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Capítulo 12.

Olhei para a televisão que mostrava uma parte censurada, mas era notável ver marcas de sangue no chão e peças de roupas jogadas. Fiquei horrorizado, não gostava de ver imagens fortes, mesmo que censuradas, ainda assim me causava agonia.

- Ei, troca de canal. - Sunghoon alertou e Heeseung rapidamente desligou a tv.

- Se eu já não queria ir antes, agora que não vou mesmo. - disse seguindo até a geladeira para pegar um pouco de água. Ao me sentar em um dos bancos, vi Niki revirar os olhos em desaprovação.

- Ah, para com isso. Logo a polícia vai pegar esses idiotas. - ele disse, parecia entediado.

Sunghoon ficou quieto de repente, e logo seguiu para nosso quarto.

- Falem com a escola. - Heeseung disse já deitado no chão da sala. - Ou não vou assinar coisa alguma.

- Você dizendo isso me faz parecer um pivete de cincos anos, sugiro que pare. - falei.

Heeseung apenas sorriu ladino e colocou seus fones, ignorando mim e a presença de Niki que encara o teto.

- Hyung? - chamei Heeseung só para checar se ele estava me ouvindo. Porém, fui ignorado totalmente, indicando que ele não podia me ouvir.

Então voltei minha atenção para Niki. Sabia que alguma coisa tinha acontecido entre ele e Sunoo hoje na escola, tinha dúvidas se ele iria querer falar sobre o assunto, mas não custava tentar.

- Ei, cara. - o chamei e ele apenas me olhou sem responder. Era um sinal para que eu continuasse.

- O que aconteceu entre vocês? - perguntei entre linhas, ele sabe muito bem de quem estou falando.

Apenas negou com a cabeça.

- Qual é? Eu vi todo o climão entre vocês! - tentei.

- Não aconteceu nada entre a gente, só o de sempre. - ele disse e fiquei perdido entre segundos, até que ele continuou a falar. - Sunoo é muito complicado, ele sempre se importa com o que os outros pensam, porque ele tem que ser assim?

- Ah vá, é isso nele que chama tua atenção? - disse brincando. Na espera que ele negasse, mas ele só bagunçou os cabelos confusos.

- Eu odeio essa ideia. - ele disse me encarando. Meus olhos desviaram para Heeseung que estava deitado no chão com seus fones de ouvido no máximo, mas eu podia jurar vi ele tinha deixado escapar um sorriso de seus lábios, como se estivesse nos ouvindo.

- O que você quer dizer com isso? - perguntei confuso.

- Estou dizendo que eu odeio me sentir diferente com ele agora, e é tudo culpa dele, se Sunoo Hyung não tivesse me beijado, nada disso estaria acontecendo. - Niki disse voltando a encarar o teto.

Eu fiquei encarando Niki, sem saber o que dizer depois de sua confissão. O silêncio pairava pesado na sala, até que um grito abafado cortou o ar. Todos nós congelamos por um segundo, os olhos se encontrando em uma confusão mútua.

- O que foi isso? - perguntei, me levantando de supetão. Heeseung imediatamente retirou os fones, também se levantando. Niki, que estava mais relaxado segundos atrás, agora parecia alerta.

- Veio do quarto. - disse ele, já caminhando à frente.

Nós três nos dirigimos rapidamente ao quarto que eu e Sunghoon dividíamos. Ao abrir a porta, a primeira coisa que vi foi Sunghoon sentado no chão, o rosto contorcido em dor. Seu dedo mindinho estava coberto de sangue, gotas escorrendo para o chão, manchando o tapete.

- Que droga, Sunghoon! - exclamei, correndo para perto dele. Niki foi mais rápido, agachando-se ao lado dele e, sem hesitar, começou a enrolar o dedo com a primeira coisa que encontrou - um pedaço de lenço que estava em cima da minha cama.

- O que aconteceu? - perguntei, tentando manter a calma, embora meu coração estivesse acelerado por conta do susto.

- Eu... eu prendi o dedo na gaveta. Foi muito rápido, nem percebi o quanto tinha cortado. - Sunghoon respondeu com a voz tensa, o rosto pálido.

Heeseung, que havia ficado imóvel por um segundo, soltou um suspiro profundo e rapidamente saiu do quarto, murmurando:

- Vou comprar curativos.

