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Capítulo 73- Anjo Ruivo


Olá, pessoal. Este capítulo ficou levinho. Espero que gostem e por favor comentem, pois me sinto muito incentivada para continuar escrevendo esta história. Desculpem pelos erros ortográficos. Beijos.


GILBERT

O tempo parecia ter parado enquanto o coração de Gilbert batia tão rápido em seu peito como uma locomotiva. Ele encarou Gabriela com os olhos muito abertos, ao mesmo tempo em que tentava processar em seu cérebro o que ela dissera, temendo ter ouvido errado ou ter imaginado aquelas palavras tão desejadas.

- O que disse? - ele perguntou abobalhado, e nem ousava piscar com medo que estivesse sonhando.

- Eu disse que você vai ser pai. Parabéns, Gilbert. - Gabriela disse abraçando o amigo com carinho.

- Meu Deus! Isso é maravilhoso. - os olhos de Gilbert se encheram de lágrimas ao pensar no presente que acabara de ganhar. Depois daqueles dias de angústia, ele fora recompensado com aquele milagre. - Como ela não me contou? - ele perguntou com a voz trêmula.

- Eu desconfio que ela não saiba, porquê da última vez que nos falamos, eu pedi que se ela sentisse algo diferente era para me ligar imediatamente, então eu imagino que se ela não o fez, foi porque não desconfiou do seu atual estado.

- Eu ainda não consigo acreditar que conseguimos. - Gilbert passou a mão pelo próprio rosto tentando acalmar a adrenalina que corria solta por seu corpo deixando-o eufórico enquanto pensava emocionado na sementinha que crescia no ventre de Anne, seu filho, fruto do amor que nunca conhecera limites pois ultrapassara a distância e as barreiras do tempo. De repente, ele ficou ansioso por mais, fazendo -o apertar as mãos de Gabriela e perguntar:

- Ela realmente está bem, Gabriela? E o bebê? Não sofreu durante o período do sequestro? - Gilbert ainda tinha dificuldades de lidar com isso. Só de pensar que Anne correra risco de morte, e pior, podia ter perdido o bebê, ele sentia uma raiva absurda corroer suas entranhas. Deste modo, ele tentou focar seu pensamento.na notícia que acabara de receber e deixou seu interior ser invadido pela alegria de saber que dentro em breve, ele teria seu filho nos braços e a euforia nesse momento foi imensa.

- Pelo que pude perceber, o feto está se desenvolvendo normalmente apesar de toda essa situação tensa pela qual Anne passou. As condições dela também são boas, mas, eu quero mantê-la no hospital pelo menos por uma semana, e Daniel concorda comigo. Ela está desidratada e pedi alguns exames para confirmar, porém, posso afirmar quase com certeza que ela está um pouco anêmica. Creio que ela andou negligenciando sua alimentação nas últimas semanas, pois seu nível de ferro no sangue está bem mais baixo do que dos exames que fizemos antes, portanto, é importante que ela permaneça alguns dias em observação. Em condições normais, eu daria alta a ela após um dia no hospital, mas com a gravidez, todo o cuidado é pouco- Gabriela concluiu.

- Eu concordo com você. Não quero que ela corra nenhum risco desnecessário. Já basta esses quatro dias em que não sabemos como ela foi tratada.- a voz de Gilbert tremeu um pouco, e ele tentou acalmar a raiva que sentia consumi-lo ainda. Ele não conseguia tirar da cabeça a cena de ver Anne deitada naquela cama, sozinha, com os pulsos feridos, e parecendo quase morta. Aquela lembrança lhe dava calafrios, e Gilbert sabia que teria que lutar muito para apagá-la de sua memória.

- Ei, ela está bem. Não deve ficar assim, Gilbert. Eu sei o quanto deve ter sido sofrido para você toda essa situação, mas, acabou. Anne está de volta e com um bebezinho no ventre apenas esperando para conhecer o pai incrível que você será. Tente apenas se focar nesse pensamento e você verá que a superação será mais fácil. Lembre-se que Anne vai precisar muito de você, pois para ela deve ter sido três vezes pior do que foi para todos nós. Contudo, somente ela poderá te contar depois como foi que tudo aconteceu. - Gabriela disse colocando uma mão em eu ombro.

- Eu sei que tem razão, Gabriela. Ela deve ter ficado aterrorizada, pois costumava ter muitos pesadelos a respeito disso, e passava noites sem dormir preocupada com o que poderia acontecer com pessoas próximas a ela. Não foram poucas as vezes que a encontrei chorando por conta de sua ansiedade e crises de pânico. Apenas espero que depois de tudo isso, ela fique bem.

- Ela vai ficar sim, e com o seu apoio, tudo voltará ao normal em breve. Agora precisamos focar não só no seu emocional, mas, no físico também. Como eu disse, ela precisa melhorar a alimentação para que sua gravidez aconteça de forma mais saudável possível. - Gabriela disse e sorriu ao ver Daniel se aproximar.

- A culpa foi minha. Eu devia ter prestado mais atenção nela nas últimas semanas. Porém, com o caso novo do garoto, e a inauguração da ala de Oncologia eu acabei deixando o resto por conta dela. Eu devia imaginar que ela pularia refeições ou comeria mal sem a minha supervisão. - Gilbert disse balançando a cabeça o que fez Daniel dizer:

- Blythe, Anne é uma mulher adulta, e deve saber o que faz bem ou não para si mesma. Se ela está em um quadro de anemia, a culpa é dela e não sua.

- No caso de Anne, ela mais parece uma criança na hora da refeição. Tive que lutar muito contra sua mania de comer gordura saturada e açúcar em excesso, contudo, ela vinha se alimentando melhor nos últimos meses. Talvez o estresse do casamento tão próximo e tanto trabalho tenha contribuído para isso, e eu também andei trabalhando mais do que devia nas últimas semanas. Se tivesse ficado por perto mais tempo, eu teria percebido o que estava acontecendo. - Gilbert disse se recriminando mentalmente.

Ele tinha prometido que cuidaria de Anne melhor, que seria seu maior apoio em tudo, mas, ele se afundou no trabalho mais uma vez, e a situação fugiu do controle. Onde ele estava que não percebeu que sua noiva parecia mais ansiosa do que o normal? Por que acreditou quando ela disse que estava dando conta de tudo, e que ele não deveria se preocupar? Seu trabalho era importante, porém, Anne era muito mais. Principalmente agora que ela estava grávida, e precisaria de sua atenção mais do que nunca. Ele precisava urgentemente mudar certos hábitos, pois não queria que Anne sofresse de novo com aqueles pensamentos de pouca valia quando ele fora para a Alemanha, acreditando que ele amava mais sua profissão do que a ela. Desta vez ia ser diferente, ele não era mais aquele Gilbert Blythe, muita coisa tinha mudado dentro dele desde então, pois ele aprendera a colocar seu coração em primeiro lugar.

- Gilbert, pega leve com a Anne. Não imponha regras que talvez ela não consiga cumprir. Vou cuidar pessoalmente da dieta dela, e em pouco tempo você verá que ela estará totalmente bem de novo. - Gabriela disse, e Gilbert assentiu.

