Capítulo 7 - Emoções em conflito
ANNE E GILBERT
- Anne, aconteceu alguma coisa? - Ela ouviu Gilbert perguntar, mas por alguma razão ela não conseguia responder. Por algo alguns segundos ela somente o encarou, tentando não prestar atenção demais ao físico dele exposto à sua frente. Quando Gilbert a encarou de volta, ela esqueceu do que viera fazer ali, existia apenas aqueles olhos que capturaram a sua alma, e que a arrastavam como um imã para os braços dele, Anne sentiu que seu mundo girava, e que poderia se desintegrar no mel daqueles olhos naquele instante.
O toque dele em seu braço a fez acordar, o rosto ardendo em brasas quando percebeu que também não tirava os olhos do peito nu e naturalmente esculpido dele.
- Anne o que foi? Por que você está assim? - agora ele estava tão perto que seu coração deu um pulo dentro do peito, sua respiração continuava irregular, ela teve que apelar para todas as suas forças para responder:
- Matthew, ele não está bem. Marilla, me pediu para buscar ajuda. Me desculpe atrapalhar o seu domingo, mas você foi a única pessoa na qual pensei. Estamos só nos duas em casa, hoje, e o próximo hospital fica longe daqui.- Anne falava depressa, tentando abafar a voz em sua cabeça que gritava com ela para ter bom senso e ao mesmo tempo tentando controlar a atração que sentia por Gilbert.
- Calma. Eu vou te ajudar. Vou apenas colocar uma camiseta, e podemos ir para Green Gables. Entre por favor. - Gilbert disse educadamente.
- Não, eu vou esperar aqui na varanda mesmo, se você não se importar - Gilbert olhou para ela e respondeu:
- Como quiser.- e entrou na casa novamente.
Anne desabou na poltrona que havia ali na varanda, inspirando várias vezes para tentar desfazer o nó que estava em seu estômago. O que estava acontecendo com ela? Não era a primeira vez que via um homem sem camisa. Sua profissão, aliás lhe dera a chance de ver os homens mais belos do mundo em trajes sumários e nuca se sentira daquele jeito. Talvez isso se devesse ao fato de que não estava apaixonada por nenhum deles, e ver Gilbert naquela situação tão íntima lhe causava todo o tipo de sensação. Precisava ter foco, viera ali a procura de um médico, e Matthew precisava de ajuda, por isso, ela tinha que esquecer as palpitações de seu coração e se preocupar com o bem-estar de seu pai adotivo.
Mas por que era tão difícil agir normalmente quando Gilbert estava por perto? Por que não controlava seus impulsos e acabava se colocando em situações embaraçosas? O que Gilbert tinha que a fazia agir assim? Normalmente era tão controlada, e dona de suas ações, nunca perdia a calma e não ser em raras ocasiões, mas desde que chegara em Avonlea e encontrara Gilbert parecia outra pessoa, impulsiva e agitada, parecia que habitava outro corpo que não era o seu. Sua postura calma e tranquila dera lugar aquela garota sem medidas e sem juízo algum.
Gilbert bagunçara sua cabeça de tal maneira que ela não se reconhecia mais. A única coisa na qual pensava o tempo todo, era se jogar nos braços dele e deixar que ele a tocasse como nunca fora tocada antes.
Sua carência por ele a estava deixando transtornada, queria tanto voltar a ser a pessoa que era antes de chegar ali em Avonlea, pois pelo menos assim saberia como agir em situações como aquela, conseguiria caminhar com os próprios pés em terra firme, sem sentir que estava oscilando entre a realidade e uma fantasia louca que a deixava completamente sem direção.
Ela precisava colocar a cabeça no lugar e entender que ela e Gilbert não combinavam, e como óleo e água não deviam se misturar. Quando Gilbert voltou devidamente vestido e com uma maleta médica na mão, Anne estava mais calma, e se levantou da poltrona assim que ele apareceu na porta.
- Vamos. - Ele disse apontando para o seu carro parado em frente à garagem da casa.
- Acho que prefiro ir andando, e te encontrar em Green Gables.- ela não queria se arriscar a ficar sozinha dentro de um carro com ele.
- Não seja tola, Anne. Será que te assusto tanto assim que prefere caminhar todo o caminho até Green Gables, do que ir confortavelmente no meu carro comigo?