Eu sabia que ele não iria, porque Heeseung sempre evitava ver sangue. Ele ficava enjoado só de pensar nisso, e sempre dava um jeito de sumir quando qualquer um de nós se machucava. Não era novidade.

- Ele não vai voltar com os curativos, vai? - Niki murmurou, ainda segurando o dedo de Sunghoon firmemente para estancar o sangramento.

- Claro que não. - respondi, segurando uma risada nervosa.

Sunghoon fechou os olhos, respirando fundo.

- Eu estou bem, sério. Não foi tão fundo.

- Não foi fundo? - Niki exclamou, incrédulo. - Sunghoon, isso tá sangrando pra caramba!

Eu olhei para a bagunça no chão, as gotas de sangue e o lenço já encharcado na mão de Niki. O clima tinha mudado completamente.

Enquanto Niki continuava pressionando o dedo de Sunghoon, eu me levantei, pegando uma toalha limpa no armário ao lado. Sunghoon estava claramente tentando se manter calmo, mas eu conseguia ver a tensão nos olhos dele. O sangue ainda pingava, e eu sabia que precisávamos fazer algo logo.

- Niki, pressione com isso. - entreguei a toalha, e ele rapidamente trocou o lenço pelo novo tecido, envolvendo o dedo de Sunghoon com firmeza.

- Droga, Heeseung tinha que sumir justo agora? - murmurei, mais para mim mesmo, mas Niki ouviu.

- Ele não vai conseguir ajudar com isso. É melhor focarmos aqui. - Niki retrucou, a voz ainda um pouco tensa, mas firme.

Eu me aproximei de Sunghoon e o ajudei a se levantar.

- Vamos até o banheiro. Você precisa lavar isso direito. - sugeri.

Sunghoon acenou com a cabeça, um pouco relutante, mas se levantou com a minha ajuda. Nós o levamos ao banheiro, e ele se apoiou na pia enquanto Niki ajustava a torneira para a água morna.

- Está tudo bem, respira fundo. - falei enquanto ele segurava o dedo debaixo da água. Sunghoon mordeu o lábio, tentando conter a dor.

- Isso não está nada bem. - Niki comentou, olhando para o corte agora mais visível.

- Precisamos de pontos? - perguntei, meio preocupado, já que o corte parecia mais profundo do que eu esperava.

- Não sei... Pode ser. - Niki respondeu, franzindo a testa.

Sunghoon balançou a cabeça, determinado.

- Não, não precisa. Só precisa parar de sangrar. Eu estou bem.

Eu e Niki trocamos olhares, incertos, mas não insistimos. Nesse momento, ouvimos passos rápidos do lado de fora. Heeseung voltou, respirando pesadamente, com uma pequena sacola na mão.

- Eu... eu trouxe... os curativos. - disse ele, ofegante, estendendo a sacola.

Niki revirou os olhos, mas aceitou a ajuda.

- Finalmente. - ele murmurou, pegando os curativos e o antisséptico. Heeseung permaneceu um pouco afastado, mas sem fazer comentários. Um pouco indiferente.

- Vou limpar e cobrir o corte. - Niki disse, concentrado. Eu assisti enquanto ele cuidadosamente limpava o ferimento, aplicava o antisséptico e depois colocava o curativo com habilidade. Fiquei impressionado com a calma dele diante da situação.

Sunghoon respirou fundo quando tudo estava finalmente coberto, relaxando um pouco. O sangramento parecia ter diminuído, e o pânico no quarto finalmente se dissipou.

- Valeu, cara. - Sunghoon agradeceu a Niki, com um sorriso fraco.

- De nada. Só tenta não se cortar de novo. - Niki respondeu, brincando para aliviar o clima. Eu ri, e até Heeseung soltou um sorriso nervoso.

Com a situação aparentemente controlada, senti o peso da adrenalina começar a diminuir. Mas uma sensação estranha permaneceu no fundo da minha mente.

Eu me apoiei contra a parede do banheiro, observando Sunghoon se recompor lentamente. A tensão parecia ter se dissipado, mas algo ainda não se encaixava. O grito abafado que ouvimos antes não saía da minha cabeça. Não era normal, não parecia apenas alguém se machucando. Parecia... mais sombrio.

- Tá, todo mundo bem agora? - Heeseung perguntou, cruzando os braços e tentando parecer descontraído, mas dava para ver que ele estava desconfortável.

- Por enquanto. - respondi, olhando para Sunghoon, que finalmente relaxava um pouco mais.