- Ela já acordou? - ele perguntou ansioso. Precisava vê-la nem que fosse por cinco minutos, já sentia falta de olhar para ela e ver o seu sorriso.

- Anne ainda está dormindo, e creio que ficará assim por algumas horas. Eu não sei se ela tem consciência de que está grávida, então, deixarei para você a tarefa de descobrir e contar para ela no momento certo. Vocês dois precisam disso, depois de tudo que passaram. - Gilbert sorriu ao pensar como Anne reagiria quando ele contasse. Não via a hora de dividir com ela aquela novidade. Ele nunca pensou que seria possível amá-la mais do que já amava, mas a verdade era que, o amor que sentia agora era tão imenso que chegava a ser surreal.

- Obrigado, Gabriela. Vou ficar com ela, mesmo que ela não saiba que estou ao lado dela. Eu preciso estar perto de Anne para sentir que esse pesadelo chegou mesmo ao fim.

- Faz muito bem. Fique com ela o quanto quiser. O Dr. Philips me pediu para te dizer que volte ao trabalho somente quando se sentir em condições de fazê-lo. Ele disse que você trabalhou demais nesse último mês e merece um pouco de sossego para ficar com sua noiva. - Gilbert não soube o que dizer. Desde que viera trabalhar ali, fora abençoado com tantas dádivas. Além de ter amigos incríveis, ele tinha um chefe que era quase um pai para ele, sempre zelando pelo seu bem-estar, e fazendo-o sentir o quanto seu trabalho era necessário e valorizado ali dentro daquele hospital onde vidas humanas estavam em suas mãos todos os dias em busca de uma cura ou quem sabe um milagre. Gilbert só podia estar grato pela oportunidade e por toda consideração.

Gabriela percebendo sua emoção disse:

- Você mais do que ninguém merece isso. Vai lá ficar com sua garota. - ela disse encorajando-o. Gilbert sorriu, beijo-a no rosto, apertou a mão de Daniel com afeto e foi em direção ao quarto onde Anne estava acomodada.

O jovem médico estava louco para vê-la, e foi-lhe muito difícil ficar afastado dela naqueles momentos em que cruzaram as portas do hospital, e Daniel lhe pediu para ficar do lado de fora da sala de emergência. Ele entendeu que o amigo quisera poupá-lo da tensão terrível de toda a situação, e ele tinha que admitir que não estava pensando como médico naquele instante, e sua presença teria sido completamente inútil para Anne que precisara de todo o cuidado do mundo de um profissional, e não de um namorado descontrolado preste a entrar em desespero.

Por mais que tivesse desejado aquele encontro enquanto esperava por notícias no corredor, nada o preparara para a emoção que tomou conta dele quando ele viu Anne adormecida na cama de hospital tão tranquila como se nada pudesse afetá-la ou atingi-la. Seus cabelos ruivos contrastavam com o travesseiro branco do hospital e se enrolavam em volta de sua cabeça como o halo de um anjo. A pele ainda estava um pouco pálida, mas, não de forma assustadora como quando ele e Daniel a tinham encontrado, seus lábios voltaram a cor rosada natural, e sua respiração era regular e calma.

Gilbert sentou-se ao lado dela, e segurou-lhe as mãos entre as suas, acariciando cada dedo devagar, até chegar aos pulsos feridos que tinham sido enfaixados em bandagens brancas, Ele inclinou a cabeça e beijou cada palma da mão de Anne quase com devoção, enquanto observava-lhe o rosto de traços delicados, seu nariz arrebitado e a pele aveludada. Ela mais parecia uma boneca de porcelana naquele ambiente imaculado do que meramente humana. Ele queria tanto que ela abrisse os olhos e falasse com ele daquele jeito doce que lhe chegava ao coração. Gilbert quase podia ouvir a gargalhada dela que eram tão cheia de vida, e era tão estranho vê-la assim tão silenciosa quando ele estava acostumado com suas provocações constantes, seu senso de humor incomparável, sua alegria contagiante, o seu amor por ele tão real e intenso.

Gilbert suspirou, sentindo seu coração bater cada vez mais forte, e um calor suave espalhar pelo seu peito fazendo-o sorrir cheio de ternura. Suas mãos subiram pelos braços alvos de Anne, contornaram a linha suave do ombro, tocaram com a ponta dos dedos o rosto dela, e por último, ele as desceu até a barriga esbelta dela que estava coberta pelos lençóis do hospital e a acariciou, enquanto lágrimas de felicidade escorriam pelo seu rosto ao pensar em seu filho abrigado ali. Ainda era tão pequeno e não dava para sentir nada, mas, a imaginação de Gilbert o fazia criar mil teorias de como ele seria. O rapaz podia imaginar aquele bebê de tantas maneiras, contudo, nada lhe tirava da cabeça que ele teria olhos azuis como os da mãe.

Como se pudesse sentir sua emoção, Anne abriu os olhos e com a voz ainda fraca ela disse com dificuldade:

- Gilbert.

- Oi, meu amor, como se sente? - ele perguntou ao mesmo tempo em que lhe acariciava as bochechas.

-É mesmo você? Eu não estou sonhando? - Anne perguntou com a voz incerta como se temesse estar em meio a um sonho feliz do qual acordaria e seria de novo jogada em meio ao caos.

-Sim, meu amor. Sou eu, e juro que não vou te deixar sozinha nunca mais. - Ele se aproximou dela na cama, e beijou-lhe o rosto, vendo os olhos dela marejarem. Então, com a voz chorosa ela implorou:

- Por favor, Gil. Me abraça. Preciso tanto te sentir perto de mim. - sem esperar um segundo, ele a estreitou em seus braços e Anne se aninhou entre eles, com a cabeça enterrada em seu ombro, soluçando baixinho molhando a camiseta de Gilbert com suas lágrimas abundantes.

- Eu estou aqui, por favor, não chora assim. Quebra meu coração te ver tão triste. - Gilbert pediu, mas. Anne parecia não conseguir parar.

- Eu pensei que nunca mais fosse te ver. Você não sabe quanto medo eu senti quando pensei que morreria sozinha naquele lugar. - a voz dela ela tão dolorida que Gilbert quis chorar com ela, mas, se conteve, pois Anne estava frágil demais e precisava da força dele para se manter em pé. Não faria nem um bem a ela, se desmoronasse naquele momento. Quando estivesse sozinho talvez ele se desse aquele luxo, mas naquele instante, ele precisava se controlar, ser forte e ajudar Anne a se recompor e se acalmar.

- Eu vou te ajudar a esquecer tudo isso com o meu amor. Apenas se lembre que está de novo segura e comigo. - as mãos dele tocando os cabelos de Anne pareceram fazê-la ficar mais calma. Ela parou de chorar, mas, permaneceu abraçada a Gilbert tão apertado que parecia que nada a faria se soltar dele. No entanto, ela se afastou um pouco, permitindo que Gilbert a beijasse e sentisse em sua boca o gosto salgado das inúmeras lágrimas que ela derramara.

- Como está se sentindo? Por favor, não esconda nada. - ele pediu com carinho.

- Eu me sinto exausta e um pouco enjoada. - Ela disse, e Gilbert sabia que aquilo era perfeitamente normal no estado em que ela se encontrava, e ele sentiu que aquela era a sua deixa para falar a ela o que desejava.

