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Capítulo 82- O casamento do ano


Oi, pessoal. Espero que gostem desse capitulo que ficou bem romântico. Espero não decepcioná-los, e que se sintam motivos a comentar. Obrigada por tudo. Farei a revisão depois. Beijos.

ANNE

O dia amanheceu rápido, e ao abrir os olhos na imensa cama de casal no quarto de Gilbert na fazenda, Anne teve que piscar umas três vezes para acreditar que era a véspera do seu casamento. Um enorme sorriso iluminou seus traços bonitos, e ela quase gargalhou alto, mas se conteve, porque Gilbert ainda dormia e não queria despertá-lo antes da hora.

Porém, isso não a impediu se se virar para o lado em que Gilbert ressonava, e o observasse com os seus olhos de mulher apaixonada. Seus dedos tocaram-lhe de leve as pálpebras e ela sentiu os cílios dele tremerem de leve, mas não foi o suficiente para despertá-lo. Assim, ela continuou com sua exploração de um território masculino que era seu velho conhecido, mas, que não deixava de surpreendê-la nunca. Ele não se barbeara na noite anterior, pois passara todo o dia ao ar livre om Sebastian cuidando dos assuntos da fazenda, e quando chegara em casa apenas tomara um banho, jantara rapidamente e fora para o quarto, e quando Anne se juntara a ele, Gilbert já estava dormindo pesado. Por isso, seu rosto normalmente suave e macio naquele dia espetava a palma da mão de Anne que contornou todo o queixo masculino. Contudo a sensação áspera não lhe causou incômodo algum, pelo contrário, ela até gostava desse aspecto de Gilbert mais rústico, pois o aproximava mais da realidade da fazenda, do seu lado cowboy que ele gostava de exibir quando estavam em Avonlea.

Em breve, ele voltaria a ser apenas o Dr. Blythe, o cirurgião competente de diagnósticos precisos, preocupado com seus pacientes, que passava noites insones tentando encontrar uma solução para os problemas de saúde deles. Mas, aquele lado da personalidade de Gilbert ela queria aproveitar cada segundo, porque se tinha uma coisa que descobrira naquelas semanas de convivência na fazenda com ele era que o Gilbert de roupas alinhadas e sérias era incrivelmente irresistível, mas sua versão de fazendeiro esbanjando força física em um corpo de tirar o fôlego era a sedução em pessoa.

Seus dedos desceram devagar pela linha do pescoço dele, e Anne espalmou a mão no peito descoberto apenas escondido pelas cobertas, onde ela arranhou de leve chegando até o abdômen, onde planejava continuar explorando, mas, de repente, ele abriu os olhos e a puxou de encontro a si, e quando Anne percebeu já estava deitada sobre seu noivo que a olhava de um jeito sonolento, mas caloroso.

- Não acredito que dormiu a noite toda desse jeito ao meu lado e eu não percebi. - Gilbert disse ao sentir as costas nuas de Anne sob seus dedos.

- Bem, você já estava dormindo quando entrei aqui e achei melhor não o acordar. - Anne respondeu enquanto distribuía beijos pelo peito dele suavemente.

- Foi muita maldade sua me privar de toda essa maravilha. Você sabe o quanto eu adoro dormir com sua pele grudada na minha. Isso é quase um ritual para mim. – Gilbert disse enquanto os olhos dele percorriam cada parte do rosto de Anne.

- Dormimos assim quase todas as noites, Gil. Não há nenhuma novidade nisso. - Anne disse deitando sua cabeça no peito dele.

- Claro que há, pois isso é para compensar os sete anos que dormi sem você do meu lado.

- A partir de amanhã me terá assim pelo resto da vida. - Ela o lembrou e viu o sorriso de Gilbert se tornar maior.

- Eu sei, e estou feliz demais com isso. Só mais um dia e seremos marido e mulher. - Gilbert disse segurando os longos cabelos de Anne na nuca dela onde às vezes fazia um carinho suave.

- Você sabe que não será muito diferente de como vivemos agora. É apenas um pedaço de papel, com nossas assinaturas e nada mais. - Ela passou a ponta do nariz pelo pescoço dele.

- A diferença, meu amor, é que você terá o meu sobrenome junto com o seu, e tudo o que for meu, será seu também.- ele beijou-lhe a testa, enquanto seus polegares subiam e desciam pelas costas de Anne chegando até a cintura dela, e depois subia novamente parando na curva do ombro. Aquela carícia era uma delícia, e Anne se sentia quase uma gatinha ronronando, quando Gilbert a alisava daquele jeito.

- Essa coisa de sobrenome realmente é importante para você, não é? – Anne disse enroscando seu queixo no ombro de Gilbert.

- Eu sou um rapaz a moda antiga, meu amor. E sim, o sobrenome é importante para mim. Eu não me importo de termos vivido até esse momento sobre o mesmo teto sem uma real oficialização, mas, agora que esse dia chegou, não vejo a hora de chamá-la de minha esposa.- era incrível como a voz dele soava emocionada apenas em dizer aquela palavra, e acabava por emocioná-la também, pois por mais que dissesse que não tinha importância se assinasse o sobrenome dele ou não, pensar em Gilbert como seu marido realmente a deixava encantada.

- Eu também quero muito chamá-lo de meu esposo, embora eu tenha que me acostumar a isso. Eu nunca pensei em ter nenhuma nomenclatura entre nós dois, pois, sempre quando nos imaginei juntos era exatamente assim como estamos agora. Parece que estou entrando em um outro mundo, e estou completamente apaixonada pela ideia. - Anne levou seus lábios até Gilbert e o beijou da maneira como gostava, calmamente, mas não de maneira menos intensa. Ela saboreou os lábios de Gilbert até ouvi-lo suspirar, e então ela se afastou dele dizendo:

- Você sabe o quanto eu te amo, não é? - Anne perguntou vendo o rosto de Gilbert se iluminar com suas palavras.

