Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 84- Uma nova vida juntos


Olá. pessoal. Minha férias estão chegando, então estes dias estou conseguindo adiantar os capítulos. Eu deixei minha imaginação rolar solta nesse, então, espero que gostem mesmo assim e comentem. Tenho duas perguntinhas no final. Vou revisá-lo quando puder, desculpe-me pelos erros ortográficos. Obrigada por tudo. Beijos.


ANNE

Era o último dia de sua lua de mel, e Anne mal podia acreditar que ela e Gilbert passaram quinze dias naquele paraíso. Eles voltariam para casa no fim da tarde do dia seguinte, onde embarcariam do aeroporto de Honolulu com destino a Nova Iorque, deixando para trás dias incríveis de amor, cumplicidade e muita paixão.

Embora se sentisse um pouco triste por deixar um lugar tão idílico, Anne estava ansiosa por começar sua vida de casada ao lado de Gilbert. Talvez algumas pessoas dissessem que era estranho ela se sentir desse jeito, pois ambos já viviam uma vida em comum antes de dizerem o sim diante de um padre, mas, para Anne tinha uma grande diferença em viver com um homem sobre o mesmo teto e estar casada com ele e carregar seu sobrenome. Não pelo nome em si, mas pela alegria de saber que estavam unidos do jeito que sempre sonhara, e com dois bebezinhos que nasceriam em um ambiente verdadeiramente cheio de amor.

Naquela manhã, ela acordara com o nascer do sol, e fora para a sacada do seu quarto com uma caneca de leite com café nas mãos, e deixou que seus olhos azuis mais uma vez se encantassem pela paisagem magnifica. De vez em quando, ela desviava seu olhar para o homem que ainda dormia esparramado sobre a cama e sorriu. Dali também tinha uma visão esplêndida, talvez a mais bonita de todas, e acabou rindo desse pensamento, ao engolir mais um pouco da bebida que estava tomando, quando a constatação de que era totalmente fascinada pelo seu marido chegou até ela não lhe causando espanto algum.

Ela já se acostumara com seu coração palpitando toda vez que olhava para ele, ou o calor que subia por sua pele ao vê-lo assim tão à vontade na cama de casal que dividiam na suíte, com apenas um lençol cobrindo sua nudez masculina. Estar apaixonada por ele não a surpreendia mais, no entanto, o que a sempre deixava espantada era sua paixão que nunca diminuía mesmo com a convivência diária, e ali no Havaí, embaixo de todo aquele sol, Gilbert Blythe se tornara quase uma obsessão, mas, não no sentido doentio da palavra, e sim no sentido em que não conseguia olhar para mais nada ou ninguém quando ele estava por perto, seus olhos o seguiam por todos os lugares, e seus sentidos sabiam exatamente quando a presença dele estava próxima, mesmo que estivesse de olhos fechados, e o ciúme, bem, sobre isso era melhor nem comentar, pois ela já era um caso perdido nessa área, mas, pelo menos conseguia disfarçar na maior parte do tempo.

Ela saiu da janela, deixou a caneca que segurava em cima do criado mudo e se aproximou da cama, observando Gilbert dormir. Acordado ele era um caminho inteiro de perdição, mas, dormindo, ele lhe provocava certos pensamentos que morreria de vergonha se tivesse que dizê-los em voz alta, e ela tinha certeza que Gilbert sabia disso, pois durante o tempo em que ficavam juntos, ele fazia de tudo para provocá-la, e com seus hormônios em seu pico mais alto, ela tinha que apertar os dentes para não agarrá-lo onde quer que estivessem. Cole diria que ela estava louca, e sim, ela admitia que estava completamente louca pelo seu marido, e essa loucura pelo jeito ia durar a vida inteira.

- Por que não participa ao invés de só olhar? - ela ouviu a voz de Gilbert em seu tom rouco e baixo ao mesmo tempo que ele a puxava para cama, especificamente sobre o corpo dele.

- Quer me matar de susto? Sente como o meu coração está disparado. - Ela disse colocando a mão dele direita sobre o seu coração.

- Tem certeza que é de susto que ele está disparado assim? - ele disse de maneira sugestiva que fez Anne tentar se libertar do seu abraço e dizer:

- Deus do céu! Eu definitivamente me casei com um pervertido.

- Era você que estava me olhando enquanto eu dormia completamente nu, e eu é que sou o pervertido? - Gilbert disse com seu nariz deslizando pelo pescoço dela. - Adorei se perfume novo.

- Não é perfume, é loção corporal. - Anne disse já fechando os olhos por conta dos arrepios que já subiam pelo seu corpo. Gilbert sabia exatamente quais eram os pontos mais sensíveis do seu corpo, e ela controlou a respiração para que ele não percebesse a quanto excitada ela já se encontrava.

- Adorei sua loção corporal. Será que se eu descer um pouco, vou encontrar mais dela?- ele perguntou indo em direção aos seios de Anne, que àquela altura já tinha sérios problemas para respirar normalmente, e quando ele provocou seus seios por cima da camisola, ela afundou suas unhas no colchão tentando aliviar um pouco a tensão que deixava seus músculos rígidos como se fossem cordas de um violino.

- Deus, como você é macia. Poderia passar horas te tocando. - Ele continuou a dizer, suas mãos descendo até as coxas de Anne, subindo-lhe a camisola minúscula, enquanto seus dedos passeavam por baixo dela até alcançar o elástico de sua calcinha. Anne parou de respirar quando sentiu Gilbert estimulando-a sobre o tecido, e ao levantar o olhar e encontrar o dele, a ruivinha percebeu que aquilo o estava deixando ainda mais excitado que ela, pois seus olhos normalmente castanhos estavam quase negros de desejo. Por iniciativa própria, ela o beijou, pois necessitava demais daquela boca devorando a sua. De repente, sua camisola se foi, sua calcinha branca de renda também, e o lençol que cobria Gilbert até a cintura foi atirado de lado.

Os beijos foram selvagens até atingirem um ponto em que nenhum dos dois conseguia pensar. Anne sentia os dedos de Gilbert por toda parte, seu toque enlouquecedor tirava-lhe a sanidade completamente e ela apenas conseguia pensar no quanto amava ser acariciada por ele daquele jeito. Ela também deixou que suas mãos explorassem a pele de Gilbert de todas as maneiras que pudesse imaginar, e deste modo, sentia-o se mover febrilmente embaixo dela e ouvia seus gemidos roucos que a estimulavam anda mais a continuar. E quando nenhum dos dois suportou mais toda a provocação, deixaram que o desejo os guiasse além das labaredas da paixão que os queimaram literalmente, lhes tiraram o fôlego muitas e muitas vezes naqueles minutos em que seus corpos falavam a linguagem do seu amor um pelo outro.

Anne se sentiu arrebatada, essa seria a palavra certa para explicar o que Gilbert conseguia provocar nela toda vez que faziam amor. Ela não conseguia controlar suas reações e literalmente seu corpo se tornava gelatina nas mãos de seu marido que sabia conduzi-la muito bem por aquele mundo de prazer e luxúria que só conhecera com ele. Ela sabia que provocava coisas semelhantes nele também, porque assim como ela, Gilbert se tornava extremamente intenso nesses momentos, aliás, tudo com ele era intenso, desde um simples olhar até suas mãos unidas quando atingiam o seu ápice total, era incrível como nunca se cansava de estar com ele dessa maneira.

- E então, minha pequena pervertida, satisfeita? - ele disse com sua malícia tão característica naqueles dias fazendo Anne olhar para seu rosto que não parava de sorrir e dizer.

