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Capítulo 63- De corpo e alma



Olá queridos leitores. espero que gostem deste longo capítulo. Ainda não estou em meus melhores dias, por isso, me perdoem por qualquer coisa. Apenas quero dizer que o suspense continua, apenas tentei deixar alguns capítulos mais leves, mas, logo teremos revelações e muitos acontecimentos em torno disso. Como sempre, espero pelos comentários, pois eles são muito importantes para mim. Desculpem os erros ortográficos. Beijos, Rosana.

ANNE

O calendário estava em suas mãos, e Anne marcou com caneta vermelha a data do aniversário de Gilbert que seria no próximo fim de semana. Ela não tinha se esquecido, assim como sempre lembrara daquele dia especial pelos sete anos anteriores que vivera longe dele em Nova Iorque. Ela costumava se isolar em qualquer hora daquele dia específico, e como não podia desejar feliz aniversário diretamente para ele, Anne fazia algo simbólico onde quer que estivesse apenas para não deixar passar em branco algo que querendo ou não era importante para ela, porque assim podia ainda ter um pedacinho dele com ela mesmo que fosse somente em sua imaginação.

No entanto, aquele ano seria diferente, porque poderiam comemorar juntos pela primeira vez em anos. Anne só não sabia como fariam isso. Ela queria organizar algo especial, mas, não deveria ser nada sofisticado, pois Gilbert detestava exposição demais, por isso, queria que fosse algo íntimo, com poucas pessoas, porém, deveria ser uma surpresa e que o deixasse feliz.

Ela cruzou as pernas, segurando o queixo com as mãos, equilibrando os cotovelos em cima da mesa da cozinha, enquanto quebrava a cabeça tentando ter uma ideia criativa, quando sentiu os lábios de Gilbert diretamente em seu pescoço, fazendo seu corpo todo se arrepiar.

- Por que está aqui nessa cozinha sozinha? São seis da manhã, Anne. Precisa perder esse hábito de se levantar tão cedo e me abandonar na cama sozinho. - a voz dele está próxima ao seu ouvido, e o movimento dos lábios era tão eroticamente hipnótico, que ela não conseguiu responder por um segundo, concentrada demais naquele som delicioso.

- E por que já está vestida? – Gilbert perguntou, ainda parado atrás dela, apontando para seu roupão azul.

- Preferia que eu andasse nua pela casa? - ela perguntou ainda sem se virar para ele.

- Sim, pois odeio não puder sentir o calor da sua pele em meus dedos. Gilbert respondeu, beijando a nuca dela, e Anne segurou na borda da mesa, sentindo seu corpo formigar. Aquilo realmente já tinha virado um vício, pois tinham feito amor a poucas horas atrás, e ela já o queria outra vez. Gilbert gostava de torturá-la, assim como ela adorava se fazer de difícil e acabar se entregando depois de longas preliminares. As mãos dele estavam no cordão do seu roupão, e ele tornou a sussurrar:

- Volta para cama, querida

- Gil, eu...- Anne queria dar uma desculpa para que ele não percebesse o calendário em cima da mesa com a data específica marcada nele, por isso, se virou para ele, e acabou engolindo em seco, ao ver seu noivo com apenas uma toalha em volta da cintura, e olhando para ela com os olhos cheios de uma luxúria que ela conhecia bem.

- O que está tentando fazer, Dr. Blythe? Me deixar maluca? - ela perguntou correndo os olhos pelo corpo inteiro dele sem perder nenhum detalhe. A não ser pela parte oculta da toalha, aquela tentação de homem estava ali em sua cozinha, totalmente sexy, totalmente desejável, totalmente cheio de músculos e tão somente seu.

- Por que, docinho? Está perdendo o controle? Não consegue olhar para um homem parcialmente nu, sem ter pensamentos impuros a respeito dele? O sorriso dele era de puro deboche, pois sabia que estava brincando com um assunto perigoso.

- Bom, Eu tenho pensamentos impuros somente a respeito de um homem que adora se exibir para mim na minha cozinha. - Anne disse colocando suas mãos em volta da cintura de Gilbert.

- E porque não confessa aqui no meu ouvido que pensamentos impuros são esses? - Gilbert a puxou para ele, pegando-a no colo e a levando para o quarto, enquanto Anne sorria ao dizer:

- Precisa mesmo que te confesse?

- Eu adoraria saber o que se passa nessa cabecinha ruiva. - ele disse colocando-a na cama, ficando parado na sua frente.

- Bem, já que insiste. - Anne disse arrancando a toalha dele e colando seu corpo no dele.

Duas horas depois, Anne tomava seu café tranquilamente sentada em sua cama. Gilbert já tinha saído para o trabalho, e como costumava fazer quando passavam a noite juntos ele deixara o café da manhã em uma bandeja no quarto para que Anne o tomasse assim que despertasse.

Ela tomou um gole de suco de laranja e suspirou satisfeita ao pensar no sonho de marido que Gilbert seria, pois ele se preocupava com os mínimos detalhes do dia-a-dia, prestando atenção em tudo o que Anne gostava e fazia, e depois a surpreendia com esses pequenos gestos que a deixavam cada vez mais apaixonada. Ela nunca tivera um namorado que fizesse tanto por ela como Gilbert fazia. Ele não deixava que nada passasse despercebido a seus olhos, ele sempre estava atento às menores necessidades de Anne e fazê-la feliz parecia ser seu maior objetivos nos últimos tempos.

Gilbert vinha mimando-a demais, e Anne já estava ficando mal acostumada com todo aquele tratamento de princesa que vinha recebendo. Café especiais todos os dias, rosas vermelhas em momentos inesperados, massagens em seu pés e ombros quando chegava cansada em casa depois de passar horas fazendo poses diferentes, e um amante incrível em sua cama todas as noites.

Gilbert era cuidadoso e carinhoso. Era o tipo de homem que quando abraçava uma mulher a deixava saber o quanto ela era especial, e quando beijava uma mulher, ele a deixava sentir que ela era amada com todo o seu coração, e era dessa forma que Anne se sentia todos os dias ao lado de Gilbert, especial em todas as suas formas e amada como nunca fora antes.

Era fácil demais conviver com ele. A rotina de um dia inteiro se transformava assim que Anne colocava os olhos nele. Gilbert era capaz de fazer do cansaço dela uma verdadeira porta para momentos maravilhosos, assim, por mais entediada que estivesse toda sua energia retornava quando ouvia a risada dele, e suas piadas engraçadas, sua maneira de elogiá-la mesmo quando sua aparência estava em seu pior momento, seu jeito de encará-la quando seus olhos queriam dizer mais do que as palavras que saiam de sua boca, sua maneira se cuidar dela como se ela fosse uma boneca de porcelana delicada. Tudo isso eram apenas algumas das coisas que faziam Anne admirar Gilbert cada dia mais. Ele fora o melhor amigo que uma garota como ela, órfã e solitária pudera ter. Sua amizade lhe ensinar valores que ela levará consigo mundo a fora, pois a lealdade e o apoio incondicional que recebera dele em momentos difíceis lhe mostrara como um verdadeiro amigo tinha que ser. E agora como seu companheiro, e futuro marido, ele lhe ensinava como era partilhar o amor que sentiam um pelo outro, e como era valorizar e respeitar a individualidade um do outro sem deixar que a paixão diminuísse no processo.

Era incrível como conhecer Gilbert mais intimamente a fizera compreender o homem maravilhoso que tinha a seu lado. Não era apenas aquele físico que a atraía de maneira fora do comum, mas como ele era por dentro era que a fazia pensar que tinha encontrado o maior tesouro de sua vida. Gilbert Blythe era e sempre seria a melhor parte dela mesma.