- Sim, eu não tenho dúvidas de seu amor por mim, pois posso senti-lo a todo momento quando você me beija ou está em meus braços, e principalmente nesses dois bebezinhos que fizemos juntos. Você sabe que sempre foi você. Mesmo quando estávamos longe, sempre foi você, e não tive nenhuma chance quando você voltou, cai a seus pés como um adolescente terrivelmente apaixonado.

- Eu confesso que me sinto lisonjeada ao ouvir isso. Com tantas mulheres a seus pés, ser a escolhida para ser mãe de seus filhos e sua esposa é um prêmio e tanto, Dr. Blythe.

- Eu não me reconheço nesse papel de garanhão no qual você sempre me coloca, pois nunca deixei de ser o garoto que você conheceu na infância. Eu nunca dei importância a esse tipo de coisa, amor. Você é a única mulher em meus pensamentos sempre. - Gilbert a fez deitar sobre o seu peito novamente, e Anne se agarrou a ele, tentando absorver todo o calor do corpo dele que lhe fazia tão bem.

- Eu sei, eu estava brincando, porém, detesto quando qualquer mulher olha para o meu noivo como um pretendente em potencial. - Anne disse, e ouviu a gargalhada gostosa de Gilbert quebrar o silêncio do quarto no mesmo instante.

- A minha ruivinha está confessando que tem ciúmes de mim? Eu me lembro de todas as vezes em que te perguntei isso, e você negou. - Ela sabia que ele estava adorando vê-la confessar algo que ela sempre contestara por orgulho, mas, não via mais razão para não dizer.

- Eu admito o meu crime. - Ela disse com o rosto rubro de vergonha.

- Isso é adorável, amor. Saiba que também morro de ciúmes de você.

- Acho que somos dois possessivos.

- Com certeza somos dois possessivos. Eu principalmente, porque tive que competir com todos aqueles modelos estilosos que viviam a sua volta. - Ele afundou as mãos nas mechas longas do cabelo de Anne, e ela suspirou cheia de prazer antes de responder:

- Você nunca teve motivo para se preocupar. Acha mesmo que eu poderia querer qualquer um deles quando eu sou louca por você?- ele a olhou com um meio sorriso que não deixava nenhum indício do que estava pensando, e depois, grudou seus lábios nos de Anne em um beijo lento e sensual que a fez querer prolongá-lo por mais tempo.

Eles pararam por um minuto para tomar fôlego, e nesse breve instante seus olhos se encontraram, naquela troca de olhares que ambos sabiam bem o que significava. Era o reconhecimento um do outro, do que sentiam, do que estavam partilhando, e do quanto eram importantes na vida um do outro. Seus lábios se buscaram novamente, e durante o beijo, Gilbert fez Anne se deitar do seu lado encaixando seus corpos de maneira que pudessem se sentir melhor. As pernas dela se enroscaram no meio das dele, enquanto as mãos dele lhe exploraram todo o corpo até chegar em sua barriga, onde ele agora costumava acariciar com cuidado. Gilbert parecia adorar esse contato de suas mãos no abdômen já bem maior de Anne. Ela sentia como se ele se comunicasse com seus filhos dessa maneira, tornando aquele momento entre os dois diferente e emocionante.

De repente, Anne sentiu um pequeno tremor em seu ventre, que a fez respirar fundo. Era leve e sutil, mas, fez o coração dela disparar e os olhos se encherem de lágrimas.

- Você sentiu? - Gilbert disse parecendo tão encantado quanto ela.

- Sim. - Foi tudo o que Anne conseguiu dizer, sem tirar os olhos dos dele.

- Essa é a primeira vez que isso acontece?

- Sim. - Anne respondeu com os olhos lacrimejantes.

- Eu não sei o que dizer. - Gilbert falou balançando a cabeça como se não pudesse processar com clareza o que tinha acabado de acontecer. Anne colocou sua mão por cima da dele e respondeu:

- São os nossos filhos reconhecendo o toque do pai deles.

- Isso é incrível. - Uma lágrima escorreu pelo rosto de Gilbert, e ele a enxugou apressadamente dizendo.

- Desculpe. Devo estar parecendo ridículo para você.

- Por que eu pensaria isso? Você tem o direito de se emocionar, e na verdade, eu acho isso lindo, porque na maior parte do tempo você é tão controlado, meu amor. Acho que é a primeira vez que vejo você chorar por alguma coisa. Permita-se sentir, Dr. Blythe. - Ela disse beijando-o no rosto carinhosamente. E como se fosse para provar o que Anne acabara de dizer, os bebês se mexeram novamente, fazendo Gilbert derramar mais algumas lágrimas. Anne acabou chorando com ele, pois aquele momento era especial demais para ambos. Ela esperara por aquilo a semanas, mesmo sabendo que era cedo demais, e era maravilhoso que tivesse acontecido na véspera do seu casamento e junto com seu noivo, pois lhe dava uma sensação de bons presságios para aquela vida em comum que se iniciava verdadeiramente para eles como marido e mulher.

Eles ficaram na cama mais tempo do que geralmente ficavam, porque não se sentiam capazes de se separar depois daquela experiência forte para ambos. Eram quase dez hora da manhã quando ouviram uma batida um tanto hesitante na porta, e a voz de Mary dizendo:

- Desculpe-me incomodá-los, mas, Anne, tem um rapaz lá embaixo que disse que é seu amigo e que combinou que chegaria hoje às dez horas.

- Meu Deus! Cole! - Anne disse se levantando em um pulo. - Obrigada, Mary por avisar. Diz a ele que já estou descendo.

- Quer dizer que o nosso banho matinal está cancelado? - Gilbert disse com um sorriso ao vê-la toda afobada correndo para o chuveiro.

- Sinto muito, amor. Preciso me apressar. Cole me mandou uma mensagem ontem dizendo que estaria na fazenda hoje ás dez horas. Que péssima anfitriã eu sou. - Anne disse entrando no banheiro e tomando uma chuveirada de cinco minutos.

- Ele sabe que você está aqui comigo. Não creio que ficará chateado por esperar alguns minutos. - Gilbert disse vendo Anne se enxugar as pressas e se vestindo o mais rápido que conseguia.

