Capítulo 75- Para sempre
Olá, pessoal, mais um capítulo postado. Espero que gostem e me deixem seus comentários, para saber se estão gostando da história. O capítulo está bem leve, então, acredito que possam apreciar a leitura. Obrigada por tudo. Beijos.
ANNE
O aroma do Natal que se espalhava pelo ar, e que fazia com que mais e mais pessoas saíssem pelas ruas encantadas com a data que se aproximava deixava Anne cheia de animação. Ela adorava todo aquele clima de festa, o cheiro das comidas típicas que se espalhavam pelas cozinhas, as árvores de Natal enfeitadas com enfeites antigos e cheios de significados seguindo uma tradição familiar, e a neve branquinha que dava a todo esse cenário um toque romântico e doce.
Era o primeiro Natal que passaria com Gilbert, depois de anos e estava cheia de expectativas de como seria, ainda mais agora que seu bebezinho estaria com eles, abrigado pelo ventre de Anne que começava a crescer devagar.
Todos os dias após o banho, ela observava a sua própria imagem no espelho, e se sentia maravilhada com a pequena elevação em sua barriga. Anne se sentia emocionada ao pensar na capacidade feminina de reproduzir algo divinamente concedido pela natureza. Ela respeitava e entendia as suas amigas que diziam não querer ter um filho, mas ainda assim, ela pensava que nenhuma delas tinha consciência da plenitude que era carregar um fruto de amor dentro de si por nove meses, e depois ver esse fruto crescer diante de seus olhos, enquanto se buscava características suas e do homem amado na cor dos olhos, formato da boca ou no jeito de sorrir.
Anne resplandecia de felicidade, e os olhares de Gilbert cheios de fascinação e uma paixão crescente lhe dizia que ele também se sentia como ela. Seu noivo era o responsável por seus dias serem tão leves, e se ela se sentia amada antes, agora ela se sentia adorada, pois Gilbert lhe fazia todas as vontades, bastava que pedisse e ele não se poupava de nada, e não que Anne fosse uma grávida caprichosa que exigisse coisas demais, ela até se incomodava com a necessidade que Gilbert sentia de dar-lhe tudo e ralhava com ele por isso, porém, ele sempre respondia que ela era a mãe de seu filho, e portanto, ele queria que ela é o bebê tivessem o melhor que ele pudesse lhes dar, assim, ela acabava cedendo e deixando que ele a mimasse como queria.
A medicação que Gabriela lhe passara fizera maravilhas por ela, e os enjoos passaram a ser menos frequentes durante o dia, por isso, ela conseguia se alimentar melhor, e a fraqueza excessiva das primeiras semanas tinha melhorado oitenta por cento, e ela quase chorou de alívio quando fez os exames para constatar a quantidade de ferro no seu organismo, e descobriu que a anemia tinha se curado.
Seu corpo já se adaptara bem a gravidez, e depois de um mês, ela já conseguia sair de casa com mais frequência sem sentir-se mal. Porém, alguns incômodos permaneciam como queda de pressão na hora de acordar, ou os enjoos matinais que eram os únicos que a medicação de Gabriela não tinha conseguido eliminar por completo, mas, pouco a pouco ela ia se fortalecendo fisicamente e aprendendo a diblar essas inconveniências.
Assim que tivera liberação de Gabriela, ela passara a fazer caminhadas a curtas distâncias sempre acompanhada de Gilbert ou Cole que se aproximara ainda mais dela naquele período. Ele literalmente se tornara o tio babão, e não a deixava um minuto sequer sozinha caso Gilbert estivesse de plantão, ou trabalhando horas extras, e ela achava uma delícia o tipo de cuidado que o amigo tinha com ela. Se Gilbert a tratava como se fosse de cristal, Cole Mackenzie conseguia ainda ser pior, porque quando estavam juntos no apartamento dela, ele lhe preparava todas as comidas que ela gostava, não deixava que ela se levantasse do sofá sequer para tomar água, cuidava de seu cabelão enorme, hidratava sua pele e ainda fazia suas unhas melhor que sua manicure.
Anne costumava brincar que se a carreira dele como artista não desse mais certo um dia, ele poderia abrir um centro de estética que faria um grande sucesso.
Brincadeiras à parte, Anne pensava no quanto era reconfortante ter pessoas ao seu redor tão empenhadas em fazê-lá se sentir bem, e ter um amigo como Cole, e um companheiro como Gilbert fazia toda a diferença em sua vida.
Diana não pudera vir como prometera, pois Laura acabara adoecendo e exigira sua atenção, e Anne entendia que a família vinnha em primeiro lugar, e se estivesse no lugar dela também não arredaria o pé do lado de seu filho, portanto, quando a amiga ligara aborrecida lhe pedindo mil desculpas por quebrar uma promessa, Anne lhe dissera que estava tudo bem, e que ela não deveria se preocupar, pois se veriam em poucas semanas.
Essa conversa tinha sido a quase um mês, e a uma semana do dia se Ação de Graças, ela percorria o shopping com Cole adiantando suas compras de Natal. Ela e Gilbert viajariam para Avonlea, pois queriam passar aquela data com Matthew ele Marilla e contar sobre o bebê, depois aproveitariam as férias de Gilbert e esticariam a estadia até o Natal, porque Anne não abria mão de comemorar essa data importante com seus pais adotivos e seus amigos queridos.
- Não acha que devemos parar para você descansar um pouco, Anne? - Cole perguntou, preocupado por terem caminhado por muito tempo em busca dos presentes perfeitos que Anne insistira em comprar naquele dia.
- Eu estou bem, Cole. Não se preocupe. - Anne respondeu parando em frente a uma loja e examinando os enfeites de Natal com os quais encheria seu apartamento. Ela nunca fizera isso nos outros anos, porque nunca ficava em casa nessa época e porque não sentia que tinha um motivo forte para fazê-lo. Natal queria dizer família, entes queridos, uma casa para onde voltar em ocasiões como aquela, recarregar suas energias, dar e receber amor de volta daqueles que lhe eram mais caros, e até a um ano atrás ela não podia dizer que tinha muito disso em Nova Iorque. Sua única parenta era sua tia Amélia, cuja casa Anne nunca considerara como sua. Ela tinha Green Gables, mas como ficara sete anos sem visitá-la, Anne não sentia que tinha direito de aparecer quando quisesse, e só percebera que aquilo tudo for uma grande bobagem da parte dela quando pisara de novo na fazenda dos Cuthberts e entendera que sua alma sempre estivera ali, mesmo vivendo todos aqueles anos distante.
Contudo, naquele ano seria diferente, pois ela comemoraria aquele dia especial com os amores de sua vida, e assim compensaria todo o tempo em que passara fugindo de reuniões íntimas, porque se sentia sozinha com saudade de algo que nunca tivera, e era por isso, que iriam para Avonlea, pois Anne decidira que queria uma festa em família com tudo o que tinha direito, especialmente agora que já tinha ganho o maior e melhor presente de sua vida.
- Anne, eu ainda acho que você deveria se sentar um pouco. Eu fico preocupado com toda essa sua disposição para caminhar desse jeito de repente. Até outro dia você estava de repouso, e agora parece que está pronta para enfrentar uma maratona. Não acho que devia abusar assim.- Cole aconselhou.
