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Capítulo 83- Lua de Mel Havaiana


Olá, pessoal. Estou postando mais um capítulo, e tentei deixá-lo bem leve e romântico para compensar o capítulo pesado da outra fic, Esme enviem seus comentários com sua opinião sobre ele. Normalmente, eu sempre posto essa fanfic aos domingos, mas, conseguiu adiantá-la nessa semana. Obrigada por tudo. Vou revisá-la depois. Beijos Rosana.


ANNE

A chegada em território havaiano logo pela manhã foi como o esperado, tranquila e sem turbulência. Anne ainda dormia com a cabeça encostada no peito de Gilbert, que durante a noite a tinha acomodado assim, passando os braços ao redor da cintura dela para que ela pudesse ter um voo calmo, e sem as tensões habituais que tomavam conta dela quando tinha que encarar um viagem de avião à noite, porém, sua alegria era tanta por finalmente estar casada com o amor de sua vida, que viajar naquele horário não tinha lhe causado nenhum tipo de apreensão.

Anne despertou no exato momento em que sentiu um beijo molhado e quente em sua testa, e sorriu ainda com as pálpebras fechadas, por saber quem estava ali a seu lado indo de encontro a sua lua de mel dos sonhos, e ao encarar os olhos castanhos caramelados de seu marido, ela deu-lhe um beijo suave nos lábios, e depois se espreguiçou lentamente sentindo-se bem consigo mesma.

- Achei que teria que te carregar no colo para fora do avião. Você estava em um sono tão pesado que tive que te chamar várias para que finalmente acordasse. - Gilbert disse em um tom divertido perto de seu ouvido, que fez Anne responder:

- Nunca tinha dormido tão bem durante um voo. – Anne bocejou, e depois continuou. - Você não pode me culpar, Dr. Blythe. Se esqueceu que tenho sono por três agora?

- Eu não estou reclamando, querida. Na verdade, adorei ter minha esposa dormindo em meus braços. - A maneira como Gilbert disse esposa, fez Anne se arrepiar. De repente, ela se deu conta que até aquele momento, desde que dissera sim no altar para Gilbert, ela não tinha parado para pensar no peso das palavras marido e mulher. Era o que ela e Gilbert eram agora, marido e mulher ela nunca se sentira tão confortável em uma situação antes.

Anne desceu o olhar para sua mão, e ela viu a aliança de ouro brilhando em seu dedo, e a acariciou de leve, fazendo Gilbert que observava a cena toda perguntar:

- O que quer dizer esse sorriso bobo nesse rosto lindo?

- Nada, eu somente me dei conta de que estamos casados de verdade, e que essa aliança representa o compromisso de uma vida juntos.

- Está feliz? – ele perguntou como fizera várias vezes naquela última semana.

- Você não sabe o quanto. Eu amo quando me chama de esposa. isso faz com que eu me sinta tão importante. - Anne disse rindo baixinho. De tudo o que já tivera na vida, ser a esposa de Gilbert lhe deixava com um gosto tão doce nos lábios que ela não sabia como descrever a sensação.

- Bem, eu acho que quem deveria se sentir importante aqui sou eu, pois me casei com uma celebridade internacional. - Gilbert rebateu enquanto o avião fazia um movimento para finalmente começar a pousar.

- Isso é apenas uma bobagem, Gil. Eu sempre fui a mesma Anne simples que deixou Green Gables aos catorze anos e foi viver em Nova Iorque. Eu espero que você continue a me ver assim. A Anne modelo deixa de existir quando pisa dentro do nosso apartamento todas as noites, assim como você deixa de ser o Dr Blythe para se tornar apenas meu marido Gilbert. Não quero que isso mude, porque é aí que está a nossa essência, e é o que realmente somos. - Ela parou de falar quando viu um sorriso indisfarçável no rosto de Gilbert. - Por que está com esse risinho idiota no rosto?

- Você me chamou de marido.

- E é o que você é. Meu marido. - Anne disse balançando a cabeça.

- Você tem razão, é incrível ouvir essa palavra dos lábios de quem amamos. Quero que repita essa palavra o dia todo.

- Para de ser bobo, meu amor- Anne acabou rindo da expressão encantada de Gilbert.

- Eu sonhei com esse momento demais para deixá-lo passar. Vamos, diz de novo. - Ele pediu de um jeito tão fofo que Anne respondeu:

- Está bem, meu marido. - Anne repetiu fazendo graça, e Gilbert a puxou para os seus braços dizendo:

- Eu te amo, minha esposa. - Ele roçou os lábios nos dela, e depois a soltou assim que a aeromoça começou a preparar os passageiros para deixarem o avião.

Eles caminharam alguns metros até onde suas bagagens estavam, e depois de pegá-las, Gilbert e Anne entraram em um táxi, e se dirigiram para o hotel. Enquanto o táxi estava em movimento, Anne observava a paisagem do lado de fora que pouco tinha mudado da última vez que estivera ali. A beleza natural do lugar continuava a mesma, uma mistura de vegetação selvagem com arquitetura moderna que deixava a ilha ainda mais atraente aos olhos dos turistas que visitavam os arredores sempre que tinham uma oportunidade. O clima era basicamente tropical o ano todo, e mesmo no inverno, as temperaturas eram altas, sendo possível aproveitar as praias paradisíacas o tempo todo. Os melhores surfistas de todo o mundo vinham em diversas temporadas disputar torneios importantes, testando assim sua habilidade contra as maiores ondas existentes.

Anne assistira um campeonato assim na última vez em que visitara o Havaí com amigos, em férias do trabalho e ficara impressionada com a força e destreza dos surfistas em enfrentar o mar em sua maneira mais primitiva. Ela jamais teria coragem de fazer algo assim. Demandava uma coragem que poucos tinham, além de arriscar a vida, que Anne considerava preciosa demais para ser colocada à prova em uma atividade que apesar de interessante era extremamente perigosa.

O cheiro de hibisco enchia o ar, e outros aromas também, como a deliciosas comidas típicas, frutas locais, e as ruas estavam infestadas de gente vestindo roupas coloridas e os tradicionais colares havaianos, além da imensidão do mar que dava para ser visto de onde quer que se estivesse já que o arquipélago era totalmente cercado por ele.