- Você não me assusta, não seja ridículo.- ela disse com as mãos na cintura irritada com o que ele dissera.
- Pois eu acho que morre de medo de mim.- o desafio nos olhos dele a fez se decidir.
- Está bem. Vou com você, mas somente para que você pare com essa insinuação ridícula de que estou com medo de você.
Gilbert deu uma risadinha cínica, dizendo a si mesmo que pelo menos aquilo não mudara nela. Ela nunca fugia de um desafio mesmo que isso significasse passar por cima de certas coisas para provar que ele estava errado.
Na adolescência foi sempre assim que ele conseguira que Anne fizesse coisas que não queria fazer. Bastava desafiá-la, insinuando que era fraca ou covarde demais para algo, para que ela mudasse de ideia na hora. Anne nunca admitia que Gilbert estava certo de primeira e somente admitia derrota quando fracassava na sua milésima tentativa, e ainda assim, ela não era boa perdedora e sempre saia reclamando que ele tirara vantagem dela.
Como ele sentia saudade daquela amistosidade que havia entre eles naquela época, e daria tudo para que voltasse a ser assim, mas Anne não parecia interessada em que as coisas mudassem entre eles, pois apesar dos momentos de intimidade que viveram no dia anterior, ela continuava mantendo distância dele.
Entraram no carro, e quando Anne se inclinou do lado, Gilbert não pôde deixar de observar o short de malha que ela usava, e que estava tão apertado em seus quadris que modelava a suas coxas com perfeição. Ele desviou o olhar, não querendo que ela percebesse seu interesse na figura dela, que mantinha o olhar perdido no lado de fora do carro.
O espaço entre eles era mínimo, e se entendesse o braço tocaria as coxas lindas e torneadas de Anne mas sabia que se o fizesse, ela ficaria zangada e se bem a conhecia, faria um escândalo imenso por causa daquilo. Gilbert se concentrou na estrada, mas em alguns momentos seus olhos escapavam de sua vigilância e pousavam sobre as pernas dela paralelas as dele, deixando-o inquieto. Ele pensou em puxar conversa com ela, para tentar aliviar a tensão que havia de instalado dentro do carro, mas Anne não lhe dava uma brecha para começar a conversa, então, ele se manteve em silêncio.
Estavam perto de Green Gables e o silêncio continuava pesado entre eles. Gilbert fez uma curva, mais do nada um esquilo desavisado apareceu na estrada de repente, fazendo com que Gilbert freasse de maneira mais brusca, e o cinto de segurança de Anne que não estava preso direito abriu e a jogou em cima de Gilbert.
Ele conseguiu parar o carro sem maiores consequências para ambos, e quando o susto passou é que ele teve consciência que estava com Anne em seu colo, as mãos apoiadas em seu peito para não cair, os cabelos tinham se soltado do rabo de cavalo que ela fizera de manhã, e caiam sobre o peito dele feito seda. Anne estava com os olhos fechados, a respiração rápida por causa do susto, e quando ela os abriu seis olhares se encontraram.
- Você está bem? - Ele perguntou. Os lábios tão próximos dos dela e as mãos em sua cintura, que começaram a acariciá-la suavemente sem perceber.
- Estou.- Anne sentiu Gilbert perto demais. Estava quente, tão quente sentindo o calor vindo do corpo dela através da camiseta, que nem mesmo o ar condicionado do carro conseguia diminuir. As mãos de Gilbert foram para os seus quadris, acariciando a região abaixo dela. Os olhos dela se fixaram nos lábios masculinos, consciente demais do prazer que podiam provocar nela, seus olhos encontraram os dele novamente, e viu refletidos nele o desejo palpável entre os dois. Ela percebeu a respiração pesada de Gilbert enquanto ele a observava atentamente, como se esperasse a aprovação dela para dar o próximo passo, que acabaria com aquela urgência que tomava conta de seu corpo e que a deixava à mercê da paixão dele.
Mas de repente, percebeu que estavam no meio da estrada, ela sentada no colo de Gilbert em uma posição sugestiva, enquanto ele tinha as mãos agarradas aos seus quadris. O que está fazendo, sua louca? Ela gritou dentro de sua cabeça. Matthew está em casa gravemente enfermo, esperando por ajuda, enquanto você está brincando de casinha com Gilbert Blythe? Tenha vergonha garota.