- Sim, mas, não quero dar a impressão que não me importei com a chegada dele. Era para eu ter me levantado a uma hora atrás.- Anne respondeu correndo a escova pelos longos cabelos, e resmungando pelos nós que se formavam nas pontas e que a atrasariam ainda mais.

- Foi por uma boa causa, amor. - Gilbert disse recostando a cabeça no travesseiro.

- Eu sei, não perderia esse momento com você nem que o mundo estivesse desabando. Foi lindo demais, e espero que se repita outras vezes. - Ela disse, se aproximando do rosto de Gilbert e dando-lhe um beijo rápido.

- Eu também. - Ele disse tocando o rosto dela suavemente.

- A gente se vê mais tarde. - Anne disse, saindo apressadamente do quarto, e indo em direção as escadas, nas quais desceu devagar até alcançar o último degrau.

Ela encontrou Cole conversando animadamente com Mary na cozinha, e quando ele a viu entrar, o rapaz disse:

- Acordou, Bela Adormecida.

- Desculpe fazê-lo esperar. - Anne disse, se aproximando do rapaz e dando-lhe um beijo no rosto.

- Não importa, querida. Eu estava tendo uma conversa muito interessante com a Mary. Ela é muito simpática. - Mary o olhou e sorriu voltando aos seus afazeres. - Deixe-me me ver essa barriguinha linda. Meu Deus! Está ficando enorme. - Cole disse espantado ao mesmo tempo não escondendo o seu sorriso de satisfação por Anne estar levando aquela gravidez de gêmeos tão bem.

- Hoje foi a primeira vez que eles se mexeram em minha barriga. Foi incrível.

- Realmente! Que coisa mais linda! Sente-se aqui e me conte tudo.

Nos minutos seguintes enquanto tomava seu café ao lado do amigo, Anne contou a Cole e Mary como havia sido seu primeiro contato e de Gilbert com os bebês dentro de sua barriga, e por nenhum segundo, ela escondeu o seu sorriso de felicidade estampado em seu rosto.

GILBERT

Depois que Anne desceu para o andar de baixo, Gilbert se permitiu ficar mais um pouco na cama. Não era seu hábito se levantar tarde, mas, naquele dia, uma preguiça não usual tomava conta de seu corpo, e ele não tinha vontade de sair do quarto, mesmo sabendo que teria que fazê-lo, pois havia alguns compromissos que teria que cumprir mais tarde.

Ele se virou de lado e encarou a visão que conseguia ter pela janela aberta. O céu estava incrivelmente azul, e não havia nenhuma nuvem à vista, dando-lhe a prazerosa sensação de que o dia do seu casamento amanheceria exatamente assim. Era um daqueles dias de inverno em que o sol parecia feliz em dar as caras, afugentando o frio intenso, deixando a temperatura agradável para se fazer uma caminhada ou se sentar na varanda e ler um livro. Ele tinha esquecido como aquela estação era encantadora em Avonlea, onde tudo parecia brilhar mesmo quando nevava, pois as gotas congeladas nas árvores davam-lhes um aspecto singular e romântico.

Gilbert suspirou satisfeito ao pensar em seu grande dia. Finalmente tinha chegado e ele estava tão feliz que sentia que tal sentimento era grande demais para caber dentro de seu peito. Ele queria que o mundo soubesse dessa sua felicidade, pois era algo que nunca sentira na vida até aquele momento em que tinha a garota de seus sonhos em sua vida, e seus dois cristaizinhos que assim que nascessem enfeitariam ainda mais a vida familiar que estavam construindo.

Ao pensar nos dois bebezinhos, Gilbert teve que reprimir uma onda de emoção que ameaçava fazê-lo chorar novamente. Senti-los pela primeira vez se movimentarem na barriga de Anne foi uma experiência sublime. Ele sempre achara exagero quando seus amigos diziam que tinha experimentado algo incrível quando sentiram seu filho se mexer no útero da mãe, mas, agora ele entendia o que eles queriam dizer. Não havia no mundo nada mais maravilhoso do que sentir uma vida se desenvolvendo daquela maneira, e o melhor de tudo era quando essa vida fora gerada por ele mesmo. Por isso, ele não conseguira deixar de chorar, pois como poderia evitar de pensar de que todo o amor que ele e Anne sentiam um pelo outro estava concentrado naqueles dois anjinhos lindos? Fora mais maravilhoso ainda do que sentir seus coraçõezinhos batendo no dia em que descobriram o sexo deles. Gilbert teria que agradecer Anne pela vida inteira por proporcionar-lhe aquele momento memorável, e ele nunca esqueceria aquilo por nada em sua vida.

Eram quase onze horas quando por fim, Gilbert resolveu se levantar. Ele foi até o banheiro, e diferente de Anne, tomou um banho demorado, sentindo de imediato a falta dela. Ele se acostumara a tê-la com ele todos os dias nesses momentos, porque era algo íntimo e especial que partilhavam ali. Especialmente agora que Anne estava grávida, Gilbert gostava de observar dia a dia as mudanças que o corpo dela apresentava, como os seios que aumentaram tanto de tamanho que ela reclamava, pois se tornaram sensíveis demais, mas que para ele, estavam totalmente sensuais. A barriga que ia aumentando de tamanho com uma velocidade admirável, já que duas vidas cresciam ali ao invés de uma, e os quadris que se tornaram mais arredondados que de costume e pelos quais ele adorava deslizar suas mãos quando estavam se amando, e tudo o mais dela que parecia ter ganhado uma beleza completamente diferente.

Anne não o deixara ver o vestido de casamento, pois como mandava a tradição, o noivo só poderia ver a noiva vestida na hora do casamento, mas mesmo não acreditando nessas superstições, ele lhe fizera a vontade. Contudo, ele bem que tentara fugir à regra e espiar um pouquinho quando Anne fazia a última prova do vestido na casa de Marilla, mas, fora descoberto por Diana que o expulsara e lhe dissera para deixar de ser curioso demais, e assim, ele apenas tentava imaginar como sua exuberante noiva estaria vestida no dia seguinte, e mesmo que sua imaginação o levasse a inúmeras versões, ele tinha certeza de que ela o surpreenderia no último minuto.