Anne olhou para Gilbert que não dizia nada, mas, seus olhos mostravam bem o seu fascínio pela ilha toda. Era a primeira vez que ele visitava um lugar assim, e era compreensível seu espanto momentâneo. O Havaí era realmente um lugar que chamava a atenção, e despertava o desejo nas pessoas de conhecê-lo mais a fundo, infelizmente, não era uma viagem acessível a todo mundo, porque seu custo era exorbitante, e por isso, sempre que vinha ali, Anne fazia questão de aproveitar cada segundo, pois não sabia quando poderia voltar outra vez, no seu caso não por questões financeiras, mas, sim por falta de tempo. E agora, casada com um médico, ela sabia que as possibilidades de viagens seriam cada vez mais escassas, mas, ela não se importava. Desde que ela, Gilbert e seus filhos estivessem juntos, seu próprio apartamento serviria de colônia de férias quando não pudessem viajar por conta do trabalho dele.

Eles chegaram no hotel, e foram recebidos pelos funcionários do lugar que como de costume lhes presentearam com colares havaianos. Gilbert fez uma cara estranha quando olhou para todo aquele colorido em seu pescoço e quase o tirou, e Anne teve que rir e explicar que era falta de educação tirar o colar do pescoço na frente de quem o tinha presenteado. Assim, com um sorriso amarelo, de quem estava gostando muito pouco da situação, Gilbert fez o check in, pegaram a chave do quarto e subiram para o segundo andar acompanhados do carregador com a bagagem de ambos.

A vista da janela do quarto deles era a melhor possível. De lá, dava-se para ver toda a extensão da praia, o azul do céu magnífico, e toda a natureza que se estendia por todos os lados até onde Anne conseguia enxergar com seus olhos azuis cheios daquela maravilha toda à sua frente. O abraço de Gilbert em sua cintura, a fez encarar o marido por cima do ombro e dizer:

- Você realmente soube escolher o nosso quarto. A vista daqui é maravilhosa.

- Tudo o que eu puder dar de melhor para minha esposa e filhos eu o farei. Eu sabia que você ia adorar isso aqui. - Gilbert disse beijando-lhe o ombro.

- Acho que este lugar era tudo o que precisávamos para relaxar depois de todos esses dias de correria por conta do casamento.- Anne disse encostando seu corpo no de Gilbert enquanto continuava a admirar a paisagem de frente para sua janela.- Qual foi sua primeira impressão do Havaí?

- Eu adorei tudo até agora, com exceção do colar, é claro. - Ele disse franzindo o nariz, fazendo Anne gargalhar.

- Você precisava ver a sua cara, amor. Eu quase tirei uma foto para te mostrar depois.

- Desculpe-me se pareci preconceituoso, mas realmente não gostei nada do colar no meu pescoço.

- Eu me surpreenderia se você gostasse, isso não é algo que você usaria sem se sentir estranho, conhecendo seu gosto por cores básicas. - Anne disse acariciando o braço dele que continuava a segurar firmemente em sua cintura.

- Você podia pelo menos ter me alertado dessa tradição. Fiquei me sentindo um idiota desinformado. - Gilbert disse subindo as mãos até os ombros de Anne, onde as deixou pousadas por algum tempo.

- Perdoe-me, eu me esqueci completamente. - Anne se virou e beijou-o de leve nos lábios.

- Não fiquei chateado com você, só me senti um pouco estranho. Mas, vou guardar o colar. Creio que será um presente e tanto para Cole. Tenho certeza que ele vai amar ter um deles em seu guarda-roupa. – Gilbert disse rindo, e Anne concordou dizendo.

- Concordo com você, amor. Isso me lembra que tenho que ligar para Matthew e Marilla. Nós prometemos que entraríamos em contato assim que chegássemos aqui. - Anne disse, saindo da janela e indo em busca de sua bolsa onde o celular estava. Em cinco minutos, ela fez ligação e falou com seus pais adotivos, garantindo que a viagem tinha sido tranquila e que eles tinham chegado muito bem. Assim, que desligou, ela olhou para Gilbert que ainda estava na janela, e disse dando-lhe um beijo no pescoço:

- Marilla te mandou um beijo, e Matthew te pediu para cuidar de mim e de nossos dois cristaizinhos.

- Como se eu pudesse esquecer disso. - Gilbert disse, e com ternura colocou suas mãos na barriga de Anne e perguntou:

- Eles já se mexeram hoje?

- Ainda não. Acho que estão se recuperando do fuso horário. – Anne disse de brincadeira. - Você realmente gostou de tê-los sentido, não é? - ela perguntou brincando com os cachos frontais dos cabelos de Gilbert.

- Foi a melhor experiência de toda minha vida. Não vejo a hora de repeti-la. - Ele disse com seus olhos transbordando de carinho, fazendo Anne se sentir muito amada e cuidada pelo seu marido. - O que quer fazer agora? Está cansada? Não quer dormir um pouco? Depois podemos fazer um pouco de turismo por aí, e você me mostra o que já conhece nesse lugar incrível.

- Acho que quero me livrar dessa roupa de viagem, e então, podemos almoçar. O horário do hotel que nos passaram quando chegamos me mostra que o almoço será servido daqui a uma hora. O que prefere? Comer aqui ou em algum restaurante local?

- Creio que podemos comer hoje aqui, e depois nos outros dias podemos conhecer melhor a comida havaiana em algum restaurante típico. - Ele disse, pegando a mão dela e olhando para a aliança que delicadamente circulava o dedo anular de sua mão direita. Quando ele levantou o olhar, Anne viu aquela emoção novamente no momento em que se casaram no rosto dele, e sentiu seu coração pulsar de alegria. Assim, como ela, Gilbert parecia necessitar ter certeza a cada segundo que o momento que estavam vivendo era real, e não apenas um sonho desejado demais. Eles não disseram nada, mas, ambos sabiam o que estavam sentindo, e não precisavam se comunicar por meios de palavras. Seus corações estavam na mesma sintonia, assim, a emoção de um era exatamente equivalente ao tamanho da emoção do outro, e entre eles, essa conexão tornava tudo o que vinha acontecendo desde o instante em que tinham se reencontrado precioso como um tesouro que deveria ser guardado em suas memórias para sempre.

- Vou trocar de roupa. - Anne disse, assim que o instante de encantamento entre eles passou.

- Eu também. - Gilbert disse, beijando-a na ponta do nariz e abrindo sua mala que ainda não havia sido desfeita.

Anne fez o mesmo, depois ela foi até o banheiro, onde tomou uma chuveirada rápida, e colocou um vestido estampado e leve que a fazia se sentir menos acalorada por conta do clima. Ela encontrou Gilbert do lado de fora, vestindo bermuda jeans, camiseta e tênis, e não pôde esconder o espanto que a aparência dele lhe causou. Ele parecia cinco anos mais jovem, e acostumada como estava em vê-lo sempre vestindo jaleco, ou calça jeans e camisa social, aquela fora sem dúvida uma grata surpresa, que em nada desfavorecia sua beleza impressionante, pelo contrário, lhe trazia um charme adicional, fazendo Anne comprovar mais uma vez, enquanto tentava controlar em vão as batidas loucas do seu coração que estava casada com um dos homens mais bonitos que já conhecera.

- Está pronta? - Gilbert perguntou ao se aproximar.

- Sim. - Ela respondeu, buscando respirar com normalidade. Gilbert segurou em seu pulso e imediatamente disse:

- Está se sentindo bem? Seu pulso está acelerado.

- Estou sim. Deve ser o calor.- Anne disse disfarçando sua agitação. Estava envergonhada por ainda ter esse tipo de reação diante de seu marido a quem já vira de todas as maneiras que pudesse imaginar. Isso era o resultado de estar tão apaixonada por um homem como aquele, ela pensou.

- Ter certeza? Podemos ficar por aqui se preferir e pedimos para servirem o nosso almoço no quarto. - Ele disse demonstrando claramente sua preocupação por ela.

- De forma nenhuma. Não viemos para o Havaí para ficarmos trancados em nossa suíte. Vamos descer, pois estou morrendo de fome. - Anne disse pegando sua bolsa e puxando Gilbert pela mão até o elevador logo em seguida.

GILBERT

Eles estavam sentados no restaurante do hotel que lhes dava uma visão exclusiva do que acontecia do lado de fora de onde estavam, pois o local era todo de vidro, assim os clientes poderiam apreciar a excelente refeição, e ainda serem agraciado pelo panorama agradável que cercava toda a ilha.

Gilbert observou satisfeito o rosto de Anne iluminado de prazer pela comida que estava provando. Ele tivera o cuidado de pedir pratos leves, pois, ela às vezes ainda reclamava de certo incômodo em seu estômago após as refeições, e ao se levantar, e acabava vomitando mais de uma vez no dia, por esta razão, a refeição que estava sendo apreciada pelos dois era peixe assado na brasa temperado com as mais finas ervas, salada de tomate com alface e outros legumes regionais, e de sobremesa, salada de frutas com groselha em cima, a preferida de Anne.

- Essa refeição está divina, meu amor. Você mais uma vez acertou na escolha, e isso quer dizer que seus pontos comigo nessa viagem estão cada vez mais em alta.

- E que prêmio terei por ser um marido tão atencioso? - Gilbert perguntou enquanto via Anne cortar mais um pedaço de peixe, e mastigá-lo com indiscutível satisfação.

- Vou pensar em alguma coisa interessante. - Anne disse de maneira insinuante que fez o sangue de Gilbert borbulhar ao tentar imaginar o que Anne teria em mente quando lhe dissera aquilo.

Aquela viagem era mesmo um sonho. Anne não exagerara quando dissera que o Havaí parecia um pedaço do paraíso na terra. Ele não sabia como nunca se interessara antes por conhecer aquela ilha, cuja beleza não era parecida com nada que já tivesse visto antes. As pessoas pareciam estar sempre felizes, e eram extremamente simpáticas no trato com os visitantes. Com exceção do episódio do colar que por ignorância dele tinha sido um tanto constrangedor, o resto da viagem até aquele momento estava sendo inesquecível, e eles ainda só estavam no primeiro dia.

Gilbert se sentia como um garoto que tivesse descoberto um novo prazer na vida, e viajar com Anne para curtirem seus dias de lua de mel longe de tudo e de todos, esquecendo um pouco a rotina que o fazia viver quase em uma montanha russa de correria e compromissos, lhe dava uma nova perspectiva de como queria conduzir sua vida em comum com Anne dali para frente. Ele sabia que sua vida de cirurgião não seria fácil para ela como não vinha sendo desde que assumiram de verdade seu relacionamento, mas, Gilbert acreditava que podia fazer alguns ajustes aqui e ali para ter mais tempo para passar com sua família. Ele não queria que se tornassem um daqueles casais que só se encontravam na intimidade de seus quartos, pois mal tinham tempo de se falar durante o dia por conta do trabalho e de outros afazeres.

Seria um desafio, ele tinha plena consciência disso, pois ele continuaria trabalhando em um hospital que era o que adorava fazer, mas, nada o impediria de ter seu próprio consultório como ele vinha planejando já a algum tempo., e Anne continuaria a modelar ainda por algum tempo, enquanto os bebês lhe permitissem. No entanto, Gilbert queria conversar com Anne sobre isso tudo quando voltassem, para que pudessem fazer um planejamento familiar que os permitisse continuar com suas carreiras sem que sua vida em comum sofresse algum tipo de desgaste. Ele podia amar ser médico, mas, amava muito mais a mulher à sua frente, e os dois bebezinhos que eram o seu grande tesouro na vida.

Ele ouviu um suspiro abafado, e forçou sua mente a se fixar no presente, pois naqueles breves minutos de pensamentos reflexivos, Gilbert deixara de prestar atenção ao seu redor. Ele olhou para Anne, e viu seu rosto pálido, o olhar perdido em um ponto a sua frente como se estivesse vendo algo invisível aos olhos de outras pessoas. Preocupado, Gilbert tocou na mão dela por cima da mesa e perguntou:

- Anne. Você está se sentindo bem? - ela transferiu o olhar para o rosto de Gilbert e se fixou nele de maneira estranha, como se não o reconhecesse, mas, então ela respondeu com a voz um pouco trêmula:

- Não foi nada. Acho que engoli o último pedaço de peixe muito depressa, e quase engasguei, mas, já passou. - Ela disse tomando um gole grande de água, enquanto seus olhos nervosamente continuavam olhando para o espaço à sua frente. Os de Gilbert seguiram o mesmo caminho por alguns instantes, mas, ele não encontrou nada, a não ser uma mesa vazia, alguns garçons que se movimentavam por ali servindo um ou outro cliente, e a recepcionista que anotava os pedidos por telefone.

Gilbert voltou para olhar para Anne, percebendo que ela apenas remexia na comida parecendo nervosa. Talvez fosse o cansaço da viagem que a estivesse deixando daquele jeito. Afinal, ela estava carregando gêmeos em seu ventre, e mesmo que ainda não estivessem muito grandes, o rapaz imaginava que o gasto de energia seria enorme.

- Amor, se já terminou, acho que deveríamos subir e descansar um pouco. O que acha? A viagem foi longa, e imagino que deva estar exausta.

- Eu já terminei sim, mas, não estou tão cansada assim. Quero dar uma volta pela ilha. Você me disse que queria conhecer alguns pontos turísticos daqui. - Anne disse tomando mais um pouco de água. Aquele já era o terceiro copo que ela tomava nos últimos dez minutos, e Gilbert nunca a tinha visto consumir tanto liquido em tão pouco tempo. Normalmente, ele tinha que brigar com ela para que Anne se lembrasse que deveria tomar mais água durante o dia, pois o bom funcionamento dos rins dependia de uma dieta rica em líquido, e de repente, ela estava bebendo um copo após o outro. O que estava acontecendo?

- Podemos deixar para amanhã. Assim, passamos o resto do dia no quarto, dormimos um pouco, vemos um filme, jantamos, e amanhã a gente começa o nosso tour pela ilha. - Gilbert sugeriu.

- Amor, eu quero fazer isso hoje, pois amanhã quero te levar à praia. Você se lembra que me disse que queria aprender a surfar? - Anne disse, colocando o copo vazio de lado, e sorrindo docemente para seu marido.

- Não precisa ser especificamente amanhã, Anne. Teremos muito tempo para isso. - Gilbert disse terminando de tomar seu suco de frutas.

- Já está querendo escapar de sua promessa, Dr. Blythe? Não vou deixar que amarele agora. - Ela disse provocando-o, o que fez Gilbert responder:

- Quem disse que estou amarelando? Se quer mesmo que seja amanhã, então, vamos à praia amanhã, esposa. - Gilbert disse sorridente.

- Isso mesmo. Agora eu vou dizer o que vamos fazer. Nós subirmos até o quarto, vamos desfazer as malas, e depois vamos caminhar pelo centro da cidade e conhecer os arredores. O que acha do meu plano?

- Acho muito cansativo para quem passou a noite inteira viajando dentro de um avião e está grávida de três meses de gêmeos, mas, se me prometer que depois desse passeio vamos voltar para o hotel e descansar o resto do dia, creio que posso aprovar o seu plano.- Gilbert disse abraçando-a pela cintura, e a encaminhando para o elevador, cuja porta se abriu assim que se aproximaram dele. Eles entraram, e Gilbert apertou o botão para o segundo andar, e quando se virou em direção a Anne, ela o olhava intensamente.

- O que foi, querida? Está me olhando de um jeito. - Ela atirou seus braços ao redor do pescoço dele e disse:

- Sabe que faz exatamente quase vinte e quatro horas que não me beija? - ela traçou o lábio inferior de Gilbert com a ponta do dedo.

- É mesmo? E você ficou contando as horas para isso? - Gilbert perguntou encostando Anne na parede do elevador, e estreitando o abraço entre eles.

- É claro que sim, e devo lembrá-lo que ainda não tivemos nossa noite de núpcias? - Anne aproximou seu rosto do dele, e ficaram se encarando.

- Podemos consertar esse lapso hoje à noite, o que acha? - os lábios dele já roçaram o dela, e sem resistir mais, Gilbert tomou a boca de Anne em um beijo quente. Ela encostou o corpo todo dela no dele, e assim qualquer espaço que pudesse ainda existir entre eles despareceu. O beijo evoluiu para algo mais intenso, e cada vez mais excitada pela profundidade da língua de Gilbert explorando a extensão de sua boca, Anne começou a movimentar seu corpo contra o dele, e Gilbert percebeu que deveriam sair dali se não quisessem perder o controle. Um dia sem fazer amor com ela e ele já estava sentindo saudades. Como era possível sentir tanto desejo por uma mulher que ele já tivera em sua cama tantas vezes, ele não saberia dizer. Anne tinha um poder sobre ele que ela nem mesmo sabia, pois despertava em Gilbert seu lado mais primitivo, e era difícil dizer não quando ela mostrava claramente que o queria, mas, estavam em um elevador, e não era uma boa ideia se provocarem assim.

- Se quer ainda sair para aquele passeio sugiro que pare com essa provocação, Sra. Blythe. - Ele sussurrou no ouvido de Anne que disse:

- Por que? – os beijos dela em seu pescoço estavam tirando seu foco, e ele engoliu em seco antes de responder:

- Porque se continuar me provocando, não vamos sair daquela suíte tão cedo. - Anne encostou sua testa na de Gilbert e disse com um sorrisinho:

- Qualquer um diria que somos loucos por sexo.

- Eu não sou louco por sexo, eu sou louco pela mulher a minha frente, e fazer amor com ela é a coisa mais fantástica do mundo. - Gilbert deu-lhe um último beijo, saíram do elevador e foram para o quarto. Assim que entraram, Gilbert perguntou enlaçando Anne pela cintura:

- Não quer reconsiderar? Estou louco para passar a tarde na cama com você.

- Querido, eu também estou com saudades, mas, o dia está incrível para o nosso passeio. Eu prometo que quando voltarmos, eu serei toda sua.

- Promete? - Gilbert disse mordiscando a pontinha do nariz de Anne.

- Prometo. Eu quero ter uma noite especial com você. - Anne respondeu passando a mão suavemente pelos ombros de Gilbert destacados pela camiseta.

- Então, vamos lá, esposa. Mostre-me o melhor que o Havaí tem a oferecer. - Ele disse alegremente.

Na meia hora seguinte, eles desfizeram as malas, colocando cada coisa em seu lugar, e depois saíram para a tarde ensolarada havaiana onde caminharam de mãos dadas se misturando com os outros turistas que como eles buscavam apenas um pouco de diversão.

GILBERT E ANNE

O centro de Honolulu, capital do Havaí, estava repleto de turistas àquela hora da tarde onde o calor tinha aumentado bastante, o que tornava um mergulho nas praias havaianas extremamente convidativo.

No entanto, Anne e Gilbert se divertiram muito fazendo turismo no shopping local, e na grande variedade de lojas distribuídas por todas as vias comerciais , e depois fizeram uma parada rápida para tomarem um sorvete de casquinha em uma sorveteria popular na cidade que aliviou de imediato o calor extremo que sentiam. Gilbert riu a valer ao observar Anne se deliciar com uma taça gigantesca da sobremesa gelada, pois a cada colherada, os olhos dela brilhavam exatamente quando eram crianças e Gilbert lhe dava uma daquelas barras de chocolate branco que ela amava. Apesar de viver em um mundo onde manter a silhueta sempre esbelta era uma preocupação constante, Anne não se privava de nada, principalmente agora que estava grávida e acabava por ter desejos ocasionais por determinados alimentos. Embora Gilbert sempre tomasse o máximo de cuidado para que ela não exagerasse na quantidade de açúcar e carboidratos que consumia, na lua de mel ele decidira dar um descanso a Anne de seu controle alimentar, e deixá-la experimentar do que tivesse vontade.

Quando voltaram para o hotel já estava anoitecendo, e Anne foi direto para o banho assim que entraram no quarto, pois ela não estava mais suportando as roupas suadas e pegajosas sobre o seu corpo. Eles jantaram na suíte aquela noite, e assistiram uma comédia romântica juntos, porém, na metade do filme, Anne acabou adormecendo devido ao cansaço do dia, e a noite de núpcias tão esperada por Gilbert teve que ser adiada mais uma vez.

No dia seguinte, eles despertaram cedo, pois Anne queria aproveitar os primeiros raios solares na praia, e logo após o café da manhã reforçado, ela levou Gilbert para uma da praia mais famosa de Honolulu chamada Waikiki Beach cujo mar estava incrivelmente azul naquela manhã e as ondas não pareciam tão perigosas. Logo que pisaram na faixa de areia branquinha, Anne estendeu sua toalha sobre ela, tirou a camiseta longa que usava sobre o biquíni, e estendeu o protetor solar que pegou dentro da bolsa para Gilbert e disse;

- Poderia passar em minhas costas, por favor?

- Claro. - Ele respondeu, se sentando atrás de Anne, puxando para mais perto de si, e espalhando todo o creme ao longo da pele de Anne vagarosamente. - Sabe que ficou linda nesse biquíni preto? Estou até pensando se devo mesmo deixá-la sozinha nessa praia enquanto aprendo a surfar.

- Está tentando encontrar uma desculpa para escapar da promessa que me fez, Dr, Blythe? - Anne perguntou em um tom divertido.

- De forma nenhuma. Estou apenas cuidando de minha esposa sexy que chama a atenção por onde passa. - Gilbert disse espalhando mais creme pelo ombro de Anne que era um ponto do corpo dela que se queimava com facilidade.

- Acho que não corre nenhum risco, meu marido. Se ainda não percebeu, minha barriga de gestante de três meses já começou a aparecer, então, duvido que algum homem vá querer se aproximar de mim comigo nesse estado. - Ela disse sentindo-se relaxar com o toque de Gilbert em sua lombar.

- Acredite, meu amor. Isso não seria um empecilho nenhum. Você ainda não percebeu o quanto está linda assim? Eu mesmo quase não consigo manter minhas mãos longe de você por muito tempo.

- Tomara que isso seja mesmo verdade, Dr. Blythe, pois o seu charme já começou a fazer efeito com a mulherada local. Pensa que eu não vi o jeito que aquela loirinha sorriu para você no shopping ontem.?

- Era somente um sorriso de agradecimento, amor. Os pacotes dela tinham caído no chão, e eu a ajudei. - Gilbert já estava começando se divertir com o ciúme de Anne que até aquele momento ainda não tinha se manifestado. Ele próprio já tinha sentido uma pontadinha do mesmo ciúme que Anne sentira no shopping, ao notar os olhares masculinos sobre sua esposa enquanto caminhavam no centro da cidade, mas, achou por bem ignorar, pois tinha que se acostumar de vez que Anne era uma pessoa pública, e sua beleza exótica sempre chamaria a atenção onde quer que fosse. Ainda bem que tinha uma mulher apaixonada por ele do mesmo jeito, pois sua insegurança sempre fora o seu maior problema no relacionamento de ambos, porém, agora que estavam casados, ele começava a sentir que suas antigas dúvidas não existiam mais, e que ele e Anne teriam uma vida feliz como mereciam.

- Por que você tem que ser sempre tão gentil? Não vê que essa combinação toda de beleza e gentileza é que arrasa com os corações das garotas? – Gilbert gargalhou alto com aquelas palavras e disse:

- Foi isso que te conquistou? Minha beleza e gentileza?

- Entre outras coisas, - Anne respondeu com uma risada que fez Gilbert virá-la para ele e perguntar:

- Vai me contar que outras coisas são essas?

- Ainda preciso dizer? - Anne respondeu olhando-o nos olhos enquanto seus dedos e entrelaçavam nos dele.

- Mulher, você acaba com meu psicológico me provocando desse jeito. E pensar que fugiu de mim ontem à noite. - Ele disse segurando o rosto dela entre as mãos.

- Eu não fugi, eu só peguei no sono. Perdoe-me, meu amor. - Anne disse segurando o rosto dele entre as mãos também.

- Tudo bem, podemos compensar tudo isso mais tarde. - Gilbert deu-lhe um selinho e depois perguntou:- Ontem à noite eu te achei muito agitada durante o sono. Teve um pesadelo? - Anne se enrijeceu, mas disfarçou a tempo antes que Gilbert percebesse seu desconforto.

- Não me lembro. - Ela mentiu. Gilbert ia perguntar mais alguma coisa, mas o instrutor de surf daquele dia apareceu interrompendo a conversa.

- Vai lá, meu marido gato, quero te ver arrasando nessas ondas havaianas. - Anne disse beijando-o uma última vez.

- Com todo esse incentivo, não preciso mais de nada. Meu ego já está nas alturas. - Gilbert com um sorriso de orelha a orelha e depois caminhou em direção ao instrutor.

Anne ficou sentada na areia observando Gilbert conversar com o instrutor. Ele tirou a camiseta que estava usando, e Anne engoliu em seco ao ver aquele abdómen perfeito exposto ao sol para quem quisesse ver, e os músculos dos braços e ombros que a faziam se lembrar de como era deslizar suas mãos sobre eles enquanto estavam juntos. Involuntariamente, ela mordeu o lábio inferior, e tomou um gole de água mineral que trouxera com ela para a praia, pois repentinamente, um calor súbito a acometeu ao ver o seu marido, lindamente esculpido exibindo em público o que durante os seus momentos de amor ela não se cansava de acariciar e beijar. Subitamente, seu olhar endureceu quando ela viu algumas garotas se aproximarem e ficarem observando enquanto o instrutor calmamente explicava a Gilbert os movimentos mais comuns do surf. Era de se esperar que aquilo acabaria acontecendo. Em que momento seu maravilhoso marido não chamava a atenção? Se de jaleco ele era um arrasador de corações, era óbvio que com seus atributos físicos a mostra daquela maneira, Gilbert atrairia muito mais olhares femininos para si.

Anne respirou fundo e desviou o olhar para o outro lado. Não podia culpá-lo por isso. Ela insistira para que ele aprendesse a surfar, agora teria que engolir aquele ciúme todo, e fingir que não percebera a movimentação de mulheres ao redor dele e do instrutor que também não deixava nada a desejar, mas, pelo menos para Anne, nem se comparava com seu marido.

De repente, ela se lembrou da pergunta que ele fizera sobre seus pesadelos durante a noite, e ela mentira dizendo que não se lembrava. Ela esperara que pelo menos ali no Havaí tivesse paz, e esquecesse mesmo que momentaneamente aquele crápula que já lhe fizera tão mal. No entanto, ela tivera uma mostra de que seu medo dele continuava bem vivo depois do incidente no restaurante no dia anterior quando estava almoçando com Gilbert. Ela podia jurar que um dos garçons era ele, ou pelo menos alguém muito parecido. Os cabelos loiros eram o mesmo, e a maneira com que ele os usava também, mas, como só o vira de costas, Anne não pudera comprovar se o rapaz que vira era realmente ele. Seria possível que ele a seguira até ali, mesmo sabendo que ela estava casada e em companhia de seu marido? Podia-se esperar tudo dele, uma vez que uma pessoa desequilibrada como Peter não mediria esforços para atingi-la diretamente, porém, a pergunta era, ele iria tão longe e a perseguiria até no Havaí? Ela não contara nada para Gilbert porque não queria parecer uma louca psicótica, e também porque preferira acreditar que estava realmente equivocada, e que o garçom do restaurante era um outro rapaz qualquer, mas, nem por isso deixaria de ser vigilante e cuidadosa com quem se aproximasse dela ou de Gilbert.

Tentando desviar seus pensamentos perturbadores de sua mente, e curtir sua lua de mel como merecia, Anne voltou o olhar novamente para Gilbert que se preparava para surfar a sua primeira onda com a ajuda do instrutor, fazendo Anne prender a respiração preocupada. Ela o incentivara a praticar o esporte ali no Havaí, pois ele lhe tinha confidenciado a muito tempo que adoraria saber como surfar, mas, isso não queria dizer que ela não sabia o quanto aquilo poderia ser arriscado, principalmente para um principiante como o seu marido.

Gilbert entrou no mar em companhia do instrutor, e seguiu exatamente o que ele lhe dissera para fazer. A primeira onda veio em sua direção e em sua primeira tentativa ele acabou caindo da prancha e afundando. Anne prendeu a respiração, sentindo seu coração disparar de um jeito que a deixou ofegante, e somente quando Gilbert reapareceu no meio das águas do mar foi que ela conseguiu respirar normalmente junto com o alivio imediato que fez seu corpo tenso relaxar. Na segunda tentativa, ele quase conseguiu pegar a onda da maneira correta, mas acabou perdendo o equilíbrio depois de alguns minutos em cima da prancha. Porém, na terceira tentativa, ele surfou a onda quase como um profissional, e não perdeu o equilíbrio nenhuma vez. Anne sentiu seu peito inchar de orgulho, ao ver o seu marido conseguir realizar mais um sonho de adolescência e ela estava imensamente feliz por fazer parte daquele momento de conquista.

Quando Gilbert saiu do mar, ele correu em direção a ela, largando a prancha no meio da areia, enquanto um sorriso enfeitava seu rosto iluminando todo o seu semblante. Ao vê-lo se aproximar, Anne se levantou de onde estava e se jogou nos braços dele enquanto dizia em seu ouvido:

- Eu sabia que você conseguiria. Estou tão orgulhosa de você.

E então, Gilbert, sem se importar com quem estivesse olhando, colou seu corpo no de Anne, e a beijou com toda a adrenalina que ainda corria em suas veias, seus lábios dançando sobre os dela que deu passagem a sua língua que implorava por espaço, roubando assim todo o oxigênio de ambos, fazendo-os se separar depois de alguns segundos de demonstração de carinho intenso para ambos. Muitas palmas quebraram o momento entre eles, que não sabiam se eram pela conquista de Gilbert naquele dia, ou se por causa do beijo que trocaram, porém, eles pouco se importaram com isso, pois o que valia mais era a alegria do momento partilhado entre marido e mulher.

- Obrigado, amor. Pelo incentivo. Eu devo isso a você. - Gilbert disse pegando no queixo dela com carinho.

- Como está se sentindo? - Anne perguntou ainda com seus braços em volta do pescoço do marido.

- Livre. - Ele respondeu sem hesitar.

- Eu te disse que o Havaí é uma experiência que você deveria ter pelo menos uma vez na vida. - Anne disse beijando-o no rosto.

- Estou feliz que você tenha me convencido a vir. Essa é com certeza a melhor viagem da minha vida, principalmente, porque estou aqui com você.

- Fico tão feliz que esteja realmente gostando da nossa lua de mel. Eu já tinha vindo aqui antes, mas, confesso que essa também é a melhor viagem que já fiz até aqui. Amo estar aqui com você, ver esse sorriso em seu rosto, te sentir mais relaxado quase como se fosse mais jovem do que realmente é. Até as suas ruguinhas de preocupação que normalmente aparecem quando você está em período de trabalho intenso desapareceram. Queria poder te ver mais desse jeito. - Anne confessou acariciando o rosto de Gilbert, que beijou cada dedo de suas mãos sem tirar os olhos dos dela.

- Você me deixa assim, minha esposa, com o seu amor.

- Sabe que ainda estou tentando me acostumar a te ouvir me chamar de esposa? Mas, cada vez que ouço você me dizer isso, meu coração parece bater a mil quilômetros por segundo. Você me tirar o fôlego, toda vez que fala comigo assim.

- Exatamente como você me deixa quando a gente se beija, ou quando você me olhar com esses olhos azuis incríveis. Acho que eu nunca te disse o quanto eu amo os seus olhos. Você é maravilhosa inteira, mas, esses seus olhos são o meu ponto fraco. - Ele confessou se perdendo mais uma vez naquele oceano que ele amava tanto.

- Você também é maravilhoso inteiro. Até ganhou algumas fãs hoje. - Ela disse sorrindo, ainda sentindo a pontinha de ciúme incomodá-la.

- Nem percebi. Como poderia? Eu só vejo você e só quero você. - Gilbert deu-lhe um beijo suave, e assim que se separaram, Anne perguntou:

- Você me levaria para dar um mergulho? Estou morrendo de calor.

- Sim, venha comigo, que vamos entrar no mar juntos. Não quero que mergulhe desacompanhada, especialmente em seu estado. Pode ser perigoso. - Ele respondeu.

E assim, eles entraram no mar com todo cuidado, e embora Anne amasse nadar, ela apenas se permitiu ficar na parte mais rasa, onde não correria quase risco nenhum.

Anne e Gilbert passaram mais uma hora na praia e quando começou a ficar quente demais, eles resolveram ir embora, mas, também não queriam voltar ainda para o hotel, pois o clima estava bom demais para permanecerem dentro do quarto.

- Eu tenho uma ideia. Que tal se fôssemos até uma cachoeira que conheci na última vez que estive aqui? Acha que gostaria disso, querido? – Anne sugeriu.

- Qualquer coisa com você me agrada, você sabe. Mas, não está cansada?

- Não, e a cachoeira é bem pertinho daqui. Creio que poderemos passar horas agradáveis juntos. Podemos namorar em um lugar com bem pouca gente. - Anne disse de forma insinuante, o que fez brotar nos lábios um sorriso um tanto sacana quando ele disse:

- Sra. Blythe, quando foi que aprendeu a ser tão assanhadinha assim?

- A partir do momento em que passei a namorar o Dr. Delícia, que por acaso é agora meu marido. - Ela respondeu apertando os músculos do ombro de Gilbert.

- Dr. Delícia. Eu estava com saudades de ouvir esse apelido dos seus lábios.

- Cole Mackenzie é um gênio, não acha? - Gilbert não disse nada, apenas gargalhou e depois começaram a caminhar até a cachoeira que Anne mencionara.

O caminho até lá fora fácil de certa forma, não tiveram que enfrentar pedregulhos ou estradas de terreno íngreme, e desta forma, chegaram ao seu destino rapidamente. O lugar era lindo, como Anne dissera. Havia uma vegetação muito verde por todo o local, flores espalhadas por cada canto e uma cachoeira de água limpíssima que caía do alto até o chão formando um lago que atraía qualquer um que passasse por ali a se banhar nele sentindo sua refrescância, e recarregando energias.

- Quer entrar? - Anne o convidou.

- Acha que é seguro?

- Claro que sim, Dr. Blythe. Eu já disse que estive aqui antes. Onde está o meu marido aventureiro? - Anne disse estendendo a mão para que Gilbert a pegasse, mas, para sua surpresa, ele a pegou no colo, e entrou com ela no lago, levando-a até embaixo da cachoeira onde uma cortina de água caiu sobe os dois. Anne se agarrou ao pescoço de Gilbert e o puxou para ela, colando seus lábios, ao mesmo tempo em que rodeava a cintura dele com suas pernas, e ele se apoiou na pedraria atrás dele para poder segurá-la melhor, e aproveitar o beijo como mereciam. Muitas carícias foram trocadas, mas, se controlaram ao máximo por ser um lugar público onde poderiam ser surpreendidos a qualquer momento. Em alguns momentos, Gilbert se sentava em uma pedra e Anne se sentava em seu colo, trocando confidências ao pé do ouvido, falando de seus planos futuros, e em outros momentos eles tornavam a entrar na cachoeira, tomando assim mais banhos revigorantes. Quando voltaram para o hotel já era a hora do almoço. Assim, eles fizeram uma refeição rápida, e subiram para o quarto, onde Anne caiu na cama e dormiu o resto da tarde acompanhada de Gilbert que se juntou a ela um tempo depois.

Ao cair da noite, eles se levantaram bem dispostos e descansados e se prepararam para um luau que seria oferecido pelo hotel aos clientes na praia logo em frente. Por essa razão, Anne tomou um banho relaxante, deixando que a água fria acalmasse o calor da sua pele levemente bronzeada pelo sol da manhã. Em seguida, ela se enxugou e colocou o vestido que tinha escolhido especialmente para aquela noite. Era um vestido preto básico, tomara que caía que combinava bastante com o clima tropical, deixando seu ombro a mostra. Ele era justo até a cintura, e depois caía rodado até metade de suas coxas. Nos cabelos, ela colocou uma tiara, deixando que caíssem soltos por suas costas. A maquiagem foi bem básica, dando destaque aos lábios carnudos nos quais ela usou um batom vermelho escuro.

Quando saiu do banheiro da suíte já pronta para curtir a noite, Anne encontrou no olhar de Gilbert totalmente fascinado sobre si, o que a fez sorrir satisfeita, enquanto examinava a aparência do marido, que vestia uma camisa branca com alguns botões abertos que realçava o bronzeado recém adquirido, os cabelos escuros estavam úmidos do banho, e ele usava bermudas jeans preta.

- Como sempre, você está de arrasar, minha esposa ruiva.

- Você também. - Anne retribuiu o elogio, correndo olhar sobre ele da cabeça aos pés.

Ele segurou em sua mão, e juntos se encaminharam para o luau, onde várias pessoas já se divertiam. As mulheres ficaram sentadas de um lado na grande mesa posta para aquele fim, e os homens do outro lado da mesa em frente de suas parceiras. Parecia ser um ritual por ali, onde a comida e as bebidas tipicamente havaianas eram servidas, enquanto a música rolava deixando no ar algo incrivelmente sedutor. Envolvidos por aquele ambiente romântico, Gilbert e Anne pouco falavam com seus vizinhos de mesa, pois seus olhares estavam pregados um no outro, onde em vários momentos, sorrisos cúmplices eram compartilhados apenas pelo dois, A tensão sexual entre eles era nítida, depois de passarem quase dois dias inteiros apenas em trocas de carícias suaves, seus corpos pareciam que precisavam de algo mais.

Então, o Hula, uma dança havaiana que a séculos eram realizadas em luaus por toda a ilha começou, e Anne foi convidada a participar assim como outras garotas que estavam sentadas à mesa naquela noite. Os movimentos das mãos eram ondulantes, assim como os dos quadris que se mexiam ao sabor da música contagiante, tornando-se sensualmente sugestivos que fez Gilbert chegar ao seu limite, observando Anne dançar de um jeito que o deixava hipnotizado e quase sem conseguir se mexer. Seus olhares às vezes se cruzavam, e ele parecia ver uma chama brilhar nos olhos de Anne quase como se igualasse ao fogo que queimava por ela dentro dele. Por fim, ele se levantou e foi até ela, enlaçando-a pela cintura, ele sussurrou em seu ouvido baixinho:

- Vamos sair daqui? - Anne concordou, e então, eles voltaram para o hotel, pegaram o elevador, onde apenas se olharam sem de fato se tocarem, deixando que isso acontecesse no momento em eu entrassem na suíte.

Gilbert abriu a porta, e no instante em que a fechou, ele encostou Anne na porta e atacou seus lábios com vontade, ela retribuiu o beijo com o mesmo desejo dele que vinha crescendo em ambos desde o dia anterior. Meio cambaleantes, eles foram para a cama, arrancando suas roupas pelo caminho em uma necessidade mútua de sentirem seus corpos juntos mais uma vez. Gilbert se sentou na cama, encostando seu tronco na cabeceira, assim, ele trouxe Anne para seu colo na posição em que ele sabia que era mais confortável para ela em seus três meses de gravidez. Deste modo, ela se acomodou sobre ele, sentindo suas intimidades se roçarem, tornando o clima entre eles ainda mais quente. Seus lábios foram parar no pescoço masculino, onde ela deslizou a ponta de sua língua por toda a extensão dele, fazendo Gilbert se arrepiar, e ofegar baixinho. Completamente excitado, ele a puxou para ele, sua boca também foi para o pescoço dela onde ele mordiscou a pele alva, deixando marcas suaves sobre ele, e em seguida, ele retornou para os lábios dela onde se embriagou mais um pouco naquele gosto tão velho conhecido seu, mas, nem por isso, menos inebriante. As mãos masculinas adentraram as mechas ruivas, indo até sua nuca, onde ele forçou a cabeça de Anne para trás, para que assim ele tivesse acesso aos seios dela que se ofereciam a ele completamente entregues aos seus carinhos. Assim, Gilbert deixou que seus dentes roçassem os mamilos sensíveis, fazendo Anne gemer sem controle, ao mesmo tempo em que ela se movimentava sobre Gilbert, fazendo-o sentir a umidade em seu baixo ventre., deixando-o ainda mais louco por ela. Seus quadris se encaixaram completamente, e muitos beijos e carícias foram trocados ao longo de todo o ato que crescia de intensidade a cada segundo que passava. Nem um dos dois conseguia dizer nada, pois as sensações em seus corpos eram intensas demais para que conseguissem se expressar em palavras. Assim, ambos se possuíram totalmente, e Gilbert sentiu como se surfasse na onda mais perfeita do mundo, porque Anne era como um mar selvagem e envolvente capaz de engoli-lo em suas águas profundas, enquanto Anne sentia como se fosse consumida por um fogo que a queimava viva, tão prazeroso que ela queria se envolver nele cada vez mais. Seus corpos se prenderam naquela cavalgada sem fim, que poderia durar por um tempo infinito que nenhum deles se importaria, pois não queriam que acabasse , por isso o prazer foi prolongado ao máximo, até que não puderam mais se conter, e a avalanche de sensações os fez gritar no momento final até que não restasse mais nada a não ser o som de suas respirações descontroladas. Anne ficou um bom tempo agarrada a Gilbert, assim, como ele também demorou a recuperar suas forças.

Depois, deitaram lado a lado, mas, não dormiram imediatamente, ficaram em silêncio se curtindo, enquanto Gilbert acariciava o ventre de Anne com todo o carinho. Então, a mágica novamente aconteceu e os bebês se mexeram mais fortes do que a primeira vez que aquilo tinha acontecido. Gilbert olhou maravilhado para Anne, que sorriu para ele com seus olhos muito brilhantes, sentindo naquele instante o quanto o amor de ambos era abençoado, e assim ficaram até que o cansaço os venceu e eles adormeceram abraçados.

No meio da noite, Anne despertou sedenta, e se levantou devagar para não acordar Gilbert. Ela vestiu a camiseta dele que estava caída ao pé da cama, e caminhou até o frigobar da suíte em busca de um pouco de água gelada, ao qual ela bebeu com prazer, sentindo a secura de sua garganta desaparecer. Foi então que seu celular tocou, e ela correu par atender afim de que não despertasse Gilbert,

- Alô. - Ela disse, mas, do outro lado a pessoa que ligara não disse nada, mas, era possível Anne ouvir-lhe a respiração ruidosa do outro lado da linha.

- Alô. - Ela disse novamente, e ninguém do outro lado respondeu causando-lhe uma sensação estranha. Então, a ligação foi interrompida, e Anne ficou olhando para o aparelho em sua mão tentando entender o que tinha acontecido. Um pressentimento ruim surgiu dentro dela, fazendo-a se arrepiar da cabeça aos pés, mas, logo tratou de afastá-lo e assim guardou o celular dentro da bolsa novamente e voltou para cama, se envolvendo completamente nos braços de Gilbert, que mesmo adormecido circulou sua cintura, fazendo a cabeça dela ficar apoiada em seu peito. Mas mesmo sentindo-se segura junto ao homem que amava, o medo naquela noite povoou seus sonhos.

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