Part 31- Segredos e Desejos
GILBERT E ANNE
Gilbert ainda pensava em Muddy quando voltara ao hospital. Precisava se aproximar de novo do amigo. Até a faculdade tinham sido inseparáveis, quando ele não estava com Anne faziam tudo juntos, fato que deixava a ruivinha com ciúmes, e Gilbert tinha que lembrá-la que o que ele e Muddy faziam era coisa de meninos, e que ás vezes ele precisava daquele tempo com garotos da idade dele, mas Anne não parecia nada satisfeita em dividir Gilbert com outra pessoa, já mostrando seu lado possessivo na época em relação a ele.
Agora que o reencontrara queria estreitar os laços novamente, e faria isso o quanto antes. Um toque no seu braço o fez parar de repente no meio do caminho para o seu consultório. Ele olhou para a mão que segurava o seu pulso, e fez uma careta ao constatar de quem era aquela inconveniência.
- Precisa de alguma coisa, enfermeira Nora? - A garota olhou para ele firmando os olhos sobre ele.
- Queria saber por que não almoçou na cantina hoje? - Gilbert soltou um suspiro incrédulo. Aquela garota estava mesmo lhe cobrando satisfação de uma cousa que não lhe dizia respeito?
- Eu não sei o que isso lhe interessa. – Ele disse com a voz seca.
- Gilbert, eu... Nora ia dizer algo, mas foi interrompida
- Por favor, Dr. Blythe. Não te dei intimidade para me chamar pelo primeiro nome. – Nora ficou vermelha como um pimentão enquanto dizia:
- Me desculpe, não achei que estava sendo ofensiva.
- Você está sendo atrevida. Será que tenho que dizer com todas as letras que não estou interessado? Eu tenho uma namorada, enfermeira Nora, a quem eu amo e com quem pretendo me casara. Espero que entenda de uma vez por todas que você não tem e nunca teve chance nenhuma comigo. Agora, se me dá licença, tenho trabalho a fazer e acho que você também.- ele saiu deixando Nora plantada no meio do corredor, sem se importar com o olhar chocado que ela lhe lançou Ele detestava ser mal-educado com as pessoas, mas aquela garota estava passando dos limites, e esperava que dessa vez o esquecesse definitivamente.
Depois desse incidente que o deixou particularmente aborrecido, o dia transcorreu sem grandes surpresas ou situações desagradáveis. No final de seu expediente, ele deixou as suas matérias médicas em seu consultório e se encaminhou para a saída. Mas quando estava passando perto da porta de outro consultório, viu surpreso Sarah sair de lá. Ela lhe lançou um olhar estranho, como se quisesse se esconder dele, mas não tivesse para onde fugir. Gilbert se espantou ao vê-la naquele hospital o qual ela prometera nunca mais colocar os pés, mas, não foi isso que o deixara preocupado, e sim a aparência dela. Sarah estava bem mais magra do que antes, a pele do rosto mais fina, e os cabelos tinham perdido o viço. Será que estava doente? Ele pensou nas dores de cabeça dela, mas ela sempre dissera que estava tudo sobre controle, e que ele não devia se preocupar, e acreditara nela, mas parecia que o caso tinha sido mais sério do que imaginara, pois, a aparência dela lhe dizia que não estava nada bem. Ele percebeu que estava olhando para ela tempo demais, e disse:
- Oi, Sarah. Como vai? - ele estendera sua mão para cumprimentá-la, mas ela não a pegou.
- Estou bem, Gilbert. Vim visitar alguns amigos.- Gilbert olhou para ela desconfiado, ele não sabia que ela era amiga do psiquiatra do hospital, aquilo estava cada vez mais estranho.
- E o seu pai? Como está? - ele mudou de assunto ao perceber que ela estava pouco à vontade.
- Está bem melhor. – Ela respondeu, e Gilbert percebeu que ela não queria prolongar o assunto, encerrou a conversa dizendo:
- . Bem, tenho que voltar ao trabalho. Foi bom te ver, Sarah.
- Até logo, Gilbert
Gilbert viu Sarah se afastar e alguma coisa naquele andar de passos incertos, e o leve curvar de cabeça, fez seu coração doer.
Sarah estava tão abatida, parecia tão diferente da enfermeira simpática e altiva que trabalhar a naquele hospital. Será que estava enfrentando algum problema sério? E será que ele tivera participação nisso? E se ela ficara assim por causa dele? E se o rompimento entre os dois tivesse sido a causa de seu súbito abatimento? E se isso a tivesse afetado tanto a ponto de deixá-la em depressão?
De repente, os pensamentos inventaram mil teorias a respeito do real estado de Sarah, e Gilbert passou o resto do dia remoendo aquilo, tentou obter mais informações sobre Sarah com o médico com o qual ela falara, mas ele dissera que não podia lhe dizer nada por causa da confidencialidade entre paciente e médico, e quanto a isso Gilbert não podia discordar.
Ele saiu do hospital ainda com dúvidas em sua cabeça, mas tentou não pensar muito nelas, pois logo iria buscar Anne para levá-la para passear e não queria que nada atrapalhasse os dois, mas o problema era que aquilo o estava incomodando demais, e sua cabeça continuava a trabalhar em possíveis hipóteses para o que estava acontecendo com Sarah, e Gilbert estava cada vez mais convencido de que tinha certa culpa no mal que a afligia.
Quando chegou a Green Gables, tentou disfarçar seu mal-estar com toda aquela situação, e assim que Anne abriu a porta maravilhosa como sempre em um vestido verde e curto de verão, Gilbert deixou todos os pensamentos que o atormentavam de lado para admirar a linda garota a sua frente, que lhe sorria como se ele fosse a coisa mais desejada no mundo para ela.
- Não sei o que dizer, querida. Você brilha como se fosse o próprio sol.- ele disse galante beijando-lhe a mão.
- Para quem se recusava até em ler os versos que eu escrevia, você está se revelando um grande romântico, doutor.- Anne disse atirando os braços ao redor do pescoço de Gilbert, e beijando-o com ardor.
Levado pelo momento, Gilbert desceu suas mãos até o decote do vestido que deixava as costas de Anne toda nua, e começou a acariciá-la sem parar, descendo e subindo os dedos por toda a extensão de sua coluna, fazendo a pele dela se arrepiar e Anne gemer por entre seus lábios. Separaram-se com a respiração descompassada, e Anne sussurrou em seu ouvido:
- Mais tarde querido. Estamos na varanda da fazenda. – Gilbert assentiu com um aceno de cabeça, mas disse nada, o que fez Anne estranhar e perguntar em seguida:
- O que foi, Gil? Aconteceu alguma coisa? – Ela acariciou as linhas de preocupação que se formavam ao redor dos olhos dele.
- Não é nada. Anne. Estou só cansado. O dia foi longo.- ele deu um meio sorriso para afastar o ar de suspeita do rosto dela.
- Bom, então não deveríamos ficar em casa? – Anne perguntou brincando com uma mecha de cabelo que caía na testa dele.
- Não, eu te prometi que teríamos uma noite para relaxar, e é o que faremos.- ele respondeu sorrindo.
- Está bem, e o que vamos fazer? – Ela quis saber enquanto colocava o cinto de segurança.
- Vamos ao cinema. Eu sei que adora filmes antigos, e as quintas feiras, o cinema de Avonlea exibe clássicos
- Que maravilha, Gilbert. – Anne batia palmas de contentamento. – Você nunca me decepciona.- Ela disse correndo as mãos pelo braço dele descoberto, que mostrava seus músculos salientes enquanto ele fazia movimentos com o volante do carro.
As palavras de Anne tocaram fundo em Gilbert. E ele pensou que ela estava errada. Ele decepcionava sim, e fizera isso com Sarah, ele nunca quisera fazê-la sofrer, mas seus atos causaram exatamente esse efeito, e agora ele não conseguia se livrar da imagem dela de sua cabeça daquela tarde, e se sentia tão mal que quase aceitar a oferta de Anne de ficarem em casa, mas ele disfarçou suas reações e procurou manter sua expressão neutra. Não queria arrastar Anne para suas preocupações por que se havia um culpado naquela história era somente ele.
O cinema estava quase vazio naquela noite, e Gilbert respirou aliviado, não estava com a menor paciência para esperar em longas filas, e assim demoraram apenas cinco minutos para comprarem o ingresso.
O filme que viriam ver se chamava O clube dos cinco. Era um clássico dos anos sessenta que giravam em torno de cinco alunos, presos na detenção do colégio, que eram obrigados a conviver juntos confinados naquele espaço, lidando com suas diferenças culturais e econômicas.
Gilbert e Anne se sentaram nas últimas cadeiras com um grande pacote de pipoca que dividiam, e dois copos de refrigerante. Durante todo o filme, Gilbert observou Anne, vendo suas muitas expressões mudarem conforme o enredo da história ia se desenvolvendo. Ele estava fascinado pela festa de reações que explodiam no rosto dela, fazendo-o se sentir cada vez mais atraído. Anne era tão linda, que era difícil deixar de olhar para aquele rosto tão expressivo, realçado mais ainda pela penumbra do cinema. Quando o filme terminou, ele percebeu que não tinha prestado muita atenção no que acontecera, pois passara o tempo todo com os olhos presos nela. Saíram do cinema e ele pegou na mão dela dizendo:
- Será que podemos ir para casa? Acho que preciso de um descanso agora. Você não se importa?
- Claro que não. Qualquer lugar está ótimo para mim se pudermos ficar juntos.- Anne disse beijando o nos lábios.
Assim foram para a fazenda de Gilbert, e quando ele abriu a porta e acendeu as luzes, ela disse com um sorriso maroto:
- Sei exatamente do que precisa, Doutor Blythe. Hoje, o Sr. será meu paciente.- ela começou a retirar as sandálias deixando-as no meio da sala, ela deu dois passos e tirou o vestido jogando- o em cima do sofá, fazendo Gilbert arfar com a visão dela só de lingerie preta na sua frente. Então lentamente ela tirou o sutiã, e em seguida a calcinha, e sem afastar seus olhos dos de Gilbert ela jogou a última peça no chão, e se encaminhou para o banheiro, mas antes que pudesse entrar, ela sentiu Gilbert agarrar sua cintura, encostando-a na parede, e beijando-a com desejo e paixão. Ela ajudou-o a se despir e depois o puxou para o chuveiro, onde a água caía sobre seus corpos nus que pareciam querer se devorar mutuamente. Gilbert encostou no box do banheiro e trouxe Anne com ele, fazendo com que as pernas dela rodeassem sua cintura , enquanto sua boca descia pelo pescoço dela com tanta vontade como se quisesse marcá-la inteira. Seus lábios torturaram os seios dela , e suas mãos se perderam em suas curvas como se ele não.pudesse suportar o desejo que o corpo dela colado no seu lhe provocava.
Anne então, saiu do colo de Gilbert, e ficou de pé na frente dele, levando seus lábios até o peito forte dele, deslizando sua língua por cada partícula de água que cobria a pele dele, avançando cada vez mais para baixo, fazendo o tremer ao seu toque, mas quando chegou perto da intimidade pulsante dele, Gilbert a segurou impedindo-a de continuar. Anne olhou para ele confusa sem entender o que estava acontecendo, e perguntou.
- O que foi amor, fiz algo errado.
- Claro que não. Você é sempre maravilhosa. Acho que estou mais cansado do que imaginava. – Ele disse acariciando os cabelos molhados dela, que caiam pelo seu ombro nu. – Me perdoa?
- Não tenho o que perdoar. Só te achei um pouco ausente hoje-, como se seu pensamento estivesse em outro lugar. Tem certeza de que não tem nada acontecendo?
- Fique tranquila, querida. Não aconteceu nada. É só cansaço mesmo.- ele a abraçou apertado. Não queria lhe contar sobre Sarah e suas suspeitas. E também não queria que ela soubesse que enquanto estavam debaixo do chuveiro, foi a imagem dela que surgiu em sua mente, fazendo-o se sentir mal novamente, e não permitindo que continuasse com o que estavam fazendo.
- Acho que um boa noite de sono te fará bem. – Ela disse puxando-o para a cama. Eles se deitaram de conchinha, e Anne que não gostava de dormir de cabelo molhado não se importou em se deitar com eles assim naquela noite. Tudo o que importava era fazer Gilbert se sentir melhor, pois algo lhe dizia que havia alguma coisa errada acontecendo que ele não queria lhe contar, mas deixaria para falar com ele no dia seguinte sobre aquilo. Por aquela noite ela só queria protegê-lo com a força de seu amor, e fazê-lo sentir que podia confiar e contar com ela em todos os momentos. E com esse pensamento ela adormeceu agarrada a ele, e permaneceu assim a noite toda.
Olá. Espero que gostem desta parte e comentem. Beijos.
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