- Tudo bem, Cole. Vamos nos sentar, então. Você parece pior que o Gilbert. - Anne disse bufando, enquanto se encaminhava para uma lanchonete com Cole bem atrás dela. Ela encontrou uma mesa vazia perto da janela, e assim que se sentaram, um garçom apareceu perguntando o que gostariam de pedir. Anne pediu um suco de laranja sem açúcar, Cole uma água com gás, e logo que o rapaz se afastou, o amigo observou o rosto da amiga que parecia mais corado e saudável que a quase um mês antes e comentou:
- Você está cada vez mais linda, minha amiga. – Anne sorriu com o elogio. Gilbert lhe dizia isso todos os dias, e ela acabava se sentindo lisonjeada pela maneira como seu noivo dizia isso sempre que acordavam ou se deitavam juntos na enorme e confortável cama de casal de seu quarto. E ela acreditava em cada palavra, mesmo que às vezes achasse impossível que ele conseguisse encontrar alguma beleza em seu rosto pálido após uma crise de enjoo, ou quando ela se levantava sentindo-se tão cansada que era quase impossível sorrir, mas, contar com admiração dele mesmo nesses momentos massageava-lhe o ego demais.
- Obrigada. Infelizmente, eu nem sempre me sinto a mais atraente das mulheres, especialmente neste último mês em que meu corpo vem mudando aos poucos. - Anne disse com um suspiro.
- Está maluca? Como pode pensar isso? Sua pele está reluzente, seus olhos parecem duas joias raras, e essas suas curvas mais acentuadas lhe dão um ar majestoso, minha amiga. Se eu gostasse do sexo oposto, Gilbert teria um sério concorrente.
- Quando foi que Cole Mackenzie se tornou tão galanteador? Jordan sabe que o namorado dele vem cortejando amigas grávidas? - ela disse em tom de brincadeira e Cole respondeu:
- Jordan e eu temos passe livre, ou seja, cada um faz o que quer e quando quer. Você me conhece, Anne, não aceito algemas em um relacionamento. - Cole disse cruzando as mãos embaixo do queixo.
- Eu achei que seu relacionamento com Jordan fosse sério. - Anne disse surpresa com a confissão do amigo. Desde que se conheciam, Cole vinha pulando de galho em galho, nunca assumindo nada concreto ou definitivo, e Jordan era o primeiro namoro que durava mais que três meses, por isso, pensara que o amigo resolvera sossegar daquela vez, mas, pelo jeito estava enganada.
- Nós temos um relacionamento aberto, ou seja, não somos namorados oficiais. Não gosto de nomenclaturas, e muito menos de assumir algo definitivo. Eu gosto de Jordan, e ele parece gostar de mim, porém, não estou pronto para juntar nossas escovas de dente.
- Mas, ele nunca te propôs nada mais do que ficadas ocasionais?
- Sim. Na verdade, ele queria que eu conhecesse sua família e queria que eu o apresentasse a minha como meu companheiro oficial, porém eu disse não. - Anne o olhou espantada e perguntou:
- E ele aceitou sua recusa sem tentar argumentar o contrário?
- Sim, mas, eu lhe disse que era isso ou ele poderia esquecer o número do meu telefone. Ele sabia os meus termos quando começamos, eu nunca disse que poderia mudar de ideia no meio do caminho. - Cole disse dando de ombro.
- Não acha que foi meio radical? Jordan é um bom rapaz, Cole. - Anne repreendeu o amigo com carinho.
- Eu sei, mas, ele aceitou minha oferta, e estamos muito bem assim.- ele disse encerrando o assunto.
Naquele momento, o garçom voltou com as bebidas, e enquanto Anne saboreava seu suco, Cole perguntou:
- E como está o pai mais sexy do momento? – Anne riu sabendo que ele se referia a Gilbert.
- Cada vez mais sexy e gostoso. - Anne respondeu entrando na onda do amigo que adorava tecer comentários picantes a respeito de seu namorado, não que ele não tivesse razão. Era quase impossível não pensar em Gilbert naqueles termos, ele a deixava excitada apenas com um sorriso, ainda mais naqueles dias em que seu nível de hormônio estava nas alturas.
- Eu sempre soube que ele seria um pai babão. E imagino a felicidade dele com essa gravidez.
- Ele realmente está nas nuvens. Não para de falar do bebê e de como quer partilhar comigo cada segundo. Ele tem ido comigo a todas as consultas, cuida da minha alimentação, e sempre está lá para segurar em minha mão em meus piores momentos. Confesso que não pensei que ele seria um noivo tão dedicado, não por falta de amor, mas, por conta de seu acúmulo de funções no trabalho. Gilbert me disse que eu seria sua prioridade, e não mentiu. - Esse era outro ponto que Anne vira mudar em Gilbert. Em outros tempos, ele resolveria todos os problemas no trabalho primeiro antes de vir para casa, e cobriria todos os horários do hospital no quais precisassem deles, mas ultimamente, ela vira seu noivo recusar muitos chamados de última hora somente para ficar com ela, e unicamente por esse gesto tão desprendido, ele ganhara ainda mais o coração dela.
- Ficou feliz que Gilbert esteja cuidando de você dessa maneira. Eu não esperaria menos dele, uma vez que ele vem fazendo isso desde que éramos crianças. - Cole disse tomando sua água de uma só vez.
- Exceto pelos sete anos que ficamos sem nos falarmos. - Anne disse sem ressentimento algum. Aquele tempo já não a magoava mais. Ela entendia que tinha criado uma fantasia em sua cabeça, colocando Gilbert como o vilão e ela como a donzela ofendida, para despois descobrir que tudo não passara de um mal entendido, e que ela sofrera à toa. Quanto tempo desperdiçado que ela poderia ter passado com Gilbert, e vivido uma vida completamente diferente. Porém, também compreendia que não adiantava chorar sobre o leite derramado, o melhor a fazer era deixar o passado enterrado, e viver o momento presente ao lado do homem de sua vida e de seu lindo bebezinho que estava a caminho.
- Você sabe que que a culpa não foi dele.- Cole disse olhando para ela de um jeito sério.
- Eu sei que não, e nem penso mais nisso. Gilbert e eu já vivemos tanta coisa juntos, e ele já me provou de muitas maneiras que me ama verdadeiramente que aquela mágoa que eu sentia desde meus catorze anos desapareceu a muito tempo. Não quero mais viver pela metade, Cole. Depois que descobri o que é ter um homem que me valoriza pelo que sou por dentro e não só pelo exterior, eu encontrei o meu caminho para a felicidade.
- Gilbert sempre foi o homem certo para você. Não sei como demorou tanto para perceber.
- No fundo eu sempre soube, só não queria admitir por um orgulho idiota e uma mágoa infantil.
- Que bom que teve tempo para perceber isso antes que fosse tarde. - Cole disse com um sorriso. Ele estava feliz por ver que sua amiga quase irmã tinha realmente encontrado o caminho dela.
- Creio que é hora de ir. - Anne disse consultando a hora no relógio. Gilbert sairia do trabalho dali a pouco e ela queria estar em casa quando ele chegasse.
Deste modo, ela e Cole deixaram a lanchonete e o amigo a levou de carro até na porta do seu edifício, de onde se despediram. Não se veriam mais até o Natal, pois Cole viajaria com amigos para as festas de fim de Ano, e como Anne estaria com Gilbert em Green Gables, as chances de se encontrarem seriam mínimas.