Anne tomou mais um gole de suco, enquanto ela ajeitava o travesseiro em suas costas, procurando ficar em uma posição mais confortável, enquanto a data do aniversário de Gilbert dançava em sua cabeça. Ela ainda não tinha tido nenhuma grande ideia, pois tudo o que pensava parecia não ser bom o bastante para comemorar aquele dia tão importante. Gilbert merecia o melhor aniversário de todos, e seria ela a lhe proporcionar isso, estava tão animada quanto aflita, porque queria que tudo fosse perfeito sem nenhuma falha, e para isso precisava começar a planejar tudo o mais rápido possível.

Ela se levantou da cama, e foi até sua escrivaninha onde havia papel e caneta, e assim que os pegou, ela voltou para a cama, tentando pensar em tudo o que precisava providenciar para o grande dia. O aniversário dele seria na sexta-feira, e pelo que Anne tinha visto da escala de trabalho dele da semana, nesse dia ele estaria de plantão, então, não poderia fazer nada ali no apartamento. Ela pensou por alguns segundos, então, algo lhe ocorreu. Por que não levar a festa para o trabalho dele? Ela poderia conversar com o diretor do hospital, e perguntar se ele lhe daria a autorização para isso. Gilbert com certeza iria gostar de uma comemoração pequena assim, entre seus amigos de trabalho, já que seus amigos mais íntimos viviam longe dali, e não tinha como Anne reuni-los assim de repente. 'É lógico que isso seria somente o início da festa, pois o que ela realmente queria era fazer algo a dois .de preferência em um lugar lindo, onde ela e Gilbert pudessem ficar longe de tudo e de todos e se concentrarem somente um no outro. Ela mal podia esperar para mimar o seu Doutor do jeito que ele merecia, e ela faria valer a pena cada segundo.

Gilbert sempre dizia que ela tinha uma imaginação primorosa, por isso, ela colocaria seu cérebro para funcionar, e daria ao Dr. Blythe uma comemoração de aniversário que ele nunca se esqueceria enquanto vivesse, e era óbvio que ela se aproveitaria desse momento para tirar uma casquinha daquela delícia toda, pois não teria graça nenhuma se ela também não pudesse se divertir um pouquinho, e de preferência seria uma diversão corpo a corpo, com direito a beijos molhados, uma cama macia, lençóis de seda e uma montanha de músculos todinha para somente ela explorar. Anne balançou a cabeça ao perceber por onde seus pensamentos a estavam levando. Céus! Era uma depravada completa, e isso era culpa de Cole por colocar ideias em sua mente, e de Gilbert por ser aquela poço de perdição que lhe virava a cabeça. Nunca em seus sonhos mais eróticos de adolescente, ela imaginara que seu amigo de infância com quem costumava nadar no lago de roupas íntimas, se tornaria aquele deus da luxúria do qual ela não conseguia manter as mãos afastadas. Estar sobre o mesmo teto que ele por horas seguidas era não controlar aquela loucura na qual seu corpo se transformava toda vez que sentia o cheiro dele tão perto, que poderia se embebedar nele toda e pedir por mais e mais. Ela com certeza já era um caso perdido, prisioneira do seu próprio desejo que não permitia que se esquecesse um minuto sequer durante o dia como aquelas mãos de cirurgião conseguiam fazê-la se sentir quando passavam a noite inteira na mesma cama. Anne era uma louca apaixonada por um homem, que além de ser o melhor médico da cidade de Nova Iorque, também era o único que tinha a chave para fazê-la arder em uma paixão sem limites.

Ela dobrou os braços atrás da cabeça enquanto sua cabeça sonhadora continuava a pensar em Gilbert, e somente depois de alguns segundos nesse estado de fantasia pura foi que ela posou os olhos sobre o relógio em cima do criado mudo, e percebeu que deveria se aprontar para o trabalho, o que a fez suspirar profundamente. Ela estava inquieta demais para ir para o estúdio, pois tanta imaginação a deixara agitada e ansiosa, por isso, tomou um banho gelado que deveria servir para acalmar seu ânimo, e depois se vestiu com roupas confortáveis, pois o dia seria longo e não estava a fim de usar roupas apertadas demais.

Antes de sair para ir ao estúdio, ela ligou para Gabriela a fim de lhe perguntar o que ela achava de sua ideia para o aniversário de Gilbert na quinta-feira próxima. Ela discou o número do celular dela e esperou que ela não demorasse a atender. Felizmente no segundo toque Anne ouviu a voz agradável dela que dizia:

- Anne, que surpresa boa! A que se deve a honra de sua ligação? - Gabriela disse animada.

- Oi, Gabriela. Desculpe-me incomodá-la, mas, eu precisava de uma opinião. - Anne disse passando as mãos pelos cabelos um tanto rebeldes aquela manhã.

- Claro, querida. Do que precisa?

- Quinta-feira é aniversário do Gilbert, e eu queria preparar uma festinha surpresa para ele ai no hospital, pois sei que ele estará de plantão. Acha que será possível? - Anne perguntou ansiosa.

- Claro que sim. O danado nem me disse nada. - Gabriela disse cruzando suas longas pernas sobre a cadeira à sua frente.

- Você sabe o quanto Gilbert é discreto, e não contaria nem a mim se eu já não soubesse da data desde criança. - Anne disse rindo.

- Sim, ele realmente somente fala alguma coisa sobre pressão. - Gabriela disse divertida.

- Você acha que o chefe dele aí no hospital se importaria se eu levasse um bolo e alguns docinhos para comemorarmos a data todos juntos? Não seria nada muito grande, mesmo porque Gilbert detesta festas cheias de gente. - Anne explicou, e prontamente Gabriela respondeu:

- Eu tenho certeza que ele vai adorar a ideia. Dr. Phillips gosta do Gilbert demais. Pode deixar que eu mesma vou falar com ele.

- Muito obrigada, Gabriela, Avise-me assim que possível qual foi a resposta dele. – Anne pediu.

- Pode deixar, querida. Vou falar com ele hoje mesmo.

- Bem, preciso ir para o trabalho. Até logo. - Anne se despediu.

- Até logo. Tenha um bom dia. - Gabriela respondeu.

Anne desligou o telefone, e foi até a cozinha pegar a sua bolsa que esquecera lá no dia anterior. Quando olhou sobre a mesa, havia uma rosa de cor champanhe em um pequeno solitário, e embaixo dele também tinha um cartão. Ela foi até ele, abriu o carão e leu as palavras escritas na caligrafia forte de Gilbert que dizia:

"Esta linda rosa é para uma mulher mais linda ainda. Obrigado, meu amor, pela noite maravilhosa. Vou pensar em você o dia todo, e morrer de saudades até encontrá-la de novo mais tarde. Com amor, Gilbert."

Anne riu feito boba com aquela declaração tão singela, e levando-a ao nariz para sentir seu odor adocicado delicioso, ela pensou se tinha como ela amar ainda mais aquele homem apaixonante.

Com um sorriso nos lábios, ela Anne saiu do apartamento, pegou um táxi, e logo estava no estúdio. Assim que entrou para fazer as fotos, ela encontrou Marilyn e Ellen, uma outra modelo que trabalhava em outro estúdio, mas, que naquela semana estava fazendo alguns trabalhos de marketing por ali.

- Olá, querida. Você está radiante hoje. Não que não esteja bonita sempre, mas, esse seu olhar brilhante lhe dá um charme todo especial. - Ellen disse, beijando Anne no rosto que retribuiu o cumprimento com um sorriso.

- Como vai seu noivo, Anne? Faz tempo que não o vejo. - Marilyn perguntou.

- Ele está bem, mas, anda bastante ocupado com seu trabalho. Você sabe bem como é a vida de médico. - Anne respondeu, vestindo as roupas que usaria para as fotos.

- Eu imagino que ele ande bastante ocupado com você também. - Marilyn disse e Anne a olhou com aqueles olhos que conhecia bem a amiga que tinha.

