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Capítulo 99- A vida por um fio

Olá, pessoal, mais um capítulo de Corações em jogo. Espero pelos comentários. Farei as correções depois. Beijos. Obrigada por tudo.


ANNE

Peter a olhava com aquele seu jeito sarcástico do qual se lembrava bem. A ironia e a soberba que sempre estiveram naqueles olhos frios e que foram seus companheiros de vida também se mostravam ali naquele momento, e por um segundo Anne se perguntou como pudera ver beleza em um homem que tinha uma alma tão podre?

Talvez o seu rosto angelical, de garoto carente e sempre precisando de atenção a tivesse enganado por um curto período de tempo, e depois, quando enxergara a verdadeira face daqueles rapaz diabólico, ela compreendera que dentro dele morava uma escuridão profunda, que nem um raio de luz poderia iluminar um coração que não conhecia nada a não ser o ódio. Ela se sentia aliviada por ter descoberto o quão baixo ele poderia ser em pouco tempo, e não caíra na besteira de deixar que seu relacionamento com ele chegasse as vias de fato. Peter era asqueroso, e agora que não escondia de ninguém sua canalhice, ela podia ver em cada linha daquele rosto uma ira mal disfarçada que destruiria tudo pelo caminho.

Receosa, ela colocou as mãos protetoras sobre sua barriga, rezando para que se algo lhe acontecesse que pelo menos seus filhos fossem poupados. Peter percebeu o seu gesto, e sorriu com seu desdém característico. Como Anne odiava aquele sorriso! Em seus pesadelos com ele, era a primeira coisa da qual se lembrava ao acordar. Era como se toda sua maldade se resumisse ali naquele movimento de lábios sutis, mas tão maquiavélico quanto a alma do rapaz corrompida por sua própria indecência e futilidade.

- Quer dizer que a garotinha ruiva está grávida.- ele disse apontando para a barriga de Anne protegida por suas mãos. Ela não respondeu, preferindo manter silêncio, mas isso ao invés de acalmar Peter, o deixou mais nervoso, pois ele deu mais um passo em direção a Anne e disse com raiva:

- Responda quando eu falar com você!

- E se eu não quiser falar?- Anne disse em tom de desafio. Ela sabia que estava em perigo, podia sentir no ar e pela atitude de Peter que ele não viera ali apenas para uma visita de cortesia. Ela já o conhecia o suficiente para saber que o ódio no olhar dele estava com desejo de sangue.

- A garotinha ruiva aprendeu a me enfrentar? Gosto disso. Vou adorar domar essa tigresa.- ele disse se aproximando mais um pouco, e Anne sentiu nojo do olhar de luxúria que ele lhe lançou. Como ele podia olhá-la com desejo, sabendo que ela estava grávida de sete meses? Foi então que lhe ocorreu que homens como Peter não se detinham diante de nada, e que sua gravidez não era empecilho se ele decidisse lhe tomar o que ele achava que era dele por direito. Anne pensou em Gilbert, e seu coração se agitou em agonia. Como ela queria que ele estivesse ali para salvá-la daquele demônio, mas, infelizmente estava sozinha para lutar por si mesma e por seus bebês.

- O que quer, Peter?- ela perguntou tentando ganhar tempo, enquanto seus olhos corriam pela rua a procura de uma ajuda, ou melhor, de uma providência divina, mas, para seu azar a rua estava vazia naquele momento, e ela não via alternativa a não ser enfrentar Peter com tudo o que pudesse.

- Você sabe a resposta para essa pergunta, Anne. Eu quero o mesmo que eu quis a muito tempo atrás. Você.- Anne o olhou horrorizada. Peter estava mais louco do que pensava, e ela começava a se desesperar, pois não sabia o que fazer. Sem conseguir conter sua indignação, ela disse:

- Está maluco? Eu sou casada com outro homem e estou grávida de sete meses do meu marido. Como pode pensar em algo assim?

- Vai me rejeitar de novo, Anne?- ele disse com a voz calma, mas, Anne podia ver naqueles olhos um brilho assassino.

- Eu nunca te rejeitei, pois nunca tivemos nada.- ela disse com toda coragem que foi capaz.

- E ainda por cima me traiu, e engravidou daquele doutorzinho arrogante.- ele continuou falando como se não tivesse ouvido o que ela dissera, dando a Anne a extensão exata de sua loucura.

Ela estava em perigo, e o que faria para escapar? Seus bebês começaram a se mexer dentro dela, talvez sentindo sua agitação interna, enquanto por fora ela se forçava a apresentar uma calma inexistente. Porém, ela pressentia que se demonstrasse qualquer nervosismo, ela colocaria tudo a perder.