- Tanto quanto você. - Ela respondeu deslizando as mãos pelo peito suado de Gilbert indo em direção ao seu abdômen, mas, ele interceptou suas mãos no meio do caminho e disse apenas para provocar:

- Você está muito assanhadinha, Sr. Blythe.

- Foi você quem provocou, Dr. Blythe. - Ela disse mordiscando-lhe o lábio inferior.

- Acho que vou tomar um banho. - Gilbert disse enquanto ainda trocavam pequenos beijos apaixonados.

- É mesmo? - Anne disse sem parar de beijá-lo.

- Que tal um segundo round? - ele disse em seu ouvido bem baixinho fazendo-a rir e perguntar.

- No chuveiro?

- Na banheira de hidromassagem. - Ele sussurrou.

- Convite aceito, meu marido incrível. - Ela respondeu, e lá se foi Anne mais uma vez experimentar mais um pouco daquele homem delicioso.

Uma hora depois, com um enorme sorriso no rosto, ela tomava seu café da manhã enquanto observava Gilbert passar geleia em uma torrada. Aqueles cachinhos molhados dele lhe davam um ar tão sexy que ela achava impossível desviar seu olhar.

- Você tem certeza que quer dar uma volta de barco? Não acha que vai enjoar? - ele perguntou preocupado.

- Esse foi o único passeio que ainda não fizemos, e eu já viajei em um cruzeiro várias vezes e nunca fiquei mareada. - Anne respondeu, acrescentando mais leite ao seu cereal.

- Bom, se faz tanta questão podemos ir depois que tomarmos nosso café da manhã. Eles me disseram que os passeios começam as dez da manhã, então, acho que podemos aproveitar um pouco do sol e depois fazemos os passeios. - Gilbert sugeriu.

- Você se viciou mesmo em surfar, não é? - Anne perguntou sorrindo para ele.

- E tem como não se viciar nesse esporte? Me dá uma liberdade que nunca experimentei antes. - Gilbert confessou, e era nesses momentos que Anne percebia o quanto a profissão dele lhe roubava em níveis de tempo e diversão. Ela sabia o quanto Gilbert era apaixonado por sua carreira, mas, ela imaginava que desde que ele se decidira por ela, seu marido tivera muito poucas oportunidades para desfrutar a vida como ele merecia. Aos vinte e cinco anos, Gilbert podia conhecer bastante sobre doenças e suas patologias, mas, no que se referia a ser um conhecedor do mundo, ele ainda tinha muito o que aprender. Talvez, ela pudesse dar um jeito nisso quando voltassem para casa. Quem sabe entre um plantão e outro, ela não pudesse planejar algumas viagens curtas que ajudassem Gilbert a relaxar de sua rotina estressante, pois ela queria ver mais daquele seu marido alegre e sedutor. Não que ele não o fosse em seu dia a dia, mas, ali no Havaí, ele estava lhe revelando algumas facetas que ela ainda não conhecia, e que Anne desconfiava que sempre estiveram lá, mas muito bem escondidas entre suas camadas de regras e disciplinas, e ela desejava muito que eles as mantivesse a mostra por mais tempo.

- Anne, você se importa? - ela o olhou confusa, pois estava distraída em seus pensamentos sobre ele e por isso perguntou:

- Me importo com o que?

- De me ver surfar. Eu sei que acaba ficando na praia sozinha por um tempo considerável enquanto estou no meio do mar, e não quero que pense que estou dando atenção mais ao esporte do que para você.

- Eu não me importo, amor. Adoro ver meu marido surfar, e depois eu tenho minhas compensações como hoje de manhã. - Ela disse com uma piscadela.

- Anne Shirley, você está me saindo melhor que a encomenda. - Gilbert disse sério, mas, no fundo Anne sabia que ele estava rindo por dentro.

- Preferia uma Anne mais comportadinha, Dr. Blythe? - ela disse fazendo piada.

- Você nunca foi uma Anne comportadinha. - Gilbert respondeu, e ela ergueu uma sobrancelha antes de responder:

- Que calúnia é essa? Eu sempre fui uma moça de família, até voltar de Nova Iorque e te encontrar. Dr. Blythe.

- Você não se lembra quando éramos adolescentes quem foi que sugeriu que passássemos mais tempo nos beijando escondidos?

- Mas quem me beijou primeiro foi você. - Ela rebateu

- E quem me perguntou se eu já havia beijado alguém foi você. - Ele disse com um sorriso sacana no rosto.

- E quem decidiu me ensinar a beijar foi você. - Ela disse colocando sua xícara de café sobre o pires.

- E você não reclamou e nem recuou nenhuma vez, se bem me lembro. -Ele continuou provocando.

- Eu acho que você não teve nada para reclamar, pois aceitou minha oferta rapidinho

- Eu nunca recusaria um beijo seu, você sabe. - Gilbert disse olhando com insistência para os lábios dela.

- Nem eu. - Anne admitiu devolvendo-lhe o olhar.

- Eu sempre fui louco por você. - Ele estendeu a mão e segurou a dela sobre a mesa.

- Eu também sempre fui louca por você. - Ela admitiu.

- Creio que essa foi a manhã das confissões. - O rapaz disse mostrando com seus olhos que estava se divertindo com todas aquelas lembranças do passado

- Sim, mas eu gostei. - Anne apertou a mão dele entre as suas.

- Eu também, mas, creio que é hora de irmos para a praia e nos despedirmos de nosso último dia nesse lugar lindo.

- Vou sentir falta daqui, e de todos esses dias que passamos juntos. Obrigada, meu amor por essa lua de mel inesquecível. Ainda bem que tirei um montão de fotos para podermos nos lembrar sempre que pudermos. - Anne disse se levantando da mesa enquanto Gilbert fazia o mesmo.

- Eu é que tenho que agradecer. A ideia foi sua de virmos para cá, e podemos voltar outras vezes. - Gilbert disse abraçando-a pela cintura.

- Talvez quando nossos bebês forem maiores. - Anne concordou.

- Temos todo o tempo do mundo para planejarmos isso. - Gilbert garantiu antes de saírem para mais uma manhã ensolarada, a última que teriam antes de voltarem para casa.

O dia mais uma vez estava lindo, como todos os quinze dias que passaram ali. Anne pensava na sorte que tiveram de não pegarem nenhum dia nublado ou de tempestade, como às vezes acontecia no Havaí, mas, ela acreditava que mesmo que isso tivesse acontecido, ela teria aproveitado do mesmo jeito, por que para ela o que importava era a companhia, e essa tinha sido fenomenal.

Enquanto Gilbert foi aproveitar seu último dia de surf na praia de Honolulu, Anne se sentou na toalha que trouxera, e ficou observando seu marido de longe como fizera todas as manhãs que estiveram por ali. Os dias de banho de sol e mar dera a ele uma cor bronzeada linda, enquanto Anne conseguira somente uma leve coloração, pois evitara todo custo o contato direto com sol forte, e lotara sua pele de protetor solar prevendo o estrago que ocorreria, se não tivesse tomado aquele cuidado, e ela realmente não se importava com aquilo, pois como era modelo, ela sabia que deveria fugir de qualquer coisa que lhe oferecesse algum dano, linhas de expressão, e rugas precoce, e graças a sua constante hidratação de pele, e uso de produtos específicos sua tez conservava a textura tão lisa e macia quanto a de um bebê. Por isso, ela preferia deixar o bronzeado para quem não tinha esse tipo de preocupação.