- Eu estava me perguntando quando é que você iria começar com seu comentários maliciosos. - Anne disse balançando a cabeça conformada.

- Perdoe-me, mas, não consigo evitar. - ela se virou para Ellen e disse:- Amiga, Anne é noiva do médico mais gostoso da cidade de Nova Iorque e ainda quer que eu controle meus comentários. - Marylin disse quase como se aquilo fosse uma afronta.

- É mesmo? - Ellen arqueou uma sobrancelha com interesse.

- Mostra para ela a foto que você tem no celular dele, Anne.

- Não acho que seja necessário. - Anne disse meio a contragosto. Não queria ficar exibindo a beleza de Gilbert para toda e qualquer mulher em seu trabalho.

- Não seja ciumenta, mulher. Mostrar a foto dele não vai tirar pedaço. - Marylin disse em seu jeito espontâneo, que fez com que Anne abrisse a sua galeria de fotos de seu celular e encontrasse uma foto de Gilbert vestido de fazendeiro. Essa foto ela tirara na última vez m que visitaram a fazenda dele, quando Gilbert a pedira em noivado. Ele estava lindo com o sol tocando seus cabelos, e aquele sorriso caloroso de sempre.

- Médico, é? Que delícia. Menina, onde eu arranjo um homem desse para mim? Tem mais de onde saiu esse monumento? - Ellen disse passando a língua pelos lábios em um sinal claro de provocação divertida.

- Se tem mais, eu não sei. Mas, este aqui é só meu. Portanto, Ellen, tire suas patinhas da foto do meu homem. – Anne disse, fingindo-se de brava.

- Eu não disse que ela era ciumenta? - Marylin disse rindo no que foi acompanhada pela morena.

- Você dois tiraram a manhã para me provocar, não é? - Anne disse bem-humorada. Ela conhecia  Ellen a bastante tempo, pois já tinha trabalhado com ela em algumas campanhas, e gostava muito dela pela maneira simples e divertida de sua personalidade. Ela estava sempre rindo, e era um exemplo de profissionalismo assim como Marylin.

- Querida, você sabe que estamos brincando, não é? - Ellen disse.

- Eu sei. Marylin me tornou seu alvo preferido desde que comecei a namorar o Gilbert. Já me acostumei com essa malícia toda dela, não se preocupe.

- É porque adoro te ver toda vermelhinha quando insinuo algo sobre sua vida íntima. - Marylin disse tocando o ombro de Anne com carinho.

- Com um homem desse ela ainda consegue ser tímida? Ah, o que eu não faria por um garanhão desses na minha cama. - Ellen disse piscando para Marylin

- Eu não acredito. O Gilbert só pode ser feito de mel para atrair tanta mulher desse jeito. - Anne falou suspirando.

- Eu discordo. Acho que ele é feito de outra coisa. - Ellen olhou para Marylin novamente que explodiu em uma sonora gargalhada que fez Anne responder.

- Acho melhor começar a trabalhar, pois vocês duas são descaradas demais. - Anne disse indo em direção ao local onde deveria se posicionar para tirar as fotos da campanha na qual estava trabalhando.

- Se precisar de algumas aulas de sacanagem procura pela gente. - Ela ouviu Ellen dizer, e acabou rindo do comentário da garota.

Algumas horas depois, ela terminava mais um dia de sessão de fotos, e quando estava se arrumando para ir para casa, sua agente apareceu com um grande sorriso no rosto, e mais simpática do que geralmente era e lhe disse:

- Anne, tem um minuto?

- Claro, do que se trata? - Anne perguntou intrigada. Sua agente raramente aparecia por ali, a não ser quando precisava lhe comunicar algum contrato que tinha feito em seu nome para alguma campanha importante, por isso, era novidade para a ruivinha, vê-la por ali tão à vontade e sem sua costumeira rigidez.

- Um passarinho me contou que você vai se casar em breve. - Anne respirou fundo, já se preparando para discutir. Ela sabia bem o que sua agente pensava de modelos que se casavam jovens, e não permitiria que ela se intrometesse em algo tão íntimo. Naquela agência, Anne trabalhava para vender bem uma imagem, emprestando seu nome para as mais diversas marcas fazerem propagandas de seus produtos e obterem lucros com isso, mas, fora dali, sua vida particular lhe pertencia, e não devia satisfações a ninguém do que fazia com ela.

- Sim, algum problema com isso? - Anne disse em tom desafiador.

- Não, querida. Na verdade, eu queria parabenizá-la e fazer um convite ao mesmo tempo.

- Um convite? - Anne perguntou espantada.

- Sim. Eu estava pensando se o seu noivo maravilhoso aceitaria fazer um ensaio fotográfico com você para a revista Vogue. Eles querem fazer um especial de noivas no próximo mês, e me perguntaram se eu teria uma modelo para fazer a campanha, e pensei automaticamente em vocês dois. O que acha? - Anne olhou para sua agente com ar de dúvida. Não sabia como abordaria esse assunto com Gilbert sem aparecer que estava tentando forçá-lo a fazer algo com o qual não se sentia bem.

- Olha, eu realmente não me importaria em fazer essa campanha, mas, não tenho certeza se Gilbert iria gostar. Com o você sabe, ele é médico e não modelo, e embora ele respeite bastante o meu trabalho, ele detesta holofotes ou chamar a atenção para si, e uma publicidade grande assim não o agradaria com certeza.

- E se doássemos o cachê para o hospital onde ele trabalha? Seria por uma boa causa, não acha? - sua agente disse esperançosa, o que fez Anne pensar que se ela estava insistindo para que Gilbert fizesse a campanha junto com ela, era porque tinha certeza de que seria um sucesso, e quando se tratava desse tipo de coisa, ela raramente se enganava.

- Eu vou falar com ele, mas, não prometo nada. - Anne disse pegando sua bolsa de cima da mesa e se encaminhando para a saída.

- Obrigada, querida. Vou esperar por sua resposta. Eles me deram quinze dias para encontrar alguém. Até logo.

- Até logo. - Anne disse se despedindo, esquecendo daquele assunto assim que passou pela porta, pois sua mente se voltou para a data importante que se aproximava, e enquanto entrava no táxi à sua espera, ela ainda não tinha conseguido pensar em um presente especial para Gilbert, assim, Anne decidiu ligar para Cole, e pedir sua ajuda para mais aquele impasse.

- OI, Cole. Como você está? - - Anne perguntou assim que ouviu a voz dele sonolenta do outro lado.

- Estou acabado, na verdade. Tive uma noite incrível com o Jordan ontem. - ele disse descontraidamente.

- Pelo jeito a noite rendeu bastante. - Anne disse zombando do amigo.

- Você nem imagina. Mas, me diga. Qual é a emergência para você me tirar da cama de madrugada? - Anne olhou espantada para o relógio que marcava uma da tarde e perguntou:

- Você viu que horas são? Já passa da hora do almoço.

- Não importa, para quem não dormiu a noite toda, uma da tarde continua sendo madrugada.

- Pelo jeito o encontro foi selvagem, então? - Anne perguntou curiosa.

- Não adianta, Anne. Não vou te dar detalhes sórdidos do meu encontro. Agora vamos, por que foi que me acordou? - Cole disse fingindo impaciência:

- Bem, eu queria lhe pedir que me ajudasse com uma coisa. Quinta-feira é 'aniversário do Gilbert, e eu queria preparar um presente especial para ele, mas, não consigo ter uma boa ideia, será que poderia me ajudar? - ela pediu a ansiosa.

- No que está pensando exatamente?

- Eu não sei bem. Eu estava pensando em uma viagem curta duramente o fim de semana, e queria que fosse algo bem romântico. - Anne disse com os olhos sonhadores.