- Peter, eu nunca te trai, e nem chegamos a namorar direito. Por que não me deixa ir? Você é jovem e muito bonito. Não faltarão mulheres que cairão aos seus pés. Pense bem. Por que querer ficar comigo, se sabe que amo outro homem, e vou ter os filhos dele? Você poderá conseguir a mulher que quiser.- ela tentava vencê-lo pela vaidade, massageando-lhe o ego enorme, mas não estava funcionando muito bem, pois Peter continuava olhando-a com aqueles olhos insuportavelmente maliciosos.

- Eu não quero outra mulher, eu quero você.- Ele disse de um jeito obsessivo que fez o estômago de Anne se revirar. Ele não ia desistir, mas, ela também não. De forma nenhuma deixaria que ele machucasse seus bebês, ela o mataria primeiro, ou morreria tentando.

- Eu nunca vou ser sua. Isso tudo é absurdo.- Anne disse vendo-o se aproximar mais, porém se forçou a ficar no mesmo lugar, pois tinha medo de se mexer e provocar uma tragédia maior. Não sabia o que se passava na cabeça de Peter, mas, boa coisa não podia ser.

- Sempre lutando contra mim. Será que não entende que te amo? E que só eu posso te fazer feliz? Eu duvido que aquele doutor irritante te dê a vida que merece.- Anne queria mandá-lo se calar, pois ele não tinha direito nenhum de falar de Gilbert. Ele nunca seria metade do homem que Gilbert era, e ela detestava Peter muito mais por falar de algo que absolutamente não sabia nada a respeito. Nenhum homem no mundo a faria feliz como Gilbert. Ele era o seu mundo e seu único amor. No entanto, não era tola para não ver que Peter era um homem doente, sua insanidade beirava quase a loucura. Ele imaginava coisas, e acreditava nelas, e se isso a ajudava a se manter a salvo, ela não diria nada. Porém mentalmente, Anne pedia perdão a Gilbert por não defendê-lo verbalmente contra aquele louco.

- Se me ama, então porque não me deixa ir?- ela fez mais uma tentativa de convencê-lo a deixá-la entrar no prédio.

- Não posso. Se fizer isso você vai fugir de mim. E eu não vou te perder de novo de jeito nenhum.- Anne suspirou frustrada. Ele não ia mesmo desistir, e ela não sabia mais o que fazer para escapar daquele idiota. Não podia gritar ou fazer qualquer movimento que despertasse ainda mais a ira dele. Infelizmente estava a mercê da própria sorte.

- Venha comigo.- ele disse de repente.

- Eu não vou a lugar nenhum com você.- ela disse muito séria.

- Você vai sim, ou terei que ser mais convincente?- ele lhe mostrou uma arma pequena que vinha escondendo dela no bolso detrás da calça. As vias do perigo no qual se encontrava, Anne não teve outra alternativa senão fazer o que ele estava lhe dizendo.

Anne o seguiu até um carro parado estrategicamente do outro lado da rua, e assim que entrou nele, Peter tomou a sua bolsa onde estava o seu celular, e o colocou no bolso. Depois, ele se virou para ela e disse:

- Por precaução. Coloque o cinto de segurança, por favor.- Anne o olhou surpresa. A alguns minutos ele estava quase gritando com ela no meio da rua, e agora a tratava com toda a educação do mundo. Aquele cara não era só louco, ele era bipolar também, e ela se sentiu totalmente desprotegida com ele ali no carro, mas, não pudera agir diferente.

De repente, ele pareceu fascinado por sua barriga, e Anne ficou paralisada quando sentiu as mãos dele sobre ela. O medo a atingiu em cheio, e ela sequer conseguia respirar, e pediu silenciosamente que ele fizesse o que quisesse com ela, mas não ferisse seus bebês.

- Você está de sete meses? - ele perguntou, e Anne confirmou com a cabeça, incapaz de falar.- São gêmeos, não é?- mais uma vez Anne confirmou com a cabeça.- Já escolheu os nomes?

- Sim.- Anne respondeu com a voz trêmula.

- E quais são os nomes que escolheu?- ele disse ainda acariciando o ventre de Anne, que mal respirava de pavor.

- John e Sarah.

- Ah, então é um casal. Gostei dos nomes. Tenho certeza de que vão ser lindos, meu amor. Vamos criá-los juntos, e serei o melhor pai do mundo.- ele disse, beijando sua barriga , se virando para a frente, e começando a dirigir com a maior calma, como se nada de anormal estivesse acontecendo dentro daquele carro.

Anne teve vontade de chorar ao ouvir as palavras de Peter. O que aquele louco estava pensando em fazer? Sequestrá-la? Ele nunca seria o pai de seus bebês, pois Gilbert era o pai deles, e era o único com direitos sobre eles. Ao pensar no marido, o coração de Anne começou a doer. Só de pensar em nunca mais vê-lo lhe dava uma agonia infinita. Queria que ele estivesse ali, pois seu amor a protegeria de todo o mal que aquele louco ou qualquer outra pessoa quisesse fazer contra ela. Quantas vezes ele a havia salvado? Ela não conseguiria enumerar, pois fora em tantas situações grandes ou pequenas, e Gilbert estivera lá para abraçá-la e segurar em sua mão.