Anne já tinha lhe dado seu presente antecipado. Ela lhe comprou uma carteira de couro e uma camisa azul marinho que combinaria incrivelmente com sua pele clara e cabelos louríssimos, e ele lhe dera um pingente de ouro delicado em formato de coração em uma corrente fina também de ouro com a qual Anne ficara encantada. Cole sempre tivera bom gosto, e nunca decepcionava quando a presenteava em alguma ocasião. Assim como Gilbert, ele sabia o que a agradava e Anne sempre fora mais adepta a presentes significativos do que pelo seu valor em espécie.
Quando entrou no apartamento, Anne arrancou os sapatos aliviada. Ela adorava andar descalça pela casa, e a não ser por suas enormes pantufas que vestia logo que se levantava da cama, e passava o dia com eles, ela não colocava mais nada nos pés. Gilbert não gostava desse hábito, pois dizia que não era muito saudável que ela passasse tanto tempo com os pés nus em contato com o chão frio, porém sendo um mau hábito ou não, Anne não conseguia se livrar dele, pois adorava a sensação de liberdade que isso lhe dava, principalmente porque passava a maior parte do tempo em cima de saltos posando para fotos.
Logo, ela estava na cozinha preparando algo para comer e cantarolava uma de suas músicas preferidas, quando ouviu a campainha tocar. Ela franziu a testa, pensando em quem poderia ser já que não esperava visitas.
Quando abriu a porta, ela levou um susto ao ver um rapaz com uma caixa enorme, e pensou se ele não tinha errado de endereço, mas quando ele disse seu nome, Anne percebeu que aquele pacote enorme era mesmo para ela, e perguntou curiosa:
- Poderia me dizer por favor quem me enviou essa encomenda? - o rapaz passou os olhos pela nota fiscal que acompanhava o presente e respondeu sorrindo com simpatia:
- A encomenda está no nome de Cole Mackenzie. - Anne agradeceu e sorriu para si mesma. Como não imaginara que ele aprontaria alguma antes de sair para suas merecidas férias de fim de Ano? E ela sequer desconfiara de alguma coisa enquanto estivera com ele naquela tarde, e pelo jeito ele fizera tudo em segredo, de um jeito que ela nunca teria imaginado que ele estava lhe preparando aquela surpresa.
Não aguentando mais de curiosidade, Anne empurrou a caixa para até no meio da sala, e abriu o pacote, rasgando o embrulho bonito e bem feito de uma só vez.
Seus olhos azuis se encheram de lágrimas ao ver as peças separadas que juntas formavam um lindo berço de bebê, e vinha acompanhado de vários acessórios que a deixaram mais emocionada ainda. Dentro da caixa havia um bilhete com a caligrafia pequena desenhada de Cole que dizia:
Querida Anne,
Espero te lá surpreendido com meu presente, e que você tenha se apaixonado por ele assim como eu ao botar os olhos nele. E aproveito para dizer que com isso já estou me candidatando a vaga de padrinho desse bebezinho lindo e já tão amado por todos nós. Feliz Natal minha querida, e espero que seu Ano Novo seja tão feliz quanto esse, apesar dos pesares, fortalecendo cada vez mais esse amor inspirador entre você e nosso doutor maravilhoso.
Com amor, Cole.
As lágrimas rolaram intensas pelo seu rosto, ao olhar para aquele presente adorável que Cole lhe dera. Ele realmente era uma pessoa rara, daquelas que dificilmente se encontrava em qualquer lugar. Eles eram amigos de uma vida inteira, e quando estivesse bem velhinha Anne ia querê-lo junto a ela, porque não conseguia imaginar não tê-lo ao seu lado pelos próximos cinquenta anos. Quando ela fora embora para Nova Iorque, Cole fora o único elo entre ela e sua adolescência em Avonlea, e quando ela retornara, ele continuara a conectá-la ao seu passado, e por isso, ele lhe era tão precioso e tão amado.
Quando Gilbert retornou do trabalho naquele dia, encontrou Anne sentada no chão, com os papéis do embrulho à sua volta, e com um pequeno livro nas mãos, o qual ela lia com atenção. Ele se agachou ao lado dela e perguntou:
- O que é tudo isso, meu amor?
- Um presente do Cole para o nosso bebê. - Anne respondeu radiante.
- Ele nos deu um berço? - Gilbert perguntou surpreso.
- Sim. Não é um presente incrível? E olha todos os acessórios que vem com ele. Não vejo a hora de montá-lo.
- Por que não fazemos isso agora mesmo? - Gilbert sugeriu também animado com a ideia.
- Você quer mesmo fazer isso agora? Não está cansado? - Anne disse observando-lhe o rosto bonito com traços de cansaço.
- Isso é simples de fazer e não vai demorar nada. - ele respondeu, pegando na mão de Anne e ajudando-a a se levantar.
-Se você está disposto, então vou ajudar. - ela disse batendo palmas de contentamento.
- De jeito nenhum. Você não pode carregar peso. Eu vou montar o berço e você fica olhando. - ele disse com firmeza.
- Não seja estraga prazeres, Dr. Blythe.- Anne disse fazendo cara e aborrecida. Gilbert não se fez de rogado, a puxou para seus braços e lhe deu um beijo intenso que a fez se esquecer de seu aborrecimento momentâneo, e quando ele a apertou contra o próprio corpo, esse aborrecimento já tinha virado fumaça. Quando Gilbert separou seus lábios dos dela, ele disse com um sorriso vitorioso nos lábios.
- É assim que vai ser toda vez que reclamar de alguma coisa.
- Então, acho que vou arrumar um milhão de coisas sobre as quais vou querer reclamar. - ela disse enroscando os dois braços em volta do pescoço dele.
- Sabia que ia gostar da ideia.- Gilbert disse beijando-a na ponta do nariz e levando-a para o quarto do bebê onde o berço seria montado, enquanto ouvia as gargalhadas de Anne ecoar por todo o apartamento.
GILBERT
Gilbert olhava para sua obra terminada com as mãos na cintura e sorria. O bercinho amarelo tinha sido montado no centro do quarto e sobre ele fora colocado um véu branco, onde várias estrelinhas, abelhas de brinquedo, borboletas coloridas e joaninhas foram presas no tecido, dando ao berço um toque especial.
Ele olhou para Anne, e os olhos dela brilhavam felizes, e essa visão lhe deu um prazer inesperado. Era por isso que vivia, para fazê-la feliz, e esperava que esse sentimento durasse para sempre. Gilbert se aproximou dela, e a abraçou pela cintura enquanto sua noiva não tirava os olhos do berço, parecendo totalmente hipnotizada pela delicadeza do presente de Cole.
- Ficou lindo. Obrigada. - ela disse beijando-o no rosto. Cole não poderia ter me dado melhor presente que esse.
-Concordo com você. Ele realmente teve uma excelente ideia e de muito bom gosto, eu devo admitir.
- Temos que começar a decorar logo esse quarto. Quero trocar o papel de parede, enchê-lo de bichinhos de pelúcia, almofadas coloridas, também quero um daqueles armários infantis onde irei guardar todas as roupinhas que comprar e ganhar no meu chá de bebê.- Anne disse parecendo tão eufórica que Gilbert teve que conter sua empolgação ao dizer:
- Faremos tudo isso amor, mas, antes temos que nos ocupar com o casamento, você se lembra? Faltam apenas dois meses e você já anda bastante sobrecarregada. Eu sei que Cole tem te ajudado com a maior parte dos preparativos, mas, ainda assim, você anda trabalhando mais do que eu gostaria. E também começou a tirar as fotos para a nova agência, e é muita coisa para uma garota grávida de um mês. Quero que descanse e não pense mais em nada por hoje. A decoração do quarto do bebê pode ser feita depois do casamento.