- Por que não me disse que não estava conseguindo se alimentar? - ela baixou a cabeça parecendo envergonhada e depois respondeu sem encará-lo de frente.

- Perdoe-me. Essas últimas semanas têm sido muito pesadas, e eu acabei me descuidando. Eu sei que deve estar zangado, mas, juro que não fiz de propósito.

- Eu não estou zangado. Apenas queria que você tivesse confiado em mim. Por que não me disse? - ele insistiu.

- Porque não queria que se preocupasse comigo. Você estava ocupado demais com a inauguração da nova ala do hospital e seu caso novo que não quis que tivesse mais alguma coisa para te sobrecarregar. - Gilbert a tomou em seus braços novamente e disse:

- Nunca mais quero que pense que é menos importante que meu trabalho. Eu teria largado tudo para ficar com você se tivesse me pedido. - Gilbert disse olhando-a nos olhos. - Você é tudo para mim, Anne. Não sabe o quanto eu sofri sem ter notícias suas. Eu nunca mais quero sentir algo assim na vida. - ela acariciou o rosto dele, e Gilbert pensou no quanto o toque dela era importante para que ele se sentisse vivo, e fechou os olhos um instante para saborear a sensação boa e quente que o envolveu.

- Anne, eu preciso te contar uma coisa; - ele disse divagar.

- Sim? - ela disse colocando toda a sua atenção nele.

- Antes eu quero te fazer uma pergunta. O que te impediu de fazer suas refeições normalmente nos últimos dias?

- Não sei bem. Acho que o estresse afetou meu estômago. Eu me sentia enjoada o tempo inteiro, e nenhum tipo de comida me animava. Eu já fiquei assim antes por conta de minhas crises emocionais, por isso, não me preocupei muito, pois essa fase sempre passa depois que me calmo. - ela disse sem desconfiar onde Gilbert queria chegar com aquela conversa

- Tem certeza que foi apenas isso? - ele perguntou sorrindo.

- Sim, por que? - ele colocou as mãos sobre a barriga dela e disse:

- Porque talvez tenha um outro motivo. - Anne o olhou interrogativamente, e então, uma luz de compreensão atingiu seu cérebro, enquanto seus olhos se arregalavam marejados e ela perguntava com a voz trêmula:

- Você quer dizer que eu. - ela não terminou, e ele percebeu ela estava com medo de estar enganada de novo, assim, ele se apressou em fazê-la entender que daquela vez era real.

- Sim, minha querida, nós vamos ter um bebê. - um sorriso maravilhoso se desenhou nos lábios dela, enquanto as lágrimas reprimidas lhe desciam rosto abaixo. Anne se jogou nos braços de Gilbert emocionada demais para falar. Assim, elet falou por ela:

- Eu te amo tanto, Anne. Muito obrigado por esse presente.

- Eu também te amo, Gilbert. Esse é um presente que nos demos simultaneamente porque o fizemos juntos. - ela disse com os olhos brilhando feito estrelas e ainda chorando de felicidade. - Como foi que não percebi. Era algo tão óbvio.

- Você tem andado muito ocupada que talvez sua mente tenha lhe pregado uma peça depois da decepção que sofreu da última vez.

- Talvez, mas, ainda assim eu devia ter percebido. - ela disse inconformada. - depois colocou a sua mão e a de Gilbert sobre a própria barriga e disse:- Tem noção do milagre que aconteceu aqui dentro? É o nosso amor se multiplicando e crescendo, e nunca mais terá fim. - Anne disse e ao olhá-la Gilbert sentiu como se houvesse uma luz sobre ela que a tonava quase irreal de tão linda que estava, e não se contendo ele a beijou, e dessa vez Anne correspondeu com tanta paixão que ele teve que parar antes que perdessem o controle:

- Amor, a gente precisa ir com calma. - ele disse a Anne afastando-a devagar de seus braços.

- Estou com tanta saudades. - ela disse se aproximando para beijá-lo de novo, mas, Gilbert não permitiu.

- Eu também, porém, você ainda está debilitada, e precisa descansar. Eu prometo que quando sair daqui vamos ter uma noite todinha nossa. -

- Você promete mesmo? -

- Prometo. Teremos uma comemoração à altura desse presente que me deu. - ele disse beijando-a de leve.

Então, eles ficaram ainda um bom tempo conversando sobre o bebê o casamento, a lua de mel, e quando Anne adormeceu novamente, Gilbert se acomodou ao lado dela velando o seu sono enquanto pensava que nunca em sua vida tinha visto algo tão bonito.

ANNE

A madrugada ainda estava no início quando Anne abriu os olhos na escuridão do seu quarto de hospital. Ela estava assustada com o coração disparado e para seu alívio viu que fora somente um de seus sonhos ruins. Não estava mais presa naquela casa escura, e sim em uma cama quentinha onde seu lindo noivo jazia adormecido ao seu lado, com a cabeça em seu colo e a mão em sua barriga.

A conversa que tiveram na noite anterior veio à sua mente, e mais uma vez ela sentiu lágrimas subirem ao seus olhos. Anne estava agradecida por Gilbert não enchê-la de perguntas sobre o que acontecera naqueles quatro dias em que ela fora mantida presa naquele lugar horroroso, e ela ainda não estava preparada para falar sobre tudo o que pensou, como se sentira exposta, amedrontada e vulnerável como nunca se sentira na vida. Anne sabia que Gilbert ia querer saber de tudo em algum momento, mas pelo menos por ora, ela queria se reservar e apenas esquecer.

Não ia ser fácil, mas, lutaria por isso, pois o futuro se estendia à sua frente maravilhosamente lindo, e o responsável por isso, era o homem que passara a noite inteira naquele quarto, completamente desconfortável, e ainda assim não a abandonara. Anne pensou em acordá-lo e lhe pedir que fosse para casa descansar, mas, sua saudade dele naqueles dias não permitiu que o fizesse. Era tão bom tê-lo assim de novo quando pensara que nunca mais estariam juntos que sua carência era maior do que tudo. Ela precisava olhar para ele horas seguidas para ter certeza de que ele não sumiria diante de seus olhos como uma miragem no deserto, era quase irresistível sua vontade de tocá-lo, mas controlou o movimento de sua mão que queria se perder naqueles vastos cabelos escuros, e desta forma, apenas ficou ouvindo-lhe a respiração suave.

Gilbert parecia exausto, as linhas em volta de seus olhos estavam lá novamente, assim como as manchas escuras que denunciavam noites insones. Anne não tinha reparado nelas quando se falaram antes, pois estava tão feliz de estar nos braços dele novamente, que a única coisa que conseguiu fazer foi se agarrar ao amor de sua vida de quem não queria se separar nunca mais. Porém, agora que toda aquela ansiedade tinha passado, ela podia olhar para ele melhor e perceber o quanto ele parecia abatido. Seu peito se agitou cheio de ternura por aquele homem incrível demais. Como ele podia ser tantas coisas juntas que ela não podia dizer qual faceta dele, ela amava mais? Gilbert não era apenas nobre e generoso, ele era corajoso e forte, e lhe provara isso quando fora buscá-la em meio a sua desesperança, e ela não poderia ter escolhido pai mais perfeito para seu filho.