Ela se lembrava da outra vez em que fora sequestrada pela quadrilha de Peter, quando também pensara que nunca mais o veria. Ele fora até ela e a levara de volta para casa, e fora só por ele que tinha resistido aos quatro dias de tortura e terror. E agora se via na mesma situação, e pior porque seus bebês estavam tão indefesos quanto ela. Sua alma queria gritar por Gilbert, implorar que ele viesse ajudá-la, porque tinha medo do que poderia acontecer nos momentos seguintes. Seu pesadelo tinha se tornado realidade mais uma vez, pois estava nas mãos de um monstro que não teria piedade nenhuma por ela se Anne tentasse fugir, ou trair sua confiança.

De repente, seu celular começou a tocar, e Peter o tirou de seu bolso, e viu que era Gilbert. Irritado ele disse:

- Parece que seu maridinho quer falar com você. Uma pena , pois não vai conseguir.- ele recusou a chamada, e o colocou de volta no bolso, deixando Anne completamente desnorteada.

- Para onde está me levando, Peter?

- É uma surpresa, meu amor.- ele disse, tocando-lhe os cabelos. Anne detestou aqueles dedos em seus fios, na verdade, ela detestava tudo naquele homem. Mas, suportou aquilo com coragem, pois não podia se descontrolar. Um passo em falso, e ela estaria perdida. O telefone tornou a tocar, e Peter resmungou:

- Como esse doutorzinho é insistente.

- Deixe-me falar com ele, Peter. Ou pelo menos lhe enviar uma mensagem qualquer, porque se eu não responder ele vai ficar preocupado e mandar a polícia atrás de nós.

- Pensa que sou idiota? Acha mesmo que acredito no que acabou de me dizer? De forma nenhuma, você vai falar com ele. Eu não correria um risco desses.- Anne ficou calada, e para seu desespero, lágrimas começaram a rolar, e quanto mais ela tentava contê-las, mais lágrimas deslizavam por seu rosto em seguida. Peter olhou para ela e disse com sua voz sarcástica:

- Ah, meu amor, está chorando? Isso tudo é pelo doutor? Sabe que você me deu uma ideia fantástica. Se quer mesmo vê-lo, vou te levar até ele.- Anne o olhou sem entender, enquanto tentava em vão parar de chorar. Estava no limite de seus nervos, e tudo o que queria era ir para casa, mas, aquele louco desvairado não permitiria. Agora cismara de levá-la até Gilbert. O que será que estava tramando? Deveria ficar feliz ou preocupada? Enquanto o carro vencia os quilômetros que faltavam para chegarem até o hospital, Anne procurava por uma resposta que nem mesmo o vento que soprava poderia lhe dar.

GILBERT

Gilbert chegara no trabalho naquele dia extremamente tenso. Desde que deixara Anne no trabalho, seu coração se apertara tanto que ele tivera que se controlar para não ligar para ela de cinco em cinco minutos para saber se ela estava bem. Era uma paranoia, mas, nunca sua intuição a respeito de Anne estivera tão forte. Ele dissera várias vezes a si mesmo que estava exagerando, que ele sempre pensara com a lógica em situações assim, mas seu coração não conseguia sossegar, e por mais que tentasse se distrair , sua mente lhe pregava peças incríveis trazendo-lhe imagens e pensamentos que em nada auxiliavam-no a manter seu ânimo calmo, e sua alma serena em relação a um pressentimento que ele não sabia de onde vinha.

Daniel o encontrou na sala dos médicos em uma de suas pausas para o café, e vendo-o tão inquieto, ele perguntou:

- O que está acontecendo, Gilbert? Nunca te vi nervoso desse jeito.

- Estou preocupado com a Anne.- ele confessou.

- Por que? Ela não está bem? – Daniel perguntou também parecendo preocupado.

- Ela está bem.

- Então, eu não entendo. – Daniel disse intrigado com a inquietação do amigo.

- É mais uma intuição. Ela voltou para o trabalho, mas eu juro que preferia que ela estivesse em casa.- ele disse sentindo o peso de suas palavras.

- Mas se ela está bem, é natural que queira voltar a trabalhar. Acho que está exagerando, Gilbert.

- Eu sei, mas não consigo evitar. Acho que é essa minha mania de querer protegê-la e os bebês de tudo.- ele desabafou.

- Mas, você não pode protegê-los do mundo. Você precisa acreditar que tudo vai ficar bem. Não pode ficar nervoso desse jeito por conta de um sentimento sem base nenhuma.- Daniel aconselhou.

- Acho que tem razão. Não quero ser essas pessoas que ficam neuróticas com tudo, e que vê tragédia em cada esquina. Acho que todas as perdas que já tive em minha vida pessoal de pessoas queridas me deixaram sequelas que eu não tinha percebido até agora.