Às dez da manhã, o passeio de barco combinado por eles aconteceu, e como previsto por Gilbert, Anne acabou ficando enjoada, mas, não foi nada que estragasse a diversão de ambos. Quando eles voltaram para o hotel para trocarem de roupa e sair para almoçar em algum restaurante local, ela já tinha melhorado, e assim, eles passaram o resto do dia fazendo pequenos passeios pelo centro, tomando sorvete e tirando as últimas fotos que seriam colocadas em seu álbum de memórias as quais seriam guardadas com grande carinho pelos dois. Naquela noite, eles não saíram do hotel, pois como teriam que viajar no dia seguinte de volta para Nova Iorque, ambos foram para a cama cedo, e dormiram abraçadinhos a noite inteira.

GILBERT

O aeroporto estava cheio de gente de todas as partes do mundo, e para desgosto de Gilbert, ele e Anne teriam que ficar na fila do check in por mais de uma hora para poderem por fim ficarem livres para embarcar. De qualquer forma, ele estava feliz por ter vindo, e tudo o que dissera a Anne sobre aquela viagem era verdade. Ele nunca se divertira tanto e nunca se sentira tão livre. Preso a um só tipo de rotina por anos a fio, ele se acostumara a ter horário fixo para tudo, e naqueles quinze dias foi a primeira vez que conseguira se desligar das obrigações e se entregar completamente a todas as diversões proporcionadas pela ilha. Era inacreditável que ele tivera coragem de surfar, depois de anos dizendo a seus amigos que um dia o faria, ele finalmente criara coragem para fazê-lo, e o olhar de alegria e orgulho de Anne fora a melhor parte de toda a experiência. Como na adolescência, ele ainda procurava a aprovação dela em tudo o que fazia, e sua esposa incrível como era, nunca deixava que ele desistisse de nada antes de tentar.

"Esposa", ele pensou na palavra de novo, e sorriu. Naqueles dias, ele a chamara assim em todas as oportunidades que tivera, e adorava o jeito como a palavra dançava em sua boca antes de dizê-la. Anne era sua esposa, e a ficha ainda não caíra totalmente, e cada vez que acordava com ela, Gilbert tinha que se lembrar que tudo aquilo era real, e não um daqueles sonhos que ele costumava ter quando ela estava longe, vivendo em um mundo com o qual o dele não tinha nada em comum.

Ele olhou para ela que ainda parecia sonolenta às sete da manhã, apesar de terem ido dormir antes das dez da noite no dia anterior, e a puxou para mais perto. O aroma da loção que ela usara na manhã anterior era a mesma que ela usava agora, e o perfume como todos os que ela usava aguçou seu olfato no mesmo instante. Sem se importar que estavam em uma fila repleta de gente por todos os lados, ele grudou seu nariz no pescoço dela, e ficou um bom tempo absorvendo-lhe o odor divino. Em um certo momento, ela virou a cabeça para ela disse baixinho:

- Gil, o que está fazendo?

- Sentindo o seu perfume. - Ele resmungou sem se afastar dela.

- Está todo mundo olhando.

- Pouco me importa. Você é minha esposa e faço o que quero onde quero.

- Você está me deixando desconfortável. - Ela disse tentando afastá-lo.

- Será que não é outra coisa? - ele sussurrou no ouvido dela maliciosamente.

- E o que poderia ser? - ela perguntou fingindo indiferença fazendo Gilbert rir.

- Eu vi os arrepios na sua pele. Diz que não estava gostando?

-Eu não estava gostando. - Ela disse sem olhar para ele.

- Mentirosa.

- Está bem, eu estava gostando, mas, pare agora, porque isso é tortura. - Ela resmungou parecendo zangada.

- Quer sair daqui?

- Que está sugerindo, Dr. Blythe?

- Eu pensei que poderíamos namorar um pouquinho. - Ele disse sorridente.

- Temos que fazer o check in primeiro. - Anne disse com as mãos na nuca dele.

-Ainda vai demorar. - Ele reclamou.

- Vai ter que esperar, então, controle os seus hormônios e me ajude a controlar os meus. - Anne disse colocando sua mão na cintura de Gilbert fazendo-o gargalhar.

Quase uma hora e meia de espera e eles finalmente conseguiram fazer o check in, e como tinham tomado café muito cedo, Gilbert levou Anne até uma lanchonete onde fizeram um lanche rápido, Depois, ela pediu que fossem até uma livraria, onde ela comprou algumas revistas e Gilbert comprou um jornal local. Quando saíram dela, Gilbert notou que Anne olhava insistentemente para trás, e parecia agitada por causa de alguma coisa. Após alguns minutos que ela não parecia sossegar, ele perguntou:

- Tem alguma coisa errada, Anne?

- Não, por que? - ela o olhou parecendo assustada com a pergunta.

- Desde que saímos da livraria você está agindo de forma estranha e não para de olhar para trás.

- Não, eu achei que tinha visto alguém conhecido, mas, acho que me enganei.

- Não foi o que me pareceu. Eu tive a impressão que você estava com medo de alguma coisa. - Ele observou-a apertar as mãos enquanto ele falava, e esperou que ela lhe dissesse por que parecia nervosa, mas ela apenas respondeu:

- Foi apenas impressão mesmo, querido. Não é nada. - Ela se enroscou em seu braço e não disse mais nada. Assim, Gilbert desistiu de insistir naquela conversa, pois ele sabia que ela realmente não lhe diria o que a deixara tão agitada. Talvez fosse sua preocupação exagerada sobre ela em seu estado de gravidez que o fizesse mais sensível a tudo que a afetava, e por isso, estivesse enxergando coisas demais. A viagem deles havia sido perfeita até ali, por isso, ele não queria que alguma coisa boba qualquer estragasse aquele momento.

Assim que embarcaram, ela pareceu sossegar e se entreteu totalmente com as revistas que comprara e Gilbert pôde enfim relaxar totalmente em companhia de seu jornal recém comprado. Eles desembarcaram no aeroporto de Nova Iorque quando estava anoitecendo, pegaram um táxi e foram para casa. A temperatura dali em comparação com do Havaí era congelante, e Anne permaneceu o tempo toda agarrada a Gilbert absorvendo-lhe o calor, embora estivesse coberta da cabeça aos pés por um casaco grosso de lã. Ao chegarem na porta de seu apartamento. Gilbert disse:

- Vamos fazer isso direito. - Ele pegou Anne no colo e entrou com ela na sala, enquanto ela o olhava de forma encantada o tempo todo. - Bem vinda ao nosso velho e novo lar, Sra. Blythe.

- Você é sempre surpreendente, meu marido. - Anne respondeu, assim que ele a colocou no chão e o beijou demoradamente.

- Parece que Cole realmente cuidou de tudo por aqui. - Gilbert disse quando finalmente deram uma olhada na casa. Tudo estava impecavelmente limpo e até a prataria parecia brilhar. Gilbert se admirou com a preocupação e capricho do amigo de Anne, pois quando lhe pedira para que ele desse uma olhada em seu apartamento, não imaginou que ele se encarregaria da limpeza também. Teria que ligar para ele e agradecê-lo por toda aquela gentileza.

- Está cansada? Se quiser podemos pedir pizza e ir para cama mais cedo. - Gilbert disse massageando a nuca de Anne.

- Podemos deixar isso para depois? Estou louca para levar tudo o que comprei nessa viagem para o quartinho dos bebês. - Anne disse animada.

- Não quer deixar isso para amanhã? Vai levar uma eternidade para arrumar tudo nos lugares certos. Você quase trouxe um shopping inteiro na mala. Até agora não entendi como não pagou por excesso de bagagem. - Gilbert observou.