Ela se afastou de Gilbert, sentando novamente no assento ao lado, as mãos trêmulas dobradas em seu colo. Não olhou para ele enquanto disse:
- É melhor irmos agora. Estamos bem perto.
- Como quiser. - Ele respondeu, controlando a agitação de seu sangue que estava prestes a entrar em ebulição. Levou alguns segundos para que pudesse se recompor, mas quando chegaram na fazenda dos Cuthbert ele já tinha assumido sua postura do médico eficiente, preocupado com seus pacientes que adotava no hospital de Charlotte Town.
Anne desceu do carro, e abriu a porta da sala para que Gilbert entrasse. Em seguida, o levou até o quarto de Matthew. Quando chegaram lá Marilla segurava a mão do irmão que parecia ter piorado nas últimas horas. Assim que os viu, ela suspirou aliviada pegando nas mãos de Gilbert com afeição
- Gilbert, que bom meu filho que Anne conseguiu encontrá-lo em casa.
- Oi, Sra. Cuthbert. Vou examinar Matthew e ver o que está errado. Poderiam me dar licença? - ele pediu educadamente.
Marilla e Anne saíram do quarto e ficaram do lado de fora esperando apreensivas pelo diagnóstico de Gilbert.
Anne olhou para fora e o sol ainda brilhava naquele domingo feliz, mas não para ela,pois de todas as maneiras aquele dia não estava sendo bom. Primeiro descobrira que Gilbert passara a noite com a namorada depois de dizer em seu ouvido que a desejava. Em seguida, aconteceu aquele episódio infeliz, ou deveria dizer sensual demais, quando quase sucumbira aos apelos de seu coração. E agora, o homem que era como um pai para ela estava doente demais, e ela temia pela vida dele.
Matthew não era tão jovem, e vinha abusando dessa condição a muito tempo. Agia como criança, desafiava Marilla, e colocava em perigo a própria vida por causa de sua teimosia desmedida. Marilla tinha razão em se preocupar, pois o irmão era um perigo para si mesmo, somente porque não admitia que o tempo estava passando, e havia muitas coisas que ele não podia mais fazer como antes. Anne suspirou, e torceu as mãos nervosamente e continuou pensando. O tempo era implacável, não poupava ninguém de suas garras, por isso, era importante viver a vida da melhor maneira possível para não ter do que se arrepender depois. Mas, e ela? Estava vivendo o melhor da vida? Quando pensava nos últimos anos, conseguia ver apenas uma lista de sonhos inacabados, que ela foi deixando de lado conforme as coisas foram acontecendo. Sua carreira era importante para ela, e de certa maneira a satisfazia, mas quando pensava no lado emocional, somente.conseguia.sentir um vazio imenso. Ela tentara encontrar alguém que preenchesse esse aspecto de sua vida, mas no fundo sabia que não tinha tentado o bastante, e isso acontecera simplesmente por causa do homem que estava atrás da porta do quarto de Matthew, e que roubara seu coração e nunca mais o devolvera.
Ela sabia que ele a queria como mulher, não podia negar ter visto os olhos dele cheios de desejos, mas isso não bastava para Anne porque se se entregasse completamente a Gilbert, ela fatalmente acabaria em uma cama vazia no dia seguinte, e era algo que precisava evitar. Ele ia se casar com outra mulher, e Anne não queria ser apenas o jogo favorito dele, ela queria o amor de Gilbert incondicionalmente, e isso era uma coisa que ele nunca lhe daria.
Ela precisava deixar para trás aquela fantasia de que teria tudo que desejava na vida, porque a única coisa que realmente queria estava longe demais de suas mãos. Voltaria para Nova Iorque dali a dois meses, e teria que se contentar com uma carreira de sucesso, mas uma vida amorosa tão deserta quanto o Saara.
Naquele instante Gilbert saiu do quarto de Matthew com o semblante preocupado. Antes que ele dissesse qualquer coisa, Marilla se adiantou ansiosa:
- É então, Gilbert?
- Olha, eu não quero mentir para vocês. A situação não me parece muito boa, e sinceramente acho que é melhor levarmos Matthew par o hospital.- Anne sentiu como se uma mão gelada agarrasse seu coração e o apertasse até que ela ficasse sem ar. Em seu desespero não percebeu que segurava a mão de Gilbert:
- É tão ruim assim, Gilbert? - ele apertou a mão dela com carinho e respondeu.