- Porém, você como médico sabe que precisa superá-las, ou isso só tende a piorar.- Daniel disse colocando a mão no ombro de Gilbert como uma forma de conforto.

- Eu sei.- ele disse com os olhos baixos, se sentindo envergonhado por estar surtando sem motivos.

- Então, acredite. Tudo está bem.- Daniel disse antes de voltar ao trabalho.

Gilbert se deixou ficar por mais um momento na solidão daquele ambiente, ainda sentindo seu coração pesar. Ele também não tinha superado o que acontecera com Anne. Aquele terror ainda em alguns momentos o pegava desprevenido em suas lembranças, e o levava de volta aquele dia em que quase a perdera e aos bebês, só que naquela ocasião, eles não sabiam que ela estava grávida.

Por um tempo, ele achara que estava tudo bem. Depois de tantos acontecimentos, a vida dele e de Anne entrara de novo nos eixos, e ele pudera relaxar de novo até aquela manhã quando acordara se sentindo estranho.

Ele nunca fora de acreditar em intuição Justamente por ser um médico, o que se levava em conta em sua profissão eram os fatos, o que era concreto, as estatísticas, o que se podia ver com os próprios olhos, pesquisar e estudar, e quando qualquer pensamento negativo se interpunha em seu caminho, ele simplesmente o colocava de lado.

Entretanto, depois do que acontecera com Peter Bells, Gilbert aprendera a manter os olhos bem abertos, pois ele sabia que o perigo continuava lá fora, e Anne e seus filhos continuavam na mira daquele louco. Por isso, saber que ela estava longe de suas vistas e em um local que não oferecia a segurança que ela tinha dentro do apartamento o deixava preocupado. Mesmo que o rapaz parecesse ter evaporado no ar, e que suas pistas tivessem sido perdidas pelo mundo, Gilbert não queria arriscar a vida de Anne, se convencendo de que o rapaz os esquecera e saíra de seus destinos para sempre.

Pessoas assim eram traiçoeiras, quando se pensava que se estava livre de suas presenças, elas acabavam aparecendo em momentos inesperados, sem dar chance para que o outro lado pudesse se defender devidamente. E era por isso que naquele momento, Gilbert não conseguia ficar sossegado, por justamente não saber o que se passava na mente daquele louco, sem saber se ele estava perto ou longe, ou se simplesmente tinha desparecido sem deixar rastros.

Mais uma vez sua ansiedade o convenceu de que teria que ligar para Anne. Era a terceira vez desde que tinha chegado no trabalho, e já estava envergonhado de sua atitude, mas, mesmo assim não conseguia deixar aquela ideia de lado. Assim que ela atendeu, seu peito se encheu de alivio, e ele perguntou:

- Tudo bem, por aí?

- Sim, já disse para não se preocupar.- Anne disse rindo.- Essa é a terceira vez que faz a mesma pergunta.

- Desculpe. Devo estar parecendo um maluco.- Gilbert disse sem graça.

- Não está. Na verdade, eu estou amando toda essa atenção do meu marido incrível. Acho que nunca recebi tanta ligação no mesmo dia. Será que pela primeira vez levei a melhor sobre minha velha rival Medicina?- Anne disse fazendo alusão ao seu ciúme no passado pela profissão de Gilbert.

- Você sabe que é minha prioridade em tudo.- Gilbert disse, desejando que ela estivesse ao lado dele para que pudesse abraçá-la e nunca mais deixá-la sair dali.

- Eu sei, meu amor. Eu estava apenas brincando. Por que parece tão tenso?- ela perguntou com sua voz mais carinhosa.

- Estou apenas com saudade de vocês.- Ele respondeu, não sendo de todo sincero. Gilbert estava com saudades, mas seu medo por eles era maior. Porém, somente não confessou isso a Anne, pois não queria deixá-la preocupada a respeito de Peter Bells.

- Nós não nos vemos por exatamente três horas, e nos falamos por pelo menos quarenta minutos.- Anne disse, dando ênfase na hora e nos minutos, fazendo Gilbert mais uma vez se sentir constrangido por estar feito um neurótico ligando para Anne sem parar, e para aliviar aquela sensação desagradável ele rebateu brincando:

- Isso quer dizer que perdi minha esposa para minha velha rival a moda, e ela não sente mais saudades de mim quando está trabalhando?

- Amor, a moda nunca foi sua rival, pois se eu tivesse que escolher por alguma razão, você sabe bem quem eu escolheria. E é lógico que sinto saudades do meu marido no trabalho, principalmente dos seus beijos.- ela disse com sua voz um tanto rouca.

- Mas nós nos beijamos hoje de manhã.- ele respondeu sentindo que o clima tinha mudado entre eles, e estavam entrando em uma zona mais sensual. Anne era boa nisso quando queria provocar a imaginação dele que tinha voado até ela naquele mesmo instante.