Ao pensar nisso, Anne sentiu a alegria inundá-la de uma só vez embriagando-a com sensações deliciosas. Um filho, era tudo o que desejara nos últimos meses, e não conseguia deixar de pensar em como a vida poderia ser doce mesmo depois do que passara. Como não desconfiara disso quando começara a ter aqueles enjoos pela manhã que persistiam até nos horários comuns de suas refeições? Talvez seu subconsciente quisera protegê-la de uma eventual decepção que a deixaria pior do que a primeira. Ela preferira pensar que seu estresse excessivo era a causa de sua falta de ânimo para se levantar, a ausência de fome, e as tonturas que deixavam sua cabeça estranhamente vazia. Em condições normais ela teria percebido com facilidade que seu período estava atrasado, e que o sintomas recorrentes só poderiam indicar uma possível gravidez, porém, com seus dias tão conturbados, ela sequer tinha pensando nisso, mas, que alegria saber que ela e Gilbert tinham finalmente realizado aquele sonho, e olhando para seu noivo que dormia com suas mãos descansando no ventre dela, Anne somente poderia pensar que ele estava tão feliz quanto ela.

Anne mal podia esperar para ter uma réplica mirim de Gilbert em seus braços que seria um príncipe assim como seu pai, e se fosse uma menina seria maravilhosa com aqueles cachos escuros e olhos castanhos caramelo, Ela riu sozinha no escuro diante de sua imaginação que trabalhava sem pensar, criando combinações de pele, cor dos olhos, formato do nariz, desenho da boca, daquela criaturinha que tinha acabado de ser concebida, mas que já amava de todo o coração. Anne já sentia os laços da maternidade prendê-la em seu encanto, e mentalmente pensou em tudo que queria fazer nos próximos meses.

Ela e Gilbert se casariam em breve, e ela queria curtir cada momento como merecia. Sua cerimônia seria perfeita, ainda mais agora em companhia de seu bebezinho como desejara, depois, viajariam para o Havaí onde ela planejava apresentar a Gilbert um tipo de vida divertida que ele nunca experimentara, pois ele começara sua vida de responsabilidade muito cedo, e depois quando voltassem, ela diminuiria o ritmo de trabalho e até o bebê nascer Anne queria cuidar de todos os detalhes do enxoval, da decoração do quarto, pois ela desejava que seu filho viesse ao mundo sabendo o quanto era amado. Anne prometeu que seria uma mãe presente, e que participaria de todos os momentos do bebê, sem deixar passar nenhum, pois diferentemente do que acontecera com ela, seu filho saberia quem era a mãe dele e que Anne o defenderia de qualquer injustiça e de todo o mal.

- Por que não está dormindo, Anne? Está sentindo alguma coisa? - o tom baixo da voz de Gilbert a fez despertar de seus devaneios, e assim ela o olhou cheia de amor e disse:

- Eu estava pensando no nosso bebê. - imediatamente ela viu brilhar uma forte emoção nos olhos dele iluminando aquele rosto com um sorriso de tirar o fôlego.

- Eu ainda não consigo acreditar nesse milagre.

- Eu também não. Eu quis tanto isso, e agora estou com medo que esteja sonhando. - Anne disse agarrando a mão de Gilbert que acariciava a dela sobre os lençóis.

- Não é um sonho, meu amor. Criamos algo lindo juntos, não é maravilhoso? - o rapaz disse se aproximando mais dela.

- Você está realmente feliz? - Anne perguntou segurando o rosto de Gilbert nas mãos.

- Como eu nunca pensei que seria. E quero te agradecer mais uma vez por fazer de mim esse homem completo que sou hoje. - ele lhe beijou a ponta do nariz e depois encostou sua testa na dela.

- Isso não seria possível sem você. Fico só pensando na cara do Matthew quando ele souber da novidade. Ele vivia me pedindo um netinho.

- Podemos ir até Green Gables quando você quiser para contarmos a ele e a Marilla. - Gilbert disse deslizando os lábios pelos cabelos dela. Anne adorava quando ele fazia isso, e já estava sentindo o perfume dele deixar todos os seus sentidos em alerta, ela disse:

- Quem sabe na próxima semana quando eu tiver voltado para casa.- ela sentiu a mão dele em seu ombro, e fechou os olhos. Anne não sabia se Gilbert a estava provocando ou se fazia aquilo inconscientemente, mas ela já sentiu certos arrepios que lhe diziam que estavam entrando em uma zona de perigo. Ela se virou para ele e olhou para os lábios másculos a um milímetro do seu e sem aguentar mais ela juntou seus lábios, se agarrando no pescoço dele e colando suas curvas ao corpo de Gilbert que reagiu imediatamente. Ele correu as mãos quentes pelas costas dela e Anne suspirou. Como tinha sentido falta daquele toque estimulante em cada parte de seu corpo. Gilbert conseguia fazer a vida dela vibrar entre seus dedos. Querendo mais daquelas sensações, Anne se deitou sobre os travesseiros e puxou Gilbert com ela, mas, ele se afastou deixando-a frustrada.

- Gil. - ela resmungou.

- Estamos no hospital, você se esqueceu? Não vai querer chocar as enfermeiras se nos pegarem agarrados dessa maneira. - ele disse dando-lhe um selinho e sentando-se a uma distância segura dela na cama.

- Eu não tenho culpa se meu noivo é o homem mais gostoso do mundo. Aposto até que iam morrer de inveja ao pensar que toda essa delícia está disponível para apenas o meu prazer.

- Comporte-se, Srta. Cuthbert. Está se tornando uma pequena depravada. - Gilbert disse com uma risada baixa e rouca.

- Posso por a culpa nos meus hormônios de grávida. - Anne disse sorridente.

- E o que os seus hormônios têm a ver com toda essa sua falta de pudor em um lugar público? - Gilbert disse parecendo se divertir imensamente com a conversa que estavam tendo.

- Nesse exato momento estão em polvorosa, meu amor, só de olhar para você tão à vontade nessa cama de hospital. - Anne o olhou sugestivamente, o que fez Gilbert rir imensamente.

- Você quer dizer o que exatamente com isso, meu amor? Que faria amor comigo nesse quarto se tivesse a oportunidade?

- E por que não? Se trancássemos a porta ninguém iria saber. - ela disse continuando a provocá-lo. Anne adorava isso como sabia que Gilbert gostava também. Era uma delícia ficar assim com ele de novo, depois de todos aqueles dias de tensão absurda.

- Você não teria coragem, ou teria? - ele perguntou com um olhar de dúvida que a fez responder;

- Quer testar sua teoria? - ela pergunto baixando devagar a alça da camisola.

- Não, acho melhor deixarmos isso para quando você sair daqui. - ele disse colocando a alça da camisola dela no lugar.

- Está com medo do desafio. Dr. Blythe? - Anne arqueou uma sobrancelha enquanto via um leve sorriso se desenhar nos lábios de Gilbert antes dele responder:

- Eu nunca recuso um desafio, e se você ainda não estivesse precisando de cuidados especiais, eu ia te provar exatamente isso. Mas, meu amor, devemos nos comportar. Como eu disse aqui não é o melhor lugar para isso.