- Mas, Gilbert...- ela começou a protestar, porém, Gilbert deu o assunto por em cerrado.
- Chega de mas, vamos sair daqui e ir direto para a cozinha onde pretendo alimentar direito essa ruivinha teimosa. Aposto que ficou a tarde toda envolvida com o presente de Cole que se esqueceu de comer. - A cara culpada que ela fez deu a Gilbert a certeza de que ele tinha acertado na mosca.
- Eu sabia...- ele disse balançando a cabeça.
- Gil, desculpa, eu me esqueci. Você está zangado? - ele percebeu a apreensão no rosto dele, e tentou suavizar sua voz cujo tom parecera um pouco mais duro do que o normal.
- Amor, eu nunca fico zangado com você, porém, me preocupa essa sua capacidade de se esquecer e pular refeições importantes. Você acabou de sair de um quadro de anemia, e não é porque está melhor que pode descuidar desse jeito, Anne. Isso é sério, e pode comprometer tanto a sua saúde quanto a do bebê.
- Eu prometo que não vou mais esquecer de me alimentar. Foi somente dessa vez que me deixei levar pela surpresa do presente.
- Anne, eu quero que entenda, que mesmo um pequeno deslize pode causar danos a sua gestação, ou mesmo, provocar outro quadro de anemia que talvez não seja tão fácil de resolver dessa vez .- ela baixou a cabeça um tanto constrangida por ter sido repreendida por Gilbert daquela maneira e ele realmente não gostava de ter que chamar a atenção dela para aquele fato, mas, ela tinha que entender que o risco ainda existia mesmo que ela estivesse livre dele momentaneamente.
– Amor, não quero que fique chateada. Eu apenas estou te alertando para o que pode acontecer quando você negligencia sua saúde. Agora você não pode pensar apenas por um.
- . Vou prestar mais atenção no horário e respeitar os intervalos entre as refeições.- ela disse abraçando-o com força.- Eu não quero que nada prejudique nosso bebê. Fui uma tola e inconsequente, e você tem razão, tenho que levar em conta que existe outro ser humano que depende de mim aqui dentro. - ela colocou a mão sobre o abdômen, e o olhar de Gilbert se enterneceu, fazendo-o se perguntar se não tinha exagerado na sua maneira de falar com Anne. Ele às vezes se esquecia que que ela precisava mais de sua presença como pai de seu filho e futuro marido do que do médico cirurgião que a fazia se lembrar de cada deslize seu como mãe de primeira viagem. Assim, ele tentou compensar sua falta de jeito dizendo:
- Vem cá. - a a trouxe para seus braços por alguns segundos sem dizer nada, apenas deixando que ela sentisse naquele abraço todo o seu conforto carinho e amor. Em seguida, ele a puxou pela mão e disse:
- Vamos até a cozinha ver o que podemos preparar para o jantar. Tem preferência por algo especial esta noite?
- Acho que uma sopa cairia bem. Não quero comer nada muito pesado, você sabe que com a gravidez minha digestão se tornou um pouco lenta, e por isso prefiro não me arriscar a passar mal depois.
- Ótimo. Vamos fazer uma sopa deliciosa. - Gilbert puxou Anne pela mão, e foram juntos para a cozinha preparar o jantar que ficou pronto em menos de vinte minutos.
Gilbert gostava desses momentos em família em que podia desfrutar com Anne de maneira despreocupada. Ela também parecia apreciar essa intimidade a dois. Era divertido preparar o jantar com ela e vê-la tão concentrada em realizar uma tarefa simples como descascar batatas.
Ela era capaz de transformar qualquer atividade em algo extremamente animado ou engraçado, e nada que fizessem juntos era enfadonho. O bom humor de Anne era contagiante, assim como sua companhia era estimulante, e com toda sua irreverência, ela acabara mudando um lado de Gilbert que por metade de sua vida tinha por característica uma seriedade severa, mas depois que começaram a namorar e a convivência se tornara constante, Anne lhe mostrara um lado mais leve da vida, e Gilbert deixara um pouco de lado o peso de ser um médico e lidar com realidades pesadas e não tão felizes todos os dias, para encarnar um outro personagem menos austero, e assim ele descobriu que poderia muito bem lidar com seu lado racional e emocional sem entrarem em um eterno conflito.
A sopa ficou pronta, e observando Gilbert colocar os últimos ingredientes que faltavam para deixá-la mais saborosa, ela disse:
- Vou tomar um banho antes do jantar.
- Espere por mim que vou com você. – ele disse, lavando as mãos e desligando o fogo. Enquanto o aroma da comida se espalhava pela cozinha toda. Gilbert tinha caprichado nos acompanhamentos da sopa, pois queria que o apetite de Anne fosse despertado e assim a fizesse ter vontade de comer um pouco mais do que vinha fazendo. Ela estava seguindo à risca a dieta que Gabriela passara, mas, ainda precisava melhorar sua ingestão de alimentos riscos em fibras e proteínas, e Gilbert estava cuidando dessa parte pessoalmente. Ele conseguira fazê-la comer carne branca que era mais saudável que a vermelha, introduzira alguns legumes que ela nunca consumiria se ele não insistisse que eram bons para o desenvolvimento do bebê, e os que ela realmente não conseguia ingerir, ele introduzia em sucos que eram mais fáceis de engolir do que se ela tivesse que mastigá-los rejeitando o seu sabor.
Eles entraram no banheiro juntos, e enquanto Anne se despia, Gilbert testava a água da banheira. Ela se sentou no meio das espumas perfumadas, e ele se juntou a ela, puxando Anne para seu peito, encaixando seus quadris e entrelaçando as pernas. Aquilo era um ritual que seguiam todos os dias agora, assim que ele chegava do trabalho, e era um momento bastante apreciado por ambos porque havia ali uma troca diferente de todas as outras onde eles partilhavam suas impressões e descobertas sobre a gestação dela que avançava pouco a pouco, e se maravilhavam com o milagre da vida que acontecia dentro dela de maneira tão mágica.
Gilbert pegou a esponja de banho e massageou os ombros dela até sentir que ela relaxava e deitava sua cabeça no ombro dele. Então, ele passou-a pelos seios de Anne suavemente, descendo as mãos até alcançar seu abdômen, onde a massagem durou por mais tempo em movimentos circulares, se prolongou ao longo das coxas e depois voltou para o abdómen fazendo o caminho contrário. Anne suspirou baixinho, e Gilbert continuou massageando-a por inteiro até que percebeu que ela quase cochilava. Era uma tática que ele descobrira que ela apreciava muito, pois livrava-a de qualquer tensão que estivesse dominando-lhe o corpo ou o espirito, e também dava a Gilbert a oportunidade de cuidar um pouco mais dela do jeito que mais gostava, dando-lhe todo o carinho e atenção que ela merecia.
Quando sentiu que a água esfriava, ele a fez se levantar sobre protestos dela que queria ficar mais um pouco ali com ele, ajudou-a a se secar e a se vestir, e depois foram para a cozinha comer a refeição que ele preparara. E foi um verdadeiro prazer vê-la se alimentar de verdade, pois geralmente à noite, Anne tinha dificuldades para consumir os alimentos, por conta da indigestão que sentia, muito comum em grávidas nos primeiros meses, por isso. ela sempre acabava tomando apenas uma vitamina reforçada.