- Sim, mas não o suficiente.- ela respondeu em um tom mais baixo que soou um tanto íntimo para Gilbert, e ele gostou imensamente disso:

- E o quanto seria o suficiente para você, Sra. Blythe?- ele perguntou no mesmo tom que o dela.

- Talvez dois beijos a cada quinze minutos.- ela disse suspirando.

- Passaríamos o dia todos nos beijando. Acha que não iria enjoar de mim?

- Qual mulher em sã consciência iria enjoar de você, doutor?- Gilbert riu daquela afirmação, e era por isso que ele adorava conversar com Anne, pois ela transformava qualquer momento deles em algo mais pessoal e excitante, melhorando o dia dele consideravelmente.

- Não vejo a hora de te ver.- ele disse com sinceridade.

- Eu também, quando você voltar para casa hoje, vou estar no apartamento te esperando, e morrendo de saudades.- Ao ouvir essas palavras de Anne, Gilbert sentiu seu peito se apertar tanto que já queria que as horas tivessem passado, e ele estivesse a ponto de ir para casa. Ele precisava ver Anne desesperadamente, tocá-la, e beijá-la para ter certeza de que ela estava mesmo bem. Ele precisava ver com os próprios olhos aquele rosto lindo, e repetir mil vezes o quanto a amava e que a protegeria sempre, não importava onde estivessem.

- Preciso voltar ao trabalho, mas, eu te ligo mais tarde.- ele disse com certo pesar, pois queria continuar falando com ela, ouvindo sua voz, mantendo-a perto dele de certa forma. Era como se assim ele pudesse mantê-la segura no círculo do seu amor.

- Está bem. A gente se fala depois.- Anne disse.

- Eu te amo.- Gilbert se declarou novamente.

- Eu também amo você.- ela disse antes de se despedir, e Gilbert mais uma vez se sentiu tenso quando a comunicação entre eles cessou.

Momentos depois, ela lhe enviou uma foto maravilhosa que ele salvou como tela de fundo do seu celular, então ele respondeu enviando palavras calorosas de amor, que Anne retribuiu. Assim, ele voltou ao trabalho com o coração um pouco mais leve, porém não menos preocupado. Sua agenda no período da tarde estava lotada, o que era bom de certo modo, pois assim não tinha tempo para pensar. No entanto, não tivera mais tempo de falar com Anne, e isso o deixava angustiado. Ele sabia que estava exagerando, mas, não conseguia evitar, porem se controlou ao máximo para enviar mensagens, pois imaginou que Anne ficaria zangada com a insistência dele em manter contato enquanto ela estava no trabalho.

Por isso, ele decidiu focar sua atenção no trabalho, e nas tarefas que tinha que realizar nesse dia. O Dr. Phillips lhe pedira para avaliar um novo caso no setor de Oncologia, e assim, ele passou o restante do seu expediente examinando o paciente, fazendo anotações sobre seu estado físico, e depois foi para o computador para suas pesquisas, e tentar traçar um plano de tratamento eficaz. Essa era a parte que mais o animava em um caso novo. Saber que tinha nas mãos o poder de mudar a vida de alguém para melhor, aliviar suas dores, e conseguir curar a enfermidade que o acometia.

Era um caso relativamente mais fácil dos que os que tratara anteriormente, mas, ele sabia que isso não queria dizer nada, pois poderia se agravar durante todo o processo de ministração de medicamentos, e era sua função tentar impedir que acontecesse.

Gabriela veio falar com ele naquela tarde também, e Gilbert logo imaginou que Daniel deveria ter comentado com ela sua preocupação.

- Boa tarde, Gilbert. Como está a Anne?

- Ela está melhor. Hoje de manhã ela disse que os enjoos diminuíram, e ela tem seguido a risca todas as suas recomendações.- ele disse com um sorriso.

- Daniel me disse que você está preocupado com ela.- Gabriela se sentou de frente com ele e esperou pela sua resposta.

,- Sim, mas não é nenhuma preocupação física. É só uma intuição.

- Não se apegue tanto a isso. É normal que se sinta assim depois de tudo o que passaram. Foram dias difíceis.

- Eu sei. Eu disse para o Daniel que estou ficando paranoico. Hoje é o primeiro dia que ela foi para o trabalho, e acho que me acostumei com a ideia de tê-la no apartamento protegida do mundo.- ele disse deixando que Gabriela visse a extensão da sua preocupação.

- Não pode isolá-la para sempre . Anne precisa se socializar e se sentir útil. Ela não é o tipo de mulher que fica feliz como dona de casa. Pelo que ela já me contou, ela trabalha desde cedo, e embora a situação financeira de vocês seja confortável, eu acredito que ela o faça por satisfação. – ela cruzou as pernas e acomodou suas costas no encosto de couro da poltrona.