Gilbert terminou o banho, e vestiu sua costumeira calça jeans, uma camisa branca de mangas compridas, e uma jaqueta de couro preta que trouxera com ele de Nova Iorque. Em seguida, ele desceu as escadas e foi até a cozinha onde Mary preparava o almoço, e sorriu ao vê-lo surgir em sua cozinha.

- Pelo jeito descansou bastante. Está com uma aparência ótima.

- Sim. Desculpe-me por levantar tão tarde, mas, essa manhã foi atípica. - Ele disse se sentando na mesa e se servindo de uma xícara de café. Não iria comer nada substancial, pois não queria estragar seu apetite para o almoço que estava perto.

- Você não tem que se desculpar, meu querido, afinal a casa é sua e pode fazer o que quiser. Mas, Anne me contou sobre a experiência que tiveram com os bebês essa manhã, e posso imaginar como se sentiu. - Mary disse colocando suas mãos nos bolsos do seu avental.

- Eu nunca pensei que passaria por algo tão maravilhoso em minha vida. Eu sei que pode parecer ridículo para algumas pessoas, porém, não tenho palavras para dizer como me senti. - Gilbert disse com um sorriso bobo no rosto.

- Bem se vê que vai ser um pai babão, Dr. Blythe. - Mary disse de um jeito brincalhão que fez Gilbert corar.

- Estou já parecendo tão idiota assim, é?

- Não é idiota, é muito bonito ver o que você e Anne estão construindo juntos. Vocês merecem toda essa felicidade.

- Eu também sinto isso, mas, sabe que às vezes eu tenho medo? - Ele disse com um suspiro.

- Medo do que? - Mary perguntou intrigada.

- De perder tudo isso. De não ser capaz de fazer Anne feliz, de um dia ela se cansar de mim e me deixar. - Ele disse sério.

- Gilbert, por que está tendo estes pensamentos negativos na véspera de seu casamento? Nada do que disse é real, você sabe disso. Não tem como Anne não ser feliz com você. Basta olhar para o rosto dela e verá isso claro como cristal, e não acredito que um dia ela vá te deixar, pois aquela garota te ama tanto que é impossível que um dia ela tome essa atitude, principalmente agora que vão ter filhos gêmeos. Por que não aceita a felicidade simples como ela é, Gilbert? Não tente sabotar esse sentimento tão lindo com falsas conjecturas. Fazia tanto tempo que eu não via você com esse sorriso lindo no rosto. Quando Sebastian e eu viemos viver aqui, e eu te vi pela primeira vez, pensei que nunca tinha visto alguém tão triste. Você era tão jovem, tinha acabado de perder seu pai e estava iniciando sua vida acadêmica em uma cidade grande, mas, não havia nem um pingo de animação nesses seus olhos. Depois de alguns anos, quando você voltou para casa já formado, eu vi um homem cheio de determinação que tinha alcançado seu objetivo na vida, mas, ainda assim não me parecia feliz. Foi só quando você e Anne começaram a namorar é que entendi o que estava faltando em sua vida. Porém, você foi para a Alemanha, e vocês acabaram se separando de novo, e eu vi a velha tristeza tomar conta de você novamente, mas, quando vocês voltaram a namorar, eu te vi renascer, como se um novo homem tivesse despertado de dentro de você, por isso , eu te digo, meu querido. Permita-se ser feliz como deve ser. Não pense mais em coisas tristes, e apenas se lembre que terá um grande dia amanhã. - Gilbert ouviu todas aquelas palavras de Mary, e pensou em toda a verdade que havia nelas. Ele realmente tivera um período difícil quando o pai morrera e logo ele ingressara na Faculdade de Medicina. Anne não estava mais por perto e ele se sentia inseguro a respeito de seus objetivos de vida. Depois de algum tempo, ele percebera que ser médico era o que queria, e então tudo se tornara mais fácil, porém, quanto as questões do coração, ele simplesmente não conseguia se esquecer da única garota que ele tinha amado desde a infância. Quando Anne voltara para a sua vida definitivamente foi que Gilbert compreendera que nada era completo se ela não estivesse com ele, e que sua felicidade dependia única e exclusivamente daquela garota incrível.

- Você tem razão, Mary. Amanhã será o dia mais feliz da minha vida. Não tenho porque ficar pensando em coisas sem sentido. E por falar nisso, onde está a mulher da minha vida? - Gilbert perguntou, colocando sua xícara vazia na pia.

- Ela saiu com aquele amigo dela de Nova Iorque. Ela disse para você não a esperar para o almoço porque ela iria almoçar com ele no centro da cidade, e voltaria para casa só a tarde.

- Esses dois quando se juntam não se separam tão cedo. - Gilbert disse sorridente.

- Eles parecem bem íntimos. - Mary comentou.

- Eles são amigos desde a infância. Cole viveu aqui até a adolescência e depois se mudou para Nova Iorque onde se tornou alguém importante no mundo da arte. Porém, eles nunca perderam o contato e sempre que podem estão juntos. Eles são como irmãos, na verdade.

- Que incrível. Mas, uma grande história de infância. E você? Como se sente a respeito dessa amizade? Não fica com ciúmes por Anne dar tanta atenção ao amigo quando ele está por perto? - Mary perguntou com curiosidade sabendo da possessividade que Gilbert tinha em relação a Anne.

- Não, eu realmente não me importo. Acho muito bonito esse laço entre eles, e não faria nada para estragar isso. Ele faz Anne feliz e isso para mim é o mais importante. - Gilbert disse colocando as mãos no bolso traseiro de sua calça jeans.

- Pena que o Raul não teve a mesma sorte que Cole. Mary disse para implicar com Gilbert. Ela soubera por Anne o ciúme que ele desenvolvera pelo empregado da fazenda que na última visita do casal se tornara o motorista oficial da ruivinha.