- Bem, o Gilbert é fazendeiro de alma, querida. Por que não começa pensando em algo nesse sentido? - Assim que Cole acabou de falar, Anne teve um estalo. É claro! Por quer não pensara nisso antes?

- Cole, você é um gênio! Acabo de ter uma ideia maravilhosa! - Anne disse de repente muito animada.

- Ótimo. Será que posso voltar a dormir agora? - Cole disse bocejando.

- Você pode dormir o dia todo se quiser, meu amor. - Anne disse com carinho.

- Ah, só mais uma coisa. Vê se depois desse fim de semana você me trás um sobrinho de presente. Estou louco para ter um bebê ruivinho nos braços. - Cole disse em tom de brincadeira.

- Vou pensar no seu caso, titio ansioso. Agora volte a dormir. Eu te amo.

- Eu também, te amo, minha maluquinha. - Cole respondeu antes de desligar.

Enquanto voltava para o apartamento, Anne sorria satisfeita. Gilbert teria uma surpresa e tanto, e ela tinha certeza de que ele iria adorar o que ela tinha em mente para os dois.

-

GILBERT

Gilbert se despediu do último paciente antes do seu horário de almoço, e suspirou massageando as têmporas. Estava cansado, apesar de ainda ter uma tarde inteira de trabalho, pois estivera ocupado toda a manhã em um entre e sai de pacientes que ele mal tivera tempo de fazer uma pausa para um café.

Ele foi até a janela, e observou o movimento fora do hospital. Pessoas iam e viam em um frenesi contínuo como se todos estivessem ocupados demais para parar por um instante e desejar um bom dia para o pedestre que cruzava o seu caminho.

Apesar de já ter se acostumado com essa frieza se Nova Iorque, Gilbert não podia negar que sentia falta tanta da camaradagem que existia entre os moradores de Avonlea, e até mesmo entre as pessoas que viviam em Charlotte town. Naquelas terras era tão comum ser convidado pelo seu vizinho para um café da manhã farto, um almoço ou um jantar no fim de semana apenas para terem uma conversa amigável ou trocarem gentilezas entre si.

Em Nova Iorque, a vida era rápida demais, a correria do dia a dia impedia que as pessoas perdessem um segundo sequer do seu tempo se preocupando com outras coisas que não fossem consigo mesmas. Era o egoísmo urbano se manifestando em todas as suas formas, onde a amizade era deixado de lado por conta do estresse diário que tornava o convívio social apenas tolerável , e não um prazer como deveria ser ..Gilbert apenas desejava que nunca fosse pego na rede daquele círculo vicioso que parecia contaminar a todos que viviam naquela grande metrópole Ele ainda preferia ligar para os amigos ao invés de apenas enviar uma mensagem de cortesia, ou visitá-los se tivesse a oportunidade, porque Gilbert era o tipo de pessoa que precisava da presença física de outro ser humano, e não apenas de palavras escritas apressadamente em uma mensagem de texto.

Ele se afastou da janela e voltou para sua mesa, onde havia várias correspondências para serem verificadas, e uma em especial lhe chamara a atenção. Era um cartão postal de Sarah que dizia que estava adorando a viagem, e que apesar de se sentir cansada a maior parte do tempo, ela estava conseguindo aproveitar bastante os passeios ao lado dos pais e do irmão com quem tinha grande afinidade.

Gilbert ficou olhando para a caligrafia bem desenhada de Sarah e se lembrou da última conversa que tiveram por telefone Quando ela lhe contara sobre a viagem, e Gilbert fora contra a princípio.

Ele ainda se preocupava com ela, e andara se perguntando como ela deveria estar, e aquele cartão postal fora a resposta para as suas dúvidas, e agora ele se sentia bem por ter permitido que ela fosse, pois ela não teria tido aquele tempo consigo mesma e com os pais se não fosse por isso.

Ele sabia que o tempo dela estava se esgotando, assim como ela também sabia, mas, era melhor que ela vivesse o pouco tempo que lhe restava vendo o pôr do sol no horizonte de outro país e se sentir em paz do que ficar presa em casa vendo seus dias se escoarem improdutivamente sentindo a doença consumi-la a cada dia .Sarah fizera uma escolha e parecia feliz com isso, e tudo o que Gilbert podia desejar era que ela tirasse proveito de todos os momentos que mesmo que durassem bem pouco seriam a realização do sonho de uma vida.

Ele colocou o cartão postal de lado e deixou que seus olhos pousassem na foto de Anne sobre sua mesa. Ali estava o sonho de sua vida. Se Sarah estava vivendo seu maior desejo em outro país, Gilbert vivia o seu nos braços daquela linda mulher que logo seria sua esposa, e ele não via a hora de tê-la realmente toda para si.

Seu amor por ela se triplicara nos últimos tempos, e ele realmente estava completamente envolvido naquela relação da cabeça aos pés. Seu desejo por ela assim como sua paixão, tomavam conta dele de um jeito que o fazia se perguntar a todo momento quando foi que ele se tornara esse homem cheio de um fogo interior que o deixava tonto. Era uma força invisível essa que o empurrava para Anne no momento em que a via, e o prendia a ela como se ele fosse um escravo de tamanho sentimento. Ele não queria se libertar daquele encantamento. Não queria se desprender daquela mulher que era sua outra metade, o alimento para os seus desejos mais secretos, era a única que conseguia causar um terremoto dentro dele, que o fazia queimar em pleno inverno, que fazia dos seus dias uma sucessão de momentos inesquecíveis.

Gilbert se sentou na poltrona em frente a janela, de onde ainda poderia ter uma visão ampla do lado de fora, e deixou que seus pensamentos viajassem para os acontecimentos daquela madrugada. Ele abrira os olhos, e já sentira falta de Anne na cama. Era inacreditável como os seus sentidos estavam tão ligados nela, que antes de despertar seu corpo sabia que ela não estava por perto.

Assim, ele fizera uma excursão pelo imenso apartamento para descobri-la depois de exatos dez minutos sentada na cozinha perdida em seus pensamentos, como se analisasse uma questão de difícil solução. Será que ela tivera outro pesadelo? Será que estava de novo aterrorizada por ameaças invisíveis que ela via agora em todos os lugares que estavam? Ela estava sempre sobressaltada com algo. Quando o telefone tocava ele a sentia tremer como se esperasse que fosse más notícias, e ele também já a ouvira chorar dormindo como se mesmo em suas inconsciência, aquele perseguidor a fizesse sua vítima, e roubasse o pouco de paz que o sono deveria lhe trazer. Ainda assim, ela escondia tudo dele, e sempre tinha um sorriso lindo pela manhã quando acordavam juntos para oferecer a ele. Muitas vezes, Gilbert percebia seus olhos marejados, que ela tratava de disfarçar se ele estivesse por perto. Porém, tanto a intimidade de sua infância quanto a que tinham agora dava a Gilbert percepção suficiente para saber que Anne queria mantê-lo fora daquele tormento, e se esforçava para que os momentos que tinham juntos não tivessem nenhuma mácula que pudesse estragar a felicidade de ambos. No entanto, embora não tocasse no assunto e tentasse manter para Anne a ilusão que não percebia sua angústia, Gilbert se preocupava com ela, e por isso, tentava com todo o seu amor aliviar o peso que aquilo tudo deveria estar sobrecarregando-a. Ele passava mais tempo no apartamento dela do que no seu próprio ,e sem que percebessem eles estavam praticamente morando juntos, porque com toda aquela situação, ele detestava deixá-la sozinha, e nas poucas vezes em que pensara em ir para casa, ela o olhara com um apelo mudo naqueles olhos azuis que simplesmente o impedira de ir, e quando ele realmente tinha algum trabalho a ser realizado em seu apartamento, ela acabava indo com ele, e Gilbert já se acostumara a passar todo o tempo livre tendo Anne em seus braços, e mudar essa rotina de repente não lhe agradaria de forma nenhuma.

