recompor, mas meus olhos ainda ardiam. A sensação de impotência era sufocante.

Eu não sabia o que fazer, e isso me deixava ainda mais perdido.

Permaneci ali, imóvel, tentando digerir tudo, mas minha mente se recusava a colaborar. Foi então que uma lembrança me atingiu com a força de um soco: a última vez que eu tinha ouvido minha mãe chorar daquele jeito.

O dia em que ela recebeu a notícia de que meu pai havia falecido.

Eu era só um garoto, mas aquela cena ficou gravada em mim como uma cicatriz invisível. Ela estava sentada no sofá da sala, o telefone ainda em mãos, os olhos vidrados em um ponto indefinido da parede. Eu lembro do meu próprio pânico, sem entender completamente o que tinha acontecido, mas sabendo que algo estava terrivelmente errado.

Aquela sensação de perda esmagadora voltou a me envolver agora, como se o ar ao meu redor tivesse sido sugado.

Minha mãe deve estar se sentindo exatamente assim de novo — destruída, vazia, sem chão. Ela queria aquele bebê, eu sabia disso. Mesmo que eu não estivesse animado com a ideia de um irmãozinho, ela estava. E não ter conseguido dizer algo bom, algo reconfortante pra ela naquela ligação, me deixou com um gosto amargo na boca.

Eu encostei a cabeça nos joelhos, tentando esconder a vergonha e a tristeza que cresciam dentro de mim.

Sem que pudesse controlar, meus olhos começaram a lacrimejar.

O peso de tudo desabou sobre mim: a perda do bebê, o sofrimento da minha mãe, e uma saudade sufocante do meu pai que eu nem sabia que ainda carregava tão forte.

Eu sentia falta dele.

E agora, mais uma vez, não podia fazer nada para aliviar a dor da minha mãe.

As lágrimas escorreram silenciosas pelo meu rosto enquanto eu ficava ali, perdido em pensamentos e lembranças que não davam trégua.

A culpa me corroía.

Eu me senti péssimo pelo que tinha acabado de acontecer com minha mãe. Horrível por não ter dito algo melhor a ela. E mais uma vez, aquele sentimento familiar — impotência misturada com tristeza — tomou conta de mim, me engolindo por completo.

Eu me levantei, sentindo a pressão do mundo em meus ombros. As palavras da minha mãe ainda ressoavam em minha mente, e a dor que ela estava sentindo parecia se espalhar por mim, como uma sombra que eu não podia escapar. Eu precisava sair dali. Precisava de algum tipo de alívio, algo que me tirasse desse buraco profundo que estava começando a engolir tudo ao meu redor.

Com passos rápidos e instintivos, me dirigi até a mesa onde todos ainda estavam. Eu tentava, com todas as forças, esconder as lágrimas que ameaçavam escapar, mas meu coração estava pesado, e os olhos queimavam com a pressão. Eu sabia que era óbvio, que estava transparecendo, mas eu só queria desaparecer.

Quando cheguei perto da mesa, foi impossível não notar que Heeseung, com sua percepção aguçada, me olhava com atenção. O sorriso amigável que ele sempre tinha desapareceu, substituído por uma expressão de preocupação. Ele se levantou imediatamente, o movimento sendo suficiente para fazer os outros ao redor também ficarem alerta. Não precisava de mais nada para que todos percebessem que algo estava errado.

— Jay... o que aconteceu? — A voz de Heeseung estava baixa, mas cheia de uma inquietação que eu não soube lidar.

Não queria que eles vissem isso. Não queria ver os olhares de pena, não queria sentir vulnerável. Então, de repente, meus olhos se moveram, e vi algo que me pegou de surpresa.

Jungwon, que estava se levantando, foi impedido de continuar com um gesto simples, mas eficaz. Jake colocou a mão sobre o braço de Jungwon, o impedindo de se aproximar. Seus olhos estavam fixos em mim, mas havia algo ali... um aviso silencioso de Jake para Jungwon que talvez aquele não fosse o momento certo.

Heeseung, ao ver minha expressão, não hesitou. Ele parecia entender mais do que eu queria que ele entendesse. Ele olhou para mim com suavidade, o olhar agora tingido de preocupação genuína.