- Você tinha que me lembrar desse cara, Mary? - Gilbert disse com uma carranca, ao se lembrar da maneira como o rapaz olhava para Anne.

- Eu estava brincando, Gilbert. Não precisa mais se preocupar com ele. Sebastian o transferiu para outro setor da fazenda, e colocou outro no lugar dele, e antes que pergunte, é um senhor de meia idade. - Mary disse rindo da expressão surpresa de Gilbert.

- Eu pareceria muito ridículo se dissesse que estou aliviado?

- Não, somente parece um rapaz apaixonado demais por sua noiva e que morre de ciúmes de qualquer macho que se aproxime dela. - Gilbert riu ao ouvir Mary dizer "macho". Ela nunca usara esse tipo de linguagem antes.

- Eu confesso, sou um bobo apaixonado e possessivo, mas, isso Anne já sabe.

- Ela também não fica atrás nesse conceito. É por isso que combinam tanto. - Mary concluiu. Gilbert não disse nada sobre isso, porque ele e Anne haviam admitido isso naquela mesma manhã, e ele sabia por instinto que nunca mudariam.

- Bem, Mary, já que Anne me deixou livre pela tarde inteira. Vou visitar um velho amigo, e depois volto para almoçar. – Ele disse beijando Mary no rosto.

- Tenha um bom passeio. - Mary disse.

- Obrigado. - Gilbert respondeu, já com o celular na mão. Ele enviou uma mensagem para Moody e combinaram de se encontrar em uma lanchonete conhecida de ambos nos arredores de Avonlea, e assim assoviando uma velha canção que costumava ouvir na adolescência, o rapaz entrou no carro e se dirigiu ao encontro do amigo que não via a um bom tempo.

ANNE E GILBERT

Anne mirava sua imagem no espelho enquanto a maquiadora ia fazendo sua mágica de tornar aquele rosto sardento em uma face perfeita sem marcas nenhuma. Era manhã de seu casamento, e os preparativos para que o dia fosse perfeito tinham começado desde cedo. Ela despertara às sete horas, tomara um banho relaxante enquanto Gilbert permaneceu dormindo por mais um tempo. A preparação do noivo com certeza era menos trabalhosa do que a da noiva, por isso, ele podia se dar ao luxo de passar mais tempo na cama, enquanto ela tivera que madrugar para que tudo ficasse pronto a tempo.

Naquele momento, seu cabelereiro particular cuidava de secar seus cabelos recém lavados, enquanto seus rosto tinha toda a atenção da maquiadora, e logo suas unhas também seriam feitas, fariam uma pausa para o almoço, e somente uma hora antes do casamento que seria às três da tarde, ela vestiria seu vestido de noiva. Era um ritual exaustivo, mas, prazeroso para Anne, pois aquele dia era tudo com o que tinha sonhado, e agora estava a um passo de se realizar, e ela nunca sentira aquela euforia e alegria ao mesmo tempo. Era como se tivesse bebido uma garrafa inteira de champanhe, e pudesse enxergar através de sua embriaguez um mundo completamente cor de rosa. Felizmente, naquele caso, sua felicidade era causada por um homem formidável, e seria duradoura e não passageira como o efeito que a bebida lhe causaria.

Anne tinha falado com Gilbert pela última vez na noite anterior, e ele parecia tão ansioso por esse momento quanto ela. Cole tinha acabado de deixá-la na fazenda depois de passarem horas juntos no centro da cidade. Ele a tinha levado a um spa de um amigo, onde Anne tivera um dia de noiva maravilhoso, e isso era a causa de sua pele de pêssego naquela manhã, pois ela passara por todo o tipo de tratamento ao qual tivera direito, e isso ela tinha que agradecer ao seu amigo e irmão, que tinha lhe oferecido aquele dia como presente de casamento.

Gilbert a esperava com uma taça de vinho na mão, e a brindou com um lindo sorriso quando a viu entrar tão sorridente quanto ele:

- E então, se divertiu com Cole? - ele perguntou assim que ela se aproximou dele e o beijou, sentindo-lhe o hálito suave da bebida que ele estava tomando.

- Estar com Cole é sempre diversão. Você o conhece bem. Não existe uma gota de tédio nele. Parece que já se levanta da cama pensando em diversão. O problema é ter fôlego para acompanhar aquele hiperativismo todo. - Anne disse se sentando no colo de Gilbert, e experimentando um pouquinho do vinho que estava na taça dele. Por conta de sua gravidez, ela não podia beber nada alcóolico, por isso, ela evitava qualquer bebida que não fosse suco de fruta ou água.

- O que fizeram o dia todo? - Gilbert perguntou com curiosidade.

- Ele me levou a um spa para relaxar, e devo confessar que foi ótimo. Estou me sentindo completamente renovada. - Anne disse suspirando enquanto deitava sua cabeça no ombro de Gilbert.

- Eu fico feliz que tenha se divertido, porém, senti muito a sua falta. - Gilbert disse beijando-a na testa.

- Eu também, amor. Desculpe-me ficar o dia todo fora. - Anne disse dando um beijo no pescoço de Gilbert.

- Tudo bem. O importante é que tenha se divertido. Será que agora podemos subir e tomar aquele banho relaxante juntos que não pudemos tomar hoje de manhã? - ele disse massageando as costas de Anne.

- Claro. Eu ia mesmo sugerir isso.

Assim, Gilbert a pegou no colo e subiu com ela em seus braços até o quarto, e depois a carregou para o chuveiro, onde eles entraram na banheira juntos. Anne amava aquele momento que passara a ser um hábito frequente entre eles. Ela adorava tocar a pele de Gilbert embaixo d'água e sentir-lhe a excitação enquanto ela explorava os músculos dele firmes por entre seus dedos, assim como amava sentir o toque ele em sua pele molhada e sensível, e foi o que fizeram no momento em que a água cobriu o corpo de ambos.