- Eu conheço o chefe da alfândega que por coincidência é um amigo de faculdade. Quando soube que me casei e estou grávida, ele disse que não me cobraria um centavo além do necessário como presente de casamento. - Anne disse toda feliz.

- Ser casado com alguém tão popular também tem suas vantagens. - Gilbert disse em tom de brincadeira.

- Vou trocar de roupa. Depois você me ajuda com a decoração do quarto dos bebês? – Anne perguntou enlaçando-o pelo pescoço.

- É claro. Não quero perder nem um minuto desses momentos com você, mesmo que demore a noite toda. - Ele disse beijando-a no rosto.

Anne correu até o quarto, e logo estava de volta com os cabelos presos em um rabo de cavalo, moletom e pantufas. Gilbert também trocou seu jeans e camiseta por algo mais confortável, e depois se encarregou de levar as duas malas enormes que Anne havia enchido de bichinhos de pelúcia e todo o tipo de decoração que pudera encontrar nas lojas havaianas. Porém, quando abriram a porta do quarto dos bebezinhos, eles ficaram espantados em ver o que Cole Mackenzie havia feito ali.

Na parede, perto de onde o berço da garotinha fora instalado, ele pintara várias borboletas, nuvens, sol e um lindo arco-íris, e do lado do garotinho, havia ilustrações de uma floresta inteira onde vários animaizinhos deixavam a pintura ainda mais encantadora, e se não bastasse isso, ele colocara em cada berço uma almofada colorida com o nome de Sarah e John bordados nelas.

- Como ele conseguiu fazer tudo isso em tão pouco tempo? - Anne disse com os olhos banhados de lágrimas.

- Realmente você tem muita sorte de ter um amigo como ele. Cole está mesmo levando a sério esse papel de tio.

- Não ficou lindo, Gil? Olha cada detalhe das pinturas, e você reparou nas almofadas? Olha como são delicadas. - Anne estava maravilhada com tudo que Cole fizera ali, e aquele sentimento transparecia em seu rosto tão completamente iluminado que fez Gilbert se apaixonar por ela mais ainda. Anne não tinha consciência do quanto estava linda daquele jeito, sorrindo e chorando ao mesmo tempo como uma menininha no dia de seu aniversário ou na noite de Natal. Depois de alguns minutos caminhando pelo quarto sem conseguir acreditar no que seus olhos estavam vendo, ela notou que Gilbert a olhava diferente e perguntou enxugando apressadamente as lágrimas que rolavam sem parar:

- O que foi, Gil?

- Nada, eu estava apenas admirando minha bela e formidável esposa. Você é linda até quando chora desse jeito. Como consegue ser tão perfeita o tempo todo? – ele disse abraçando-a com carinho.

- Eu já te disse que não sou perfeita. - Anne disse em protesto.

- Para mim você é. Nunca duvide disso, entendeu? - ele deu-lhe um beijo no rosto e então continuou:- Vamos começar a arrumar tudo isso ou nunca terminaremos a tempo. Ela concordou e em pouco tempo, o quarto estava todo decorado, com almofadas, bichos de pelúcia, pufs de elefantinho, luminárias que quando acesas faziam surgir no teto do quarto a sombra de milhares de estrelas. O banheiro infantil, ela encheu de shampoos, sabonetes, sais de banho e talcos de várias marcas famosas e um mundo inteiro de fraldas descartáveis, e bichinhos de borracha para serem usados na hora do banho. Quando ela e Gilbert terminaram de arrumar tudo, o quarto parecia um mini mundo infantil encantado que faria a alegria de qualquer criança que tivesse a oportunidade de passar um tempo ali dentro.

- Ficou lindo, querida. - Gilbert disse dando uma boa olhada ao redor de todo o quarto.

- Eu também adorei. Nossos cristaizinhos vão ficar bem confortáveis aqui. - Anne disse abraçando Gilbert pelo pescoço.

- Sim. - Ele respondeu olhando-a com ternura e levando suas mãos à barriga de Anne onde ele acariciou com vontade. - Não vejo a hora de ver o rostinho deles. Espero que esses meses passem rápidos e a gente possa tê-los aqui nesse quarto lindo todos os dias.

- Você será um excelente pai, meu amor. E eu te amo demais por isso.

- Eu também te amo, Anne, cada dia mais, e sinto informá-la que você nunca mais vai se livrar de mim. - Ele disse beijando-a na ponta do nariz.

- Eu nunca vou querer me livrar de você, Dr. Blythe. Também sinto informá-lo que estamos presos um ao outro para sempre.

- Sempre estivemos. Você que demorou para entender isso. - Eles se beijaram desfrutando daquele momento familiar como nunca.

Um tempo depois, Gilbert pediu pizza e enquanto comiam na cozinha, ele disse:

- Aproveite bastante esse momento de liberdade alimentar, pois amanhã você vai voltar a sua dieta natureba.

- Você tinha que me lembrar disso. - Anne respondeu franziu o nariz e enquanto dava uma boa mordida em sua pizza de calabresa.

- Você sabe que eu e Gabriela fazemos isso para o seu próprio bem. – Gilbert disse, acariciando o rosto de Anne devagar. - Com o seu histórico de anemia gestacional, todo cuidado é pouco.

- Eu sei. Não estou reclamando. Prometo que amanhã volto a comer tudo o que Gabriela me prescreveu, eu também quero que nossos bebês nasçam com saúde. - Anne respondeu retribuindo o carinho.

- Que tal se fizéssemos um jantar aqui em casa para alguns amigos? Será uma forma de comemorarmos os nossos primeiros dias de vida de casados. O que acha? - Gilbert sugeriu.

- É uma ótima ideia. Podemos chamar o Daniel e a Gabriela, o Cole e quem ele quiser trazer. Nunca sei quando ele está comprometido com alguém ou não.

- Pena que o Moody não está na cidade, ou poderíamos convidá-lo também. Mas, ele me disse que iria passar um tempo fora de Nova Iorque viajando com a Ruby. - Gilbert disse cortando, mas um pedaço de pizza e colocando em seu prato.

- Até que enfim eles criaram juízo e assumiram que se amam. - Anne disse terminando seu último pedaço de pizza e colocando os talheres de lado.

- Eu também acho. Você não sabe o tanto de lamentação que eu tive que escutar do Moody quando estavam separados. Pelo menos, agora ele está feliz. Gilbert disse puxando Anne para seu colo. Ela explorou o rosto dele com seus dedos e então disse olhando-o nos olhos:

- Você tem mesmo que voltar ao trabalho amanhã?

- Sim, querida. Já faz um mês que estou fora do hospital. Meus pacientes precisam de mim.

- Vou sentir tanto a sua falta. - Ela esfregou seu nariz no dele e Gilbert suspirou.

- Eu também. Vai ser difícil me separar de você depois de todo esse tempo juntos.

- Eu só volto ao trabalho na próxima semana. Queria tanto que você pudesse ficar comigo amanhã. Tem certeza de que não pode ficar só mais um dia? - ela perguntou descendo as mãos pelas costas de Gilbert enquanto seus lábios se grudavam no pescoço dele.

- Não me tente. - Ele disse fechando os olhos, sentindo os efeitos daquela carícia simples em seu corpo.

-Se eu insistir, será que consigo te fazer ceder? - ela disse voltando a atacar o pescoço de Gilbert.

- Você sabe que não posso, querida. Eu tenho mesmo que voltar ao trabalho. – Gilbert disse agarrando a cintura de Anne que não parava de provocá-lo.