Desta forma, quando a encontrara de madrugada na cozinha, ele se preocupara mais uma vez, mas sossegou logo ao ver que ela apenas estava pensativa sobre os últimos acontecimentos, e inquieta por natureza, ela não quisera incomodá-lo com sua insônia.

Contudo, ela logo voltara para cama com ele, esquecendo qualquer pensamento que a estivesse levando para longe dele, e enlouqueceram juntos mais uma vez. Era como se todos problemas perdessem a força se eles pudessem se amar daquela maneira intensa e quase descontrolada. Não precisavam e não queriam pensar em nada mais além dos dois. O amor entre eles naquela espaço em que não permitiam que influências externas pudessem atrapalhá-los de alguma forma, era forte, lindo e envolvente. Gilbert podia senti-lo a todo momento quando estava com ela, estava no ar, ao seu redor, na alegria que compartilhavam, no jeito que se abraçavam, na forma como olhavam para o céu à noite e viam com o mesmo olhos as estrelas brilhando feito contas do mais puro cristal. Eles eram o complemento um do outro, e por esta razão, Gilbert não conseguia mais ver parte nenhuma sua separada das de Anne, e era assim que seria sempre dali para frente, era assim que ele queria que fosse.

Outra coisa que ele não deveria se esquecer era do quanto Anne era generosa. Ela vendera seu luxuoso apartamento em um dos bairros mais nobres de Nova Iorque, e ao invés de usar o dinheiro para pagar por algumas de suas vaidades, ela preferira doar o dinheiro todo para suas pesquisas. A princípio, ele não quisera aceitar, pois pensara que não era certo aceitar algo que pertencia a ela por direito, mas, ela o convencera e Gilbert faria jus à confiança depositada nele. Ele estava pensando em abrir um instituto par suas pesquisas na área de oncologia na qual queria se especializar. E também estava esperando que o Dr. Phillip permitisse que ele abrisse uma ala no hospital para tratar de pessoas que sofressem com algum tipo de câncer. Seria sua contribuição pessoal para a sociedade como forma de compensação pelo seu fracasso no caso de Sarah. Anne acabara de lhe fornecer meios para que isso acontecesse, e ele nunca poderia agradecê-la o suficiente por dar-lhe novas esperanças de triunfar em outro caso parecido uma próxima vez.

Seu estômago reclamou, lembrando-o que era hora do almoço, e que ele não comia nada desde do café da manhã. Assim, ele tirou seu jaleco, dobrando-o cuidadosamente sobre uma cadeira, e se encaminhou para o restaurante do hospital ao invés da cafeteria. Ele resolveu que comeria comida de verdade naquele dia, e não somente um lanche rápido. Logo, ele passava pela porta do restaurante, e ficou surpreso ao dar de cara com Daniel e Gabriela almoçando juntos. Como ele não queria ser indiscreto, Gilbert tentou passar despercebido dos dois amigos, procurando um lugar estratégico ao qual pudesse almoçar tranquilamente sem parecer que estava espionando o novo quase casal. Mas seus planos foram frustrados, quando Daniel o viu e acenou para que ele se aproximasse, e sem nenhuma outra alternativa ele caminhou meio sem jeito até eles e disse:

- Parece que tivemos a mesma ideia hoje.

- Sim, sente-se com a gente, acabamos de chegar e ainda não fizemos os pedidos. O que vai querer, Gabriela? - Daniel perguntou olhando para o cardápio.

- Acho que uma massa simples e tortilhas mexicanas. - ela respondeu:

- Eu vou querer sopa de legumes, e você Blythe?

- O mesmo que você, Daniel. - Gilbert respondeu, observando o garçom anotar os pedidos, e ir buscá-los imediatamente.

- Por que não disse que seu aniversário será sexta-feira, Gilbert? - Gabriela preguntou de repente.

- Como sabe disso? - Gilbert perguntou espantado

-Eu vi a data no quadro dos funcionários. - Gabriela mentiu, pois não poderia dizer que Anne tinha lhe contado ou estragaria a surpresa que a ruivinha estava preparando. Gabriela já tinha falado com o Dr. Phillips e ele tinha autorizado que a festinha fosse feita ali no hospital, no horário da noite quando o movimento era menor.

- Eu na verdade não me ligo muito à esses tipos de datas. Quando meu pai era vivo, nós costumávamos comemorar cada pequena data com uma viagem, um passeio ou uma festinha íntima familiar, mas, depois que ele morreu eu perdi o interesse nisso, e os meus aniversários passaram a ser um dia qualquer. - Gilbert comentou, observando satisfeito que Daniel e Gabriela pareciam bem à vontade um com o outro, desfrutando da amizade antiga que tinham sem parecer que estavam pisando em ovos ou coisa parecida.

- Você e Ane não vão comemorar? - Daniel perguntou casualmente.

- Ainda não conversamos sobre isso, e na verdade, nem sei se ela ainda se lembra quando é meu aniversário. Mas, de qualquer forma, acho que vamos ficar em casa mesmo, tomar um bom vinho e assistir um filme.

- Ah, não. Você vai pelo menos tomar um suco com a gente antes de ir para casa, não é? - Daniel perguntou, olhando significativamente para Gabriela que tentou disfarçar um sorriso.

- Bem, se vocês fazem tanta questão, acho que posso fazer uma concessão dessa vez. - Gilbert disse cedendo diante da animação do amigo.

- E não esqueça de convidar a Anne. Não seria a mesma coisa sem ela.

- Tudo bem, eu falo com ela.

Naquele instante o almoço chegou, e eles começaram a comer e conversar sobre coisas do trabalho e fora dele. Em um momento em que Gilbert estava concentrado em sua refeição, Gabriela olhou para Daniel e disse baixinho;

- Missão cumprida. - ao que ele respondeu com uma piscadela de leve que a fez sorrir largamente.

Horas mais tarde, Gilbert terminou seu expediente, foi direto para o estacionamento, entrou no carro e foi para casa. Ele estava cansado, mais cheio de energia, pois só pensar que chegaria em casa e Anne estaria lá a sua espera, já fazia a jornada longa daquele dia valer a pena.

Ele entrou no apartamento e a encontrou na cozinha debruçada sobre um assado que acabara de tirar do forno. Ela estava de costas, por isso, não percebeu que ele tinha acabado de chegar, e Gilbert aproveitou para observá-la silenciosamente.

Ela usava um par de shorts que mal cobriam suas coxas, um top de ginástica que deixava sua barriga perfeita de fora, os cabelos presos em um rabo de cavalo displicente e o rosto completamente sem maquiagem. Gilbert respirou fundo ante aquela visão deliciosa, e não resistindo ficar longe dela, ele se aproximou de Anne e abraçou pela cintura enquanto ela ainda se mantinha de costas.

- Nossa, você já chegou? Fiquei tão entretida com essa receita que me esqueci das horas. - Anne disse espantada.

- Diga-me que sentiu a minha falta tanto quanto senti a sua. - Gilbert disse beijando-a no rosto, e abraçando-a apertado.

- Você sabe a resposta para essa pergunta. - Anne disse sorrindo, depois acrescentou. - Devo estar cheirando a fumaça e gordura. Passei a tarde toda tentando preparar esse assado especial.

- Seu cheiro continua divino para mim. - Gilbert disse beijando-a no pescoço.

- Estou precisando de um banho, amor. - ela disse, e imediatamente, ele começou a empurrá-la para o banheiro.

- O que está fazendo, Dr, Blythe? – Anne perguntou rindo alto

- Você não disse que estava precisando de um banho? Pois então, vai ter o seu banho só que acompanhada. - Gilbert viu satisfeito o olhar de Anne se prender ao dele enquanto ela dizia:

- O nosso jantar, Gil.