Niki, que até então estava focado em cuidar de Sunghoon, limpou as mãos e se levantou, seu olhar se estreitando.

- Aquele grito... vocês acham que foi só Sunghoon? - perguntou, a voz baixa.

Heeseung me olhou, claramente não gostando da direção em que a conversa estava indo.

- Como assim? - perguntei, sentindo um arrepio estranho correr pela espinha.

- Acho que aquilo veio de fora. - Niki respondeu, e o silêncio no banheiro se tornou denso novamente. - Eu ouvi antes de entrarmos no quarto. Pode ter sido alguém lá fora.

Sunghoon nos olhou, os olhos um pouco arregalados, enquanto Heeseung imediatamente começou a sacudir a cabeça, como se estivesse negando a ideia.

- Não. Não tem nada de estranho acontecendo. A gente tá só nervoso por causa disso. - Ele apontou para o dedo de Sunghoon, tentando racionalizar o que todos sentíamos.

Mas eu sabia que não era só isso.

- Pode ser alguém no prédio. - falei, tentando manter a calma. - Ou... sei lá, algo na rua. Esses gritos podem vir de qualquer lugar.

Niki franziu a testa, não parecia convencido.

- Pode ser, mas não sei. O som foi estranho.

Olhamos pela janela do quarto, onde a rua estava vazia e silenciosa. Nada parecia fora do normal. Mesmo assim, a sensação de que algo estava errado não me deixava em paz.

- Talvez a gente devesse dar uma olhada. - sugeri, e Niki prontamente concordou.

- Vocês vão mesmo sair para procurar alguma coisa agora? - Heeseung questionou, incrédulo. - Cara, Sunghoon acabou de se machucar, não precisa adicionar uma investigação de grito fantasma à lista de preocupações da noite!

- Ele tem razão. - Sunghoon murmurou, claramente desconfortável com a ideia de irmos explorar.

Mas Niki já estava se dirigindo para a porta, como se estivesse decidido. Heeseung bufou, cruzando os braços de novo.

- Vocês que sabem, mas se virem qualquer coisa, corram de volta. Eu não tô a fim de lidar com mais drama hoje.

Eu e Niki trocamos olhares, e sem mais palavras, seguimos em direção à saída. O ar do corredor estava estranho, mais pesado do que o normal, e quanto mais nos afastávamos do quarto, mais aquela sensação de que algo estava errado crescia dentro de mim.

Chegamos à escada que levava ao andar inferior, onde havia uma pequena área de descanso. Estava tudo escuro, apenas uma luz fraca iluminava o ambiente. O silêncio ali era opressor.

- Viu? Não tem nada aqui. - falei, tentando parecer mais calmo do que realmente estava.

Niki, no entanto, não parecia convencido. Ele se aproximou da janela que dava para o lado de fora do prédio, e foi quando eu vi. Algo se movendo no escuro, uma sombra fugaz que passou pelo canto da visão.

- Viu isso? - perguntei, gelando.

- O quê? - Niki se virou, olhos atentos.

Eu me aproximei, apontando para o pátio do prédio. Algo ou alguém tinha passado ali. Estávamos de frente para o estacionamento, e lá, parada, a coisa que nos deixou totalmente curiosos.

O carro azul.

- Esse carro... está aqui há quanto tempo? - perguntei, sentindo meu coração bater mais forte.

Niki franziu a testa, observando a figura imóvel do carro no escuro.

- Não sei.

O ar ficou ainda mais pesado. A sensação de estar sendo observado crescia a cada segundo que ficávamos ali, parados, olhando para aquele carro misterioso.

Eu não sabia se tinha coragem de me aproximar, mas antes que eu pudesse decidir, o som de um clique, suave e lento, veio da direção do carro.

- A porta... ela se abriu. - sussurrei, engolindo em seco.

Niki arregalou os olhos e puxou minha camisa.

- Vamos sair daqui. Agora. - ele murmurou, sem tirar os olhos do carro.

Não precisei ouvir duas vezes.

Enquanto corríamos de volta pelas escadas, o som dos nossos passos ecoava pelo corredor vazio. Meu coração batia descontrolado, e a sensação de que algo estava nos perseguindo era quase insuportável. Niki estava logo à minha frente, e eu o seguia de perto, sem ousar olhar para trás.

Foi então que, sem aviso, esbarramos em algo - ou melhor, alguém.