- Não está com saudades? – ela perguntou ainda tentando provocá-lo

- Demais. - ele respondeu mordendo o lábio inferior, fazendo Anne perceber que não estava sendo fácil para ele também suportar todo aquele distanciamento de uma intimidade que partilhavam todas as noites em seus apartamentos. - Mas devemos respeitar o seu estado meu amor, e você não pode se esquecer que não está mais sozinha aqui dentro. - ele tocou de leve sua barriga fazendo-a sorrir.

- Está bem, Dr. Blythe. Vou me comportar, mas, não pense que essa conversa acabou. Vamos continuá-la daqui a uma semana quando você não poderá mais fugir de mim. – Anne olhou-o insinuante, e Gilbert respondeu, devolvendo-lhe o mesmo olhar.

- Eu conto com isso. Agora você precisa voltar a dormir. - ele disse deitando-a no travesseiro, e colocando seu braço em volta da cintura dela. - Está confortável?

- Muito. - Anne disse bocejando, sentindo Gilbert lhe fazer um cafuné no alto da cabeça e em um segundo ela já tinha adormecido.

Quando Anne despertou novamente já era de manhã. Ela olhou para o lado e viu que Gilbert não estava mais por ali, porém, ele havia deixado um bilhete dizendo que tinha ido até a cafeteria para tomar um café e que voltaria logo.

Anne se espreguiçou, sentindo-se bem melhor que no dia anterior, sem todo o cansaço que a deixara debilitada, contudo, quando a enfermeira aparecera com sua refeição matinal, ela sentiu o enjoo atingi-la em cheio e seu estômago deu pulos dentro dela, no entanto, ela fez um esforço para engolir devagar o leite, e mastigar uma torrada, mas foi o máximo que conseguiu fazer o que ganhou um olhar de reprovação da enfermeira que disse:

- Precisa se alimentar Srta Cuthbert ou sua estadia nesse hospital será maior do que o esperado.

- Meu enjoo está ruim essa manhã. Eu não fiz de propósito. - Anne respondeu se sentindo culpada. Ela dissera a Gilbert que se esforçaria para se alimentar melhor, principalmente por conta do bebê, mas já vira que teria dificuldades para cumprir aquela promessa à risca.

- Os primeiro meses são os piores, depois a tendência é melhorar. - a enfermeira disse com simpatia.

- Espero que esteja certa. - Anne disse com uma careta enquanto a via retirar a bandeja do café.

Cole apareceu meia hora depois em seu quarto e Anne o abraçou cheia de saudade do amigo que lhe disse:

- Nunca mais faça isso comigo. Pensei que ia morrer de aflição. Sem contar que fiquei com muita pena de Gilbert. Pobre rapaz. Você sequer imagina o tamanho da angústia dele sem notícias suas.

- Eu imagino que ficaria do mesmo jeito se fosse o inverso. - Anne disse imaginando o desespero de Gilbert por ela e desejando poder compensá-lo depois.

- Agora me diga como está sentindo. Fiquei sabendo da novidade por Gabriela. Querida, estou tão feliz por você. - Cole estava todo derretido com a possibilidade de ser tio postiço, e Anne riu de seu ar abobalhado. Eles não eram irmãos de sangue, mas sentiam como se fossem, e era muito bom ter com quem contar especialmente uma pessoa incrível como ele era.

- Eu ainda estou processando essa notícia. É como estar vivendo dentro de um sonho maravilhoso. - Anne disse com lágrimas nos olhos, e Cole a abraçou:

- Meu amor, você merece essa felicidade depois de tudo o que passou nos últimos meses. Você vai se casar com que sempre quis, e vai ter um filho desse homem com. quem sempre sonhou. Eu não teria conseguido imaginar um final mais perfeito para esse amor tão grande.

- Acha que vou ser uma boa mãe, Cole? Tenho medo de fracassar em algo que desejei tanto. - Anne disse, de repente parecendo ansiosa.

- Você será a melhor mãe do mundo. Eu te conheço e sei o quão amorosa e carinhosa você é com quem você quer bem, então, amor e cuidado não vão faltar para um filho de Gilbert. - Cole disse rindo.

- Obrigada meu amigo por ser meu maior incentivador. Posso contar com você para escolher o enxoval do bebê assim. que soubermos o sexo? - Anne perguntou segurando as mãos de Cole.

- Eu ficaria ofendido senão me convidasse-- Cole respondeu com seu costumeiro bom humor, e pela segunda vez naquele dia Anne se sentiu abençoada por tê-lo como amigo.

- Precisamos pensar nos nomes. - Cole disse todo empolgado.

- Ainda é cedo para isso. Acho melhor esperarmos quando tivermos certeza se é menino ou menina. - Anne disse se sentindo contagiar por aquele ser humano apaixonado que era Cole Mackenzie.

- Ah, Anne. Vai ser tão divertido fazermos listas enormes de nomes. Estou louco para começarmos logo.

- Vamos com calma, Cole. Não quero estressar o Gilbert por conta de tanta movimentação em volta de uma notícia que somente descobrimos ontem. Vamos fazer tudo devagar, não precisamos nos apressar dessa maneira. Ainda não me recuperei de tudo que aconteceu nesses quatro dias e confesso que isso vai levar um tempo. - Anne falou sentindo-se cansada de repente e Cole percebeu

- Desculpe, meu amor. Eu não devia ter te cansado assim. Quero apenas que você esqueça tudo o que viveu longe de nós e se concentre nesse novo amanhã que será glorioso. Você é forte o suficiente para isso. - era tão bom ter alguém que a encorajasse daquele jeito, e que a fizesse sentir que a normalidade de sua vida estava a caminho, mesmo que ela soubesse que os próximos dias seriam ocupadíssimos Ainda mais naquele momento em que um ser bem pequenino ainda dependia dela.

- Quando você sair daqui e estiver bem de novo precisamos comemorar essa sua nova fase de mamãe Anne. Vamos convidar nossas lindas amigas de Avonlea para que se juntem a nós e faremos uma festa linda

- Cole, eu não sei se estou a fim de badalação. Acho que vou ficar em cada de molho por um tempo. - Anne confessou. Ela precisava de um tempo para si mesma e Gilbert. Aqueles últimos meses os tinham absorvido de tal forma que pareciam que estavam em uma gangorra gigante oscilando de um lado para outro sem parada. Eles precisavam de um freio, viver a vida em um ritmo mais calmo por um tempo até que sentissem que estavam fora de todo aquele horror. De repente, viver dentro se uma bolha não parecia tão ruim assim.

- Eu entendo sua necessidade de privacidade e respeito isso. Apenas pensei que gostaria de reunir nosso antigo grupo e contar as boas novas. - Cole disse olhando para ela com preocupação e amor.

- Obrigada, Cole. Eu prometo que vamos comemorar quando eu sentir minhas mãos firmes de novo e o meu coração em suas batidas normais. Por enquanto, me reservo o direito de curtir minha condição de mãe de primeira viagem em paz. Espero que não fique zangado.

- É claro que não amor. Vamos fazer tudo a seu tempo. - Cole disse com sua alegria espontânea. Não era à toa que todo mundo amava Cole Mackenzie. Como não gostar de alguém que se importava imensamente com o bem estar de seus amigos?