- Amor, essa comida está uma delícia. Nem estou sentindo meu estômago pesar. – Anne disse acompanhando a sopa com torradas integrais.
- Ainda bem que gostou. Já estava ficando preocupado com sua recusa em se alimentar direito à noite. Eu sei que sua indigestão tem incomodado muito, mas, precisa se esforçar para vencer mais essa barreira. - Ele estendeu a mão e acariciou seus cabelos ainda úmidos do banho, e o cheiro de maçã do condicionador dela agradou imensamente seu olfato, fazendo-o inspirar várias vezes para sentir mais daquele odor divino.
- Eu tenho tentado, mas, não é tão fácil. - Anne disse terminando a sopa e colocando a colher de lado.
- Eu sei que não fácil, mas, é por isso que vou te ajudar. Vou tentar preparar refeições mais leves na hora do jantar, e talvez assim esse incômodo possa ir desaparecendo aos poucos, ele explicou e depois fez uma pausa ao perceber que ela o olhava fixamente.
- O que foi ?
- Eu estava pensando na sorte que tenho por ter um noivo tão dedicado. A maioria não teria a metade da paciência que você tem comigo. - ela disse com a voz cheia de admiração.
- Não é nada demais. Apenas quero que você se sinta bem, e possa ter uma gravidez tranquila. Você já passou por perturbações demais nos últimos tempos, e não quero ver você preocupada com mais nada.
- Você sabe que faz por mim mais do que deveria. Com todas as suas obrigações no trabalho, e ainda encontra tempo para me fazer essas comidinhas deliciosas. Diz para mim que você não é o cara com quem toda mulher sonha? - Anne disse se levantando e ficando de pé ao lado da cadeira de Gilbert, que percorreu o olhar por todos os detalhes do rosto dela e disse:
- Você é que é a mulher com quem todo homem sonha, e eu é que tenho que dizer que o sortudo nessa casa sou eu, porque tenho seu amor incondicional, e agora esse filho que nos aproximou ainda mais.- ele se levantou também e colocou as mãos nos ombros delicados dela fazendo-lhe um carinho suave.
- Se existe uma pessoa que sempre mereceu meu amor foi você. Eu nunca te pedi desculpas pelos sete anos que ficamos separados, e por infantilidade minha, eu te julguei e condenei sem lhe dar o benefício da dúvida.
- Esquece isso, amor. Tudo aconteceu a tanto tempo. Eu senti muito a sua falta naqueles anos sem ter notícias concretas suas, mas nunca senti raiva ou ressentimento. Para mim isso está morto e enterrado. Quero que vivamos o presente, e que nos preparemos para o futuro que está logo aqui à nossa frente, e crescendo dentro de você.- ele disse sorrindo alisando com os dedos as rugas de preocupação na testa dela.
- Eu também, mas eu tinha que te pedir desculpas por isso. – Anne se aproximou dele e espalmou as mãos no peito dele coberto por uma camisa xadrez flanelada.
- Desculpas aceitas. Agora, princesa, o que quer fazer? - Gilbert perguntou, ajeitando algumas mechas de cabelo dela em sua testa.
- Qual é a programação da noite, Dr. Blythe?- ela disse em tom de brincadeira.
- Podemos assistir um filme na TV, e depois cama, pois vamos viajar amanhã cedo para Avonlea. E quero que você descanse bastante, pois viagens de avião nem sempre são confortáveis para grávidas. Você pode enjoar com a altitude. - Gilbert a abraçou pela cintura, e a levou até a sala.
- Mas, você vai estar lá para cuidar de mim. - Anne afirmou deitando-se no colo de Gilbert que se acomodou no meio das almofadas coloridas do sofá.
- Eu sempre vou cuidar de você, cenourinha. Até que fique bem velhinha. - ele disse rindo ao se lembrar do apelido que costumava chamá-la quando eram crianças somente para irritá-la.
- Sabe que eu detestava esse apelido? Mas, pensando por outro lado, até que ele tem seu charme. - Anne disse, brincando com a mão de Gilbert em seus cabelos.
- Você sempre foi charmosa da cabeça aos pés.- ele disse deslizando as mãos pelas curvas um pouco mais acentuadas dela, para provar o que acabara de falar.
- Quero ver você falar isso daqui a alguns meses quando eu estiver parecendo uma melancia ambulante.- Anne disse franzindo o nariz como se a imagem em sua cabeça a desagradasse.
- Eu já te disse mil vezes que vou te achar linda do mesmo jeito, e se você não precisasse descansar, eu iria te provar isso de novo agora mesmo.- ele disse fazendo um carinho no abdômen de Anne que mesmo que não fosse essa a intenção, acabou sendo sensual.
- Eu não vou me importar nem um pouco se você quiser me fazer me lembrar de suas palavras anteriores. – Anne disse subindo o corpo pelo dele, fazendo Gilbert controlar um suspiro.
- Anne, você deveria descansar, amor. - Ele disse, sentindo seu corpo responder ao dela, mesmo ele não desejando que aquilo acontecesse, porque nunca conseguiam parar quando era necessário.
- Então, só me beija. Estou morrendo de saudades dos seus beijos. - ela disse já quase com os lábios nos dele, e aquela tentação era demais para Gilbert ignorar. Suas bocas se encontraram quentes, com um desejo que queimava no íntimo de cada um. Gilbert explorou cada recanto da boca dela com sua língua, saboreando o gosto alucinante que ela tinha, e era o que bastava para fazê-lo desejar um pouco mais. Anne se sentou no colo dele, e se movimentou devagar, levando-o a um limite que ele não queria cruzar aquela noite. Por mais que Gilbert fosse bem intencionado, Anne acabava com isso em poucos segundos. Eles eram passionais demais, seus corpos se conheciam demais, e por isso, se encaixavam de um jeito como se tivessem sido feitos na mesma fôrma. Ela deslizou as mãos por baixo da camisa dele, e aquele toque suave sempre fora sua perdição. Ele desistiu da batalha depois de poucos segundos em que estavam se beijando, e Gilbert sabia exatamente onde aquilo os levaria. Com um gemido baixo, ele ia ceder, mas, então, o toque de seu celular o fez desgrudar os lábios dos de Anne, e ao ver quem era, ele atendeu no mesmo instante.
- Olá, Dr. Blythe. Aqui é o detetive Hamilton. Como o senhor nos pediu, continuamos com nossas investigações, mas, não conseguimos descobrir nada sobre o paradeiro de Peter Bells. Eu mais uma vez sugiro que o senhor redobre a segurança. Esse rapaz é um sociopata declarado, e descobrimos algumas coisas de seu passado que nos mostraram claramente qual é o perfil criminoso dele.
- Entendo. - foi tudo que Gilbert conseguiu responder, pois percebeu que Anne o olhava curiosa para saber com quem ele estava falando.
- Qualquer novidade, vamos mantê-lo informado.
- Obrigado. - ele disse encerrando a conversa.
- Quem era, amor? – Anne perguntou estudando o rosto dele com atenção.
- Não era nada importante. - ele disse tentando desviar do assunto.
- Você parece preocupado. É alguma coisa sobre aquele paciente especial?