Seus beijos que de início eram calmos, se tornaram quentes demonstrando a saudade que tinham sentido um do outro aquele dia em que passaram separados. Seus corpos se encaixaram enquanto as carícias eram trocadas de maneira cada vez mais urgentes, e a necessidade que tinham de se sentirem intimamente se tornou difícil de controlar. Anne gemeu alto quando Gilbert distribuiu beijos por todo seu pescoço e ombro, e ela o fez sussurrar seu nome quando deslizou seus lábios e língua por todo o corpo ardente de seu noivo, que segurou em seus pulsos aos senti-la perto de sua intimidade pulsante.

- Quer ir para o quarto agora? - ele perguntou com sua voz rouca.

- Não, eu quero você aqui. - Ela disse embriagada pelo aroma dele que a deixava acesa de um jeito torturante.

Então, Gilbert não se controlou mais assim como Anne, e ele deixou que todo o seu desejo por ela se manifestasse da maneira mais intensa possível, e ambos se perderam naquelas sensações intensas que só eram incríveis, porque faziam amor com seus corações. Quando Gilbert a possuiu, Anne respirou fundo, sentindo-o se mover dentro dela com todo cuidado como vinha fazendo desde que ela ficara grávida, mas, ela não se importava, porque assim aquele momento de completa entrega era prolongado, fazendo do instante final uma explosão de prazer imensa. Eles chegaram juntos ao ápice, e quando seus corpos saciados e ainda entrelaçados descansaram um nos braços do outro, Gilbert e Anne precisaram de alguns minutos para reunir forças e sair da banheira. Em seguida, voltaram ao andar de baixo para comerem o jantar que Mary deixara pronto, assistiram a um filme juntos, e quando Anne estava quase adormecida no colo de Gilbert, ele a levou para cima, a colocou na cama, e assim dormiram o resto da noite tranquilamente.

Anne abriu os olhos, e voltou a se encarar no espelho. Sua maquiagem estava pronta, e ela gostou muito do que viu. Seus olhos tinham sido realçados com uma sombra suave azul nas pálpebras, e delineados na parte inferior com lápis também azul, destacando-lhe a cor imensamente. Uma base fina cobria seu rosto dando-lhe um aspecto natural e sutil, e os lábios foram pintados com um batom coral que completava a maquiagem com perfeição. Sua cabelereira também tinha terminado seu penteado. Como seus cabelos estavam enormes, ela optou por fazer vários cachos nas pontas, sobre o qual seria colocado uma tiara com flores.

Quando a manicure estava cuidando das unhas de suas mãos, Cole, Diana, Josie e Ruby apareceram, e o amigo quando a viu quase pronta disse;

- Meu Deus! Como você está maravilhosa! Eu tinha que viver para ver minha ruiva no dia do casamento dela. Agora só falta o vestido para completar o look de princesa.

- Realmente, Anne. Você está linda. Gilbert vai babar quando te ver.- Diana disse tocando-lhe o ombro com afeição.

-, Mais do que ele já baba é impossível. - Ruby disse com um sorrisinho.

- Por falar em meu noivo. Vocês o viram por aí? Quando me levantei hoje, ele ainda estava dormindo, então não tive a chance de falar com ele.

- O Gilbert está com Moody e Jerry. Eles saíram um pouco para tomar algo, pois o Gilbert parecia muito tenso, mas, já voltaram. - Josie informou.

- Eu também queria poder tomar algo mais forte do que chá de camomila. Estou com os nervos à flor da pele. - Anne disse olhando para as amigas.

- Não precisa ficar assim. Vai dar tudo certo. - Diana disse.

- O que poderia dar errado, Anne? Você já agarrou o bonitão. Vão até ter filhos gêmeos juntos. Não tem como Gilbert Blythe escapar dessa. - Ruby disse e todos riram de sus palavras.

- É minha querida. Aquele homem está mais preso a você do que nunca. Você precisa apenas relaxar e curtir o momento. - Cole disse com um sorriso.

Assim que a manicure terminou de fazer suas unhas, Anne foi liberada para o almoço, mas, deveria retornar em meia hora para retocar a maquiagem e colocar o vestido. Deste modo, ela acompanhou os amigos até a cozinha de Mary onde ela lhes serviu um almoço delicioso, mas, como Anne estava tensa, ela mal conseguiu comer um garfada.

- Vamos, Anne, precisa comer. Não vai querer passar mal no altar, não é? - Diana a alertou.

- Não consigo engolir nada. - Ela respondeu tentando acalmar sua ansiedade.

- Coma pelo menos a salada que é leve e não vai pesar em seu estômago. - Cole disse tocando-lhe a mão com carinho, enquanto Anne olhava para o seu prato sem ânimo para comer nada.

- E que tal a lua de mel? Vai ser mesmo no Havaí? - Josie perguntou tentando fazê-la se distrair.

- Sim. Nós a planejamos a meses. - Anne disse com um sorriso sonhador ao se lembrar da viagem que a esperava com Gilbert.

- Aquele lugar é maravilhoso. Eu me lembro da última vez que estive lá com amigos e foi surreal.- Cole disse começando a contar suas aventuras no território havaiano, fazendo todo mundo rir de suas piadas, até mesmo Anne que pensara ser impossível relaxar naquele dia.

Assim que o almoço terminou, ela voltou para o seu quarto onde deveria começar a se vestir para o casamento. Antes, a maquiadora retocou seu batom e sua base, e depois a liberou para que ela colocasse o vestido. No minuto em que o último botão foi fechado, Anne se olhou no espelho e ficou admirando a própria imagem no espelho. Marilla tinha mesmo talento para costurar coisas fantásticas, pois o vestido lhe caía com perfeição.

Por conta do inverno, era um modelo de mangas compridas, tomara que caia com um decote em forma de coração. Ele ia justo até seu busto, e depois caía solto até o chão, com uma saia sobreposta sobre a outra, sendo que a primeira se abria conforme Anne andava sendo possível ver a segunda que era feita de um tecido mais delicado. Todo o vestido fora costurado a mão com pedrinhas de strass que brilhavam conforme a luz se refletia neles.