- Eu já disse o quanto eu te amo? - Anne disse abraçando o amigo apertado.

- Eu também te amo, irmãzinha. - Cole disse retribuindo o abraço.

Quando Gilbert se juntou a eles novamente e Anne viu o seu sorriso, ela pensou no quanto tinha sorte de ser amada incondicionalmente por aquelas duas pessoas que eram tão parte dela quanto ela mesma.

ANNE E GILBERT

A semana passou tranquila para Anne que permaneceu no hospital por exatamente sete dias, mas, não menos cheia de surpresas. Gilbert ficava com ela a maior parte do tempo, pois naqueles dias como sugerido pelo Dr. Phillips, ele diminuiu o ritmo de trabalho, e apenas permaneceu em seu consultório por algumas horas, o restante, ele lhe fazia companhia.

Era a primeira vez em meses que o tinha por tanto tempo somente para ela. Ele tomava café, almoçava e jantava com Anne todos os dias, e a ruivinha estava se sentindo no céu com tanta atenção, e toda vez que Gilbert chegava, ela sorria de orelha a orelha, e eles passavam, horas conversando sobre o bebê, o casamento e seu futuro, e ela percebeu o quanto iria sentir falta de tê-lo assim quando voltassem a sua rotina, pois era-lhe muito fácil se acostumar com Gilbert a sua volta todo o tempo tratando-a como princesa, porém, ela sabia que não podia ser egoísta. Gilbert tinha que voltar ao trabalho, pois havia muitas pessoas que precisavam dele mais do que ela, por isso, Anne tentava não se apegar mais do que. Já se apegara para não sofrer demais com a ausência dele depois.

No terceiro dia de sua internação, Marilyn aparecera com uma caixa enorme de bombons e um ursinho de pelúcia que fez Anne achar muita graça da atitude da amiga. Ela ficara sabendo que Anne estava grávida por Gilbert, por isso, trouxera o ursinho como um presente antecipado pra o seu sobrinho. Anne riu das palavras da amiga, e ao pensar que seu filho teria tantos tios e tias quando nascesse que ela teria sorte se ele não crescesse uma criança mimada demais,

- Anne, que notícia incrível. Eu sabia que essa sua história com Gilbert seria linda. Mal posso esperar para ver o meu sobrinho em seus braços. - Marilyn dizia empolgada.

- Calma, Marilyn. Ainda temos muitos meses pela frente. - Anne disse tentando refrear seu entusiasmo,

- Eu sei, meu amor, mas, não consigo não surtar com a ideia. Por que não me disse que andava se sentindo tão mal? Poderíamos ter ido a um médico antes e evitaria que você fosse internada. - Anne apenas sorriu de leve. Ela sabia que seu sequestro fora mantido em sigilo por causa da imprensa. Gilbert fizera questão nisso, pois ele sabia como uma notícias dessa cairia como uma bomba no meio das celebridades, e ela não teria um minuto de paz, atrapalhando sua recuperação. A imprensa sabia ser inconveniente quando queria, e eram como abutres em busca de uma carcaça da qual pudessem se fartar. Era mais uma coisa pela qual teria que agradecê-lo depois. Seu noivo era excepcional e sempre pensava em tudo para deixá-la mais à vontade e segura.

- Eu não sabia que estava grávida. Com tanto trabalho e os preparativos do casamento eu me descuidei deste aspecto, e sequer percebi era uma meia verdade, mas teria que servir, quando tudo aquilo passasse talvez ela conseguisse contar a Marilyn tudo o que acontecera. Por ora, era melhor ela pensar que Anne estava internada por conta de seu mal estar pela gravidez.

- Tudo bem, meu amor. O que importa é que você está muito melhor. - Marilyn disse se sentando aos pés da cama de Anne.

- Mas, me conte sobre seu desfile em Milão. Já está tudo preparado? - Anne perguntou, mudando de assunto de propósito, pois se sentia desconfortável mentindo para Marilyn.

Na tarde daquele mesmo dia, ela teve uma segunda surpresa. Sua agente apareceu com um buquê de rosas e muito amável, comportamento que não enganou Anne nem por um segundo, pois a ruivinha bem lá no fundo desconfiava que ela deveria estar furiosa com a gravidez dela.

- Anne, querida, como está? - ela perguntou beijando-a no rosto.

- Estou grávida. - Anne disse apenas para ver o impacto daquilo no rosto dela.

- Eu sei, e é sobre isso que vim falar com você. - Anne a olhou desconfiada, surpresa por sua calma incomum e disse antes que ela começasse a reclamar:

- Olha, desculpe-me se ficou chateada, mas, eu estou feliz demais para me importar com qualquer outra coisa que não seja o meu filho e o meu casamento.

- Calma, Anne, não precisa se exaltar assim, eu vim até aqui para te trazer ótimas notícias. - ela era toda sorrisos, e Anne ficou ainda mais desconfiada, contudo resolveu esperar pelo que ela tinha a lhe dizer.

- Muito bem, sou toda ouvidos.

- Acho que essa gravidez foi a melhor coisa que poderia ter te acontecido. Quando a Ralph Lauren ficou sabendo que você ia ter um bebê, eles ficaram malucos e querem fazer um contrato com você a longo prazo. Você sabe que eles tem uma linha infantil de moda famosa, e desejam que você seja a modelo exclusiva deles pelos próximos anos. A empresa me contatou hoje de manhã, e me pediram que lhe apresentassem sua proposta. O que me diz?

- Que tipo de campanha eu teria que fazer? - Anne perguntou interessada no assunto, mas, não querendo decidir nada sem conversar com Gilbert antes.

- Eles querem que você pose para eles desde o começo da gravidez até o nascimento do bebê, e depois também, mas, é você quem decide, Anne. Acha que vale a pena? O que posso te dizer sobre isso é que achei o contrato excelente, pois você não terá que ficar viajando de um lado para outro, já 'que as fotos seriam feitas aqui mesmo em Nova Iorque, o salário é muito bom, e eles também se comprometem a ter uma equipe médica cuidando de você caso se sinta indisposta durante alguma sessão de fotos, e ainda você ganhará todo o enxoval do bebê. - sua agente terminou de dizer esperando por sua resposta.

- Realimente me parece uma proposta excelente, mas, será que posso pensar? Tenho que falar com o meu noivo sobre isso. - Anne disse pensativa.

- Claro, querida. Vou te mandar o contrato assim que você voltar para casa.

- Obrigada. - Anne disse sorrindo.

- E onde está o lindo Dr. Blythe? Não o vi por aqui.

- Ele está trabalhando. Virá ficar comigo mais tarde.

- Eu ainda acho um desperdício ele não querer ser modelo. Com aquele rosto e corpo, Meu Deus, faria um tremendo sucesso – ela disse muito animada para o gosto de Anne que reclamou:

- Ei, é do meu noivo de quem você está falando.

- Me desculpe, querida, mas, você não pode deixar de concordar comigo. Seu noivo é lindo, Anne, com todo o respeito. - sua agente disse com uma gargalhada.