- Por favor, fica comigo só mais um dia. Não é somente seus pacientes que precisam de você, eu também preciso. - Ela capturou os lábios de Gilbert em um beijo que poderia muito bem lhe virar a cabeça como só ela sabia fazer. Por mais tentador que pudesse parecer aquele pedido, os pacientes dele não o viam a um mês, e ele realmente precisava ficar a par do que acontecera com eles durante o tempo que ele ficara fora. A diversão tinha acabado, e as obrigações se tornavam prioridades naquele momento.

- Amor, vou estar de volta à noite. Prometo não a deixar sozinha mais do que o tempo necessário. Por que não liga para o Cole e o convida para vir até aqui? Assim, você pode agradecê-lo pelo quarto dos bebês.

- Talvez eu faça isso. - Ela respondeu encostando sua testa na dele e suspirando tristemente.

- Por que não vemos um pouco daquela série que você adora?

- Está bem. - Ela respondeu.

Assim, eles se aninharam no sofá juntos e maratonavam alguns episódios de Gray's Anatomy que Gilbert passara a gostar depois que Anne o fizera assistir com ela várias vezes. Era quase meia noite quando foram para a cama, e dormiram profundamente até o raiar de um novo dia.

GILBERT E ANNE

No dia seguinte, Gilbert acordou bem disposto, tomou seu banho matinal, tomou seu café da manhã e se vestiu para sair pra o trabalho. Quando voltou ao quarto, Anne ainda dormia, e assim, ele se debateu entre o pensamento de acordá-la ou não, mas, logo se decidiu por se despedir dela antes de sair, porque ele sabia que ela ficaria zangada se ele não o fizesse.

Ao se aproximar da cama, ele a olhou para ela por alguns segundos, pois queria guardar em sua memória a imagem daquele rosto incrível. Não que precisasse de algum reforço para se lembrar de Anne, pois tinha cada detalhe daquele rosto e corpo gravado em sua mente, porém, era tão bom olhar para ela assim adormecida que ele não queria dispensar aquela oportunidade. Em seguida, ele se abaixou, beijou-a nos lábios e disse baixinho em seu ouvido:

- Acorda, Dorminhoca. - Anne resmungou algo, virou-se de lado, e logo abriu os olhos fixando-os em Gilbert parado à sua frente vestido de roupas de trabalho e sua maleta médica nas mãos. Ela rapidamente se sentou na cama, esfregando os olhos e disse:

- Que horas são?

- Ainda é cedo. Só te acordei para me despedir antes de ir para o hospital. - Ele disse se sentando na cama ao lado dela.

- Já está pronto para ir ao trabalho? Por que não me acordou antes? Eu poderia ter preparado seu café da manhã, e passado alguns momentos com você. - Ela disse resmungando com seus cabelos longos cabelos ruivos indo até sua cintura totalmente desarrumados, mas aos olhos de Gilbert, ela estava adorável. Era-lhe difícil sair e deixá-la no apartamento depois de um mês inteiro fazendo praticamente tudo juntos. Esse tipo de rotina com ela tinha virado um vício, e abrir mão dela não era nada fácil, porém, ele tinha um dever a cumprir e certas coisas eram inevitáveis, por mais que o desagradassem.

- Não achei necessário, amor. Você precisa descansar o mais que puder. – Ele acariciou as bochechas dela com o polegar.

- Tem mesmo que ir agora? - ela fez uma cara triste tentando imaginar como ficaria longe de Gilbert o dia inteiro. Ela ficara mal acostumada naquele período entre casamento e lua de mel em que tivera Gilbert somente para ela em tempo integral. Contudo, ela sabia que teria que dar um jeito de despegar, pois, os dias dourados de paz e sossego, mar e muito sol tinham se acabado, seu marido tinha que voltar ao seu trabalho e ela tinha que se encaixar de novo na rotina de antes, mas, agora como Sra. Blythe..

- Não faz essa carinha, Anne. Nós conversamos sobre isso ontem. Eu também vou sentir a sua falta, porém, eu tenho que cuidar dos meus pacientes e encarnar de novo meu papel de cirurgião. Entretanto, saiba que vou pensar em você cada segundo do meu dia. - Ele a puxou para seus braços, e ela descansou a cabeça em seu ombro.

- Eu sei, é apenas uma carência boba, mas, vai passar, eu prometo. - Ela o beijou no rosto e ficaram assim abraçados por alguns minutos até que Gilbert disse:

- Preciso ir. O trânsito nessa hora é pesado. Tente achar alguma coisa que vá ocupar seu dia. Eu te ligo no meu horário de almoço ou pausa para o café. - Gilbert disse, dando-lhe um beijo suave. Depois, ele colocou sua cabeça encostada no abdômen de Anne e falou:

- Até mais tarde, meus cristaizinhos. Vou morrer de saudades de vocês. Cuidem bem da mamãe por mim até eu voltar. Eu amo muito vocês. - Ele levantou a cabeça, e viu lágrimas brilhando nos olhos de sua esposa e perguntou:- Não fique assim, amor. São apenas algumas horas, nos vemos logo.

- Eu sei, não é por isso que estou chorando. É que vendo você falar com nossos bebês dessa maneira me emociona muito. - Ela disse enxugando as lágrimas.

- Eu também me sinto assim. Eles são o melhor presente que você poderia ter me dado. Vocês são preciosos demais para mim. - Gilbert disse, Anne o acompanhou até a porta, e lá se despediram com um último beijo.

Quando se viu sozinha, Anne suspirou. Não ia ser fácil passar aquele dia sozinha e já se sentia ansiosa. Ela foi até a janela como de costume e olhou lá fora com certa apreensão, se lembrando do dia anterior no aeroporto. Ela não dissera nada para Gilbert, mas, vira alguém que parecia estar seguindo os dois. Não pudera verificar ou identificar quem poderia ser, pois o rapaz estava de capuz e óculos escuros, e sua maior preocupação fora tentar enxergar se tinha cabelos loiros, entretanto, sua visão fora bloqueada por várias pessoas pelo caminho que a impediram que tivesse uma vista completa do rapaz. Minutos depois, ele tinha sumido, e Anne começou a pensar que tinha imaginado aquilo mais uma vez. Por isso não contara a Gilbert, pois não queria deixá-lo paranoico também, pois ela estava vendo fantasmas de Peter Bells em todos os lugares de novo, e isso tinha que parar.

Ela sabia que ele estava lá fora em algum lugar, mas não queria pensar que seu amor obsessivo por ela ainda existisse. Será que ele correria o risco de perder a própria liberdade, sabendo que isso fatalmente aconteceria se aproximasse dela? O melhor que teria a fazer era parar de pensar nisso e levar sua vida normalmente, pois não poderia viver enclausurada pelo medo. Ficaria de olhos bem abertos, mas, não tornaria isso um pânico excessivo como da outra vez, pois sua vida de com Gilbert estava apenas começando, e Anne não queria Peter Bells no meio dos dois, aterrorizando-os novamente e tornando-os reféns de seus atos impulsivos e absurdos.

Anne saiu da janela, pegou seu celular e ligou para Cole. Ela estava com saudades do amigo de longa data e também queria agradecê-lo pelo quarto dos bebês. O celular tocou três vezes, porém, ele não atendeu, mas logo em seguida ele enviou uma mensagem dizendo que estava em uma reunião de trabalho, e que a visitaria assim que saísse do escritório de seu cliente.