- Nesse exato momento estou mais interessado em nosso banho que no jantar. - em seguida ele prendeu os lábios dela sobre os seus, enquanto ia deixando um rastro de roupa pelo caminho, quando chegaram no chuveiro, Anne esqueceu completamente do que ia dizer, sabendo de antemão que quando saíssem dali seu assado já teria esfriado, mas ela nem se importou.

-

GILBERT E ANNE

A quinta-feira chegou com um gosto diferente para Anne que tinha tudo preparado para o aniversário de Gilbert. Gabriela havia ligado dizendo que o diretor do hospital havia lhe dado permissão para a festinha daquela noite, e que ela e Daniel tirariam Gilbert por alguns instantes do hospital para que ela pudesse organizar tudo sem que ele percebesse; A surpresa do dia seguinte também já havia sido programada por Anne que estava realmente ansiosa para ver a reação de Gilbert diante do presente que ela lhe daria. Cole havia lhe ajudado com a ideia, e Anne aproveitara seu minuto de inspiração para encontrar o presente ideal para o seu amor. Agora, ela só tinha que relaxar e aproveitar cada segundo daquele dia especial.

Ela acordara cedo e preparara o café da manhã, levando-o na cama para Gilbert que ainda dormia tranquilamente. Anne colocar a bandeja em cima do criado mudo, tirara o roupão que vestira ao se levantar da cama, e se deitara sobre o corpo de Gilbert deixando que suas peles se colassem sensualmente. Ele se mexeu em seu sono sorrindo, mas sem abrir os olhos, assim, Anne beijou- o no pescoço, subindo os lábios para o maxilar, e finalmente alcançou-lhe a boca que a recebeu quente, desejosa e pecaminosamente doce.

Enquanto suas bocas se devoravam, Anne pensou que aquele era o aniversário de Gilbert, mas, quem estava recebendo melhor presente aquela manhã era ela, pois seu noivo era gostoso de todas as formas, dormindo, quando acordava, quando estava sorrindo, e principalmente quando explorava cada pedacinho dos seus lábios, e a deixava sedenta por mais beijos como aqueles.

Ele girou o corpo e a deitou embaixo dele, assim que seus lábios se desgrudaram, e Gilbert ficou olhando para o rosto dela, enquanto suas mãos acariciavam lhe os cabelos.

- Feliz aniversário, amor. - Anne disse sorrindo com ternura.

- Você ainda se lembra? – Gilbert perguntou assombrado por Anne ainda ter em mente a data do seu aniversário.

- Na verdade, eu nunca me esqueci. Esta data me acompanhou por todos os anos que vivi em Nova Iorque longe de você. Anne confessou com um sorriso.

- Mas, como? Eu pensei que me odiasse naquele tempo.

- Eu apenas fingia que te odiava, e tentava me convencer de que você não importava para mim, mas, eu nunca deixei de tê-lo em meu coração. Você sempre esteve dentro de mim Gil, e eu sei que te amei desde o momento em que te vi na escola, quando salvou os livros que Billy Andrews atirou na poça de água. Você se lembra disso? - Anne perguntou tocando-lhe os cachinhos em desalinho dele.

- Como poderia esquecer o momento em que conheci a mulher da minha vida? - Gilbert disse olhando-a tão cheio de amor, que Anne sentiu a garganta apertar. Era- lhe difícil não se emocionar quando o Gilbert falava daquele jeito tão simples que a amava, mas tão sincero como se tivesse sido assim a vida inteira.

- Éramos tão jovens, e eu tinha acabado de sair de um orfanato onde a vida era dura para todos que habitavam aquele lugar, e confesso que nunca tinha visto um garoto tão bonito. Você parecia uma príncipe saído das páginas de um livro. - aquele sorriso de covinhas era mais do que Anne podia resistir. A sua vontade era ficar com Gilbert daquele jeito para sempre.

- E você parecia um anjo. Eu me lembro quando você chegou na fazenda dos Cuthberts com seu vestido branco, de babados amarelos, os cabelos presos em duas tranças incrivelmente ruivas, meu coração não pôde deixar de se apaixonar. É por isso que te apelidei de anjo ruivo, porque sempre te vi e sempre vou te ver exatamente assim.- eles trocaram mais alguns beijos antes de Anne se afastar e dizer:

- Trouxe o seu café.

- Quer dizer que invertemos os papéis hoje?

- Sim, o meu doutor merece todo o mimo do mundo esta manhã. - Anne disse toda sorridente, se sentando ao lado dele enquanto servia-lhe o café do jeito que ele gostava. Quando ele pegou a xicara que Anne lhe entregava, Gilbert segurou na mão dela suavemente por um segundo e disse:

- Você sabe que o meu melhor presente nisso tudo é você, não é?

- E você o meu, mas, tem um outro presente que quero te dar, e esse é material.- Anne disse eufórica, parecendo uma garotinha sapeca

- Anne, você sabe que não precisa me dar nada. Aquela doação que você fez para minhas pesquisas já foi o suficiente. - Gilbert disse em protesto. Não queria que ela pensasse que por estarem juntos deveria lhe dar presentes, mesmo sendo seu aniversário.

- Você disse bem. Eu dei o dinheiro para suas pesquisas e não para você. – ela apertou o braço dele com carinho e continuou. - Por favor, amor. Não me tire o prazer de te dar algo que acho que você vai adorar. - os olhos dela imploravam e Gilbert percebeu que não conseguiria negar nada a ela toda vez que ela o olhava daquela maneira

- Muito bem. Vamos ver qual foi a sua travessura dessa vez, minha garotinha ruiva. - Gilbert disse em tom de brincadeira, e Anne pensou consigo mesma, que Gilbert mal sabia que aquela era apenas uma de suas travessuras naquele dia. Ela foi até a gaveta de seu armário e de lá tirou um embrulho azul, entregando-o em seguida para Gilbert, e observou em expectativa ansiosa enquanto ele abria o presente com cuidado. Quando ele finalmente tirou a tampa da caixinha personalizada que Anne mandara fazer com o nome dele, Gilbert a olhou sem acreditar:

- É sério isso, Anne? Um Rolex?

- Eu me lembrei que o seu sonho de criança era ter um relógio desses. -

- Amor, isso é...- ele não sabia o que dizer diante daquele presente lindo, mas caríssimo. E como ela ainda se lembrava daquilo? Anne, percebendo que ele parecia sem jeito, o abraçou pelo pescoço e disse:

- Gil, apenas diga que amou. Eu sei que é caro, mas, não me importo de gastar meu dinheiro com você, pois diante de tudo o que você significa para mim, o preço que paguei pelo relógio foi uma ninharia.

- Querida, é lógico que amei. Desculpe-me se dei a impressão que não tinha gostado. Eu realmente não pensei que ainda se lembrava disso. - ele disse parecendo realmente admirado.

- Como eu disse, nunca esqueci nada do que vem de você, amor. - ela disse com seus olhos fixos no rosto dele.

- Você é surpreendente. Obrigado. – Gilbert disse beijando-a com suavidade. - Que pena que tenho que trabalhar. Queria passar o dia com você. Ah, eu ia me esquecendo. A Gabriela e o Daniel querem tirar um tempinho do nisso plantão para tomarmos alguma coisa juntos na cantina do hospital, e me pediram para que você fosse também

- Eu irei, sim. - Anne disse sorrindo por dentro. Se ele soubesse o que ainda o esperava, especificamente no dia seguinte à aquele, Ela mal podia esperar para estar sozinha com ele, mas, teria que controlar sua ansiedade até a hora oportuna de deixar Gilbert saber qual era a grande surpresa. O Rolex fora somente um aperitivo, a festa no hospital seria apenas uma distração, o que viria depois era o que importava, porque ela sabia que estaria proporcionando a Gilbert um fim de semana que ele realmente merecia. - O que quer fazer até a hora de ir para o trabalho?