- Caramba! - gritei, tropeçando e quase caindo para trás.

Niki segurou meu braço no último segundo, impedindo que eu fosse ao chão. Levantei a cabeça e dei de cara com Heeseung, que estava parado no meio das escadas, com uma expressão de pânico no rosto.

- Vocês estão malucos? - Ele nos segurou pelos ombros, parecendo genuinamente preocupado. - O que aconteceu?

Eu e Niki nos entreolhamos, tentando recuperar o fôlego.

- O... o carro azul... - tentei falar, ainda ofegante. - A porta... se abriu sozinha.

Heeseung franziu a testa, confuso.

- O carro? Que carro? - ele perguntou, claramente sem entender o que estávamos falando.

- Aquele carro azul que você viu na nossa escola. - Niki completou, a respiração ainda acelerada. - A gente viu a porta se abrir sozinha, cara. Algo estranho está acontecendo.

Heeseung esfregou o rosto, suspirando profundamente, como se estivesse tentando manter a calma. Ele olhou para nós dois e, depois de alguns segundos, deu um passo para o lado, abrindo caminho nas escadas.

- Subam. Agora. - Ele disse com a voz firme, mas carregada de preocupação. - Não sei o que vocês viram, mas não é seguro ficar por aí se tem algo estranho acontecendo.

Niki não hesitou e começou a subir as escadas de volta para o quarto. Eu o segui, mas não pude evitar olhar para trás, para o corredor vazio e o som opressor do silêncio que parecia nos envolver.

Heeseung subiu logo atrás de nós, e quando finalmente chegamos ao andar do nosso apartamento, ele parou de súbito e nos encarou.

- Eu saí porque fiquei preocupado... - Ele balançou a cabeça, claramente desconfortável.

Eu me encostei contra a parede, tentando processar tudo. Primeiro, o acidente de Sunghoon. Agora, a porta do carro azul.

- Isso não tá certo. - falei, finalmente. - Tem alguma coisa errada com esse lugar.

Niki concordou silenciosamente.

O silêncio no corredor nos envolveu novamente, e dessa vez.

- Vamos voltar para o quarto. - disse Niki, por fim. - Melhor do que ficar aqui fora.

Concordamos, e começamos a andar em direção ao quarto, tentando não deixar o nervosismo tomar conta novamente.

Enquanto voltávamos para o quarto, o corredor parecia mais longo do que antes. O silêncio opressor nos acompanhava até a porta. Quando a abrimos, a primeira coisa que vi foi Sunghoon no sofá, ainda fazendo careta de dor, com o dedo enrolado em curativos. Ao lado dele, para minha surpresa, estava Sunoo.

- Ah, resolveram voltar? - Sunghoon resmungou, com um tom de falsa indignação. - Me deixaram aqui morrendo e saíram para uma aventura.

Niki revirou os olhos e soltou um suspiro.

- Para de drama, Sunghoon. Você está inteiro.

- Fala isso pro meu dedo! - Sunghoon exclamou, levantando a mão enfaixada. - E eu ainda estou sangrando.

Sunoo, que estava sentado calmamente ao lado dele, parecia alheio à tensão no ar. Ele se inclinou um pouco para frente, sorrindo.

- Relaxa, Sunghoon. Só vim aqui pegar minhas pantufas que esqueci na última vez. - disse ele, gesticulando para as pantufas cor de rosa que estavam no chão ao lado do sofá.

- Pantufas? - perguntei, arqueando uma sobrancelha. - Você veio até aqui só por isso?

- E por que não? - Sunoo respondeu, pegando as pantufas com uma expressão inocente. - Elas são confortáveis, e eu não queria que Niki as usasse.

Niki, que estava encostado na parede, cruzou os braços e deu uma risada curta, mas sem humor.

- Como se eu fosse usar essas pantufas ridículas.

Sunoo o encarou com um olhar afiado, e por um momento a tensão entre eles era palpável. Ninguém disse mais nada, mas havia algo não resolvido entre os dois. Eu queria perguntar mais sobre o que tinha acontecido entre eles, mas a última coisa que eu queria agora era criar mais atrito.

Eu me sentei ao lado de Sunghoon no sofá, sentindo o peso da noite nas minhas costas.

- Então... - comecei, olhando para os outros - alguém mais acha que essa noite está bizarra ou sou só eu?

Sunoo riu levemente, como se achasse graça da minha pergunta.