- Senhorita, está linda. - A cabelereira lhe disse e Anne sorriu com o elogio. Ela estava ansiosa para ver a reação de Gilbert quando a visse vestida daquele jeito. Ele até tentara espiar seu vestido antes do dia do casamento, mas, não lhe fora permitido, mas ainda assim, ele vivia lhe implorando para que ela pelo menos lhe descrevesse o vestido, mas, Anne dissera que ele teria que tentar imaginar como ela estaria vestida no dia do casamento deles, já que a imaginação dele era tão rica quanto a dela. E agora ela estava ali, totalmente pronta para encontrar seu homem no altar, depois de meses de uma espera ansiosa por aquele momento.

Ela saiu do quarto e caminhou até a escada, e quando olhou para baixo, Matthew a esperava com um sorriso no rosto, assim, como Cole e suas amigas. O bom senhor veio até ela, a beijou no rosto e disse:

- Você está linda, filha.

- Obrigada, Matthew. - Anne disse com os olhos cheios de amor pelo seu velho pai adotivo

- Anne, meu amor. Eu nunca te vi tão radiante como hoje. Gilbert vai venerá-la quando te ver entrando na igreja. - Cole disse tocando seu vestido encantado.

- Esse é o vestido que Marilla te fez? - Ruby perguntou espantada.

- Sim. - Anne respondeu orgulhosa de sua mãe adotiva.

- Eu não sabia que ela tinha tanto talento para a costura. - Josie disse impressionada com a beleza e delicadeza do vestido que Marilla havia costurado para Anne.

- Ela sempre teve talento, só não teve muitas oportunidades para mostrá-lo. - Anne respondeu, pegando seu buquê de orquídeas que Diana lhe entregou.

- Essa é sua chance de divulgar o trabalho dela. - Cole disse empolgado com ideia de transformar Marilla em uma estilista de nome.

- Eu o farei, se ela me der autorização para isso. Porém, eu também concordo que ela merece todo o reconhecimento por esse trabalho lindo- Anne disse se encaminhando com Matthew para a saída da casa.

Lá fora uma limusine os esperava, e quando os viu se aproximar, o motorista abriu a porta para Anne e Matthew se sentarem no banco de trás. Os outros amigos os seguiram até a igreja onde o casamento se realizaria.

- Está feliz? - Matthew perguntou assim que a limusine começou a se movimentar.

- Acho que nunca fui tão feliz como estou hoje. Casar com Gilbert é meu sonho de menina, e saber que em poucos minutos ele será meu marido, me faz sentir uma emoção que não consigo explicar.

- Então, aproveite, meu amor, cada segundo desse dia, pois você merece. Eu tenho certeza que esse será apenas o primeiro de muitos dias felizes que você e Gilbert terão um ao lado do outro. - Matthew disse beijando-lhe as mãos.

Assim que chegaram na igreja, o fotógrafo já os esperava junto com Sebastian, Mary e Delfina, que estava encantadora em seu vestidinho de daminha de honra. A porta da igreja se abriu, e Anne sentiu seu coração bater mais forte ao saber que Gilbert estava no altar a sua espera junto com seus padrinhos e os dela. A marcha nupcial começou, e respirando fundo para acalmar sua ansiedade, Anne segurou forte no braço de Matthew e começou a caminhar em direção ao altar seguindo Delfina que ia à sua frente com as alianças. Os olhos de Anne lacrimejaram quando ela viu Gilbert sorrir em sua direção, vestido em um terno escuro, gravata borboleta e seus cachinhos totalmente domados por uma camada de gel que ele usara naquele dia para mantê-los no lugar. A igreja estava repleta de amigos e conhecidos de ambos, mas, Anne não enxergava ninguém a sua frente, a não ser o homem lindo que não parava de olhar pra ela enquanto ela percorria toda a nave da igreja sendo admirada por todos os presentes.

Gilbert não conseguia parar de pensar no quanto Anne estava linda vestida de noiva. Como tinha imaginado, ela o tinha surpreendido, pois em nenhuma das imagens que sua mente criara dela nesse dia poderia se igualar ou mesmo superar a Anne real que vinha em sua direção, com aqueles olhos azuis maravilhosos em um vestido de noiva que conseguira deixá-la ainda mais maravilhosa. Se pudesse , ele eternizaria esse momento, com o qual em tantas noites do seu passado ele sonhara, mas, não pensara que um dia se realizaria, e agora ali estava ele com seu coração aos pulos por ver a mulher de sua vida se aproximar e assim selarem definitivamente seus laços de amor.

Delfina ficou de lado ao se aproximar do altar, e Gilbert veio receber Matthew e Anne que lutava para não chorar e estragar toda maquiagem elaborada que fizera naquela manhã. Matthew apertou a mão do rapaz e disse:

- Cuide bem de minha menina.

- Pode deixar. - Gilbert respondeu emocionado. Em seguida, ele olhou para Anne e disse baixinho.

- Você está incrível.

- Você também. - Anne respondeu.

Neste momento, o padre começou a cerimônia, e enquanto ele falava, Anne e Gilbert se olhavam a todo momento e diziam baixinho "eu te amo", e passaram assim metade da cerimônia sem conseguirem desgrudar seus olhos um do outro, como se estivessem em um planeta que somente pertencia aos dois. Só despertaram daquele transe quando o padre pediu as alianças, e Delfina com todo o seu jeitinho encantador as entregou ao noivo, que colocou a aliança no dedo de Anne enquanto repetia as palavras do padre, e Anne fez o mesmo com ele. Depois Gilbert pegou os votos que estavam no bolso do seu terno, e começou a dizê-los em voz alta:

- Anne, não existem palavra para dizer como me sinto nesse dia único e especial para nós dois, Aqui em minha frente, está a mulher dos meus sonhos, a única que um dia eu almejei em ter como esposa, e a única que sempre foi dona do meu coração, e por essa dádiva eu me sinto o homem mais sortudo do mundo. Por isso, eu te prometo que vou amá-la para sempre com todo o meu coração, e vou cuidar de você e de nossos dois bebês lindos que estão a caminho e que serão em breve parte dessa família maravilhosa que se inicia hoje. Quero que saiba que que de todas as minhas conquistas na vida chamá-la de minha esposa é da qual mais me orgulho., e espero que nunca se esqueça que você sempre será minha Anne com e. Te amo. querida.