- Não é nada importante, querida. Esquece isso, está bem? Quer saber, estou cansado. Vamos para a cama? - ele disse se levantando, e estendendo sua mão para ela. Anne concordou, mas, não parecia muito convencida das palavras de Gilbert.
Já passava da meia-noite, e Gilbert ainda não tinha adormecido. Estava preocupado, e embora tivesse conseguido mesmo que precariamente o autor do telefonema de Anne, ele sabia que iria ser muito difícil esconder o que estava se passando dela. Em outras circunstâncias, Gilbert contaria tudo a ela, pois detestava gradar segredos, porém, em seu atual estado era melhor não dizer nada por enquanto, pelo menos até que ela tivesse passado pela parte mais delicada da gestação. Com esse pensamento, ele se virou de lado, e abraçou Anne com mais força, como se assim pudesse protegê-la de qualquer ameaça eminente.
GILBERT E ANNE
A viagem até Avonlea no dia seguinte foi bastante tranquila. Não enfrentaram nenhuma turbulência, e Anne dormiu o voo todo. Era dia de Ação de Graças, e eles chegariam na fazenda de Gilbert antes do almoço, onde planejavam descansar um pouco e depois iriam para Green Gables, onde Anne queria jantar com Matthew e Marilla e contar-lhes as novidades sobre o bebê.
Quando desembarcaram no aeroporto, Sebastian os esperava com seu sorriso inconfundível em seu rosto naturalmente simpático, e assim que os viu vindo em sua direção, ele se apressou em ajudá-los com a bagagem.
- Bom dia, Gilbert e Ann, como foi a viagem?
- Foi tranquila, Sebastian.- Anne respondeu, esfregando os olhos sonolentos e bocejando sem parar. Ela tinha dormindo as cinco horas de viagem que tinham feito até ali, e parecia que seu corpo ainda precisava de mais. Além dos enjoos, a sonolência constante era uma das coisas que ainda a aborrecia muito, porque não era algo que pudesse ignorar como faria no passado se estivesse exausta e ainda tivesse algo importante para realizar. Seu bebê cobrava descanso, e ela não podia fazer nada a não ser obedecer os comandos de seu corpo.
- Como está tudo na fazenda, Sebastian?- Gilbert perguntou, assim que entraram no carro, e o administrador de sua fazenda começou a dirigir.
- Está tudo indo muito bem. Mary preparou o quarto de vocês, e também encheu a geladeira de comida, e os armários de mantimentos. Vão ficar mais tempo dessa vez?
- Estou oficialmente de férias, por isso, vamos ficar até depois de Natal, e depois retornamos para Nova Iorque para passarmos o Ano Novo lá.- Gilbert disse enquanto Anne fazia do ombro dele seu travesseiro favorito.
- Mary vai ficar contente. Ela adora vocês dois, e Delfina mais ainda. Desde que soube que iam vir para cá, ela não parou de perguntar quando é que iriam chegar.
- Ela é um doce de menina. Uma princesa com certeza.
- Mas completamente rebelde. Às vezes é difícil fazê-la obedecer. Puxou o gênio forte da mãe. Mary também nunca foi uma pessoa muito dócil. Ela é cheia de opinião própria e não deixa ninguém convencê-la do contrário. Minha esposa é adorável, mas, é um osso duro de roer quando quer fazer valer o que pensa sobre determinado assunto.
- Acho que conhecemos alguém muito parecido com ela.- Gilbert disse olhando para Anne que cochilava sem ter noção de que falavam dela. Sebastian sorriu com o que Gilbert dissera e acrescentou:
- Acho que nós nos apaixonamos por elas serem exatamente assim.
- Eu não tenho dúvidas disso.- Gilbert disse beijando a testa de Anne.
Em pouco tempo estavam na fazenda, e com dor no coração, Gilbert teve que acordar Anne. Ele a teria carregado no colo, mas, ela não o perdoaria se não a deixasse falar com Mary assim que chegassem.
- Anne, amor. Chegamos.
- Já?- ela perguntou abrindo os olhos muito azuis que pareciam mais claros aquela manhã.
- Sim. Vamos falar com a Mary, comer alguma coisa e depois vou te levar para o quarto para descansar.- Anne balançou a cabeça concordando com tudo que ele dissera, pois estava louca para se atirar em uma cama grande e macia.
- Tia Anne!- Delfina gritou correndo ao encontro da ruivinha e abraçando sua cintura com seus bracinhos curtos. Ela estava adorável em um vestidinho rosa, e os cabelos cheios de presilhas em formato de borboletas azuis.
- Oi, minha linda. Eu estava morrendo de saudade dessa fofura.- Anne disse beijando-lhe as bochechas.
- E eu? Não ganho um abraço?- Gilbert disse com um grande sorriso, e a menina correu para ele que a pegou com facilidade nos braços. Enquanto a menininha rodeava lhe o pescoço, dando-lhe um beijo molhado no rosto. Anne ficou olhando feito boba para aquela cena que apesar de singela a emocionava demais. Com sua sensibilidade à flor da pele, qualquer coisa relacionada a Gilbert e crianças a fazia querer chorar, pois era lindo demais ver diante de seus olhos o pai de seu filho deixar vir à tona todos aqueles sentimentos maravilhosos que ele tinha guardado dentro de si, e mais uma vez ela teve certeza de que seu amor por ele seria para sempre.
- Oi, Anne. Deixe-me olhar para você. - Mary disse analisando-a da cabeça aos pés. - Deus, como você está maravilhosa. Gilbert me contou por telefone estou tão feliz por vocês. - ela abraçou Anne com lágrimas de alegria nos olhos.
- Eu também estou muito feliz. Apesar dos incômodos iniciais, eu nunca pensei que me sentiria tão completa. - Anne disse com seus olhos brilhando como os de Mary.
- É um sentimento sublime, não é mesmo? Eu me lembro bem quando fiquei grávida de Delfina, parecia que eu caminhava nas nuvens. Ter um filho é sempre um desafio, mas, é também a melhor coisa do mundo.
- Eu espero ser tão boa mãe como você é para ela. - Anne disse apertando a mão da mulher de Sebastian com afeto.
- Você e Gilbert vão ser pais maravilhosos, eu tenho certeza.- Mary disse toda sorridente.
- Ok, meninas, a conversa está ótima mais precisamos alimentar uma certa pessoa aqui.- Gilbert disse empurrando Anne para a cozinha, enquanto Delfina os seguia toda saltitante e feliz.
Quando Anne olhou sobre as mesa, todas as coisas que precisava comer pela manhã estavam lá e ela olhou para Mary surpresa que respondeu:
- Gilbert me enviou uma lista de tudo o que está em sua dieta. Não vai te faltar nada aqui.- Anne olhou para Gilbert e pensou que deveria ter imaginado que ele faria isso. Ela se aproximou dele, tocou o rosto de seu noivo com as mãos e disse:
- Sempre cuidando de mim.
- Eu te disse que vou dedicar minha vida a isso. Agora vamos comer, pois você precisar descansar.
Assim, se sentaram à mesa e enquanto Gilbert e Anne tomavam café, eles deixavam Mary a par de todos os detalhes do casamento, e a boa mulher aproveitou para confirmar com Anne o recheio que ela desejava para o bolo de casamento. Depois de tudo acertado, eles resolveram ir para o quarto, mas, antes que Anne pisasse no primeiro degrau da escada, Gilbert a pegou no colo e disse:
- Eu levo você. Não quero que corra o risco de escorregar e se machucar.