- Ok, eu preciso ir. Tenham uma boa noite. - Sunoo apenas se levantou e bateu a porta com certa delicadeza.

- O que deu nele? - Heeseung perguntou e eu apenas dei de ombros.

Os dias passaram rapidamente, e finalmente o tão temido dia da viagem chegou. Eu ainda não conseguia entender como Heeseung conseguiu fazer isso, mas ele realmente entrou em contato com a escola e confirmou que a viagem era "totalmente segura". Claro, porque nada diz segurança como um e-mail vago e sem detalhes, né?

- Confia, Jay. - Heeseung me disse enquanto observava eu arrumar minhas coisas.

- Confia, ele disse. - resmunguei para mim mesmo, enquanto lutava para fechar a minha própria mochila, que parecia estar prestes a explodir. Não fazia ideia de como eu tinha conseguido enfiar tanta coisa nela. Parecia que estava levando metade do meu quarto.

- Relaxa, vai ser divertido! - Sunghoon disse, tentando me animar. Ele estava absurdamente empolgado, apesar de ainda estar com o dedo mindinho enfaixado depois do acidente daquela noite. Como ele conseguia ficar tão animado com essa viagem, depois de tudo que aconteceu, era um mistério pra mim.

Eu olhei para Niki, que estava encostado na parede, já com a mochila pronta e uma expressão de total indiferença.

- Você não está nem um pouco preocupado com isso, né? - perguntei.

Ele apenas ergueu uma sobrancelha e deu de ombros.

- Se for chato, eu durmo. - respondeu, com o tom mais casual do mundo.

Heeseung foi o primeiro a sair do apartamento, nos chamando para apressar o passo. Cada um de nós com nossas mochilas enormes. Ele tinha chamado um táxi e iria nos acompanhar até a escola, Sunoo avisou que iria mais tarde com seu pai. Quando chegamos foi estranho ver todo mundo assim, carregando bagagens, como se estivéssemos indo para uma grande aventura - o tipo de aventura que eu queria muito evitar.

- Eu ainda não quero ir. - murmurei, enquanto saia do carro.

- Nem parece que está falando sério, Jay. - Jungwon apareceu do nada, com aquele seu sorriso misterioso de sempre. Ele não parecia nem um pouco abalado pela ideia de uma viagem.

Heeseung nos olhou com aquele sorriso típico, como se estivesse adorando a situação. Mas sua expressão dócil durou cerca de segundos. Só então ele encarou Jungwon.

- Quem é você? - a pergunta saiu da voz de Heeseung em um tom diferente, todos percebemos e Jungwon se encolheu em seu casaco preto.

- É o Jungwon de quem falamos, Hee. - Sunghoon disse forçando um sorriso. Ele também percebeu a tensão que ficou.

Depois de sair de um pequeno transe, Jungwon levanta a mão e cumprimenta Heeseung. - Sou Jungwon, você deve ser o Heeseung de quem eles tanto falam. É um prazer. - Ele sorriu.

Heeseung aceitou seu comprimento rapidamente. - O prazer é meu, pensei que não seria possível conhecer você. Sou Lee Heeseung.

Jungwon se afastou um pouco e senti a mão de Heeseung ir até meu ombro.

- Onde está sua mochila? Vai só com a roupa do corpo? - Niki perguntou para Jungwon e só então notei que o mesmo não tinha nada em mãos.

- Ah, estão no carro do meu Hyung. - Jungwon respondeu, ainda com um tom casual.

Nesse momento, Sunoo apareceu apressado, com a expressão de alguém que claramente havia corrido para chegar a tempo.

- Pessoal, achei que estava atrasado! - Ele disse, ofegante, enquanto se aproximava.

Ele então se virou para Jungwon e, com uma expressão curiosa, perguntou:

- Aliás, Jungwon, que horas você chegou em casa ontem?

Todos nós olhamos para Jungwon, que parecia um pouco surpreso com a pergunta.

- Não foi muito tarde. - Jungwon respondeu, com um tom que tentou parecer casual, mas havia uma leve hesitação em sua voz.

Sunghoon, que estava ao nosso lado, franziu a testa.

- Do que vocês estão falando? - Perguntou, claramente confuso.

Sunoo então se virou para Sunghoon e disse:

- Ontem à noite, eu encontrei o Jungwon no prédio, quando estava na recepção.

Os olhos de todos se voltaram para Jungwon, que tentou manter a compostura, mas eu pude notar uma tensão crescente em seu rosto. Ele olhou para Sunoo, depois para o grupo, como se estivesse tentando encontrar uma resposta rápida.

- Ah, isso... - Jungwon começou, claramente desconfortável. - Eu só estava passando, meu Hyung tinha uma reunião com um morador. Não foi nada demais.

A expressão de Sunoo não mudou, mas ele claramente não estava satisfeito com essa explicação. O silêncio no grupo ficou mais pesado, e a atmosfera parecia carregar uma nova tensão.

- E você não achou estranho encontrar alguém no prédio àquela hora? - Sunoo continuou, ainda com um tom inquisitivo.

Jungwon tentou forçar um sorriso, mas a inquietação em seus olhos era visível.

- Não, não achei. Na verdade, eu estava indo embora logo em seguida.

Eu observei a interação entre os dois e percebi que havia algo mais acontecendo. A tensão estava palpável e, mesmo que Jungwon tentasse se manter tranquilo, havia um mistério não resolvido pairando sobre a conversa.

A atmosfera ao redor estava carregada de tensão e inquietação. Enquanto os professores davam os últimos avisos e organizavam a fila para o ônibus, Heeseung fez questão de reforçar a importância de manter o contato em caso de qualquer problema, sua expressão séria demonstrava o quanto ele estava preocupado. Eu tentei sorrir para aliviar o clima, mas sua seriedade me impediu de fazê-lo.

Foi então que, sem aviso, alguém se aproximou com uma rapidez que quase não percebi. Um rapaz loiro, com uma mochila de couro preta nas mãos, estava parado atrás de Jungwon. Ele parecia completamente à vontade, como se estivesse apenas se juntando a um grupo de amigos. O choque foi instantâneo; eu não tinha notado sua chegada.

Jungwon se encolheu um pouco ao perceber o rapaz, e a tensão no grupo aumentou. Heeseung imediatamente prendeu a respiração e sua mandíbula se contraiu, demonstrando uma irritação que ele claramente estava tentando controlar. Sunghoon também demonstrou sua preocupação, seus olhos estreitados e o semblante fechado.

Niki, com um olhar de curiosidade, ergueu as sobrancelhas e observou a situação com um certo interesse. Sunoo, por outro lado, parecia completamente chocado, seus olhos arregalados enquanto fixava o rapaz loiro.

- Então você me troca assim facilmente. - o rapaz loiro disse para Jungwon, com um sorriso casual e um tom amigável, mas por algum motivo eu via sarcasmo. - Ah, são seus novos amigos? Jungwon me falou muito sobre vocês.

Jungwon, agora visivelmente desconfortável, olhou para o recém chegado, Jake, e depois para o grupo, como se estivesse tentando encontrar uma explicação para a situação.

- Jake, esse é o grupo com quem eu vou viajar. - Jungwon disse, tentando soar natural, mas eu podia notar o nervosismo em sua voz. Ele pegou a mochila das mãos de Jake e colocou nas costas.

Jungwon apresentou cada um de nós, e vi o sorriso de Jake aumentar de tamanho quando chegou em Sunghoon.

- Ei, você eu já conheço. - ele falou abrindo um sorriso grande para Sunghoon e vi meu amigo ficar sem jeito. - Park Sunghoon, não é mesmo?

Sunghoon concordou com a cabeça.

- E você... - ele analisou Heeseung da cabeça aos pés. - Acho que conheço de algum lugar.

Heeseung virou o rosto. - Acho que está enganado.

Jake riu e eu senti uma frio na espinha. Que maluquice, sua presença ter nos deixado assim, ele não era alto e nem aparentava ser um problemático, mas sua roupas negras e aura eram estranhamente incomum. Parecia que seu rosto angelical não condizia com seu estilo, creio eu que seja apenas isso.

- Não, acho que já vi você. Um rosto desse eu não esqueceria jamais. - Jake insistiu e Jungwon lhe deu uma cotovelada que nos deixou surpreso.

- Para com isso, Hyung. Eu acabei de conhecer o Heeseung e você vem com esse papo. - Jungwon sorriu sem jeito.

- Então, tomem conta do meu Jungwon, tá legal? Quem é o Jongsaeng que tava na folha? - ele perguntou para Jungwon que me olhou assustado.

- Sou eu. - falei e ele sorriu para mim.