- Eu sei, é o que digo todo dia quando acordo com ele a meu lado. - Anne disse com uma pitada de malícia que fez sua agente dizer:

- Eu não a culpo, ele é realmente um Apolo. - Anne riu da comparação. Ela mesma já usara todos os nomes dos deuses gregos para descrever Gilbert. Quem não pensaria assim olhando para aquela obra prima?

- Bem, Anne, preciso ir, pois tenho uma agência para cuidar. Depois conversamos melhor sobre o contrato. Parabéns pelo bebê e pelo noivo. - sua agente disse antes de ir.

Assim, ela passou o resto da semana pensando sobre a campanha da Ralph Lauren, mas, sem realmente se decidir por coisa alguma, tampouco falou com Gilbert sobre aquilo, pois queria ter o contrato em mãos e ler todas as cláusulas, para depois poder discutir com ele se seria uma boa ideia para os dois.

No seu último dia no hospital, sua derradeira e maior surpresa de todas aconteceu no período da tarde de sexta-feira trazendo Francesco Agipi em sua cola. Depois de tudo o que acontecera, ela não esperava que ele aparecesse. Francesco não tinha culpa de nada, pois não poderia adivinhar que a mulher com quem ele se relacionara um dia fosse louca de pedra.

-Cara, como você está? - ele parecia tão sem jeito ali no meio do quarto que Anne sentiu pena dele e disse:

- Estou bem, Francesco, e você também deveria estar.

- Ah, Anne, me perdoe. Eu nunca pensei que Monique pudesse fazer algo assim. Nós tivemos uma história muito bonita que acabou de um jeito muito triste. - ele disse sem contar muitos detalhes sobre seu caso com Monique, mas, Anne, descobriu que não queria saber.

- E a sua filha? - ela perguntou olhando para o rosto bonito dele.

- Ela vai ficar comigo. Eu falei com Monique na cadeia e nós dois decidimos que está na hora da menina saber que tem um pai. Enquanto ela estiver presa a menina vai morar comigo, depois veremos como fica a questão da guarda compartilhada.

- Francesco. Posso te fazer uma pergunta? - ele olhou para ela intrigado e disse:

- Claro.

- Por que disse a Monique que me ama se nós dois sabemos que não é verdade?

- Você sempre me olhou como amigo, Anne, mas a verdade é que sempre amei você. – ela se mexeu na cama inquieta, e ele disse ao perceber seu desconforto. - Não se preocupe, eu sei que seu coração é de outro, por isso, não insisti que ficasse comigo quando você quis terminar nosso noivado. Eu já tive demais da vida para achar que daria certo entre nós somente com amor do meu lado. Eu não sou mais ingênuo de pensar que tenho amor suficiente para nós dois, isso não existe, como também sei que você ama de verdade o Dr. Blythe, então, fiquei contente de te deixar livre para que fosse feliz. - ele disse tudo aquilo segurando em sua mão em um gesto carinhoso de afeto, mas, ela não esperava que Gilbert chegasse naquele momento, e olhasse para os dois com uma carranca do tamanho do mundo. Seu noivo era puro ciúme e Anne podia sentir as faíscas apontando para Francesco Agipi. Ele também percebeu a presença de Gilbert e viu seu olhar de desagrado, assim, ele se apressou em se despedir dizendo:

- Preciso ir, minha querida. Se precisar de alguma coisa você sabe onde me encontrar. Até logo, até logo Dr, Blythe. - Gilbert mal respondeu e continuou de cara fechada mesmo depois de Francesco ter saído do quarto, e depois de alguns minutos em silêncio ele perguntou:

- O que esse cara estava fazendo aqui, Anne?

- Ele veio me visitar e dizer que sente muito pelo que Monique me fez. Você não precisa ter ciúmes.

- Eu não estou com ciúmes. - ele respondeu sem encará-la.

- Ah, não? - ela disse erguendo uma sobrancelha e ele por fim reconheceu:

- Está bem, eu estou com ciúmes.

- Por que? Você sabe que eu e Francesco sempre fomos amigos.

- Ah, não sei. Acho que é porque sempre me lembro que ele já teve você.

- Ele nunca me teve, Gilbert. Você sabe que foi o único homem que já me tocou. Eu nunca tive ninguém antes de você.

- Eu sei, querida. Me desculpe eu sou mesmo um insensível. Você precisa de sossego e não de aborrecimento. Você me perdoa? - ele disse beijando-a na testa.

- É claro que te perdoo. Não fiquei aborrecida, eu só queria esclarecer as coisas.

- Não precisa. Você tem o direito de ter seus amigos, mesmo que eu morra de ciúmes por isso. Agora, vamos esquecer esse meu ataque de bobeira. Eu vim te buscar para levá-la para casa. Está pronta? -

- Sim. Arrumei tudo logo de manhã. Estou louca para ir para casa com você.

Logo, eles estavam deixando o hospital no carro de Gilbert e seguindo direto para o apartamento de Anne. Quando ela abriu a porta, foi surpreendida por uma sala toda enfeitada de bexigas e um cartaz enorme colorido que dizia:

Bem-vinda ao lar futura mamãe

Anne não conseguiu refrear algumas lágrimas que rolaram sem que ela pudesse impedi-las. Ela olhou para Gilbert com um sorriso radiante enquanto via nos olhos dele todo o amor que sempre estivera lá por ela e perguntou emocionada:

- Foi você quem fez isso?

- Sim, mas, com um cera ajudinha de um amigo seu. - ele disse abraçando-a pelo ombro.

- Cole, eu devia saber que tinha dedo dele nisso.

- Está cansada? Por que não toma um banho enquanto te preparo uma sopa? Gabriela me passou toda a sua dieta dos próximos dias, e eu pretendo fazê-la seguir a risca.

- Está bem. Prometo que vou ser uma paciente bastante obediente. - Anne respondeu resignada. Ela sabia que não podia colocar a vida do bebê em risco, por mais que odiasse dietas supervisionadas. Gabriela dissera que ela estava com falta de ferro nos sangue e isso não era nada bom em início de gestação, porém, se comesse direitinho tudo o que ela lhe passara, o problema poderia se resolver em poucas semanas.

Deste modo, ela deixou Gilbert na cozinha e foi tomar seu banho relaxante. Quando voltou para junto de seu noivo, ele já tinha a mesa do jantar preparada, onde ela se sentou se servindo da sopa que ele fizera e seus suco de abacaxi preferido. Sob o olhar atento de Gilbert. Anne comeu até a última colherada se sentindo satisfeita e sem o enjoo que a vinha acompanhando nos últimos dias.

Ao ver que Anne se levantava da mesa, recolhia a louça suja com intenção de lavá-la, Gilbert tocou em seu braço e disse:

- Deixe que eu cuido disso, vá para o quarto e me espere lá que irei ficar com você logo em seguida. - Anne assentiu e se se dirigiu ao quarto deles, se deitou na cama confortavelmente esperando por Gilbert que demorou mais do que ela esperava, e por isso, ela acabou adormecendo.