- Você é meu herói, sabia disso? - ela disse fazendo Gilbert gargalhar com o que ela dissera.
No momento em que Gilbert a colocou sobre os lençóis, ela fechou os olhos e não pensou em mais nada a não ser mergulhar na bendita inconsciência do sono, somente acordando horas mais tarde, quando Gilbert a chamou para se arrumarem e irem para Green Gables.
Assim, ela tomou um banho rápido, e vestiu uma calça confortável preta que realçava suas novas curvas, e uma blusa azul Royal de mangas compridas justa na cintura e que fazia seus olhos ficarem ainda mais azuis. Gilbert também caprichara em seu visual, ele colocara uma calça jeans desbotada, camisa azul jeans e uma jaqueta de couro preta que lhe dava um ar de rebelde que Anne adorou, e como não poderia deixar de ser seus cachinhos desarrumados lhe davam o toque final especial à sua aparência, e ela ficou imaginando que se o seu bebê fosse um menino e puxasse todo o charme do pai, com certeza no futuro teria filas de meninas a sua porta querendo tirar uma lasquinha de toda aquela gostosura.
- Do que está rindo? - Gilbert disse ao descer as escadas com ela nos braços de novo.
- Nada, apenas de uma piada particular.
- E não vai me contar?
- Não. - Anne respondeu voltando a sorrir.
- Aposto que tem a ver comigo, não tem? - ele perguntou querendo arrancar dela alguma informação.
- Talvez. - ela continuou a fazer mistério, ele apenas suspirou frustrado sabendo que quando ela agia assim era porque não ia lhe contar nada do que tinha pensado.
O caminho até Green Gables foi cheio de expectativas por parte de Anne que estava ansiosa para contar a Matthew e Marilla sobre o bebê, e ficava imaginado todas as reações possíveis dos dois, principalmente de Matthew que vinha lhe pedindo um netinho desde que ela e Gilbert começaram a namorar. Esperava que ele ficasse tão feliz quanto ela estava por ter realizado um sonho dele e seu próprio.
Marilla já os esperava na porta quando desceram do carro com uma torta que Mary havia preparado nas mãos especialmente para a ocasião, e assim que se aproximaram da casa, ela os braços sorridente e disse com os olhos transbordando de carinho por ambos enquanto dizia:
- Meus queridos, que alegria tê-los conosco em um dia tão abençoado
- Também estamos felizes de estar aqui, Marilla. - Anne disse abraçando sua mãe adotiva com amor, e depois lhe entregando a torta que trouxera.- Onde está Matthew?
- Estou aqui, Anne. - ela ouviu-o dizer atrás dela, e quando se virou ele estava descendo as escadas, devagar totalmente elegante em um terno feito sobre medida.
- Toda essa beleza é para me receber? - Anne disse correndo para abraçá-lo.
- Não é todo dia que minha filha vem me visitar, e precisava estar apresentável. - ele disse retribuindo o abraço.
- Seremos somente nós? - Gilbert perguntou enquanto apertava a mão de Matthew com afeição.
- Sim. Eu convidei Jerry e Diana, mas, ela já tinha o jantar na casa da mãe para ir, então, nosso jantar será bem íntimo. - Anne olhou para Gilbert e ele assentiu intuindo que aquele era o momento para contarem a grande novidade.
- Matthew e Marilla, eu gostaria de conversar com vocês antes do jantar.- Anne disse sentindo a ansiedade brincar com seu estômago.
- Claro, é alguma coisa séria?- Matthew perguntou franzindo a testa.
- Sim.- Anne respondeu simplesmente. Gilbert decidiu que deixaria que ela falasse sobre o bebê, porque Matthew e Marilla eram os pais dela e Anne tinha todo o direito de fazer aquilo sozinha.
Deste modo, ela se sentou no sofá e disse para Matthew:
- Sente-se aqui ao meu lado- ele obedeceu e ficou olhando para ela preocupado, assim, ela pegou a mão dele e colocou sobre seu ventre, e não precisou dizer mais nada. Ele olhou para a própria mão sobre o ventre dela, e quando o bom homem ergueu o olhar para ela de volta, lagrimas de alegria escorriam pelo seu rosto.
- Você vai me dar um netinho? – era mais uma afirmação do que uma pergunta.
- Sim, também pode ser uma netinha. - Anne disse também chorando.
- Ah, minha querida, você não sabe o quanto fez esse velho feliz. Pensei que morreria antes de ver esse milagre. - Matthew a abraçava e beijava no rosto sem parar
- Não fale assim, Matthew. Você ainda vai viver por muito anos. - Anne disse enxugando as lágrimas dele com o polegar, e ele fazia o mesmo com as dela.
- Sim, agora tenho um motivo a mais para ficar nesse mundo. Vou mimar esse netinho ou netinha o tanto que eu quiser. - ele disse sorrindo, depois olhou para Gilbert e disse:
- Obrigado por fazer meu desejo se tornar realidade. Você também é nosso filho. Sabe disso, não é.?
- Sei, sim. Matthew, e quero que saiba que cuidarei muito bem de Anne e do bebê. - Gilbert disse emocionado com aquela declaração.
- Eu nunca duvidaria disso. - Matthew respondeu dando um tapinha amistoso no ombro de Gilbert.
Marilla também estava chorando com aquela novidade, e abraçou Anne com todo o carinho, e quando se separaram Anne disse:
- Vamos ter que fazer modificações no vestido de noiva.
- Podemos tirar as medidas novamente, e depois eu verifico o que podemos mudar. Você está tão magrinha que não acredito que teremos que fazer muita coisa de diferente.
- Do jeito que o Gilbert tem me feito comer, eu tenho certeza que até lá vou estar uma bolinha.- Anne reclamou e Gilbert respondeu:
- Tudo o que você come é comida saudável, e a intenção não é te engordar e sim fortalecer seu organismo. Por isso, não se preocupe, que as calorias que está ingerindo são apenas para o bebê e não para você.
- Essa menina nunca comeu direito depois que se tornou modelo. Essas manias que elas tem de querer parecer tão magras quanto um palito.- Marilla disse com ar de censura e Anne viu que Gilbert tinha ganhado mais uma colaboradora de peso para ajudá-lo a vigiá-la enquanto estivesse por ali.
- Não ligue para o que Marilla diz. Você está linda, filha, e vai ficar mais ainda daqui a alguns meses com esse bebezinho maior dentro de você. Promete que vai vir nos visitar mais vezes? Quero ver você com a barriga crescida, e não por foto, mas pessoalmente. - Matthew disse segurando a mãe de Anne com carinho.
- Prometo que vou tentar, está bem?- ela disse beijando-o no rosto e Matthew lhe sorriu.
Depois disso foram para a mesa do jantar, onde Marilla serviu seus pratos deliciosos e fizeram os agradecimentos daquele ano, não se esquecendo de acrescentar o bebezinho de Anne e Gilbert que em breve se tornaria o novo membro da família. O jantar transcorreu de maneira tranquila e animada, e quando o encerraram já estava perto das onze horas. No momento em que Gilbert e Anne se preparavam para irem embora, Marilla disse:
- Por que não passam a noite aqui?- Anne e Gilbert se entreolharam surpresos pelo convite e Anne respondeu:
- Marilla, eu não sei se é uma boa ideia. Você sabe que eu e Gilbert não vamos dormir separados;
- Eu sei, meu amor, por isso, eu arrumei o quarto de hóspedes para vocês onde pedi para Jerry colocar uma cama de casal. Você pode encontrar alguma camisola no armário, e coloquei duas que você esqueceu aqui da outra vez que veio nos visitar, e ainda devem servir porque seu corpo não mudou quase nada, e também coloquei um pijama .para Gilbert junto com as camisolas.