Feliz por saber que passaria uma tarde agradável ao lado de Cole, ela preparou um bolo de milho que aprendera a fazer com Marilla quando ainda era adolescente, fez um café do jeito que ela sabia que seu amigo gostava, e esperou ansiosa pela chegada dele. Nesse meio de tempo, ela terminou de desfazer suas malas e as de Gilbert, guardando cada coisa em seus devidos lugares, dobrando as camisas do marido exatamente como ele fazia. De vez em quando, ela aspirava o perfume da colônia dele que elas ainda conservavam para matar a saudade que já estava dele. Era inacreditável como ele lhe fazia falta mesmo tendo se passado apenas três horas que ele tinha saído para ir ao hospital. Ela acabara se tornando dependente dele de um jeito que sabia que não devia, pois dali para frente seria assim, trabalho e plantões, e Anne teria que se acostumar novamente com isso se não quisesse sofrer demais com a ausência de seu esposo, pois já passara por isso quando estavam namorando, e ela sabia muito bem como era a vida de um cirurgião no seu dia a dia.

O horário do almoço chegou, e ela quase não tinha ânimo para comer sozinha, porém, ela sabia que não devia pular nenhum horário de refeições estipulados por sua médica, por isso, se forçou a comer mesmo não tendo o seu apetite habitual, contudo, ela procurou se animar com o fato de que logo Cole chegaria, e então, toda a solidão que estava sentindo iria desaparecer como mágica..

Às três horas em ponto, ele apareceu com seu sorriso simpático que o deixava ainda mais bonito, e ao vê-la na porta a sua espera, ele se alargou mais ainda ao abraçá-la e dizer:

- Minha linda, quantas saudades. Parece uma eternidade desde o seu casamento.

- Foram apenas quinze dias fora, Cole, e passaram voando. - Ela disse retribuindo o abraço, sentindo-se feliz pela primeira vez naquele dia.

- Quero que me conte cada detalhe dessa viagem. Como foi estar naquele paraíso junto com o amor de sua vida?

- Foi a viagem mais maravilhosa que eu já fiz na vida. Gilbert foi um companheiro incrível, e nos divertimos muito. Você acredita que ele aprendeu a surfar? - Anne disse com os olhos brilhando.

- Mentira! Me diz que tirou uma foto dele de surfista, pelo amor de Deus! Eu preciso ver esse homem em cima de uma prancha e sem camisa. - Cole disse todo entusiasmado e Anne não conseguiu parar de rir.

- Você ainda não superou seu crush no meu marido, Cole?

- E tem como superar? Aquele homem de jaleco é uma delícia, imagina em uma praia só de sunga? - Cole era tão cômico que Anne ria a valer. Se Gilbert ouvisse a conversa de ambos teria um ataque com certeza.

- Sim, eu tive essa visão ao vivo e a cores, e o melhor de tudo, esse homem dorme em meu quarto todas as noites. - Anne disse para provocar e Cole respondeu:

- É querida, nem todo mundo nasceu virado para a lua, enquanto você tem esse deus na sua cama, nós, pobres mortais temos que nos contentar com o que nos sobra. - Ele fez uma cara tão decepcionada que Anne não pôde deixar de perguntar:

- E onde está o Jordan?

- Não estamos mais juntos.

- Por que não, Cole? Ele é um cara tão legal.

- Sim, é legal demais, e esse é o problema. - Ele disse se remexendo inquieto no sofá e cruzando as pernas.

- Tem medo de se apaixonar, Cole?

- Talvez.

- Por que? Amar alguém é tão bom, e você me deu tanta força para lutar pelo Gilbert quando eu tinha minhas dúvidas a respeito do nosso relacionamento. Por que não me deixa fazer o mesmo por você agora?

- É diferente, Anne. Você e o Gilbert nasceram um para o outro, e eu não tenho tanta certeza se o Jordan é a pessoa ideal para mim.

- Não vai saber se não tentar. - Anne insistiu. Ela poda apostar que Cole já estava apaixonado pelo belo fotógrafo, e somente estava com medo de assumir para ela e para si mesmo.

- Talvez eu não queria tentar. - Ele respondeu seriamente.

- Você sabe que pode estar perdendo a sua oportunidade de ser feliz com alguém realmente bacana por medo.

- Eu já sofri demais com relacionamentos que não deram certo, o que quero agora é me resguardar;

- Tudo bem, mas, me prometa que vai pelo menos pensar no assunto? - ela disse, percebendo que Cole não queria mais estender a conversa sobre seus sentimentos.

- Prometo, mas, agora me conte sobre os bebês. - Ele disse sorrindo novamente.

- Estão ótimos. Eu queria te agradecer pelo quarto deles e por tudo. Ficou maravilhoso, Cole. Muito obrigada. - Ela disse abraçando o amigo novamente com carinho;

- Você sabe que faço tudo para te ver feliz, e agora que vou ser tio, vou paparicar meus sobrinhos até não poder mais. - Ele disse alegremente.

- Eu queria te contar que eles começaram a se mexer. Gilbert fica emocionado toda vez que isso acontece, e confesso que eu também. - Anne disse com um sorriso sonhador.

- Ah, meu amor. Deve ser uma experiência incrível poder conceber uma vida e senti-la crescer dentro de você. - Cole disse no mesmo tom dela, e Anne ficou curiosa por isso e perguntou:

- Você não pensa em ter um filho um dia, Cole?

- Penso sim. Talvez eu crie coragem e adote um bebê um dia. Minha mãe vive me cobrando isso o tempo todo. Mas, eu penso que para se adotar um bebê é necessário que se tenha um companheiro também, porque um bebezinho precisa de carinho de ambos os lados, e eu não queria fazer isso sozinho.

- Quem sabe o Jordan não tope dividir essa responsabilidade com você? – ela disse esperançosa, e Cole apenas respondeu:

- Quem sabe.

Assim, os dois amigos passaram os minutos seguintes em uma grande cumplicidade como não faziam a um bom tempo. Anne mostrou a ele todas a novidades que tinha trazido do Havaí para os bebês. Ela aproveitou para entregar a ele o colar que Gilbert fizera questão de guardar para ele, e como suspeitaram, ele simplesmente adorou o mimo colorido, depois passaram o resto da tarde tomando café e saboreando a sobremesa que Anne preparara.

Em seu primeiro dia de trabalho após sua lua de mel, Gilbert Blythe também pensava em sua esposa. Desde o momento em que saíra de casa e a deixara sozinha na porta do apartamento, ele não conseguia tirá-la da cabeça, e até pensara em lhe enviar uma mensagem, mas, estivera saindo e entrando em reuniões com outros médicos o dia todo, e não conseguira um minuto de paz para falar com ela. Ele apenas esperava que ela tivesse seguido seu conselho, e se divertido, pois não queria que ela se sentisse solitária enquanto ele estivesse no hospital.

Entre um relatório e outro sobre os seus pacientes, ele olhava para a foto que tinha de Anne sobre sua mesa do consultório e sorria. Como sentia falta dela, e dos bebês. Eles nem tinham nascido ainda, mas, já faziam parte de sua vida modificando-a para melhor, e ele faria de tudo para ser um pai presente e interessado na educação deles. Não deixaria isso a cargo apenas de Anne com a desculpa que não tinha tempo por conta da profissão. Ele não tivera a mãe e por isso sabia bem o quanto a falta de um dos progenitores podia fazer na vida de uma criança, e desta forma queria participar de cada momentos deles, a primeira mamada, os primeiros passinhos, as primeiras palavras que diriam, ajudar com a tarefa da escola quando chegasse o tempo, criá-los com o mesmo amor e cuidado que seu pai o tinha criado, ensinando-lhes os valores de uma verdadeira família.