- Sim, Anne adora o que faz e eu nunca a impediria de trabalhar fora. Não sou o tipo de homem que acha que a mulher precisa ser sustentada por seu parceiro. Além do mais, a independência financeira é muito importante para Anne, assim como seu direito de escolha - Gilbert disse, brincando com a caneta que estava entre seus dedos.

- Eu não esperaria outra coisa de você, Gilbert. Conhecendo você como eu conheço.- Gabriela disse com satisfação.

- Eu não poderia pensar diferente. Tenho uma feminista dentro de casa.- Gilbert disse de maneira divertida.

- Direito iguais, Doutor Blythe.- Gabriela disse mostrando a Gilbert que ela também seguia a mesma filosofia de Anne.

- Sempre.- Gilbert concordou.

Assim, que Gabriela saiu, ele tentou ligar mais uma vez para Anne, mas estranhamente ela não respondeu, porém, ele tentou de todas as formas pensar em mil motivos para ela não atender, e chegou a conclusão que ela deveria estar ocupada, embora seu horário de trabalho estivesse terminado. No entanto, por alguma razão, seu coração não conseguia ficar sossegado.

GILBERT AND ANNE

Os minutos se escoavam rapidamente, e quanto mais se aproximavam do hospital, mais o coração de Anne batia descompassado. Ela teve que respirar fundo várias vezes para poder respirar, enquanto uma náusea forte tomava conta dela, tornando sua ansiedade ainda pior.

Ela pensou em mil maneiras de escapar de Peter, mas todas as suas ideias lhe pareceram terrivelmente arriscadas, e não colocaria a vida de seus bebês em perigo de forma nenhuma.

De relance, Anne olhou para Peter. Ele parecia bastante tranquilo, enquanto um sorriso satisfeito enfeitava seus lábios. Observando-o dessa maneira, alguém podia até acreditar que ali estava um homem normal e feliz, pois em seu rosto angelical não dava para perceber nenhum traço de maldade, mas se mergulhasse naqueles olhos veria a frieza e a feiura de sua alma que ele camuflava por trás de atitudes educadas e gentis.

Anne conhecera os dois lados, e ela sabia o quanto Peter era manipulador. Ela apenas ficava imaginando como ele conseguira fugir todo aquele tempo da polícia que o procurava pelo país inteiro. Talvez ela tivesse subestimado seu perseguidor, e ele tivesse uma inteligência acima da média, que ele nunca deixara transparecer pelo tempo em que se relacionaram. Talvez até seu comportamento babaca fosse uma fachada, apenas para que ninguém percebesse o quanto ele era perverso e muito pior do que todos podiam acreditar.

Anne o tomara por um rapaz fútil, seduzido demais pelas chamas da fama, e por sua própria aparência Sempre pensara que ele era um narcisista, mas jamais imaginara que ele fosse um jogador e estrategista, e que poderia enganar tantas pessoas com sua índole duvidosa.

Agora, ela estava naquela situação, e não havia nada que pudesse fazer para sair dela. Ele pegara seu celular, e ela não se arriscaria em uma ação que poderia lhe custar muito caro. No entanto, ela estava ficando desesperada, pois cada minuto que passava sua imaginação lhe trazia lembranças do que acontecera da outra vez em que fora sequestrada, e Peter deixara claro exatamente que queria com ela, e seus planos não pareciam ter mudado muito desde então. Só de pensar nas mãos dele em sua pele, ela tinha vontade de gritar. Não suportava a ideia de outro homem tocando-a com intimidade a não ser Gilbert.

Lágrimas de tristeza lhe subiram aos olhos, e Anne tentou disfarçar para que Peter não percebesse sua angústia, porque não queria que ele soubesse o quanto à desestabilizava. Uma saudade imensa de Gilbert tomou conta de seu coração, e ela tomou cuidado para não suspirar enquanto se lembrava de todos aqueles dias em que passaram juntos, a maneira dele cuidar dela, não deixando-a sozinha nem por um segundo, somente quando ele tinha que ir para o trabalho era que se separavam, e ela adorava isso, pois quanto mais tinha Gilbert por perto, mais ela queria que ele ficasse ao lado dela. Ele era lindo, inteligente, e sua companhia era tão estimulante, e a melhor coisa do mundo era que ele era o seu marido, pai de seus bebês, e o amor de sua vida.

A agonia de pensar que estava a ponto de perder tudo aquilo que dava sentido aos seus dias, quase fez Anne sucumbir, e implorar para que Peter a deixasse ir, mas, se controlou no último segundo, pois algo lhe dizia que ele não se comoveria com suas lágrimas. Ele estava obcecado por um desejo de tê-la, e nada o deteria, pois, Peter não conhecia a palavra compaixão ou respeito. O jeito que ele a olhava era odioso, e a forma como ele a queria era obsceno. O que ele dizia ser amor, na visão de Anne era apenas loucura da cabeça dele, pois quem dizia que amava não forçaria o outro a uma situação como aquela que Anne estava vivendo.

Ela sentiu a mão esquerda dele em seu ombro, e quis arrancá-la dali, mas não fez nada. Ficou parada e estática como se fosse feita de pedra. Não queria o toque dele, ou qualquer tipo de aproximação, mas, ele estava disposto a fazê-la não se esquecer de que ele estava a seu lado, e dali não sairia e nem a deixaria escapar.

- Eu vou te fazer feliz, minha garota dourada, e quando for minha, nunca mais vai se lembrar daquele doutorzinho irritante. Ele te roubou de mim, e eu te tirei dele, e vou criar esses bebês como se fossem meus, e tenho certeza de que seremos uma incrível e linda família feliz.- Anne ouvia aquelas palavras com horror. Dentro dela cada parte sua se revoltava contra aquele homem obsessivo e doente. Ela nunca seria dele, preferia morrer a deixar que ele conseguisse o que queria., também não chegaria nem perto de seus filhos, pois ela daria um jeito de escapar assim que ele afrouxasse sua vigilância sobre ela.

- Por que estamos indo para o hospital?- ela perguntou, pois precisava ter uma ideia do que ele tinha em mente.

- Quero te dar a oportunidade de se despedir do seu marido ridículo, e quero que ele veja que ele não conseguiu manter-me afastado de você e acabar com aquela arrogância toda. Vou fazê-lo entender que você é minha, e que sempre foi minha, e que ele nunca mais vai colocar os olhos sobre você.- Então, era isso que tudo aquilo significava. Peter não queria apenas sequestrá-la, ele também desejava mostrar a Gilbert que ele tinha ganhado aquela parada, como se ela fosse um troféu que ele pudesse exibir para quem quisesse ver.

- E por que precisa fazer isso? Por que simplesmente não me leva embora de uma vez?- Anne perguntou, querendo fazê-lo falar mais, pois se pudesse descobrir do que se travava seus planos, pois assim poderia avaliar suas chances de fugir.

- E perder a oportunidade de ver a cara de seu marido quando te ver comigo? De jeito nenhum.- ele disse com uma risada que fez Anne se encolher no banco do carona. Além da humilhação dela como mulher, Peter queria humilhar Gilbert também, e ela tinha medo de como ele reagiria. Seu marido tinha um temperamento tranquilo até que não o provocassem, e naquele caso, era muito fácil Gilbert perder a cabeça e agir por impulso por mais racional que ele fosse, Anne não acreditava que ele se manteria calmo naquela situação.

Com pesar, ela viu o prédio do hospital, e Peter se aproximando da entrada e ir direto ao estacionamento. Assim que parou o carro, ele pegou o celular dela e disse:

- Vamos ver o que seu doutorzinho irá fazer.

- Não precisa disso, Peter. Eu já estou com você. Por que simplesmente não vamos embora?- ela disse com a voz suplicante.

- Já está ansiosa para ficar sozinha comigo? Fique tranquila, minha querida. Temos a noite inteira para nos entretermos um com o outro. Agora tenho um assunto importante a tratar.- o estômago de Anne se revirou de nojo. Ele realmente achava que ela o queria como homem. Como aquele ser repugnante não enxergava o quanto ela o achava asqueroso? Ela fez um esforço para se manter em pé, enquanto ele procurava o número de Gilbert em sua lista de contatos, e ligava para ele.

Gilbert estava em mais uma pausa entre suas consultas quando o telefone dele tocou. Sorrindo, ele viu o número de Anne na tela e atendeu no mesmo instante dizendo:

- Amor, onde você estava? Fiquei preocupado.

- Não precisa se preocupar, Dr. Blythe. Anne está em boas mãos.- Gilbert sentiu todos os cabelos de sua nuca se arrepiarem. Ele conhecia aquela voz, e então teve certeza de que quem falava com ele era Peter Bells.

- Onde está a Anne, Peter?

- Ah, então, o doutor reconheceu a minha voz. Quanta honra em saber que não fui esquecido pelo famoso cirurgião.- Peter disse em um tom debochado, ignorando propositalmente a pergunta de Gilbert.

- Diga-me onde ela está, seu crápula, ou irá se arrepender.- Gilbert disse nervoso por não ter notícias e Anne.

- Você é que vai se arrepender se não me tratar adequadamente. Se quer ver sua esposa venha até ao estacionamento do hospital, pois estaremos aqui esperando por você.

- Como vou saber que não está mentindo?- Gilbert perguntou sentindo seu coração na garganta. Não podia confiar em um ser louco como aquele.

- Vai ter que pagar para ver, doutor, pois não vou lhe dar mais nenhuma prova.- Peter respondeu com sua voz quase zangada.