— Quer ir pra casa? — perguntou ele, e sua voz parecia um alívio em meio ao turbilhão dentro de mim.

Eu assenti, com a voz presa. Não conseguia mais ficar ali.

— Eu vou pagar a conta — disse Heeseung, sem hesitar. Ele se virou para o garçom, gesticulando para que a conta fosse trazida.

Niki, que estava mais afastado, provavelmente sentindo o clima estranho que se formou, se levantou também. Ele parecia desconfortável, mas foi direto ao ponto, perguntando:

— O que aconteceu, Jay? Está tudo bem? — A preocupação na voz de Niki era palpável, mas eu só neguei, quase sem pensar.

— Está tudo bem — eu disse, minha voz soando como uma mentira até para mim mesmo. Eu não sabia se ele acreditaria, mas naquele momento, tudo o que eu queria era que ninguém soubesse o que realmente acontecia.

Heeseung já estava cuidando da conta, e em poucos segundos, ele estava ao meu lado, pronto para sair, ele se virou para os outros, com a postura firme, mas a voz calma:

— Vocês podem ficar. Vou levar o Jay pra casa.

Sunghoon assentiu em silêncio, seus olhos lançando uma breve, mas compreensiva, olhada para mim. Sunoo, ao seu lado, apenas observou a cena, parecendo querer respeitar minha decisão sem questionar.

Niki hesitou por um segundo, claramente dividido entre ficar e nos acompanhar, mas, ao perceber meu olhar, pareceu entender que eu precisava de espaço. Ele soltou um suspiro contido antes de se sentar ao lado de Sunoo, murmurando algo inaudível.

Jake, sempre com seu jeito provocador, balançou a cabeça com um sorriso enviesado.

— Que pena... — disse ele, o tom carregado de ironia. — Acho que também perdi a vontade de ficar aqui. Jungwon e eu já estamos indo.

Jungwon, ao ouvir aquilo, desviou os olhos de Jake brevemente, mas não disse nada.

Heeseung apenas ignorou o comentário de Jake, sem sequer olhar para ele. Segurou minha mão com firmeza, me guiando para fora sem cerimônias.

Enquanto caminhávamos em direção à saída, meu impulso foi olhar para trás.

Jake me encarava, seu rosto se contorcendo em uma expressão de raiva mal contida, mas não foi isso que prendeu minha atenção.

Atrás dele, havia alguém que me olhava com uma expressão completamente oposta: Jungwon. Seu olhar era suave, preocupado, quase suplicante, como se quisesse atravessar a distância entre nós e dizer algo que não podia ser dito.

Havia uma urgência silenciosa naquele olhar, um desejo de me alcançar, mas parece que havia uma barreira invisível e intransponível entre nós.

A última coisa que vi antes de sair foi Jungwon desviando o olhar, como se tivesse sido forçado a desistir de algo importante.

Caminhamos em silêncio até a área do estacionamento. Heeseung mantinha o celular na mão, os dedos deslizando pela tela enquanto chamava um carro de aplicativo.

— Vai demorar um pouco, porque está chovendo — ele disse, tentando soar casual. Depois de uma breve pausa, virou-se para mim. — Jay... o que aconteceu?

Eu respirei fundo, sentindo meu peito pesado, e decidi não fugir daquela pergunta.

— Minha mãe ligou — comecei, minha voz áspera. — Ela está no hospital... perdeu o bebê.

Heeseung parou, seus olhos arregalados em surpresa.

— O quê? — perguntou, quase em um sussurro. A tristeza logo substituiu a incredulidade em seu rosto. — Cara... eu sinto muito mesmo.

— Como ela está? — acrescentou, a voz baixa, cuidadosa.

— Péssima — respondi, com uma sinceridade amarga.

Heeseung assentiu devagar, respeitando o peso da situação.

— Sinto muito, de verdade — repetiu.

Eu apenas assenti em silêncio, sem conseguir formular uma resposta.

O barulho da chuva suave preenchia o espaço entre nós. Heeseung olhou novamente para o celular.

— O carro tá chegando, mas vai demorar um pouco — disse ele, em busca de mudar o assunto. — Chuva, né...

Permanecemos parados, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Meu olhar vagou ao longe, atravessando o estacionamento, até se prender em algo familiar.