Por que Gilbert tinha que ser tão perfeito? Justamente quando ela não podia chorar, e vinha com aqueles votos e acabava com seu autocontrole. Era impossível não se emocionar ao ouvir as palavras daquele rapaz espetacular em todos os sentidos, por isso, ela parou de seu preocupar com sua maquiagem e deixou que as lágrimas corressem livres. Gilbert a beijou na testa, e Anne soube que era sua vez de dizer os votos que escrevera naquela semana, ela apenas esperou por alguns segundos para que sua voz soasse firme e então disse:

- Gil. De todos os homens maravilhosos nesse mundo, Deus me enviou o melhor deles, e por isso, eu sou grata todos os dias por cada momento em que vivo a seu lado. Por sua causa, eu me tornei uma pessoa melhor, e você me ensinou que é muito mais prazeroso partilhar essa vida do que a curtir sozinha, e eu amo a vida que tenho hoje, porque você está nela. E espero fazê-lo feliz assim como você me faz, e também lhe sou muito grata pelos dois cristaizinhos que estão em meu ventre nesse momento compartilhando conosco esse momento lindo. Eu nunca vou poder te mostrar com exatidão o que você significa para mim, mas, quero que saiba que existe muito amor dentro desse coração por você, e vou amá-lo para sempre como sua amiga, sua amante e sua esposa. Eu te amo muito, querido.

Eles se beijaram tornando aquele instante inesquecível para todos que tinham vindo ali presenciar a consagração de um amor que vencera a barreira do tempo, de sofrimento, tristezas, novas separações, e que agora era coroado com aquelas palavras mágicas saídas do coração de duas pessoas que se amavam desde sempre e que continuariam a se amar até que não restasse mais nada nessa mundo que pudesse separá-los novamente.

- Eu os declaro marido e mulher. - Essas últimas palavras do sacerdote foram aplaudidas por todos, e o casal de noivos não conseguia esconder seus olhares cumplices e sorrisos de felicidade.

Depois desse instante, todos se encaminharam para Green Gables onde a festa se realizaria, e quando Gilbert e Anne chegaram lá foram ovacionados por todos os presentes com uma chuva de pétalas de rosas. Eles foram abraçados por Marilla e Matthew, depois por Daniel e Gabriela que não escondiam a satisfação de ver os dois finalmente juntos e felizes depois de saberem de toda a história de ambos.

Eles tiraram muitas fotos durante a festa, conversaram com todos os convidados, se divertiram, dançaram, até que chegou a hora de Anne jogar o buquê. Diana não iria participar por motivos óbvios, Gabriela também não quis, pois disse que embora estivesse noiva, ela já tinha sido casada uma vez, por isso, não achava que deveria participar, mas, todas as outras garotas da festa se enfileiraram atrás de Anne, e quando ela atirou o buquê quem pegou foi Ruby, que gritava toda animada, olhando para Moody que lhe mandou milhares de beijos, prometendo com o olhar que o próximo casamento a acontecer em Avonlea seria o deles.

O próximo momento da noite foi a valsa dos noivos, e quando Gilbert tomou Anne nos braços, ela se sentiu como uma princesa em um conto de fadas dançando com seu príncipe em um baile feito especialmente para os dois. Anne também dançou com Matthew que não quis perder aquele privilégio de pai adotivo, depois foi a vez de Daniel e por último, Anne dançou com o Dr. Phillips que tinha deixado Gilbert extremamente feliz com sua presença na cerimônia de ambos.

Quando o relógio marcava oito horas, Anne e Gilbert perceberam que era a hora de irem para o aeroporto, por isso, com a ajuda de Diana e Josie, ela foi para seu antigo quarto, tirou seu vestido de noiva colocando-o com cuidado em cima da cama, e vestiu o conjunto de calça e bata que Diana tinha trazido para ela mais cedo.

- E então, como está se sentindo? - Diana perguntou enquanto ajudava Anne a escovar os cabelos.

- Plena, completa, tão feliz que poderia sair voando por essa janela feito um passarinho. - Anne disse sorrindo de orelha a orelha.

- Fico tão feliz por você ter se casado com o amor de sua vida. Acho que não existe felicidade maior que essa, além é claro de ser mãe, e isso você vai experimentar daqui a alguns meses.

- Sim, estou tão ansiosa, Diana. - Anne disse olhando a amiga pelo espelho.

- É a sensação mais sublime do mundo, Anne. Só quem é mãe sabe o que isso significa. - Ela disse abraçando Anne mais uma vez.

- Bem, creio que é hora de ir, Gilbert está me esperando.- Anne disse dando um beijo em cada uma das amigas, depois, acompanhada por elas, a ruivinha foi se despedir de todos que haviam comparecido ao casamento, e por último deu um beijo e Matthew e Marilla que disse a ela e Gilbert.

- Por favor, quando chegarem lá, não deixem de nos avisar.

- Nós prometemos. - Gilbert respondeu. Depois com um último aceno ele entraram em um táxi e quando estavam lá dentro, Gilbert disse baixinho no ouvido de Anne:

- Enfim sós, Sra. Blythe. - Anne tocou o rosto dele com carinho e com os olhos brilhando, ela disse:

- Eu te amo.

- Eu também te amo. - Gilbert respondeu com um daqueles sorrisos que fazia o coração de Anne cantar mesmo sem música.

Eles trocaram um beijo apaixonado, e ao se separarem, Anne aconchegou sua cabeça no ombro de Gilbert enquanto ele a abraçava pela cintura, e um sorriso imenso se desenhou em seus lábios ao pensar que seu futuro ao lado daquele homem incomparável estava começando naquele instante.


-Abaixo o vestido da Anne que imaginei mais ou menos assim:

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