- Deixe-me falar com ela.:- Gilbert implorou. Ele precisava saber se Anne estava bem para que seu coração se acalmasse, mas sem piedade nenhuma, Peter respondeu:

- Se quiser vê-la sabe onde nos encontrar, mas, venha sozinho, pois não quero surpresas. Se isso acontecer, nunca mais verá a Anne de novo.- e assim ele desligou.

Gilbert ouviu o telefone ser desligado e entrou em desespero. Não sabia se acreditava em Peter, pois aquilo poderia ser uma emboscada, mas, ao mesmo tempo ele tinha medo de não ir até lá, e Anne estar correndo perigo. Assim, ele se decidiu, pois não queria ficar se bombardeando de perguntas, enquanto sua mulher e filhos poderiam estar nas mãos de um louco correndo risco de vida.

Ele saiu pelos fundos, pois não queria encontrar Daniel ou Gabriela, para quem não saberia esconder sua aflição, acabaria contando tudo, e colocaria ambos em perigo também. Se alguém tivesse que sair machucado que fosse ele, e mais ninguém. Assim, ele caminhou até o estacionamento que àquela hora estava abarrotado de carros, por conta do horário de visitas aos pacientes internados, e rezou para que Anne estivesse bem.

Logo, ele avistou Peter, atrás de uma fileira de carros onde ninguém poderia enxergá-lo. Para seu alívio, Anne estava lá e parecia bem, porém, ao avistá-lo, Gilbert viu o olhar de desespero que ela lhe lançou, e ele tratou de acalmá-la quando sorriu de leve, fazendo contato visual com ela, implorando mentalmente que ela ficasse calma, pois de alguma maneira a tiraria dali.

Seu olhar encontrou o de Peter, e o jeito como ele o olhou com cara de deboche fez o interior de Gilbert vibrar cheio de ódio. Ele queria avançar sobre Peter, e dar-lhe um belo soco no rosto para acabar com aquele seu ar sarcástico, porém não o fez, porque viu a tempo e com o horror a arma apontada para Anne. Uma raiva imensa tomou conta de Gilbert, que queria correr até ele, e afastar Anne de perto dele para sempre, mas seu bom senso prevaleceu. Então, ele ficou a uma boa distância dele e de Anne e perguntou:

- O que quer aqui, Peter?

- Viu trazer sua esposa para se despedir de você. Eu e Anne vamos fazer uma longa viagem, e não achei justo que ela fosse sem que pudesse falar-lhe pela última vez.- Gilbert duvidava muito que aquela era a verdadeira razão de Peter estar ali com Anne.

- Você não pode levá-la.- Gilbert disse de maneira séria.

- E quem vai me impedir? O senhor?- Peter disse com certa ironia na voz.

- Será que não vê que ela está grávida de sete meses? Deixe-a ir.- Gilbert disse quase implorando, e dessa vez o faria se aquilo afastasse Anne do perigo que estava correndo.

- Ela irá comigo de qualquer jeito, Dr. Blythe. A gravidez dela não me importa, pois posso muito bem criar esses bebês como meus.- Gilbert não podia acreditar naquele absurdo. Ele não permitiria que ele levasse Anne dali, e muito menos que criasse seus filhos como se fossem dele.

- Está bem, se quer pode levá-la.- ele disse com toda calma do mundo exteriormente, mas dentro de si, seu coração estava batendo feito louco, ao mesmo tempo em que ele olhava para Anne, tentando fazê-la entender o que suas palavras queriam dizer.

- Já que resolvemos isso, Dr. Blythe, vou permitir que se despeçam de verdade. Vá até lá, meu bem.- Peter disse, empurrando Anne de leve em direção a Gilbert, e a ruivinha não podia acreditar que ele estava dando-lhe a chance de correr para os braços de seu amor verdadeiro.

Assim, ela caminhou em direção a Gilbert, cada passo calculado, devagar e firme, enquanto sem marido ficava de longe esperando pacientemente que ela o alcançasse. Quando estava quase perto de Gilbert, um reflexo de algo que atrapalhou instantaneamente seus olhos, a fez virar em direção a ele, e assim percebeu a arma de Peter apontada em direção a Gilbert, e Anne soube naqueles míseros momentos o que iria acontecer. Ela se pôs na frente de Gilbert, abraçando-o no mesmo instante em que seus braços circulavam o pescoço dele. Uma dor terrível nas costas a fez ofegar, enquanto ela olhava para seu marido, e a sua vista começou a embaçar, fazendo-a arquear o corpo para frente.

Gilbert ouvira o barulho seco assim que Anne o abraçou, e não soube exatamente o que era. Porém, no momento em que sentiu o peso de Anne contra si, e suas mãos foram parar na cintura dela, um líquido quente e pegajoso escorreu por seus dedos, e ao levantá-los por um instante em sua direção, ele percebeu que era sangue. Desesperado, ele olhou para o rosto da sua esposa que desfalecia em seus braços, e gritou:

- Anne! Não!

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