- Você está mesmo confortável com isso?- Anne perguntou sabendo que Marilla ainda tinha certas reservas quanto a um relacionamento íntimo fora do casamento.
- Minha querida, vocês estão noivos, vão se casar e logo você vai ter um bebê. Não teria cabimento eu separá-los não é mesmo?- ela disse com uma piscada e um sorriso alegre no rosto.
Bem, nesse caso nós aceitamos.- Anne respondeu.
- Boa noite.- Matthew e Marilla disseram
- Boa noite. Nos vemos nos café da manhã.- Gilbert disse seguindo Anne até a escada, e de novo a pegou no colo e a carregou os degraus a cima.
- Essa é a terceira vez que me carrega. Aposto que esse é um de seus fetiches comigo. Me carregar nos braços sempre que possível.- Anne disse rindo.
- Eu já te disse que tenho vários fetiches com você, e eu nem comecei a te contar a metade deles.
- Meu Deus! São tantos assim?- Anne disse colocando as mãos na boca fingindo espanto.
- Você não faz ideia.- ele disse com certa malícia.
Quando entraram no quarto, Gilbert disse:
- Quer tomar banho antes de ir para cama?
- Não, aqui não tem banheira, e confesso que fiquei mal acostumada depois de todos aqueles banhos com você.- ela disse olhando-o com malícia.
- Neste caso, eu tenho uma ideia. Me espere na cama completamente despida que já volto.- Anne franziu a testa intrigada com o pedido dele, mas obedeceu. Quando ele voltou, ela estava deitada na cama coberta apenas por seus longos cabelos ruivo.
- Uau!- Você quase me fez perder o foco do que quero fazer.- Gilbert disse respirando fundo diante daquela Eva deitada na cama à sua espera.
- Apenas fiz o que me pediu.- ela respondeu.
- Não estou reclamando. Apenas fiquei surpreso com tanta beleza esperando por mim.
- Como se você não tivesse me visto assim milhões de vezes. –
- Mas, nunca é suficiente para mim.- ele respondeu correndo o olhos pelo corpo dela todo nu.
- E você vai ficar vestido?- ela perguntou com uma sobrancelha erguida.
- Seu desejo é uma ordem, querida.- ele disse e não esperando por mais nenhum incentivo da parte dela, ele tirou cada peça de roupa sobre o olhar maravilhado de Anne que também não se cansava de ver aquele homem lindo nu na sua frente.
- Agora se vire.- ele disse.
- Por que?- ela perguntou vendo que ele tinha um dos óleos essenciais de Marilla que ela sempre deixava no quarto dos hóspedes caso eles quisessem usá-los para algum fim nas mãos.
- Você vai ver, e tenho certeza de que vai gostar muito.- Assim ela o fez, deitando-se de bruços, e logo Anne sentiu as mãos grandes e macias de Gilbert deslizarem por suas costas assim que ele espalhou uma pequena quantidade de óleo em sua pele. Ele começou massageando seu ombro, descendo devagar até chegar ao seu bumbum indo em direção às suas coxas. Nesse ponto da massagem, Anne já se sentia muito quente, pois sua pele com a gravidez ficara ainda mais sensível às carícias de Gilbert, e qualquer toque dele a deixava subindo pelas paredes. Seu corpo conhecia bem demais a maravilha daquelas mãos e quando ele voltou a massagear sua lombar, ela tentou reprimir um gemido mais não conseguiu.
- Vire-se para mim, amor.- ele pediu e de novo Anne obedeceu, e quando seus olhares se encontraram, ela pôde ver que Gilbert estava tão excitado quanto ela.
O rapaz mordeu o canto do lábio com força ao ver que Anne estava no mesmo estado que ele, embora quando ele tivera a ideia não foi para seduzi-la e sim para tentar relaxá-la como fazia quando estavam na banheira, mas ele devia saber que não resistiria a beleza e sensualidade daquela mulher extraordinária a sua frente.
Não se sentia confortável em fazer amor com ela em Green Gables, mas , não conseguiria se segurar por muito tempo.
- Venha, Gilbert. Eu quero você. - Anne disse puxando-o para ela.
- Você acha que é prudente, Anne? Estamos na casa de seus pais.
- Você começou isso, Dr. Blythe, e agora sugiro que termine.- Anne respondeu não dando tempo para Gilbert pensar, porque ela atacou sua boca com tanta vontade que ele deixou a cautela de lado e correspondeu ao beijo sem pensar mais em nada.
Havia entre eles um desejo primitivo que se equilibrava entre o proibido e o permitido e se transformava em uma paixão violenta. O aroma de baunilha com limão do óleo que Gilbert usara em sua pele flutuava pelo ar se tornando o afrodisíaco entre eles naquela noite, os incitando a provar cada vez mais um do outro. Anne acariciou cada músculo de Gilbert, mordiscando lhe a pele do ombro e do peito devagar, enquanto suas mãos chegavam aquele abdômen perfeito e o arranhava inteiro enlouquecendo Gilbert de vez.
A língua dele traçou milhares de caminhos de fogo pelo seu corpo inteiro, e as mãos dele lhe deram um tipo de prazer que fez Anne gemer sem perceber. Ela tentava se controlar ao máximo por receio que Marilla e Matthew pudessem ouvi-los, mas estava excitada demais para conseguir pensar com coerência.
Os pelos do peito de Gilbert roçando seus seios a fazia ter sensações tão intensas que sua intimidade começou a pulsar por ele, fazendo Anne arquear os quadris em uma entrega completa. Porém, ele quis prolongar aqueles momentos brincando com a pele de seu pescoço, excitando seus seios sensíveis que aumentavam miss ainda de tamanho ao toque dele. A boca de Gilbert chegou ao seu abdômen, beijando cada pedacinho dele com ternura, avançando mais um pouco e quando ele alcançou seu ponto sensível, Anne afundou a cabeça no travesseiro para abafar os vários gemidos que saiam de sua garganta sem que conseguisse silenciá-los, e então ela sentiu Gilbert dentro dela, forte, quente e excitante, e ela deixou que todos os seus sentidos se liberassem de vez.
Assim, cavalgaram juntos sob um céu de estrelas que sua imaginação criou, levando os pelo infinito, por entre cada nuvem e cada horizonte. Seus dedos entrelaçados se apertavam com força como se nunca mais fossem se separar, e seus corpos completamente grudados viajavam por mares e oceanos, deslizando feito uma onda entre cada desejo que crescia e crescia ao ponto de fazê-los respirar cada vez mais rápido. E então, Anne sentiu seu corpo esquentar, e milhares de arrepios se espalharem por cada parte dela, e dessa forma, ela foi arrastada junto com Gilbert para uma realidade paralela onde apenas os dois existiam, e quando por fim desabaram juntos sobre a cama de casal onde estavam deitados, eles adormeceram quase que imediatamente devido à exaustão de seus corpos exauridos de suas forças.
E assim os segredos daquela noite sussurrados pela madrugada outra vez fez do amor o principal personagem entre aquele homem e aquela mulher que tinham nascido um para o outro, e assim seria para todo o sempre.
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