Ela despertou com um leve toque em seu braço, e ouviu a voz suave de seu noivo lhe dizendo:

- Querida, acho melhor se deitar corretamente na cama, ou vai acordar com torcicolor amanhã. Você adormeceu com o pescoço na posição errada. - Anne fez o que ele disse sem deixar de notar que ele tinha acabado de sair do banho. Seu dorso nu brilhava e os cabelos caiam bagunçados se enrolando adoravelmente em sua testa. Ela suspirou com aquela visão tentadoramente máscula de Gilbert Blythe, sentindo um a necessidade imensa de tocá-lo depois de dias trocando apenas beijos castos reprimindo seu desejo por ele que com a os hormônios da gravidez parecia ter duplicado de intensidade.

Compreendendo o seu olhar sobre ele, Gilbert se deitou ao seu lado, e ficaram se olhando sem falar nada. De repente, Anne subiu a mão pelo peito dele, acariciando vigorosamente aquela região de músculos fortes, ouvindo Gilbert respirar fundo puxando-a para mais perto. Assim, seus lábios se encontraram e dessa vez se beijaram com vontade, pois não havia nada que os impedisse de matar a saudade da boca um do outro. Gilbert levou a mão a alça da camisola de Anne e quando fez menção de tirá-la, ele a sentiu tensa e perguntou:

- Fiz algo errado?

- Não, foi somente um pensamento bobo que passou pela minha cabeça.

- Me diga o que está pensando. - ele disse se virando de frente para ela na cama e a olhando profundamente se perdendo naqueles olhos azuis que ele amava tanto.

- Eu pensei que daqui a algum tempo meu corpo não será mais tão atraente, e me pergunto se você ainda vai me desejar do mesmo jeito. - Gilbert a olhou espantado pelo que ela dissera e respondeu:

- Que bobagem foi essa que pensou? Eu não te amo apenas pelo seu corpo, mas, pela pessoa maravilhosa que existe aqui dentro. - ele colocou a mão sobre o coração dela e continuou:- Você é o amor da minha vida, e não existe coisa mais linda que uma mulher grávida. Eu vou amar ver seu corpo se transformando dia a dia, sua barriga crescendo devagar, e você ficar mais cheinha onde essas suas curvas ainda são tão esbeltas. Quero viver com você todas essa mudanças, e não tenho dúvidas de que se já é linda agora, com meu filho sendo abrigado por seu corpo você vai ficar deslumbrante. Nunca pense em se esconder de mim, pois você não tem do que se envergonhar. - Gilbert a puxou para ele e tirou camisola dela devagar, olhando encantado para os seios dela que estavam expostos apenas para os seus olhos e disse:

- Eles já estão mais cheios, embora caibam ainda nas minhas mãos, e isso me excita demais. - seus lábios desceram sobre ela, acariciando os mamilos que desabrocharam e escureceram mais ainda ao seu toque, fazendo Anne gemer com o prazer que sentiu. Logo a língua dele mudou de direção e alcançou seu pescoço, subindo até sua orelha fazendo o corpo dela inteiro se arrepiar. Tudo parecia estar mais intenso aquela noite, e Anne não sabia se era devido à sua sensibilidade que estava mais aguçada ou se era falta que sentira de Gilbert a semana toda que estava intensificando demais as sensações em sua pele e dentro dela.. Os dedos dela enterraram nas costas dele enquanto a beijava inteira, descendo mais e mais até chegar ao seu abdômen onde carinhosamente acariciou, e depois continuou a descer até fazê-la se derreter em seus lábios, enquanto Anne gemia o nome dele sem parar. Todos as partes dela estavam em brasa, seu corpo inteiro implorava pelo de Gilbert que estava disposto a prolongar aquela tortura ardente, sem satisfazê-la totalmente, deixando-a ansiosa por algo mais. Eles rolaram pela cama, e Gilbert deixou que Anne deitasse sobre ele e o tocasse com seus dedos delicados, e cada vez que ele sentia as unhas dela arranharem-no devagar, ele apertava o corpo dela contra si com mais força, porém com todo o cuidado por conta do bebê.

Anne nunca pensara que fazer amor com Gilbert seria ainda melhor do que tudo o que já' experimentara com ele, mas, naquela noite seus sentidos estavam tão aguçados que conseguia sentir em suas entranhas cada carícia, cada beijo ou leves mordidas que ele dava em sua pele, deixando-a em um estado de excitação maior do que já sentira na vida. Talvez por ter chegado tão perto de nunca mais tê-lo assim, ou por saber que em seu corpo crescia uma vida que era parte dele, ela se permitiu sentir todas as sensações que tomavam conta de seu corpo e o efeito sobre ela era incrivelmente poderoso.

Gilbert também não estava indiferente à magia do momento, e à maneira que Anne se movia contra seu corpo era diferente das outras noites. Ela estava completamente solta tão envolvida pelo momento quanto ele, o toque aveludado dos lábios dela em todas as parte de sua pele lhe provocava um delírio quente e intenso, e ouvi-la dizer seu nome baixinho era como uma música feita para seduzir os seus ouvidos, e assim ele se deixou levar por aquela força mais uma vez que o fazia se chocar contra Anne como se fossem ondas que se elevavam com a fúria do mar, e depois se quebravam misturando seus desejos e sussurros, e assim, ele a tornou sua, e Anne vibrou ao sentir Gilbert se movendo dentro dela em um frenesi incontrolável ao mesmo tempo em que a satisfação que sentiram depois que seus corpos atingiram o ponto máximo do que partilharam juntos naquele quarto por onde seu amor imenso se propagava os deixou saciados,, e em seguida, eles descansaram deitados lado a lado com seus lábios colados em uma celebração silenciosa de mais um momento perfeito.

- Você é linda, nunca se esqueça disso, e eu te amo, meu anjo ruivo. - Gilbert sussurrou no ouvido dela que sorriu com aquela declaração.

- Você sempre fala no quanto me acha linda, mas, você nunca percebeu no quanto você é bonito, Gil? Eu não consigo tirar meus olhos de você. - ela o beijou com ardor, e depois disse tocando todo o rosto dele com o polegar; - Nosso filho vai ser lindo se ele parecer com você.

- Está tirando seu crédito nisso, meu amor. Ele ou ela vai ser deslumbrante se tiver seus olhos azuis e esse cabelo magnifico.

-Eu acho que nosso bebê vai te cachinhos como os seus. - ela disse brincando com uma mecha do cabelo de Gilbert.

- E aposto que terá essa coleção de sardas que eu adoro. - Gilbert disse mordiscando-lhe os lábios.

- Você quer menino ou menina? - Anne perguntou enquanto colava seu corpo no de Gilbert e seus rostos ficavam bem próximos.

- Eu não me importo se será menino ou menina, pois vou amar qualquer um deles do mesmo jeito.

- E que tal amar a mãe deles mais um pouco? - Gilbert a olhou admirado enquanto um sorriso malicioso cruzava o seu rosto, ele disse:

- Tem certeza de que não está cansada?

- Eu nunca vou me cansar de ser sua, meu amor. E isso não é culpa dos meus hormônios de gravidez

- Eu tenho certeza de que não é.

E mais uma vez seus corpos se uniram em uma paixão sem limites que não deixava espaço para mais nada, e todos os sussurros que se ouviu naquela noite foi outra vez o amor se manifestando em sua fôrma mais crua onde dois corações apaixonados a tanto tempo construíram mais uma parte de sua história que duraria muito mais do que um dia eles imaginaram ou sonharam para si mesmos.

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