— Olha lá — apontei para Heeseung, indicando um carro azul estacionado mais ao fundo.

Ele não precisou perguntar para saber do que eu estava falando.

O carro de Jake.

Heeseung respirou fundo. Mesmo sob a pouca presença de luz, notei como seu corpo ficou tenso.

— Tudo bem? — perguntei, observando a mudança súbita em sua expressão.

Ele desviou o olhar, tentando disfarçar a irritação.

— Tô — respondeu, mas sua voz não tinha Caminhamos em silêncio até a área do estacionamento, a chuva fina se acumulando lentamente sobre o concreto. As luzes dos postes refletiam nas poças d'água que se formavam ao redor dos carros. Heeseung mantinha o celular na mão, os dedos deslizando pela tela enquanto chamava um carro de aplicativo.

— Vai demorar um pouco, tá chovendo — ele disse, tentando soar casual. Depois de uma breve pausa, virou-se para mim. — Jay... o que aconteceu?

Eu respirei fundo, sentindo meu peito pesado, e decidi não fugir daquela pergunta.

— Minha mãe ligou — comecei, minha voz áspera. — Ela está no hospital... perdeu o bebê.

Heeseung parou, seus olhos arregalados em surpresa.

— O quê? — perguntou, quase em um sussurro. A tristeza logo substituiu a incredulidade em seu rosto. — Cara... eu sinto muito mesmo.

— Como ela está? — acrescentou, a voz baixa, cuidadosa.

— Péssima — respondi, com uma sinceridade amarga.

Heeseung assentiu devagar, respeitando o peso da situação.

— Sinto muito, de verdade — repetiu.

Eu apenas assenti em silêncio, sem conseguir formular uma resposta.

O barulho da chuva suave preenchia o espaço entre nós. Heeseung olhou novamente para o celular.

— O carro tá chegando, mas vai demorar um pouco — disse ele. — Chuva, né...

Permanecemos parados, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Meu olhar vagou ao longe, atravessando o estacionamento, até se prender em algo familiar.

— Olha lá — apontei para Heeseung, indicando um carro azul estacionado mais ao fundo.

Ele não precisou perguntar para saber do que eu estava falando.

O carro de Jake.

Heeseung respirou fundo, o maxilar tensionado. Mesmo sob a chuva fraca, notei como seu corpo ficou tenso.

— Tudo bem? — perguntei, observando a mudança súbita em sua expressão.

Ele desviou o olhar, tentando disfarçar a irritação.

— Tô — respondeu, mas sua voz não tinha convicção, as mãos enfiadas nos bolsos como se estivesse tentando esconder algo mais do que apenas frio. O silêncio entre nós se arrastou por tempo suficiente para me fazer hesitar, mas mesmo assim, eu não recuei.

— Ele é tão ruim assim pra você tratar ele dessa forma? — perguntei, minha voz quebrando o som constante da chuva. Ele sabia de quem eu estava falando.

Heeseung apertou os lábios, claramente desconfortável. Seus olhos vagaram pelo estacionamento, como se procurassem uma saída invisível daquela conversa. Por um momento, pensei que ele fosse ignorar minha pergunta, mas então ele respirou fundo, a expressão mais fechada do que antes.

— Eu só... não quero que ele volte a fazer parte da minha vida — disse, com uma sinceridade dolorosa na voz. — Não me sinto bem com isso.

Eu franzi o cenho, intrigado. Não era a resposta completa que eu esperava, mas a intensidade por trás das palavras dele não passou despercebida.

— Por quê? — arrisquei perguntar. — Ele fez algo ruim pra você?

Heeseung abaixou a cabeça, os ombros ligeiramente tensos. A chuva escorria por seus cabelos, mas ele parecia não notar.

O silêncio dele foi mais eloquente do que qualquer resposta verbal.

Foi aí que eu percebi.

— Desculpa — murmurei, entendendo que não deveria ter tocado no assunto.

Heeseung ergueu o olhar por um breve segundo e, embora seus lábios permanecessem fechados, havia algo nos olhos dele — um misto de dor e algo que eu não consegui decifrar completamente.

— Tá tudo bem — disse ele, embora seu tom não convencesse nem a ele mesmo. — Acho que o carro chegou, ele disse.

Eu assenti em silêncio, tentando ignorar a inquietação que ainda se agarrava a mim. Havia algo naquele passado com Jake que Heeseung estava tentando deixar enterrado. E, mesmo que eu não entendesse tudo, respeitaria seu tempo para contar — se algum dia quisesse.

Só então notei um carro preto se aproximando lentamente, Heeseung fez uma careta estranha, franzindo o cenho ao alternar o olhar entre a placa do carro e a tela do celular.

— Algum problema? — perguntei, sentindo meu estômago afundar com a expressão dele.

Antes que ele pudesse responder, o vidro do motorista desceu suavemente, revelando um homem de rosto impassível.

— Heeseung? — perguntou o motorista, a voz firme.

Heeseung hesitou por um momento antes de assentir lentamente, os olhos ainda desconfiados.

— Não é a mesma placa que mostra no aplicativo —  ele murmurou para mim, com um fim tenso.

O desconforto em meu peito só aumentou.

E então aconteceu tudo rápido demais.

A porta de trás do carro se escancarou de repente, e dois homens imponentes saíram, suas silhuetas parecendo ainda maiores sob a luz fraca do estacionamento. O ar pareceu ficar mais pesado, e um frio percorreu minha espinha antes mesmo que eu pudesse reagir.

O primeiro homem, alto e com uma expressão fria, veio direto para mim. Seus dedos duros e implacáveis se fecharam ao redor do meu braço como um torno, a pressão tão intensa que um choque de dor irradiou até meu ombro.

— Solta! — gritei, tentando me soltar, o pânico subindo pela minha garganta. Meus pés arrastaram no chão quando tentei me desvencilhar, mas era inútil. Ele era forte demais.

Meu coração disparou quando vi os outros dois —  o motorista e o segundo homem — se moverem na direção de Heeseung. Tudo aconteceu rápido demais. Um dos caras ergueu o punho e o soco atingiu o estômago dele com tanta força que Heeseung dobrou na hora, arfando.

— Heeseung! — minha voz saiu entrecortada, desesperada, enquanto eu tentava me soltar com mais força.

Ele tentou se levantar, a mão tremendo ao agarrar a lateral do carro para se apoiar, mas os caras não deram chance. Pegaram Heeseung com brutalidade, segurando-o pelos braços e empurrando-o na direção do carro.

— Não! — gritei novamente, puxando o braço com toda a força que tinha, o desespero me cegando.

Foi então que senti.

Uma dor cortante explodiu na lateral do meu rosto quando o punho do homem me atingiu com força. Meu mundo girou violentamente, pontos escuros piscando na minha visão. Antes que eu pudesse me recuperar, um golpe seco acertou meu estômago. O ar fugiu dos meus pulmões, e um gosto amargo subiu pela minha garganta enquanto meu corpo cedia, desabando no chão frio.

Minha cabeça latejava, e cada respiração parecia um esforço. O barulho da porta do carro se fechando ressoou como um estouro nos meus ouvidos.

Meus olhos, ainda turvos, se ergueram para Heeseung. Ele já estava sendo empurrado para dentro do carro, mas antes que a porta se fechasse, sua voz soou, um pouco fraca, mas determinada:

— Eu vou voltar, Jay. Foge daqui rápido!

A porta bateu.

E o carro acelerou.

O som dos pneus cortando uma poça d'água pareceu ecoar no estacionamento vazio, deixando apenas o silêncio e o frio ao meu redor. Meu peito subia e descia rapidamente, meus dedos trêmulos se fechando em punhos contra o asfalto úmido.

A adrenalina corria pelo meu corpo, misturada com o medo sufocante. Meu coração martelava tão alto que parecia ecoar nos meus ouvidos.

Eu precisava fazer alguma coisa.

Minha mão tremia violentamente enquanto eu puxava o celular do bolso, mal conseguindo focar a visão na tela molhada. Meus dedos deslizaram apressadamente até encontrar o nome de Sunghoon.

Apertei para ligar.

— Atende, Sunghoon... por favor, atende! — implorei, minha voz falhando, quase um soluço.

O medo me dominava por inteiro agora. Eu precisava de ajuda. Precisava encontrar Heeseung antes que fosse tarde demais.

— Sunghoon, vem pro estacionamento agora! — minha voz saiu embargada, o desespero transbordando em cada sílaba. — O Heeseung... ele foi sequestrado!

Do outro lado da linha, ouvi Sunghoon prender a respiração.

— O quê?! — ele praticamente gritou, repetindo as palavras em voz alta, e eu imaginei a expressão de choque estampada no rosto dele.

Minha mão tremia tanto que o celular escorregou dos meus dedos, caindo no asfalto sem que eu desligasse a chamada. Eu tentei me levantar, minhas pernas fraquejaram, e uma dor cortante atravessou meu estômago. Uma leve tontura me atingiu, e eu já me preparava para cair de novo quando mãos fortes e geladas me seguraram com firmeza.

Um arrepio percorreu minha espinha.

Não era um toque comum. Era frio, forte demais.

Minha respiração falhou ao erguer os olhos e encontrar o olhar penetrante de Jungwon, sua proximidade quase esmagadora.

— Você tá bem? — a voz dele era baixa, mas carregada de algo que eu não soube decifrar.

Meu coração disparou sem aviso.

Antes que eu pudesse responder, uma outra voz cortou o momento com urgência.

— Era um carro? Como era? — Jake perguntou.

Sua voz soava ríspida, tensa, como se estivesse segurando uma explosão prestes a acontecer. Seus olhos queimavam com algo entre raiva e urgência.

Eu engoli em seco, ainda ofegante, mas forcei minha mente a se concentrar.

— Preto. Janelas escuras. A placa era diferente da do aplicativo… e… e o modelo… — fechei os olhos por um segundo, puxando a memória no meio da confusão. — Não sei, era um carro rebaixado.

Jake assentiu uma única vez, como se aquela informação fosse suficiente para ele.

Foi nesse momento que ouvi passos apressados ecoando no estacionamento.

Sunghoon, Niki e Sunoo vieram correndo, os olhos arregalados de pânico. Eles não estavam juntos? Como eles chegaram primeiro?

— Jay! — Sunghoon foi o primeiro a chegar, segurando meus ombros e me analisando de cima a baixo. — Você tá machucado? O que aconteceu?

— Foi tudo muito rápido… — minha voz tremia, minha cabeça ainda processando.

Niki já estava com o celular na mão, discando para a polícia.

Mas antes que ele pudesse completar a chamada, Jake tomou o aparelho de suas mãos.

— O quê?! — Niki protestou, mas a expressão de Jake era fria, séria demais.

A atmosfera ao redor ficou estranhamente pesada, e todos instintivamente ficaram quietos.

Jake virou-se para Jungwon e, sem rodeios, ordenou:

— Cuida deles. Eu vou trazer o Heeseung de volta.

Jungwon franziu o cenho, os lábios se apertando em uma linha fina.

— Eu vou junto.

Jake virou a cabeça em sua direção, seus olhos afiados.

— Leva eles pro carro e mantém todos seguros. Especialmente o favorito dele.

Ele disse aquilo sem desviar o olhar, mas seus olhos passaram de relance por mim antes de voltar para Jungwon.

Meu estômago se revirou. O favorito de quem? Do Heeseung? Até ele ele sabia sobre isso?

Jungwon hesitou, mas então firmou a mandíbula.

— Mas e você? Eles não vão...

Jake exalou pesadamente, como se já esperasse essa resposta. Então, seus olhos brilharam de um jeito estranho e ameaçador.

— Eu vou trazer o Heeseung de volta — disse, sua voz mais baixa, mais perigosa. — Nem que eu tenha que ir ao inferno, Jungwon, e você sabe disso.

E antes que pudéssemos sequer reagir…

Jake desapareceu.

Literalmente.

Um borrão escuro se dissolveu no ar, e ele sumiu da nossa vista com uma velocidade impossível.

O silêncio foi absoluto.

Meus músculos ficaram tensos, o choque me deixando paralisado.

Sunoo soltou um pequeno som de incredulidade.

— O que… foi isso?


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(🎶)
Espaço reservado para vocês deixarem aqui o nome de músicas que fazem vocês se lembrarem de Anoitecer.

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