- Ainda não sei, preciso fazer alguns exames para ter certeza. Mas, prometo que vou cuidar bem dele. Confie em mim.- Gilbert pegou no queixo dela e o acariciou com carinho.
Como queria abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem. Bastaria um passo e a teria em seus braços, mas ele não sabia como Anne reagiria, se fosse no passado ele saberia cada reação dela, pois a conhecia como a palma da sua mão, mas depois de todos esses anos havia tanta coisa que não sabia dela, e por isso, afastou a mão, pegou seu celular para ligar para o hospital e pedir uma ambulância.
Trinta minutos depois estavam se dirigindo para o hospital Anne preferiu ir com Matthew na ambulância, enquanto Marilla foi no carro de Gilbert. Durante todo o trajeto, Anne olhava para Matthew e seu coração sofria por ele. Por um instante se odiou por ter ficado tanto tempo longe. Poderia ter passado mais tempo com Matthew, mas deixara sua mágoa por Gilbert falar mais alto que o seu amor por sua família, e agora se perdesse Matthew ficaria um buraco tão grande dentro dela que nunca mais seria preenchido. Ela acariciou os cabelos brancos dele com. carinho.
Matthew fora o único pai que conhecera, e a ele devia a vida maravilhosa que tivera em Green Gables, e por isso o amava como se ele fosse o pai biológico que nunca tivera. Esperava que Gilbert pudesse ajudá-lo a ficar bem. Era uma ironia pensar que a vida de Matthew estava nas mãos do homem que queria manter longe de sua vida, mas o destino parecia ter outros planos, pois insistia em empurrá-la em direção dele, mas se Gilbert pudesse ajudar Matthew, isso era só o que importava naquele momento.
As horas no hospital pareciam engatinhar, Marilla lhe fizera companhia por um tempo, mas logo se cansara e Anne ligara para Jerry pedindo- lhe que a levasse para casa. Gilbert lhe dissera que fosse também, e que assim que tivesse os resultados dos exames ele ligaria para ela, mas Anne se recusou a sair dali dizendo que só iria embora depois que soubesse o que estava acontecendo com Matthew. Gilbert apenas deu de ombro concordando, pois sabia da teimosia de Anne e ela somente faria o que queria, mais uma de suas características adoráveis que não mudara com o glamour de sua vida.
Depois que Marilla se foi, Anne se sentir a sozinha, e pensou em ligar para Cole, mas logo desistiu, não queria atrapalhar o amigo caso estivesse acompanhado. Felizmente, Diana viera e lhe fizera companhia por um bom tempo, mas tivera que voltar para casa para amamentar sua pequena Laura e Anne ficara sozinha novamente.
Então, depois de horas que pareciam uma eternidade, Gilbert veio falar com ela,
- Anne, será que você poderia me acompanhar até meu consultório.- Anne assentou em silêncio e seguiu Gilbert até uma sala toda branca, onde havia uma mesa, duas poltronas, e um gabinete cheio de medicamentos. Ela olhou para Gilbert e esperou que ele começasse a falar:
- Anne, não quero mentir para você, por isso, vou direto ao ponto. O caso de Matthew é mais sério do que pensei. Ele está com um caso grave de pneumonia, e teremos que colocá-lo no aparelho para ajudá-lo a respirar, pois seus pulmões estão muito fracos para que ele consiga respirar sozinho.
De repente, Anne se sentiu tonta. Fechou os olhos enquanto o desespero tomava conta dela. Ela abriu os olhos e os fixou em Gilbert dizendo:
- Não, Matthew não pode morrer, eu não suportaria, por favor, Gilbert não deixe que isso aconteça. - lágrimas começaram a rolar em grandes quantidades, e ela não conseguia parar de soluçar.
Gilbert então a abraçou sem suportar ver o sofrimento dela calado. Anne deixou que ele a envolvesse toda em seus braços. Ela encostou a cabeça no peito de Gilbert e se deixou ficar ali sendo ninada a e acariciada como quando eram crianças, e Anne caía e se machucava, e Gilbert a abraçava beijando os seus cabelos.
- Calma, Anne. Vai ficar tudo bem. Eu prometo, Matthew vai ficar bom, você vai ver.- ela era tão frágil ali em seus braços, como uma menininha indefesa. Gilbert sentiu uma ternura imensa invadi-lo. Todo o amor que sentia por ela. Queria acabar com toda a angústia que sentia no corpo trêmulo dela, queria dar-lhe a segurança que ela precisava naquele momento.