- Cuida dele pra mim como se fosse sua vida. Tá legal? - ele falou.

Niki riu e disse:

- Isso é apenas uma viagem escolar, não é pra tanto.

- Não sabemos o que pode ser tornar uma ameaça, nesse mundo atual é preciso estar atento. - ele disse como se tivesse vivido pelo menos uns quarenta anos.

- Eu que o diga, se nenhum dos meninos voltarem bem, eu sou capaz de fazer uma loucura. - Heeseung falou, me deixando assustado.

- Ótimo, mais um estra... Mas que droga. - Sunoo foi interrompido por seu celular que acabou tocando. - Alô, onde você tá? Mas que droga, eu já posso ver o ônibus chegando.

Ele falou por segundos no celular enquanto o ônibus estacionava, enquanto isso ficamos em silêncio. Heeseung puxou-me pela cintura, o olhei perdido e entendi automaticamente seu olhar de preocupação, tinha algo estranho acontecendo.

- Vem, cadê meu abraço de despedida? - ele falou e estranhei seu ato repentino. E acabou sussurrando em meu ouvido. - Fique esperto com esse Jungwon, ele é meio estranho.

Quando me afastei apenas assenti, e ele fez o mesmo com Niki e Sunghoon. Mas não sei se chegou a sussurrar pra eles também.

Sunoo voltou a se aproximar dizendo que Hanabi não vai poder vim por conta de um imprevisto com o seu trabalho e era pra avisar sua dupla.

- Acho bom avisar logo, já vamos sair. - Sunghoon diz e Sunoo assente, indo até onde estavam os professores.

Nós nos enfileiramos para entrar no ônibus. Heeseung se afasta, e eu vejo Jake seguir por outro caminho. Antes de ir, ele se inclina e deposita um beijo na testa de Jungwon, que sorri, meio tímido. Eu fico olhando para os dois por um segundo, tentando não pensar muito nisso. Tem coisa mais importante para focar agora.

Entregamos nossos papéis para a monitora assim que subimos no ônibus. Estou tentando achar um lugar tranquilo, de preferência perto da janela. Só quero desligar um pouco e ficar no meu canto. Quando encontro o assento perfeito, sinto um leve toque no meu braço.

- Posso sentar com você? - É Jungwon. A voz dele é suave, quase hesitante, mas há uma determinação em seus olhos que me faz parar. Eu não consigo dizer não para ele, então só balanço a cabeça, concordando. Ele sorri e se acomoda ao meu lado. Não digo nada, mas meu coração acelera um pouco. Tento ignorar, ainda é a tensão de segundos atrás.

O ônibus logo enche de gente e o barulho deles enche o ar. Sento-me junto à janela, observando a paisagem lá fora. Heeseung ainda está lá, parado à distância, acenando para nós com aquele sorriso que nunca parece sair do rosto. Eu levanto a mão, retribuindo, mas algo no canto do meu olho me faz congelar.

É o carro azul.

Aquele mesmo carro que tenho visto nas últimas semanas. Só que dessa vez, a janela está aberta. O coração dá um salto, batendo mais forte conforme eu me forço a olhar com mais atenção. E então eu vejo. O loiro de segundos atrás.

Jake está dirigindo.

Eu prendo a respiração por um momento, piscando rápido para me certificar de que não estou imaginando. Mas não, é ele mesmo. Jake, no volante, e o carro azul se afastando lentamente.

O que diabos está acontecendo?

Eu tento não demonstrar, mas sinto o estômago revirar. Jungwon parece perceber a tensão no meu corpo, porque ele se inclina um pouco para mais perto.

- Tá tudo bem com você? - ele pergunta.

Eu tento sorrir, fingindo que nada está errado. - Sim, só... pensando.

Mas a verdade é que meu cérebro está a mil. Jake. O carro azul. Nada disso faz sentido.

Jungwon sabia que estávamos curiosos, já tínhamos comentado sobre o carro com ele, eu lembro claramente, mas ele não disse nada. Então, o carro ontem no prédio, Sunoo disse que viu Jungwon no prédio ontem. Estava tão óbvio o tempo todo, na quadra, as duas pessoas naquela noite eram Jake e Jungwon?

Antes que eu pudesse me conter, acabei perguntando por impulso. Me virei para Jungwon que fez uma careta estranha para minha expressão.

- Porque você não nos disse que o carro azul era do seu amigo?

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