- Gilbert, podemos conversar? - ele desviou o olhar da foto de Anne para encarar a mulher que que acabara de entrar em seu consultório com um envelope cheio de resultados de exames nas mãos.

- Claro, Denise. Do que se trata?

- É sobre a cirurgia daquele garoto que conversamos antes. Agora que você está de volta, acho que podemos marcá-la, não é? - ela disse sentando-se de frente para ele na poltrona.

- Sim. Deixe-me dar uma olhada nos resultados. - Ele pediu e ela lhe estendeu o envelope no mesmo instante.

Ficaram cerca e vinte minutos discutindo sobre o caso e a cirurgia que deveria ser realizada dali a uma semana. Em um certo momento, Gilbert percebeu que Denise o encarava sem parar, e se sentiu obrigado a perguntar:

- Por que está me olhando assim, Denise?

- Eu estava apenas curiosa?

- Curiosa sobre o que? - ele perguntou impaciente.

- Como foi sua lua de mel no Havaí. - Ela disse sem pestanejar.

-E por que isso seria do seu interesse? - Gilbert perguntou sentindo a tensão em seus ombros começar a aparecer.

- Qualquer coisa a seu respeito me interessa. - Ela se aproximou um pouco mais, e Gilbert afastou um pouco mais sua cadeira para ficar longe dela.

- Com medo de mim, Dr. Blythe? - ela disse com sua voz insinuante.

- Por que eu teria medo de você?

- Sabe depois que se casou você ficou ainda mais gostoso? - ela respondeu e Gilbert ficou surpreso com a maneira direta de Denise lhe dizer as coisas, aquela mulher parecia não ter limites e nenhum respeito por sua condição de homem casado.

- Nós já falamos sobre isso, Denise. Eu achei que tinha entendido. - Gilbert disse um tanto irritado.

- E entendi, mas, não disse que concordava. - Ela se levantou e Gilbert respirou aliviado pensando que finalmente iria se livrar da presença desagradável dela, mas, quando ela passou perto de sua cadeira, Denise parou atrás dela , e disse em seu ouvido:

- Você ainda vai me olhar diferente, Dr. Blythe, e quando começarmos, eu duvido que vai querer que pare. - E com um risinho malicioso, ela deixou Gilbert completamente desorientado. Deus, que confusão aquela que fora se meter. Ele não sabia porque aquela louca resolvera pegar no seu pé, ele tinha certeza que nunca dissera nada ou fizera nada que estimulasse seu interesse nele. Será que ela não entendia que o que ela pensava que iria acontecer, nunca aconteceria?

Ele passou o resto do dia incomodado com aquela história, e quando o relógio marcou o fim do seu expediente, ele saiu sem se despedir de ninguém. Quando chegou em casa, já passava das nove da noite, pois ele precisara trabalhar horas extras para colocar todos os seus casos em dia, estipular o que era mais urgente ou mais grave para ser tratado rapidamente. Anne já estava adormecida, e ele olhou com ternura para aquele rosto angelical deitado no sofá da sala com as duas mãos sobre seu abdômen que estava ficando cada vez maior. Um sentimento bom se acendeu dentro dele, como tudo o que Anne conseguia provocar nele quando estava por perto. Mesmo quando os seus dias pareciam infinitamente ruins, era só a ver ou tê-la em seus braços que tudo voltava a ser encantado e cheio de cor. Ele se aproximou dela, deu-lhe um beijo na testa, e ela abriu os olhos pesados de sono e perguntou:

- Você chegou agora?

- Sim. Vamos, eu vou te levar para a cama. - Ela não protestou, porque estava realmente exausta, por isso, ela enroscou seus braços ao redor do pescoço dele, e Gilbert a levou até o quarto, deitando-a nos lençóis macios, onde ela adormeceu no mesmo instante. Ele ficou por alguns minutos observando-a dormir, depois tomou um banho, esquentou no micro-ondas o jantar que ela deixara pronto para ele, o qual ele comeu sozinho sentado na mesa da cozinha. Depois, escovou os dentes, e se deitou na cama, abraçando Anne pela cintura, não querendo pensar em mais nada, a não ser na mulher adormecida em seus braços.

No dia seguinte, eles tomaram café da manhã juntos, e apesar de Anne achar Gilbert estranhamente calado, ela não perguntou nada, imaginando que talvez ele estivesse preocupado com algum caso difícil no hospital, e lhe contaria assim que se sentisse à vontade para fazê-lo. Como no outro dia, ele se despediu dela com um beijo na porta do apartamento, e foi para o trabalho, sorrindo-lhe antes de entrar no elevador. Ela não podia imaginar que o silêncio de Gilbert tinha a ver com outra mulher que ele sentia que podia se transformar em uma ameaça ao seu casamento, e tentava dessa forma encontrar uma forma de afastá-la dele imediatamente, sem prejudicar o bom trabalho no hospital que estavam desenvolvendo juntos.

Apesar de estar disposta a esperar o tempo de Gilbert em se abrir com ela, Anne passou o dia preocupada com ele, se dando conta que o dias tranquilos e calmos que passaram no Havaí, tinham se encerrado no momento em que ele votara para o hospital, e Gilbert assumira sua antiga postura rígida e preocupada com seus pacientes. Ela não achava que isso fosse bom para a saúde dele, e ficou horas quebrando a cabeça para encontrar uma maneira de fazê-lo se sentir melhor, e por fim naquela tarde, ela teve uma ideia.

Ela precisava ir até o centro da cidade encomendar algumas comidas para a reunião que dariam no apartamento dali a alguns dias para os seus amigos, e depois aproveitaria para passar no hospital quando estivesse quase na hora de ele vir para casa, e o convidaria para irem a um barzinho que ela conhecia onde havia música ao vivo, assim, ele poderia relaxar um pouco de seu dia estressante, e ela teria seu lindo marido somente para ela.

Animada com ideia, ela se arrumou com capricho, se maquiou levemente, deixando os cabelos soltos, e dizendo a si mesma mais uma vez que deveria cortá-los pelo menos um pouco, pois estava tendo um trabalhão todos os dias para apenas escovar aquelas mechas enormes, e ficava imaginando como seria quando sua barriga estivesse maior e ela mal conseguisse se levantar da cama para cuidar daquele cabelão todo. O problema era convencer Gilbert disso. Eles tinham discutido mais de uma vez por causa disso, e como não queria desagradá-lo, ela deixava o cabelo como ele mais gostava, porém, ela sabia que uma hora ia ter que cortá-lo de um jeito ou de outro.

Deixando esses pensamentos de lado, ela chamou um táxi pelo aplicativo instalado em seu celular, e depois desceu no centro da cidade onde ela sabia que havia uma rotisseria famosa cuja comida era de melhor qualidade. Ela fez as encomendas, passando o endereço onde deveria ser entregue dali a uma semana. Quando estava saindo da rotisseria, Cole ligou, e Anne falou com ele por alguns minutos enquanto caminhava para o hospital que não ficava muito longe de onde ela estava. Eles se despediram, e ela se preparou para atravessar a rua, pensando no quanto estava ansiosa para encontrar Gilbert. Quando o sinal fechou para os motoristas e se abriu para ela, Anne colocou os pés na faixa de pedestre, e foi aí que ela ouviu alguém gritar seu nome, agarrar no seu braço e a puxar de volta para a calçada. O movimento brusco fez com que ela torcesse o tornozelo, e se não fosse Daniel que a tinha salvo de ser atropelada, Anne teria se estatelado no chão.