Anne de repente levantou a cabeça, e empurrou de leve o peito dele se afastando, como se só naquele momento percebesse o que estava acontecendo.
- Eu preciso ir para casa falar com Marilla. Mais tarde eu volto para ver o Matthew.- a voz dela ainda estava trêmula por causa do choro. Ela se virou e se dirigiu a porta, mas Gilbert pegou em seu pulso e a trouxe de volta para ele.
- Fique, Anne, precisamos conversar. ' Anne não disse nada, apenas ficou olhando para ele com aqueles olhos azuis que ele sempre idolatrara. Gilbert sentiu um Imenso desejo de beijá-la, ele tinha que beijá-la, mesmo que colocasse tudo a perder. Anne pressentiu o beijo, e sabia que não conseguiria evitá-lo. Assim que Gilbert colou os lábios dele nos dela, ela o enlaçou pelo pescoço, enterrando seus dedos nos cabelos escuros dele. As mãos dele passearam por suas costas e desceram até sua coluna, parando na base dos quadris. Então, Gilbert foi empurrando Anne até que ela estivesse com o corpo encostado na mesa. Gilbert a levantou e a sentou na mesa, e assim a cabeça dela ficou na altura da sua. Ele beijou seus cabelos, descendo os lábios pela base do pescoço, arrancando pequenos gemidos dos lábios de Anne, enquanto as mãos dele acariciavam suas coxas nuas, indo parar debaixo da camiseta dela, correndo livre pelo abdômen até chegar nos seios dela coberto ainda pelo top que ela vestira de manhã
Anne sentiu seu corpo esquentar a uma temperatura insuportável, não conseguia controlar seus suspiros, e nem a vontade que tinha de tocar Gilbert também, suas pernas rodearam a cintura de Gilbert, trazendo- o para mais perto, e então suas mãos subiram a camiseta dele e ela tocou a pele quente do peito dele, se deliciando com a maciez. Ela queria mais, ela precisava de mais, entreabriu os lábios e deixou que Gilbert explorasse sua boca do jeito que ele desejasse. Ela estava intoxicada pelo cheiro dele, pelos beijos dele, pelo seu toque que parecia queimá-la viva. Ela sentiu as mãos dele tocá-la por cima dos shorts, e ela desejou ardentemente que ele livrasse a ambos das barreiras das roupas que ainda os separavam, ela levou a mão ao zíper da calça jeans de Gilbert, mas então ouviu uma voz que a fez gelar.
- Gilbert amor, posso entrar? - Sarah perguntou.
Anne se sentiu-se estranha, enquanto ouvia Gilbert responder com a voz controlada:
- Estou com um paciente. Podemos falar mais tarde?
- Claro, te espero para o café da tarde.
- Está bem.- ele respondeu, passando as mãos pelo cabelo em desalinho.
Anne desceu da mesa arrumando as roupas constrangida. Não havia desculpa para o que acontecera ali, ela quisera e permitira, e agora estava se sentindo assim, porque descobrira que a namorada de Gilbert trabalhava naquele hospital e o que ela diria se tivesse entrado ali e pegado Anne nos braços de Gilbert? Esse pensamento fez Anne estremecer, e ela sentiu que precisava sair dali antes que se sentisse mais humilhada do que já estava.
- Anne, -Gilbert começou mas ela o interrompeu.
- Não, não diga nada, eu não quero ouvir você me pedir desculpas ou dizer que sente muito.Eu já estou me sentindo culpada o bastante.
- Anne a gente precisa conversar. Não vai embora desde jeito.- Gilbert disse aflito ao vê-la se encaminhar para a porta.
- Quero ir para casa, Marilla precisa de mim.
- Eu te levo então.
- Não, eu prefiro ir de táxi. - a ideia de ficar perto de Gilbert dentro de um carro novamente era intolerável.- e por favor, Gilbert, fique longe de mim.
Ela saiu para o corredor do hospital, andando o mais rápido possível, tomou um táxi e enquanto se dirigia para Green Gables, ela encostou a cabeça no vidro e chorou por Matthew, por Marilla, por si mesma, e pelo único homem que desejava e amava , mas que nunca teria.
-
Espero que gostem e comentem. Beijos.
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