- Essa é uma pergunta perigosa, Srta. Cuthbert. - Gilbert disse malicioso.

- Não seja pervertido, Dr, Blythe. - Anne disse, dando-lhe um tapinha afetuoso no braço.

- Eu estava brincando, amor. Tudo o que eu quero é ficar com você pelo máximo de tempo que puder. - ele disse acariciando as bochechas dela.

- Muito bem, meu querido príncipe. Termine o seu café, e depois podemos namorar o tempo que quiser, o que acha?

- Excelente ideia, minha futura esposa. - Gilbert disse com os olhos brilhando.

O tempo que ficaram juntos depois disso passou tão rápido que ambos lamentaram quando Gilbert teve que ir para o trabalho. Quando se viu sozinha, Anne fez os últimos preparativos que faltavam esperou pela hora certa para ir até o hospital e mandar entregar as comidas e as bebidas da festinha de Gilbert. Às sete horas ela estava pronta, e pegou um táxi se certificando por telefone de que tudo havia sido entregue como combinado previamente, e seguiu para o hospital onde Daniel e Gabriela a esperavam. Assim que chegou lá, ela foi direto para cafeteria, onde ela sabia que encontraria seu noivo e os dois amigos. Anne os avistou perto da porta de entrada, e logo foi reconhecida por Daniel que disse entusiasmado:

- Eis que chega a noiva. - Gilbert se virou para olhar para ela, e aqueles olhos caramelos a encararam daquele jeito que fazia todas as borboletas de seu estômago voarem desesperadas.

- Está maravilhosa querida. - ele disse beijando-lhe a mão com carinho enquanto passava os olhos pelo seu vestido verde soltinho que a fazia parecer ainda mais jovem do que era.

- Posso dizer o mesmo de você, doutor. - ela disse risonha. - Achando-o lindo como sempre em seu jaleco branco que destacava sua beleza morena.

Anne cumprimentou Gabriela com um beijo no rosto, e se sentou na mesa com eles, onde passaram quase vinte minutos jogando conversa fora e tomando refrescos de framboesa. Uma mensagem chegou no celular de Anne, e muito discretamente ela a leu, e sinalizou para Gabriela que era hora de irem. Assim, eles voltaram para o hospital, e Daniel disse para Gilbert que deveriam ir até a ala médica, pois o Dr.Phillips precisava falar com eles. Quando abriram, a porta, Gilbert viu todos gritarem:

- Surpresa!

Gilbert olhou para a sala toda enfeitada, os petiscos sobre a mesa, o bolo de chocolate escrito "Feliz Aniversário, Dr.Blythe!", e seu coração se encheu de uma alegria infinita, pois sabia exatamente quem tinha preparado aquilo tudo. Ele olhou para Anne que lhe sorria de orelha a orelha e disse;

- Foi você, não é?

- Sim. Você gostou, querido?

- Ainda precisa perguntar? - ele se aproximou e a beijou com carinho, mantendo a mão na cintura dela enquanto era cumprimentado por todos os seus colegas de trabalho.

- Você tem uma noiva muito apaixonada, Gilbert. - Dr. Phillips disse, cumprimentando-o com um aperto de mão.

- Eu também sou muito apaixonado por ela. - ele disse se declarando para Anne que não parava de sorrir.

- Não se preocupe com o trabalho. Eu deixei alguns plantonistas no seu lugar. Aproveite a festa e depois pode ir para casa. Considere isso como um presente de aniversário meu. - O Dr, Philips disse antes de sair da sala.

- Obrigado, senhor. - Gilbert respondeu agradecido.

A festa durou cerca de duas horas, nas quais tanto Anne quanto Gilbert se divertiram a valer. Gabriela e Daniel pareciam muito amigáveis aquela noite, e acabaram contando muitas histórias do tempo em que estudaram juntos na faculdade. Assim, quando eles chegaram em casa ainda era cedo. Eles tomaram banho juntos, e ficaram no quarto assistindo uma comédia romântica que arrancou suspiros encantados de Anne que se apaixonou pelo casal de protagonistas, e depois adormeceram tranquilamente quando o relógio marcava meia-noite.

O dia seguinte fez Anne levantar da cama antes do sol nascer, colocou todas as cosias que levariam na viagem no carro de Gilbert, preparou o café da manhã, e só depois que tudo estava pronto foi que ela o acordou.

- O que foi, Anne? Aconteceu alguma coisa? - ele perguntou esfregando os olhos cheios de sono, enquanto observava que ela já estava vestida de jeans e camiseta.

- Sim. Vai acontecer sua viagem de aniversário. - Ela disse toda alegre rindo da cara espantada de Gilbert.

- Minha viagem de aniversário?

- Sim. Você não achou que seu aniversário acabaria na festa do hospital, não é?

- O que está aprontando, Anne Shirley Cuthbert? - Gilbert perguntou com um pequeno sorriso se insinuando em seu rosto.

- Venha comigo, e vai descobrir, Dr.Gilbert Blythe. - ela disse pegando na mão dele e o puxando para fora da cama.

- Você me espera tomar um banho? - ele disse beijando-a na testa.

- Claro, Gil. O café está pronto. Assim que quiser, podemos partir.

Vinte minutos tinham se passado, entre o banho e o café da manhã de Gilbert, e logo estavam descendo para o térreo, indo direto para o estacionamento do prédio pegar o carro de Gilbert. Quando ele fez menção de sentar no banco do motorista, Anne disse:

- Hoje sou eu quem dirige. - Gilbert arqueou a sobrancelha espantado, pois sabia o quanto Anne odiava dirigir, mas, concordou com a cabeça, pois queria ver até onde aquela aventura os levaria.

Desta forma começaram sua pequena viagem, e apesar de Anne se mostrar um pouco tensa no volante, ela era uma ótima motorista e bastante atenta às placa de sinalização e velocidade, fato que fez Gilbert se perguntar porque ela se sentia tão insegura daquela maneira quando se tratava de dirigir, se ela não parecia ter nenhuma dificuldade em manobrar e fazer curvas com o carro corretamente, por esta razão, ele resolveu que a incentivaria a dirigir mais vezes até que perdesse o medo absurdo que tinha de conduzir um veículo por conta própria.

A viagem prosseguiu por cerca de uma hora na qual Gilbert relaxou completamente ouvindo música agradável, e observando a paisagem adorável que adornava as estradas pelas quais passavam. Gilbert pensou em perguntar a Anne para onde estavam indo, mas, logo intuiu que ela não lhe diria, por isso, apenas ficou em silêncio, compartilhando com sua noiva alguns sorrisos, olhares amorosos e apertos de mão calorosos. Por fim, ela fez uma curva, parando o carro em frente a um portão de ferro, que quando foi aperto automaticamente permitiu que os olhos de Gilbert se deparassem com um lugar maravilhoso.

- Que lugar incrível é esse, Anne? – ele perguntou olhando para ela encantado.

- É uma casa de veraneio de uma amiga. Na verdade, ela se assemelha mais a um hotel fazenda, e eu a aluguei para nós dois comemorarmos o seu aniversário como você merece. - ela disse abrindo aporta do carro.

- Amor, você não acha que é um pouco demais? Você já me deu um Rolex, fez aquela festa adorável ontem, e agora me trouxe para esse lugar lindo cuja diária deve ser mais do que meu salário de cirurgião pode pagar.

- Relaxa, querido. Na verdade, isso foi uma troca de favores. Não se preocupe e aproveite. - ela disse, beijando-o no rosto.

Eles pegaram as malas no porta malas do carro, e foram ajudados pelo caseiro do lugar. Como estava fora de temporada, a fazenda se encontrava vazia, o que fez Gilbert se perguntar se eram os únicos hóspedes por ali. Sua curiosidade foi desfeita assim que Anne disse:

- Fique tranquilo. Estamos sozinhos aqui. A não ser pelos empregados, somos os únicos a vir aqui nesta época do ano que geralmente é aberta para hóspede no verão.

- Quando penso que você não pode mais me surpreender, você me aparece com algo como isso. Nunca imaginei ter um lugar assim um fim de semana inteiro somente à minha disposição. - Gilbert apontou para todo o espaço à sua frente.

- Com o tempo, Dr. Blythe, você saberá que sou uma mulher cheia de surpresas. - Anne disse com um risinho divertido, e puxou Gilbert pela mão para conhecerem oi lugar.

Ali havia tudo o que ele mais gostava. Natureza por toda parte, árvores quase sem folhas pelo inverno, um riacho encantador, um estábulo com cavalos nos quais Anne pretendia fazer alguns passeios com Gilbert, espaços enormes para piqueniques, jogos e brincadeiras, e uma calmaria que lhe lembrava muito sua fazenda em Avonlea. Depois de uma boa caminhada, eles foram servidos com um excelente almoço caseiro, e à tarde resolveram tirar uma boa soneca no quarto enorme e espaçosos que lhes fora reservado. Quando a noite chegou, Anne beijou Gilbert no rosto que ainda ressonava na enorme cama de casal e disse:

- Vamos, querido. Hora da nossa festa particular.

- Que festa particular é essa, Anne? - Gilbert perguntou bocejando.

- Teremos uma pequena celebração na piscina somente você e eu.

- Está frio para nadar. - Gilbert disse observando-a vestida apenas com um robe de seda.

- Tem uma piscina coberta no fundo da fazenda onde a água é aquecida. Não vamos ficar resfriados, Dr. Blythe.

- Você parece que pensou em tudo mesmo para esse fim de semana. - Gilbert disse admirado.

- Pode apostar que sim, meu querido. - Anne disse beijando-o rapidamente na boca. – Vamos, coloque seu traje de banho, pois pedi que um lanche fosse servido na beira da piscina, e podemos jantar mais tarde se tiver fome.

- Está bem. - Gilbert disse. Em poucos segundos ele estava pronto e ambos foram, até a cobertura com piscina. Eles se sentaram um pouco degustando os sanduiches naturais deixados para eles pelos empregados da casa e sucos deliciosos de frutas. Como Gilbert adorava nadar, não demorou para que ele se livrasse do roupão que usava e mergulhasse seu corpo musculosos nas águas da piscina, deixando Anne hipnotizada por suas braçadas perfeitas e sincronizadas. Será que havia alguma coisa em seu noivo que não amasse? ela pensou.

A ruivinha se sentou na borda da piscina, colocando seus pés dentro dela, movimentando seus pés e fazendo com que a água se ondulasse em seus dedos, enquanto seus olhos não abandonavam a figura de Gilbert que continuava a nadar de um lado para outro dentro da piscina. Em um dado momento, ele parou e vendo Anne sentada ali, ele perguntou:

- - Você não vai entrar? - ela o olhou em um misto de mistério e malícia e disse:

- Hora do seu presente especial, Dr. Blythe. - e para a surpresa do jovem médico ela tirou o robe exibindo seu corpo gloriosamente nu aos olhos de Gilbert que quase engasgou ao ver sua noiva como tinha vindo ao mundo dentro da piscina, e começou a dizer sem de fato conseguir terminar de concluir seu raciocínio:

- Anne, o que você...- ela estava próxima demais, e aquela tensão sexual entre eles despertou algo em Gilbert que ele nem percebeu quando a tinha puxado para ele, e só notou que seus corpos estavam colados quando Anne murmurou bem perto de seus lábios.

- Agora aproveite, Dr. Blythe. Esta noite é toda sua. – sem dar-lhe tempo para raciocinar, Anne grudou seus lábios nos dele que sem resistência se abriram para sentir-lhe o gosto inebriante. Ela o empurrou para a parede da piscina, onde seus corpos ficaram ainda mais próximos, suas peles deslizando uma sobre a outra por conta do movimento da água que tornava aquilo tudo ainda mais irresistível. Gilbert se virou, mudando de posição fazendo com que Anne ficasse com as costas apoiadas na parede da piscina, pois assim podia sentir o corpo dela completamente contra o seu. Ele estava perdendo o controle rapidamente, ao sentir os lábios de Anne em seu pescoço, em uma carícia lenta, deixando-o ofegante, sem ar e totalmente louco por ela. Suas mãos desceram para os seios dela, acariciando-os devagar em movimentos circulares, fazendo com que Anne rodeasse sua cintura com as pernas, mostrando o quando estava ficando excitada pelo toque dele em sua pele. Logo, Gilbert estava tão nu quanto ela, e sem a barreira de roupa nenhuma entre eles, o calor que subia por seus corpos se tornou maior, e a necessidade de se tocarem cada vez mais atingiu um ponto tão elevado que até a água da piscina pareceu borbulhar com aquela paixão que os deixava sensíveis a qualquer carícia, toque de lábios, roçar de corpos que ia prolongando aquela tortura que parecia que duraria uma eternidade. Muitos sussurros foram ouvidos naquela noite, como beijos incessantes foram partilhados 'por todos os lugares. Anne era consumida por um anseio tão grande, que apenas ter o toque de Gilbert em seu corpo não era o bastante, ela precisava de mais e teria mais, porque queria cada parte daquele homem dentro de si a noite inteira, e quando ele a possuiu, foi como se ela libertasse toda a energia , força e desejo de dentro de si e se sentisse leve , levantando voo como uma mariposa de encontro a luz, então, ela deixou que ele tomasse tudo dela para si, porque era assim que sempre se entregaria completamente e nunca pela metade. Gilbert sentia Anne vibrar contra seu corpo e pensava como era possível se sentir tão parte de alguém como ele se sentia, pois cada vez que faziam amor dessa maneira era como se ele encontrasse uma parte de si mesmo que ficava faltando quando não estavam juntos, e de repente, ele estava inteiro, e nada mais poderia roubar a felicidade que explodia em seu coração quando Anne era sua de corpo e alma.

Quando seus corpos se acalmaram de todo o frenesi que os engolira naquele fogo de amor, Anne descansou sua cabeça no ombro de Gilbert, e ele disse com um sorriso terno nos lábios.

- Em toda minha vida, eu nunca me senti tão amado como me sinto por você. Em um único dia você me deu mais alegrias do que eu tive em minha vida inteira. Muito obrigado, meu amor, por esse momento. Eu jamais vou conseguir expressar em palavras tudo o que você significa para mim.

- A única coisa que eu quero que me diga é que me ama, e que sempre estaremos juntos dessa maneira. Tudo o que fiz por você ainda é pouco, Gil. Se eu pudesse eu te daria uma constelação inteira de estrelas, somente para provar o quanto eu amo você.

- Mais do que me provou ainda a pouco? - ele perguntou segurando o rosto dela entre as mãos.

- Isso quer dizer que gostou do meu presente especial? - ela perguntou com um sorriso maroto, e Gilbert respondeu.

- Quer mesmo que eu responda? Todos os meus beijos e carícias não te mostraram como você me deixa? Eu sou completamente louco por você, Srta Cuthbert. - Gilbert disse beijando o pescoço dela devagar, provocando mais arrepios e sensações que faziam o corpo de Anne desejá-lo mais uma vez.

- Acho que vai ter que me beijar mais vezes para que eu realmente acredite em suas palavras. - Anne disse em um tom provocador que atiçou Gilbert ainda mais.

Assim, sob um manto de felicidade que pertencia apenas aos dois, ele a amou de novo e de novo até que o amanhecer chegou trazendo um novo dia, e junto com ele a certeza absoluta de ali naquele espaço de tempo, onde tudo parecia em perfeita harmonia, o amor sempre brilharia em suas almas como uma fonte inesgotável em seus corações.

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