- Por Deus, Anne. Você está bem? - ele perguntou com uma nota de preocupação em sua voz.

- Sim, mas, acho que torci o tornozelo. - Ela disse com uma careta de dor.

- Consegue colocá-lo no chão?

- Sim, mas, acho que não consigo caminhar.

- Que motorista maluco. Não parou quando o sinal estava fechado para ele. - Daniel disse indignado -.

- Isso é mais comum em Nova Iorque do pensa, Daniel. - Anne disse enquanto se apoiava no braço de Daniel.

- É por isso que prefiro cidades pequenas. - Daniel disse balançando a cabeça.

- Eu também. - Anne concordou. - Você pode me ajudar a chegar até o hospital. Eu vim para falar com o Gilbert, mas, olha só o que aconteceu. - Anne disse com um sorriso triste.

- Bem, se não se importa, posso te carregar no colo. - Daniel disse sem jeito.

- Acho que não tem outro jeito. - Anne disse concordando om ele.

- Só espero que Gilbert não me mate por isso. - Daniel falou ajeitando Anne em seus braços.

- Tenho certeza que ele vai entender.

Assim, Daniel atravessou a rua e todo o estacionamento do hospital até chegar na recepção com ela nos braços. Quando chegou lá, ele a levou até a sala de emergência, e depois pediu para chamar Gilbert que apareceu em prazo de cinco minutos. Anne o viu entrar respirando rápido como se tivesse corrido todo o caminho até ali. Ele se aproximou, pegou o rosto dela entre as mãos e perguntou com seus olhos varrendo cada centímetro do rosto dela:

- Amor, o que aconteceu? Você está bem? Os bebês estão bem? - Anne acabou rindo de tantas perguntas ao mesmo tempo, e ela sabia que quando Gilbert a interrogava daquele jeito era por que estava terrivelmente nervoso:

- Calma. Eu estou bem, nossos bebês estão bem, foi só um acidente estúpido. Eu fui atravessar a rua, e um motorista imprudente não respeitou o sinal. Por sorte, Daniel me ajudou, mas, eu acabei torcendo o tornozelo.

- Meu Deus! Você podia ter se machucado de verdade. Conseguiram anotar a placa? - ele perguntou olhando-a da cabeça aos pés.

- Aconteceu tudo tão rápido que nem pensei nisso. Amor, eu estou bem de verdade. - Anne disse quando percebeu que Gilbert não parava de examinar cada parte de seu corpo.

- Está doendo muito? – ele perguntou, sentindo um calafrio só de pensar o que poderia ter acontecido com ela e seus bebês.

- Não muito, mas, só não consigo caminha. - Anne disse se lamentando.

- O que veio fazer aqui, amor? Você não me mandou nenhuma mensagem dizendo que viria. - Ele perguntou acariciando-lhe os cabelos.

- Eu queria fazer uma surpresa, mas, acho que estraguei tudo.

- Não estragou nada. Adorei que tenha vindo. Pode me esperar um instante? O meu expediente já acabou e eu só vou pegar minha maleta e podemos ir para casa.

- Está bem. - Anne disse com um sorriso.

Ele foi até o seu consultório e voltou rapidamente para a sala de emergência, onde a encontrou pacientemente esperando por ele.

- Podemos ir. - Ele disse pegando-a no colo.

No corredor, Gilbert acabou encontrando com Denise que o olhou maliciosamente, mas, Gilbert fingiu não notar, e torceu para que Anne também não tivesse percebido nada, ou iria arrumar um problemão de graça. Eles chegaram no apartamento um tempo depois, e Gilbert a colocou no sofá e disse:

- Vou buscar algumas compressas para ajudar a diminuir o inchaço. -Ele foi até a cozinha e logo voltou com algumas compressas quentes, e começou a tratar do tornozelo de Anne. Ela o observou todo o tempo, e percebeu que ele não parecia normal, Gilbert estava perturbado com alguma coisa e não podia ser só por causa de seu estupido acidente. Por isso, quando ele terminou de passar uma pomada própria para esse tipo de problema em volta do seu tornozelo, ela segurou na mão dele e o fez sentar ao lado dela no sofá e perguntou:

- Gil, qual é o problema? Você parece perturbado desde ontem, e hoje de manhã mal falou comigo. O que está acontecendo?- ele a olhou por um instante, pensando se deveria mencionar o problema que estava tendo com Denise, mas, conhecendo a natureza ciumenta de Anne, ele acabaria por deixá-la nervosa e estragaria a paz que tinham naquele apartamento, o único lugar onde ele sentia que nada poderia atingi-lo. Ele não queria causar nenhum tipo de atrito com ela logo na primeira semana que tinham voltado da lua de mel. Ele resolveria aquilo por ele mesmo.

- Não é nada demais. Estou tendo muito trabalho.

- Tem certeza que é só isso? Não quer desabafar comigo?

- Eu te amo. - Ele disse e ela o olhou com um sorriso.

- Eu sei, por que está me dizendo isso agora?

- Porque eu não quero que se esqueça disso nunca.

- Tudo bem, eu não vou me esquecer. - Ela disse, e ele deixou seu olhar pousado nela, pensando no quanto a amava e o quanto sua vida perderia o sentido se ela não estivesse ali para compartilhá-la com ele.

- Por favor, me abraça. - Ele disse com a voz cansada.

- Gil...- Anne disse sem entender o comportamento dele naquela noite.

- Por favor, Anne. Só me abraça, eu preciso tanto de você. - Anne o olhou por um instante e a vulnerabilidade que viu ali mexeu com ela, por isso, ela deixou suas perguntas de lado e o abraçou como ele havia lhe pedido. Logo o abraço evoluiu para um beijo, mas, não foi um beijo suave, e sim, um beijo faminto e desesperado que Anne não entendeu, mas deixou de se importar quando ondas intensas de calor começaram a subir pelo seu corpo. Gilbert a carregou para o quarto e logo ambos estavam completamente despidos, e se tocando loucamente.

Gilbert a acariciava como se quisesse que sua pele ficasse marcada com cada uma delas, e ela correspondeu com a mesma voracidade, porque as ondas selvagens de sensações que ele provocava em seu corpo inteiro tornava impossível para ela agir de outra maneira. No entanto, Anne podia sentir que havia alguma coisa incomodando Gilbert, porque ele só fazia amor com ela daquela maneira completamente desordenada quando ele queria encontrar uma razão ou um significado para o que estava sentindo, mas, na verdade ela não se importava, pois se sentia feliz em ser o que ele precisava para encontrar seu equilíbrio novamente, porque eram parceiros, amigos, amantes, marido e mulher, e os votos que fizeram um mês que seriam o apoio um do outro em todas as situações difíceis, lhe dava a oportunidade naquele instante de fazer valer a sua parte, e dar a ele seu apoio incondicionalmente, mesmo que ainda não soubesse o que o estava deixando daquela maneira.

Assim, ela deixou que Gilbert a amasse como desejava naquela noite, e foi dele mais uma vez com todo seu ardor, com toda sua paixão e com todo o seu calor. E quando jaziam enlaçados na enorme cama de casal, depois de terem explodidos em ondas violentas de volúpia, um beijo em sua testa foi o que selou aquela noite com todas as promessas do seu lindo e tão infinito amor.

-

Notas FinaisVocês acham que o quase atropelamento da Anne foi só um acidente? E a Denise, será que vai conseguir o que quer com o Gilbert? Me deixem suas opiniões.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro