Capítulo 66- Vidas entrelaçadas
Olá, pessoal. Desculpem minha demora em atualizar o capítulo essa semana, mas, é que eu ia deletar essa história do meu perfil porque não tenho recebido muitos feedbacks positivos, e acabei ficando desapontada, mas, uma amiga me convenceu dizendo que se eu fizesse isso não estaria sendo justa comigo mesma pelo tempo e esforço que tenho empregado em escrevê-la. Eu realmente não disponho de muito tempo para escrever, pois trabalho durante o dia e agora com tudo on line o tempo ficou ainda mais escasso, por isso, acabo escrevendo os capítulos de madrugada. De qualquer forma, eu amo esta história assim como a outra que escrevo a mais de um ano, e estava de coração partido por pensar em desistir dela. Bem, aqui está mais um capítulo, e espero que não tenha ficado muito ruim, pois eu não estava realmente inspirada, mas, fiz o melhor que consegui. Obrigada por tudo. Beijos, Rosana. Desculpem-me pelos erros ortográficos.
ANNE
Anne abriu os olhos assustada e custou a se lembrar onde estava, ela virou de lado e dois olhos incrivelmente castanhos a observavam durante seu sonho. Logo, ela se lembrou que estavam na fazenda de Gilbert, e o que vieram fazer ali.
Todos os acontecimentos do dia anterior passaram diante de seus olhos como um flash, e ela suspirou baixinho, antes de encarar seu noivo que continuava com os olhos grudados nela. Ficaram assim durante um tempo, olho no olho, tentando decifrar o que cada um estava pensando, sem sorrir, sem falar, apenas o silêncio e seus olhares.
De repente, Gilbert estendeu a mão e afastou uma mecha de cabelo que caia displicentemente pelo rosto de Anne, se aproximou mais um pouco e encostou a ponta do seu nariz no dela, esfregando-o de leve, fazendo Anne rir.
- Por que estava me observando dormir, Dr. Blythe?
- Porque você linda quando dorme. – Ele disse enroscando suas pernas nas dela.
- Não sei o que pode ser tão interessante em uma mulher descabelada dormindo. - ela disse já imaginando como deveria estar sua aparência, principalmente porque acabara dormindo com os cabelos molhados, , pois Gilbert não lhe dera tempo de secá-los.
Depois de sua pequena aventura na cachoeira, com direito a fotos do seu namorado lindo de sunga, e mais alguns nudes que fizera dele sem que ele percebesse, eles voltaram para a fazenda, e Gilbert não tirava os olhos dela. Ele a arrastara para cama assim que jantaram, e fizeram amor muitas vezes durante a noite, o que a fez pensar que estar perto da natureza tinha um efeito fascinante sobre Gilbert, abria-lhe um apetite sexual insaciável que o fazia amá-la de maneiras inimagináveis.
Anne amava essa parte sensual dele, porque ele a fazia se sentir do mesmo jeito. Nunca pudera imaginar que seria tão ousada na hora do sexo, e na verdade, era algo libertador que lhe dava oportunidade de descobrir coisas sobre si mesma que nunca pensara antes.
No passado quando suas amigas falavam sobre isso, ela costumava corar, morrendo de vergonha, jurando a si mesma que nunca seria capaz de fazer nada mais do que o convencional. Porém, naquele tempo era uma garota boba, que se agarrava a moralismos que não tinham sentido algum nos dias atuais. Ela fugia do que considerava um excesso, e sonhava com a época vitoriana onde haviam príncipes que faziam amor com suas mulheres de maneira doce.
Contudo, naquela época, ela não tinha Gilbert Blythe para ensinar lhe o caminho da perdição, e depois que sentira o que era fazer amor com um homem que a deixava suspirando por ele vinte quatro horas por dia, ela descobrira que príncipes podiam ser intensos em sua maneira de tocar uma mulher, e não tinham que ser suaves, muito pelo contrário. Gilbert Blythe era o príncipe mais encantadoramente selvagem que já tinha conhecido, e ser amada por ele no mais alto grau de prazer e luxúria era ter a certeza de que dormiria depois como uma gatinha ronronando completamente satisfeita.
- Por que você sempre a se distrai quando eu estou falando com você? - ele reclamou de um jeito sentido que a fez responder:
- Porque estar com você me faz ter pensamentos nada louváveis, Dr. Blythe.
- É mesmo? Eu vou adorar saber de todos eles. - ele a puxou para cima de seu corpo, suas peles nuas e quentes harmonicamente grudadas. - Ou será que prefere me mostrar? - ele disse com um olhar que faria Anne deseja-lo uma semana inteira. Como ele conseguia ser terrivelmente lindo antes mesmo de se levantar?
- Você não se cansa nunca, Gil? - Anne perguntou surpresa por ele ainda estar tão cheio de hormônios depois da noite movimentada que tiveram.
- Eu nunca me canso de fazer amor com você. Acho que viver entre os dois extremos do perigo me excita, Srta Cuthbert, e você é a maior responsável por isso. - Ele beijou-lhe o pescoço, e ela sentiu seu corpo reagir.
- Quer dizer que a sensação de estar se arriscando te faz querer mais de tudo isso? - Anne perguntou com um sorriso nos lábios.
- Eu não estou dizendo que gosto de vê-la na mira de um maluco, mas a tensão que isso gera em torno de nós me faz ter fantasias incrivelmente excitantes.
- Quer dizer que o comportado Dr. Blythe sente atração pelo perigo? - ela disse contornando os lábios dele com os dedos, os esfregando de leve.
- Como não poderia? Eu tenho o perigo vivendo ao meu lado todos os dias. - ele disse descendo os dedos pelas costas dela. - Você é o meu adorável perigo particular, Srta Cuthbert. Amar você é não saber até onde isso me leva. - Ele disse passando a língua de leve pelos lábios de Anne.
- Não existe limite para nos dois, Gil. E se pensar, nunca houve desde que éramos crianças. – ela entreabriu os lábios e ele a beijou, brincando com a língua em cada recanto da boca dela. Suas mãos a encheram de carícias e estavam a meio caminho de se perderem no corpo um do outro, quando uma batida na porta os interrompeu.
- Tio Gilbert. O senhor me prometeu que ia me levar para passear no meu novo pônei. - Delfina disse em sua voz admiravelmente infantil.
- Me espera lá embaixo querida. Eu desço daqui a pouco. - Gilbert respondeu, e logo ouviram os passos da menina se afastando da porta, fazendo Anne dizer com certo humor.
- Pelo menos nos lembramos de trancar a porta.
- Eu tinha me esquecido da promessa que fiz a Delfina ontem. Que pena! Queria muito continuar essa conversa. - ele disse mordiscando-lhe o lábio inferior.
- Teremos que deixar para mais tarde. Prometer algo a uma criança é muito importante, Dr. Blythe. - Anne disse, suspirando enquanto ele descia a mão pelo seu corpo inteiro.
- Eu sei. Porém, estou cheio de ideias nesse exato momento que não podem esperar. - sem protestar, Anne deixou que Gilbert a guiasse pelos caminhos dos sentidos que naquele momento estavam todos concentrados nele.
Quando desceu para o café uma hora depois, Gilbert já tinha saído com Delfina, e apenas Mary permanecia na cozinha para seus afazeres.
- Bom dia, Anne. – ela disse sorridente.
- Bom dia, Mary. - Anne lhe sorriu de volta.
- Gilbert me disse que se casam daqui a seis meses.
- Sim, ele resolveu que quer se casar o mais rápido possível. - Anne respondeu pegando a xícara de café que Mary lhe ofereceu.
- E como você está se sentindo com tudo isso?
- Estou nas nuvens. Eu passei anos sonhando com isso, e quase não acredito que meu sonho adolescente está a um passo de se concretizar. - Anne disse quase para si mesma.
- Eu já te disse uma vez, e vou repetir. Acho linda a história de vocês dois. Cresceram como amigos, e agora estão prontos para darem esse passo importante em suas vidas. Não poderia haver um final mais perfeito para essa história. – Mary disse olhando para Anne com carinho.
- Nem eu mesma tinha imaginado que seria assim.- Anne respondeu tomando seu café pausadamente.
- Gilbert será um excelente marido. Dá para notar a maneira como ele cuida de você.
- Sim. Ele é bastante cuidadoso e intenso. Estou aprendendo com ele a ser assim também O engraçado é que não consigo ligar o Gilbert de antes com o de agora.
- Por que diz isso? - Mary perguntou curiosa.
- Porque Gilbert nunca foi de demonstrar seus sentimentos. Eu me lembro como era difícil arrancar qualquer coisa dele. Cada emoção era trancada a sete chaves, e saber o que ele pensava sobre determinado assunto era como tirar água de pedra. – Anne disse com a imagem de Gilbert quando garoto em sua cabeça. Ele era bem tímido naquela época, falava muito pouco, e se escondia por trás de uma seriedade desconcertante para uma garoto de quinze anos. A única coisa que não mudara fora os olhos. Esses foram sempre o portal para Anne descobrir o que ele estava sentindo, e era a única parte mais reveladora da personalidade dele naquela época.
- Talvez estar apaixonado tenha mudado isso nele, e ele se sinta seguro em deixar que você o veja como ele realmente ê. – Mary disse mexendo com uma colher de pai uma sopa que estava preparando.
- Acho que tem razão. Até agora, ele tem sido surpreendente. Eu custo a crer que esse homem forte e tão excitante seja o mesmo amigo que conheci. Estar com Gilbert é saber que nunca o conhecerei completamente. Vai ter sempre uma característica nova para descobrir.
- E isso te assusta? - Mary perguntou cheia de curiosidade.
- Nem um pouco, na verdade, me deixa ansiosa para provar um pouco mais a cada dia desse homem fascinante. Gilbert é uma caixinha de surpresas, e quero experimentar cada uma delas até me fartar. Eu sei que vou adorar viver com ele minha vida inteira. - Anne disse sendo sincera em cada palavra.
- Paixões intensas como a sua tendem a durar para sempre. - Mary profetizou com seu jeito doce.
- O meu amor por ele é para sempre. Eu não tenho dúvida nenhuma.
- O dele também. Gilbert simplesmente resplandece ao seu lado. Ele fica mais relaxado e feliz.
- Eu fico feliz por fazer tão bem a ele depois de tantos anos de desentendimento. Acho que nós dois merecemos esse momento. - Anne terminou seu café, mas ao invés de se levantar, ficou sentada na mesa conversando com a Mary. Ela gostava muito dessa interação que as duas tinham, eram tão parecidas e tão diferentes ao mesmo tempo. Porém, ambas amavam seus homens, e não havia nada no mundo que não fizessem por eles, era isso que as aproximava tanto e as tornava iguais de certa maneira.
- Pela maneira como se amam, vocês vão ser felizes, Anne. Eu posso sentir em meu coração. - Mary disse tocando o braço de Anne com carinho.
- É o que espero, também. - ela fez uma pausa, pois de repente uma ideia incrível encheu sua mente de expectativas tão boas que ela resolveu arriscar. – Mary, você faria meu bolo de casamento? É claro que eu pagaria por ele.
- Você está me pedindo para fazer seu bolo de casamento? Anne, tem certeza? Você poderia escolher uma das confeitarias mais famosas de Nova Iorque para isso. - Mary disse encantada com o pedido.
- Eu não quero uma confeitaria famosa. Eu quero algo típico daqui, pois eu e Gilbert resolvemos que vamos nos casar em Green Gables, então estou pensando em alguma coisa que combine conosco.
- Que ideia maravilhosa, Anne. Vou me sentir honrada em fazer o bolo do seu casamento. Considere um presente meu.
- Mas, vai ser muito trabalhoso - Anne disse em protesto.
- Nenhum trabalho me daria mais prazer do que esse, Anne. Ficarei imensamente feliz em presentear você e Gilbert com um bolo de casamento maravilhoso.
- Obrigada, Mary. Gilbert sempre me disse que você é uma confeiteira de mão cheia. Diga-me apenas do que precisa, e eu providencio todos os ingredientes. E tem mais uma coisa, você permitiria que eu leve Defina como minha daminha de honra?
- É claro que sim. Ela vai ficar encantada com a ideia. Muito obrigada por pensar em minha filha. - Mary disse toda derretida pela gentileza de Anne com sua filha. Aquela garota era mesmo um anjo, como Gilbert não se cansava de dizer.
- Eu é que agradeço. Ela é um encanto, e agora que a conheço melhor posso entender porque Gilbert é completamente apaixonado por ela.
- Você será uma excelente mãe um dia, Anne.
- Se eu for metade da mãe que você é para Defina, vou me dar por satisfeita. - Anne disse abraçando Mary apertado.
Alguns minutos depois, ela estava no quarto se arrumando enquanto pensava na conversa que tivera com Mary. Antes de voltar para Avonlea e reencontrar Gilbert, Anne nunca de fato pensara na maternidade, mas, de repente seu relógio biológico vinha contando uma história diferente, Ela se pegava em diversos momentos pensando em filhos, e se encantava ao imaginar que os teria com Gilbert, e acabava rindo ao visualizar em sua mente um pequeno Gilbert correndo pela casa, fazendo traquinagens enquanto seus olhinhos castanhos fariam Anne se lembrar do quanto fora amada ao conceber um ser tão perfeito.
Anne saiu do quarto ainda com tais pensamentos embalando sua imaginação, e foi à procura de Gilbert e Defina pelos cantos da fazenda. Ela selou um cavalo, surpresa por conseguir fazê-lo sem se atrapalhar, e cavalgou até uma parte da fazenda onde Gilbert lhe dissera que levaria a menina. Ela os encontrou perto de um jardim de lírios. Defina parecia entretida em fazer uma coroa de flores enquanto Gilbert a observava atentamente. A ruivinha parou por um momento em cima do cavalo, e ficou observando a linda cena embebecida. Estava claro para ela, que Gilbert amava crianças, e ela pôde comprovar isso todas as vezes que o vira com a adorável filha de Mary, e algo dentro dela se agitou, deixando-a emocionada ao constatar mais uma vez o quanto queria um filho de Gilbert. Aquela sensação era algo inesperado, mas a ideia começara a perturbá-la já a alguns dias, desde que Cole começara a lhe cobrar um sobrinho. Ela sabia que ainda era cedo, e que Gilbert desejava filhos só depois do casamento, e de repente, ela descobriu que seis meses era o máximo que conseguiria esperar. Anne não queria que se passassem anos até que se decidissem por um filho, ela queria um bebezinho logo, assim que se adaptassem a nova vida de casados.
A ruivinha não sabia bem se aquele desejo se acendera nela ao ter consciência de que a vida era curta, e se podia perdê-la a qualquer momento, ou se aquelas ameaças estavam mexendo com seus hormônios de tal forma, que seu aparelho reprodutor passara a desejar que uma gravidez fosse anunciada logo, e um feto com todo o amor daquelas duas pessoas que eram únicas uma para outra se instalasse ali sem demora. Ela queria ser mãe e desejava aquilo desesperadamente.
Os olhos de Gilbert se desviaram de Defina e pousaram sobre ela, e no mesmo instante ele sorriu, se levantando em um salto e caminhando em sua direção. Ela permaneceu em cima do cavalo observando Gilbert se aproximar daquele seu jeito elegante que mesmo quando estava de jaleco branco cobrindo todas as suas formas sedutoramente masculinas, a fazia se render ao homem mais belo que já conhecera. Gilbert parou ao seu lado, com a mão direita pousada nas rédeas que ela segurava firmemente, e disse:
- A princesa Cordélia finalmente me encontrou. - Anne riu ao se lembrar de sua fantasia de criança que desejava tanto ser um princesa e viver em um castelo de cristal. O que a surpreendia era o fato de Gilbert ainda se lembrar disso, e o que parecia era que o passado nunca os havia abandonado, por mais esforços que tivessem feito ao longo dos anos para isso.
- E o meu príncipe sem seu cavalo branco esperou por mim. - Anne disse sorridente. Gilbert estendeu a mão a ajudou a descer do cavalo, beijando-a assim que seu pés tocaram o chão. Ele tinha cheiro de lírio, natureza e campos molhados depois da chuva, e toda essa mistura inundou seu sistema deixando-a completamente envolvida por ele durante os poucos segundos que seu beijo durou. Gilbert logo se separou dela consciente de que Defina estava por perto, e por isso não deviam se exceder na demonstração do que sentiam.
Eles prenderam o cavalo perto do jardim de lírios, e foram se sentar embaixo da mesma árvore que Gilbert estivera absorto observando Defina.
- Ela é linda, não é? - Anne disse sem tirar os olhos da garotinha roliça que ainda não tinha percebido sua presença.
- Sim, e será uma mulher maravilhosa se seguir os passos da mãe. - Gilbert disse apertando a costas de Anne contra seu próprio corpo.
- Posso te fazer uma pergunta? - Anne disse meio hesitante.
- Sim. - Gilbert respondeu acariciando os braços de Anne distraidamente.
- Eu sei que não falamos muito sobre isso, mas, você pensa muito em ter um filho comigo? - Gilbert parou de fazer o carinho nos braços de Anne para olhar para ela espantado e dizer;
- Você sabe que sim, mas, por que está me fazendo essa pergunta agora?
- Porque eu estive pensando sobre isso e decidi que não quero esperar, e desejo muito ter um filho seu.
- Anne, você está dizendo que quer um filho antes de nos casarmos? Eu pensei que queria modelar ainda por um tempo antes de pensar nessa possibilidade. - Anne se virou um pouco para encará-lo nos olhos.
- Não exatamente. Vamos nos casar em seis meses, então, quero tentar engravidar logo depois do casamento. Não faz sentido esperarmos tanto, Gil. E posso continuar a trabalhar como modelo depois que o bebê nascer. Eu tenho muitas amigas que fizeram isso. - um meio sorriso se desenhou nos lábios de Gilbert e ele disse:
- Tem certeza de que isso mesmo que quer, Anne? Não é cedo demais?
- Eu quero muito um bebê seu, Gilbert. Eu não consigo pensar em algo que eu queira mais no momento. – ela apertou a mão grande dele entre as suas, e admirou a luz que se refletia nos olhos dele naquele momento.
- E posso saber por que essa vontade súbita de ter um filho tão de repente?
- Por que eu te amo, e quero dar ao homem da minha vida esse presente.
- Eu vou adorar ver nosso filho crescendo em seu ventre. - ele disse acariciando a barriga lisa dela com carinho.
- E vai continuar me amando mesmo que eu esteja enorme? - ela disse colocando sua mão sobre a dele ainda em seu ventre.
- Eu vou amá-la do mesmo jeito, e tenho certeza de que vai ficar ainda mais maravilhosa do que já é.- Anne sentiu seu coração sorrir junto com ela, e imediatamente sentiu vontade de beijar Gilbert, mas, não ousou fazê-lo, pois percebeu que Defina a tinha isto e vinha correndo em sua direção com um buquê de lírios nas mãos.
- Tia Anne, olha só o que eu trouxe para você.
- É lindo, meu amor. Vou colocar lá meu quarto assim que voltarmos para a fazenda. - Anne disse beijando-a nas bochechas gorduchas.
- Acho que já está na hora de irmos para casa, Defina. O sol está ficando alto e sua mãe pediu que voltássemos antes do almoço. - Gilbert disse se levantando, e dando sua mão para ajudar Anne a se levantar também.
- Está bem, tio Gilbert. – Defina disse obediente. -
Gilbert a ajudou a subir em seu pônei, e depois olhou para Anne de um jeito maroto e disse:
- A princesa Cordélia prefere ir no seu próprio cavalo, ou gostaria de ir junto comigo no meu?
- Ainda precisa perguntar? - Anne respondeu. Assim Gilbert a ajudou a montar em seu cavalo, e logo a estava apoiando em seu corpo como da outra vez que andaram, a cavalo juntos. Mais tarde ele pediria para algum trabalhador da fazenda levar o cavalo de Anne par o estábulo que naquele instante pastava tranquilamente por ali.
E todo o caminho de volta, a única coisa na qual Anne conseguia pensar era em um bebezinho de cabelos encaracolados que carregaria por nove meses em seu ventre e a quem amaria incondicionalmente exatamente como ao pai dele.
GILBERT
O almoço servido por Mary estava delicioso, porém, não era a comida que prendia a atenção do Dr. Blythe cujos olhos não abandonavam o rosto sorridente de sua noiva, que conversava com Mary sobre os detalhes do casamento.
Seu olhar percorria cada centímetro das feições perfeitas, desde as maçãs do rosto que eram naturalmente coradas quanto a beleza de olhos azuis que pareciam duas gotas de oceano em terra firme, e ele não podia deixar de admirar cada característica marcante na mulher que passara a ser tudo o que havia de melhor em seu mundo.
A conversa que tiveram antes não saía de sua cabeça. Anne queria um filho e esse era o seu desejo também, somente não pensara que ela ia querer um bebê tão cedo, e era isso o que mais o surpreendera naquela manhã.
Ela era ainda muito jovem e ainda tinha anos de profissão pela frente, por isso, Gilbert pensara que ela esperaria algum tempo antes de abraçar a ideia da maternidade, mas pelo que parecia, ela já tinha tomado sua decisão, e Gilbert não podia dizer que não estava feliz com a ideia.
Ter um filho com Anne seria a realização de tudo que sonhara alcançar na vida, e saber que poderiam operar o milagre de gerar uma vida juntos o deixava completamente em êxtase Ele ia simplesmente amar vê-la grávida, e quase podia enxergar em sua mente a beleza disso tudo.
O que a levara tomar uma decisão tão repentina, Gilbert não saberia dizer, e também não queria perder tempo racionalizando sobre isso. Ele apenas imaginava que era aquele tipo de instinto que falava mais forte em determinadas épocas da vida de uma mulher, e pelo que fosse, ele estava extremamente feliz com isso, e já se sentia pronto para ser pai de um filho com Anne.
Anne o olhou de relance, e sorriu como se pudesse imaginar por onde seu pensamento estava viajando, e ele retribuiu com um olhar intenso, que fez as bochechas dela ficarem ainda mais coradas. Pela sua cabeça passava a imagem de um bebê ruivo, cheio de sardas como a mãe e sorriso doce. Ele já se sentia apaixonado antes mesmo desse desejo ser concretizado, porque um filho era uma dádiva divina que ele aceitaria de braços abertos e com enorme felicidade. Ele nunca realmente perdera muito tempo pensando sobre isso antes, porque a medicina o absorvia de tal maneira, que Gilbert nunca sentira seu lado paternal muito aguçado. Ele sempre gostara de crianças, e elas pareciam se darem bem com ele, mas ter uma extensão sua com a mulher que amava era algo totalmente diferente.
Anne deu uma gargalhada, e Gilbert continuou observando-a com seus olhar apaixonado, O som do riso dela era único, Ele nunca tinha reparado no quanto era musical e cheio de cadência, e quanto prazer lhe dava vê-la feliz assim. Queria carregar aquele som em suas lembranças para sempre, porque era a coisa mais maravilhosa que já tinha ouvido em toda a sua vida.
Anne era toda linda, e Gilbert se perguntava como alguém pudera nascer tão perfeito assim. Como uma daquelas criações raras divina ela fora feita para ser admirada, e cada parte dela tinha uma graça tão natural que o deixava sem palavras. Quando criança ela fora doce e suave com seus laços e fitas. Na adolescência ela se transformara de lagarta para uma borboleta exuberante e cheia de cor, e agora mulher feita ela era fascinante, apaixonante e inesquecível, alguém que simplesmente era impossível não amar.
Ela o encantava todos os dias com seu humor excêntrico, seu jeito de garotinha que o lembrava da infância cheia de aventuras que tiveram, e o deixava completamente entregue as mãos dela quando se amavam com loucura. Ela lhe provava que o amor podia sobreviver ao tempo e se transformar e se reinventar todos os dias da maneira que quisesse, porque cada vez que Anne o olhava nunca era igual, cada vez que ela o beijava havia sempre um sentimento maior e melhor, cada vez que acordavam juntos, faziam suas refeições ou simplesmente caminhavam pelas ruas, a vida, os sentimentos aconteciam de maneiras diversas, e era por isso, que um amor como o deles não acabaria nunca. Ele crescia e renascia em seus corações diariamente renovado, inteiro, e totalmente indestrutível. E Gilbert sabia que era assim porque ele tivera a sorte de encontrar sua alma gêmea no mesmo instante em que conhecera sua melhor amiga.
- E você, Gilbert. Está ansioso pelo casamento? - Sebastian perguntou interrompendo as reflexões de Gilbert.
- Acho que mais do que a noiva. - Ele disse olhando para Anne e sorrindo.
- Essa é a primeira vez que vejo um homem confessar que está ansioso para se casar. – Sebastian disse em tom de brincadeira.
- Você também estaria se tivesse esperado pela noiva por sete anos. - Gilbert disse também com humor.
- Quer dizer que a Anne te fez sofrer antes de aceitar se casar com você? - Sebastian perguntou cheio de malícia.
- Sofrer foi pouco. Ela me deixou de quatro por ela até que aceitasse ser minha noiva. - Anne ficou vermelha feito um pimentão ao ouvir aquilo e para se defender, ele respondeu.
-Você também não foi nada fácil, Dr. Blythe.
- Ah, entendi. Quer dizer que ela te fez sofrer de outro jeito também. – Os olhos de Sebastian iam de um para outro maliciosamente divertidos.
- Sebastian! Como você pode ser indiscreto dessa maneira? - Mary retrucou lívida com a ousadia do marido em comentar a vida íntima do patrão na mesa do almoço.
- Ele sabe que estou brincando. - Sebastian disse em sua defesa.
- Não tem importância, Mary. Eu respondo. Você não tem ideia, Sebastian. – Gilbert disse desafiando Anne com o olhar.
- Acho que neste ponto nós dois empatamos. - Anne disse aceitando o desafio do noivo, e adorando sua liberdade de expressão sem se sentir constrangida.
- Está vendo, Sebastian. Direitos iguais, meu querido. - Mary disse rindo da cara surpresa do marido.
Depois disso, o almoço rolou ainda mais descontraído, e quando terminou Anne e Gilbert sentiam-se completamente relaxados. Como ela queria ir até Green Gables falar com Marilla sobre seu vestido de noiva, Anne foi direto para o quarto trocar de roupa e foi seguida por Gilbert que a acompanharia até a fazenda dos Cuthberts. Assim que fecharam a porta, ele a puxou para seu braços dizendo:
- Passei a manhã toda com vontade de te beijar de verdade.
- Foi por isso que passou o almoço inteiro me devorando com o olhar, Dr. Blythe? - Anne perguntou se segurando na cintura de Gilbert e roçando os lábios de leve nos dele,
- Entre outras coisas. - ele disse de olhos fechados, aspirando o perfume dos cabelos de Anne. Aquele era o afrodisíaco mais poderoso para seus sentidos, aquele cheiro que era somente dela e que o envolvia da cabeça aos pés. Era puro feitiço e pura magia o poder que Anne exercia sobre ele. O Dr. Blythe que todos conheciam deixava de existir quando aquela garota ruiva e linda o provocava daquele jeito.
- Então, vou te contar um segredo, Dr. Blythe, eu desejei que me beijasse todo o tempo também. Foi pura tortura vê-lo na minha frente, sem poder agarrá-lo como eu queria. - Anne roçou os lábio no pescoço masculino que sentiu arrepios de alerta percorrê-lo.
- Então, você queria me agarrar na frente de Sebastian e Mary? - ele disse com as mãos espalmadas nas costas de Anne, acariciando-as com a ponta dos dedos.
- Na verdade, eu desejei que não estivessem ali. Não me leve a mal. Eu adoro a ambos, mas, eu estava louca para ficar sozinha com você.
- É mesmo? E por que? - ele a olhou de um jeito insinuante que fez Anne colocar o dedo indicador em seu lábio inferior e dizer:
- Por que não descobre sozinho, Dr. Blythe? - Gilbert colocou a mão na nuca de Anne e empurrou o rosto dela em direção ao seu, e assim suas bocas se colaram enquanto suas línguas brigavam por espaço, acendendo a paixão que os envolvia em uma onda de calor pura. Gilbert adorava a maneira como Anne aceitava suas provocações, provocando-o de volta. Ela testava seu limite, e seu autocontrole levando-o muitas vezes a beira de um precipício onde ele mergulhava cegamente. A sua paixão por essa mulher era insana, assim como todas as sensações que ela provocava dentro dele. Se alguém um dia lhe tivesse dito que ele viveria algo tão intenso assim com alguém, ele não teria acreditado, porque jamais imaginara que pudesse ser tão emocional, passional, e possessivo, mesmo não querendo ser. Porém, em sua cabeça, por mais que fosse errado pensar assim, aquela mulher lhe pertencia e a mais ninguém. Eles se separaram suados e ofegantes, e sorrindo Gilbert disse com as mãos acariciando o rosto de Anne:
- Matou sua vontade de me agarrar, Srta. Cuthbert?
- Devo confessar que passaria o dia dentro nesse quarto com você se eu pudesse, então a resposta é não. - Anne disse com seus braços em volta do pescoço dele.
- Está se tornando uma garota com um gosto bastante peculiar, Srta. Cuthbert- Gilbert disse zombando dela de leve.
- Eu sou uma garota de extremo bom gosto, Dr. Blythe. Principalmente ao escolher os homens bonitos com quem fico trancada em um quarto. - o olhar dela o fez perguntar:
- Isso quer dizer que me encaixo em sua lista de homens bonitos? - Ele arqueou uma sobrancelha esperando pela resposta dela.
- Na verdade, você se encaixa em minha lista de homens perfeitos, porque se você se olhasse no espelho como eu te vejo, saberia exatamente do que estou falando. - ela o olhou de cima embaixo, e depois suspirou alto o que arrancou gargalhadas de Gilbert.
- Srta. Cuthbert, você é uma inspiração para o meu ego. - ele a abraçou apertado, e depois se separaram quando Anne disse:
- Vamos nos arrumar. Preciso falar om Marilla, e depois vamos voltar para Nova Iorque, pois amanhã é o dia das fotos. Você não esqueceu, não é?
- Claro que não. Ainda não sei onde estou me metendo, mas, amanhã vou descobrir. - ele disse se sentindo um tanto desconfortável com a ideia,
- Você vai adorar. Eu prometo. - Anne deu-lhe um beijo no rosto e foi se vestir.
Em poucos minutos, ambos estavam prontos, e a caminho de Green Gables. Gilbert suspirou feliz, pois estavam indo para casa, o único lugar no mundo ao qual sentia que ele e Anne pertenciam além da fazenda de seu pai. Logo estariam comendo os quitutes deliciosos de Marilla, e em companhia de Matthew, o pai adotivo de Anne. O que mais precisavam para serem felizes naquele momento? Green Gables era o lar eterno de ambos, o abrigo maravilhoso de sua infância, o único lugar para o qual sempre voltariam, não importava em qual momento de suas vidas.
Assim, que Gilbert estacionou em frente da casa, eles desceram do carro, e foram de mãos dadas até a porta da sala onde Anne bateu de leve. Marilla veio atender, enxugando suas mãos calejadas de trabalho duro no avental que ela fazia questão de manter impecavelmente limpo e engomado.
- Queridos, que surpresa! - Marilla disse, seus lábios se abrindo em um sorriso acolhedor.
- Oi, Marilla, Desculpe-nos por virmos aqui sem avisar, mas, eu precisava falar com você. - Anne disse beijando-a no rosto.
- Claro, querida. Vamos nos sentar na sala de jantar. Matthew está lendo o jornal dele como sempre.
Como Marilla mencionara, lá estava Matthew Cuthbert, vestindo suas roupas simples de trabalhador do campo, segurando seu jornal diário, completamente concentrado nas notícias do dia. Assim que viu Anne e Gilbert, ele colocou o jornal de lado e deu seu melhor sorriso, iluminando seu rosto normalmente sério:
- Que felicidade tê-los aqui. Eu estava com saudades, meu amor. - ele apertou a mão de Gilbert e acolheu Anne em seu braços em um daqueles seus abraços de urso que Anne amava, e que fez Gilbert sorrir com a cena. O amor que Matthew Cuthbert tinha por Anne sempre emocionava Gilbert, fazendo-o pensar na capacidade de demonstrar afeto sem realmente utilizar palavras daquele homem normalmente calado, que poucas vezes deixava suas opiniões a respeito de algo às claras, mas, quando ele estava com Anne parecia que suas feições envelhecidas pelo tempo e pela vida árdua de fazendeiro se rejuvenesciam muitos anos. Ele deveria ter se casado e ter tido muitos filhos, Gilbert pensou, pois teria sido um pai extremamente zeloso e amoroso.
- Não vamos nos demorar, pois compromissos nos aguardam em Nova Iorque, mas, eu não queria perder mais tempo. Eu e Gilbert vamos nos casar daqui a seis meses, e eu queria saber, Marilla, se você terá tempo suficiente para fazer meu vestido? - Marilla a olhou imensamente feliz com a notícia e disse:
- É claro que sim, mas, da última vez que estiveram aqui, vocês disseram que esperariam pelo menos dois anos.
- Sim, mas, as coisas mudaram. - Gilbert disse, abraçando Anne pela cintura.
- Será que teremos um netinho? É por isso que adiantaram a data? - a felicidade no rosto de Matthew deixou Anne com o coração apertado por decepcioná-lo daquela vez.
- Matthew, eu não estou grávida. Adiantamos a data porque pensamos que se nos amamos tanto, não faz sentido esperar mais. - ela pegou na mão de seu pai adotivo com carinho e olhando-o nos olhos disse:- Eu prometo que logo você terá o netinho que tanto deseja.
- Ah, minha, querida, não ligue para esse seu velho pai. Quero apenas que se case com o homem que escolheu, e os filhos virão quando Deus abençoar. - Matthew disse beijando-a na testa.
- Anne, você precisa escolher o tecido, os enfeites e o modelo de vestido que quer que eu faça. - Marilla disse trazendo um café fresquinho que acabara de passar.
- Está bem. Vou escolher tudo essa semana, e te mando pelo correio.
- Você entrará oficialmente para a família. John ficaria feliz. - Marilla disse sorrindo para Gilbert.
- Eu tenho certeza que sim. - Gilbert de repente se deu conta que seu pai não estaria ali para vê-lo casar com a garota que anos antes de morrer ele profetizara que seria a esposa de seu filho. Ou talvez estivesse, ele se corrigiu mentalmente, em espírito.
Depois de deixarem todos os detalhes do vestido de Anne acertado com Marilla, o casal de noivos resolveu dar uma última volta em Green Gables antes de voltarem para a fazenda. Eles caminharam por algum tempo por seus lugares favoritos e familiares, e Anne acabou se sentando em seu velho balanço onde milhares de lembranças a arremetiam ao passado de sua infância com Gilbert justamente naquele lugar inesquecível.
- Você se lembra desse lugar, Gilbert? - o rapaz se aproximou por trás e lhe deu um leve empurrão, fazendo o balanço se movimentar com Anne, mas, não muito alto, e respondeu;
- Sim. Era seu lugar favorito até os onze anos. Me fazia empurrar esse balanço tão alto, pois dizia que queria alcançar as estrelas.
- É verdade. Eu era uma criança bastante sonhadora naquela época. – ela sorriu com seus olhos fixos no infinito a sua frente.
- Tem outra coisa da qual me lembro. - Gilbert disse, seus olhos brilhando de um jeito misterioso que aguçou a curiosidade de Anne a qual ele fez questão de saciar no momento seguinte quando lhe disse:- A primeira vez que te beijei depois que você voltou de Nova Iorque foi aqui.
As lembranças chegaram até Anne, e ela corou ao se lembrar em que circunstâncias Gilbert a tinha beijado, depois de sua festa de boas-vindas.
- Você praticamente me atacou nesse balanço. - ela disse em uma voz acusadoramente falsa.
- E teria feito amor com você naquela noite, pois você não estava oferecendo muita resistência se bem me lembro.
- Você me deixou assustada e eu fugi com medo do que estava sentindo. Foi nesse dia que eu descobri que continuava apaixonada por você. - ela confessou.
- Eu pelo contrário, sempre soube que te amava, e bastou te ver de volta para ter certeza disso. - ele disse abraçando pela cintura.
- Eu fui uma tola. Tanto tempo perdido quando poderíamos ter vivido tanta coisa juntos. - Anne disse com a voz aborrecida.
- Tudo aconteceu como deveria, meu amor. O que importa é que estamos juntos agora, e não desperdiçaremos mais nem um minuto longe um do outro. - eles ficaram alguns minutos em silêncio apenas sentindo a força do sentimento que os unia e uniria sempre, e logo Gilbert disse, deslizando os dedos pelos cabelos de Anne:
- O que acha de seguirmos o conselho de Matthew e começarmos a trabalhar na vinda de nosso primeiro bebê? - Gilbert disse olhando-a profundamente.
- Você quer mesmo isso? - Anne perguntou e ele respondeu com todo o seu coração.
- Nunca quis tanto algo como quero ter um filho com você. - ele beijou-a nos lábios, e depois foram se despedir dos irmãos Cuthberts, retornando para fazenda de Gilbert em seguida.
Naquela noite, após momentos de amor tórridos enquanto Anne dormia profundamente, Gilbert foi até a janela e viu Vênus brilhar para ele como se quisesse lhe dizer algo, e o rapaz desejou ardentemente que seu filho já estivesse a caminho, crescendo do ventre da mulher que ele escolheu para amar por toda vida.
ANNE E GILBERT
Eles chegaram em Nova Iorque no meio da manhã de sexta-feira, e encontraram uma cidade fria e coberta de neve. Ele estavam no início da estação e por isso neve neste período não era novidade. Anne particularmente gostava de ver a cidade assim toda branca, pois lhe dava uma sensação gostosa de estarem no meio de um cartão postal, desses que se manda aos amigos no meio de uma grande viagem turística.
Nova Iorque se tornava deslumbrante, e ela ficava a todo momento admirando aquela paisagem magnífica da janela do seu apartamento, e quando chegasse Natal, as luzes coloridas destacariam ainda mais o charme da cidade e sua beleza sofisticada.
As fotos que fariam naquele dia foram marcadas para tarde, portanto, eles teriam um tempo extra para se prepararem, principalmente Gilbert que ficava tenso a cada minuto que passava. Eles conversaram sobre isso durante o voo de volta, mas ainda assim, Gilbert parecia incapaz de relaxar. Então, Anne o obrigou a tomar um banho de banheira, tirar uma soneca e quando o momento de irem para o estúdio chegou, Gilbert parecia bem melhor.
No momento em que chegaram, a agente de Anne veio recepcioná-los, feliz por ver que Gilbert tinha cumprido sua palavra.
- Finalmente, Dr. Blythe. Pensei que não viria. - ela disse apertando-lhe a mão.
- Eu nunca falto com uma palavra dada. - ele respondeu sério.
- Que homem mais sério. – ela disse, e depois voltando-se para Anne ela disse:- Conto com você para deixá-lo mais à vontade. - ela deu uma piscada para Anne e deixou-os finalmente sozinhos.
- O que eu faço agora? - Gilbert perguntou sentindo-se um peixe fora d'água naquele ambiente que não tinha nada em comum com o seu.
- Terá apenas que trocar de roupa quando solicitado, e deixar que a maquiadora e a cabeleireira façam o resto. - Ela disse empurrando-o para uma saleta onde os trabalhos de caracterização dos modelos para campanhas aconteciam.
- Vou ter que me maquiar? - Gilbert disse indignado.
- Calma, amor. São apenas produtos que ela usam para tirar o brilho da pele, ou cobrir alguma imperfeição que possa comprometer a qualidade das fotos. Não é nada demais. - Gilbert franziu o cenho não acreditando muito nas palavras da ruivinha. Enquanto seus cachos eram arrumados, seu rosto hidratado, Gilbert se perguntava onde tinha se metido.
Como combinado antes, a primeira sessão de fotos seria o pedido de casamento. Gilbert e Anne teriam que fazer várias poses em vários ângulos mostrando o noivo ajoelhado à frente da noiva e colocando a aliança de noivado em seu dedo anular.
Quando Anne viu Gilbert vestido com traje à caráter, ela sentiu uma súbita falta de ar. Ela pensara que não tinha mais como Gilbert ficar mais bonito, mas, pelo amor de Deus! Ele estava de matar qualquer mulher vestindo uma calça preta que moldava suas pernas masculinas, uma camisa social azul clara de mangas compridas que foram dobradas até seus cotovelos, exibindo os braços cheio de músculos esculpidos daquela região, e uma gravata azul marinho que lhe dava uma classe toda especial. Os cabelos estavam levemente úmidos dando aos cachinhos um aspecto arrumado que realçava o rosto de traços fortes de Gilbert e suas covinhas adoráveis. Ela desceu o olhar pelo conjunto todo e ficou boquiaberta ao constatar que aquele monumento que caminhava em sua direção, era o mesmo médico que trabalhava no Hospital Geral do centro de Nova Iorque, e seu futuro marido.
A maneira como Anne estava vestida não passou despercebida a Gilbert, que não conseguia desviar seu olhar. Ela estava vestindo um vestido vermelho de seda esvoaçante, com uma fenda lateral que deixava a mostra uma parte da coxa torneada dela, o decote redondo, exibia seu colo alvo e sedoso e suas mechas ruivas foram presas no alto da cabeça, alongando o seu pescoço bem feito dando a impressão de que ela era mais alta do que realmente era.
- Você está divina, meu amor. - ele disse pegando-lhe a mão e levando-a aos lábios onde depositou um beijo doce.
- Você ainda não se olhou no espelho. Santo Deus, Gilbert! Ainda bem que não contei para todas as modelos que você é médico, senão você teria uma fila de pacientes na porta do seu consultório na manhã de segunda-feira.
- Não seja exagerada, Anne. Eu continuo sendo o mesmo cara que entrou aqui a uma hora atrás. - Gilbert disse rindo do olhar assombrando de Anne por causa de sua aparência.
- Por dentro eu não duvido, mas, por fora está um Gilbert Blythe que eu não conhecia. E se queria me deixar mais apaixonada, meu amor, estou de quatro por você. – ela confessou, e Gilbert a olhou deliciado com a maneira como Anne o elogiava. Ele nunca fora vaidoso, mas, não podia negar, que vê-la devorá-lo com os olhos lhe causava um prazer inesperado.
A conversa toda foi interrompida pelo fotógrafo que pediu a ambos que se posicionassem na maneira que lhe era indicada, e então, os trabalhos começaram. Anne estava adorando fazer aquele trabalho com Gilbert e embora ele reclamasse a cada nova pose que teriam que fazer, dizendo que já 'estavam abusando de sua paciência, ela percebeu que ela estava se divertindo também. O melhor de tudo era que não tinham que fingir sentimento nenhum ao se olharem, porque seus sentimentos estavam à vista de todos. Nunca um ensaio fotográfico fora tão verdadeiro como aquele, e todos concordaram que os modelos eram incrivelmente maravilhosos e tinham uma química invejável a muitos casais. Anne ouviu a todos os comentários com um sorriso nos lábios, mas, também não deixou de notar que muitas modelos atiravam olhares insinuantes para seu noivo, que para sua alegria sequer as notava,
Outro ponto alto do ensaio, foi as fotos do casamento. Gilbert vestido como seu noivo foi outro tiro em seu coração. Desta vez ele usava um smoking que o deixou incontestavelmente sexy, e Anne suspirou várias vezes durante o ensaio tentando acalmar o alvoroço de seus hormônio femininos, Não via a hora de voltar para casa e provar aquele homem todinho que era somente seu, ela pensou mordendo o canto do lábio com o pensamento indecente que se formou em sua mente, o que atraiu o olhar de Gilbert para ela fazendo-o perguntar:
- Anne, o que está pensando?
- Em nada, por que? - ela disse de um jeito falsamente inocente que fez Gilbert rir.
- Como se eu não te conhecesse. Esse sorrisinho malicioso está me dizendo que você já está aprontando alguma. Vamos, me diga, o que pensou:
- Não posso. - ela disse, colocando a mão no ombro dele.
- Por que não?
- É segredo de estado. - ela continuou fazendo mistério aguçando a curiosidade de dele.
- Jura que vai me deixar assim nessa ansiedade toda? - ele reclamou.
- Se eu estiver planejando algo mais tarde você vai descobrir. - ela lhe deu uma piscada, vendo satisfeita o braço inteiro dele se arrepiar.
- Quero dizer que você está linda de noiva. Não vejo a hora de tê-la assim no dia do nosso casamento. - Gilbert disse sem tirar os olhos do vestido caríssimo de noiva da marca Chanel que Anne usava. Seus dedos acariciaram a curva do pescoço dela devagar, enquanto seus olhares apaixonados eram capturados pela câmera, fazendo os espectadores ao redor suspirarem.
O ensaio final foi o mais esperado, e o que mais testou o controle de Anne. Gilbert apareceu usando uma sunga minúscula com todos os seus gominhos do abdômen destacados. Ela correu os olhos pela trilha de pelos que ia do peito até a baixo do abdômen, e respirou fundo, rezando para aquela tortura acabar e ela poder liberar todos os seus hormônios logo que chegassem em casa. Gilbert parecia estar se sentindo da mesma forma, pois os olhos dele não paravam de percorrê-la inteira, e a cada pose que faziam e suas peles se tocavam, Anne sentia as faíscas no ar e os olhares intensos de Gilbert a deixarem quente, tão quente que estava a ponto de derreter inteira. As mãos de Gilbert em sua cintura, seus corpos próximos e a impossibilidade de se beijarem naquele instante estavam deixando Anne cada vez mais ansiosa para ficar sozinha com ele,, e mergulhar toda naquela boca tentadora. Por fim, quando o ensaio terminou, ela suspirou aliviada, pois apesar de ter amado cada momento da seção de fotos com Gilbert, estava louca para ir para seu apartamento com ele.
Ela se vestiu o mais rápido que pôde, e quando caminhou em direção a Gilbert, ela ouviu sua agente dizer:
- Dr. Blythe. Que revelação. Como o mundo da moda nunca colocou os olhos em você? Todas as fotos de vocês dois ficaram lindas. O senhor tem certeza que não quer reconsiderar e fazer mais alguns trabalhos para nossa agência?
- Não, obrigado. Minha vocação é ser médico. Eu abri uma exceção nesse caso, porque esse trabalho era importante para Anne, mas, não pretendo repeti-lo.
- Que pena! - ela disse, e Anne percebeu incrédula que ela flertava abertamente com Gilbert. Que ousadia! Bem na sua cara! ela pensou alterada.
- Anne, querida, onde pensa que vai? Você se esqueceu da campanha que vai fazer com o Peter? As fotos começam hoje. - Anne ouviu o fotógrafo dizer. Ela tinha se esquecido, e pior do que isso, não avisara Gilbert. Ela olhou para ele que exibia uma carranca do tamanho do mundo, e disse:
- Desculpe-me, eu tinha me esquecido. Você me espera? - ela disse esperançosa.
- Claro que sim. - ele respondeu sentindo a raiva queimar em seu íntimo. Ela ia fazer fotos de novo com aquele Peter, e Gilbert se lembrava bem como fora da última vez, por isso resolveu esperar e ver como as fotos se realizariam. Porém, fora um ledo engano imaginar que suportaria ver o tal modelo atrevido falar com Anne com tanta intimidade. Gilbert o desprezou com todas as força ao ouvi-lo chamá-la de "baby", enquanto sua mão boba fingia que estava apenas agindo pelos comandos do fotógrafo quando na verdade ele estava se aproveitando a cada segundo daquela intimidade que Anne era forçada a ter com ele por causa do trabalho. Ainda assim, ele engoliu seu ciúme enlouquecedor, porque não queria atrapalhar Anne e deixá-la envergonhada no meio de seu ambiente de trabalho. Contudo, quando ele ouviu Peter chamá-la de "anjo", ele decidiu que era hora de ir, pois estava a um passo de explodir e faria um estrago imenso.
Anne terminou as fotos com Peter e ia sair de cena quando ele lhe segurou o pulso e disse:
- Anne, será que posso falar com você?
- Não. Estou com pressa. - ela se virou e ele a impediu novamente de sair dali.
- Por favor. - ele a olhava com os olhos implorando.
- O que foi, Peter? - ela perguntou séria.
- Estou com saudades, baby. - Anne não acreditou em seus ouvidos e perguntou.
- O que?
- Você me ouviu. Estou com saudades, baby.
- Peter, você sabe que estou noiva.
- Não acredito que vai se casar com aquele babaca. Vocês não combinam. Eu sou o cara para você.
- Você só pode estar louco, Peter. Parece que se esqueceu de tudo o que me fez. E não fale do meu noivo como se o conhecesse, porque você não sabe nada a respeito dele. Gilbert é o homem mais incrível que eu já conheci, e você com toda a sua beleza e arrogância nunca vai chegar aos pés dele, agora vê se me esquece e me deixe em paz. - ela se virou e foi trocar de roupa, ansiosa para ir para casa com Gilbert.
Quando ela voltou, procurou por Gilbert e não o encontrou, franzindo a testa preocupada. Ela viu Marilyn que estava conversando com sua agente, foi até elas e perguntou:
- Vocês viram o Gilbert?
- Ele já foi embora, e devo te dizer, a cara dele estava péssima. Vocês brigaram? - Marilyn perguntou.
- Não. Ele deve ter tido alguma emergência no hospital. - ela mentiu já imaginando qual seria a causa do súbito mau humor de Gilbert Blythe.
Ela pegou um táxi e foi para o seu apartamento, imaginando que ele estaria lá naquele momento, e remoendo a própria raiva que a estava sufocando. Gilbert conseguia tirá-la do sério com sua possessividade, agindo por impulso sem consultá-la. Quando chegasse em casa, eles teriam uma conversinha sobre seu comportamento puramente infantil.
O táxi mal tinha estacionado, e Anne já pulava para fora dele com toda a adrenalina de seu corpo comandando os seus passos. Ela subiu as escadas correndo, pois não estava com a menor paciência para esperar o elevador que pelos seus cálculos ainda ia demorar cinco minutos para chegar até ali, por isso se decidiu pela escada, porque assim também a ajudaria a descontar um pouca da raiva que estava sentindo de seu noivo na corrida desembalada degraus acima. Ela tinha que estragar o momento perfeito que tiveram na sessão de fotos só por causa de seu orgulho masculino ferido, e por causa disso, ele ia ouvir tudo o que ela tinha a lhe dizer:
Anne abriu a porta do apartamento tão impaciente que quase tropeçou no tapete ao entrar. Ela passou pela sala, não perdendo tempo em procurar Gilbert na cozinha, logo imaginando que ele estaria no quarto. Assim que chegou lá, ela viu a silhueta de Gilbert deitado na cama, e ele fingia dormir, porque ela podia perceber pela respiração dele que seu noivo estava acordado, e somente estava evitando falar com ela naquele momento, mas, ela não o deixaria escapar de jeito nenhum, e em vista disso, Anne foi logo dizendo:
- Muito bonito, Dr. Blythe. Como ousou viu para casa sem me avisar? Eu estava trabalhando e não me divertindo, e sei que fez tudo isso só por seu ciúme gigantesco por mim. Levante-se e vamos conversar como dois adultos racionais. - Anne esperou por alguns segundos pela resposta dele, mas, como Gilbert ficou em silêncio, eu percebeu que teria que agir por conta própria. Suspirando e bufando ao mesmo tempo ela disse:
- Por que sou eu que tenho que fazer tudo nessa casa? - ela começou a desabotoar a blusa, e a atirou sobre o tapete. Em seguida, foi a vez de seu par de tênis, a calça jeans e por último sua lingerie. Quando estava completamente nua, ela se sentou na cama, e depois engatinhou pelo corpo de Gilbert até chegar ao pescoço dele, onde ela começou a beijar e mordiscar até ouvi-lo gemer baixinho, ele rodeou a cintura dela com as mãos e abriu os olhos espantados ao perceber que ela estava totalmente despida.
- Anne, o que está fazendo?
- O que você acha? Parece que é só assim que consigo chamar sua atenção,- ela voltou a atacar o pescoço dele, e depois arrancou a camisa de Gilbert sem que ele esperasse, e quando ela transferiu os lábio para o peito dele, a sanidade dele já estava indo para o espaço. Ele se virou na cama, deixando-a por baixo de seu corpo, e segurando os dois pulso dela com suas mãos ele disse:
- Você adora me provocar até me fazer perder a cabeça, não é? - os olhos dele faiscavam, mas, Anne podia ver que estavam cheios de desejo.
- E você não gosta?
- Não quando me faz morrer de ciúmes. - ele disse distribuindo beijos por todo o rosto dela.
- Ah, quer dizer que confessa que veio embora porque não aguentou me ver fazendo as fotos com Peter? - ela perguntou se deliciando ao sentir os lábios dele indo parar no seu pescoço.
- Eu destetei ouvi-lo chamá-la de baby. Como ele é brega! - Gilbert sugava a pele do pescoço de Anne conhecendo bem o seu ponto fraco, e em segundos ela era apenas uma massa trêmula nas mãos experientes e excitantes do Dr, Blythe. O rapaz abandonou o seu pescoço, levando sua boca até a de Anne, mas, antes de alcançá-la, a ruivinha segurou o rosto dele com ambas as mãos e perguntou com a voz rouca:
- Você ficou bravo só por isso?
- Não, o momento pior foi quando ele a chamou de anjo. Eu tive ganas de socar aquele rosto convencido, porque quem tem o direito de te chamar de anjo sou eu. - Assim, ele a beijou, sua língua procurando à pela dela, e quando se encontraram foi como se ambos fossem tocados por uma descarga elétrica de desejo que os deixou completamente insanos. Anne ajudou Gilbert a tirar o restante das roupas que o cobriam, deixando o corpo dele finalmente livre para que ela o explorasse do jeito que quisesse. Suas posições foram trocadas várias vezes durante o ato de amor, pois a necessidade de se tocarem era extrema, todo o desejo acumulado durante o dia explodiu como dinamite, e Anne se sentiu engolida pela intensidade dos toques de Gilbert que marcavam sua pele como se quisessem provar a si mesmo que ela lhe pertencia. Anne por sua vez, o tocou inteiro também, mas, para isso, ela usou os próprios lábios, porque nada era mais embriagador para seus sentidos do que o gosto da pele daquele homem em sua boca. Os beijos eram insuficiente para matar a vontade que um tinha do outro, e desta a forma, Gilbert intensificou suas carícias até ouvir Anne delirar em seus braços. E ouvi-la implorar por ele inflamava seu ego a tal ponto que achou que não aguentaria esperar pelo momento final, porém, a duras penas, ele tentou se controlar, e disse baixinho no ouvido dela:
- Agora vai me dizer o que estava pensando lá no estúdio enquanto estávamos tirando as fotos? - Anne estava ofegante quando respondeu:
- Exatamente o que eu estou pensando agora.
- Então, me diga, eu preciso saber. - ele disse acariciando os seios dela com a língua, deixando o corpo de Ane ainda mais febril, e no fim do controle de si mesma ela respondeu:
- Eu quero você inteiro dentro de mim. - ao ouvir as palavras de Anne, Gilbert perdeu todo o controle que lhe restava, e a possuiu da maneira mais intensa que conseguiu. Seus corpos bebiam daquela fonte de volúpia, sedentos demais para se satisfazerem de uma só vez. Eles se entregavam por inteiro as labaredas da paixão que estava a nível extremamente alto, tão impossível de alcançar, seus corpos em combustão pura, tão cheios de calor, tão cheios de amor, e completamente conectados por um laço invisível e impossível de romper. Assim, Anne deixou que Gilbert a levasse até o ponto mais alto de seu desejo por ela se igualando completamente ao seu, e quando ela sentiu que um terremoto abalava todas as suas estruturas, ela se deixou cair até alcançar a calmaria de todos os seus músculos satisfeitos. Completamente cobertos de suor, eles se encararam, e Gilbert a beijou de leve nos lábios e sussurrou.
- Você é só minha, anjo ruivo.
- Sim, só sua para sempre.
E então eles adormeceram completamente exausto e felizes, envoltos pela proteção do sentimento que os deixava cada vez mais sensíveis a presença um do outro. No meio da noite, o telefone de Gilbert tocou, e ele praguejou baixinho por alguém ter sido capaz de interromper aquele momento incrível em que dormia com sua garota em seus braços. Um tanto mal humorado, ele atendeu a chamada e disse:
- Alô. - as suas feições se transformaram com as palavras do outro lado da linha, e Anne que tinha acabado de acordar naquele momento, olhou para Gilbert assustada ao vê-lo derrubar o celular no chão. Ela foi até ele, que se mantinha de costas para ela e perguntou:
- Amor, o que foi? - ele se virou para ela com os olhos marejados e disse:
- É a Sarah.
-
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