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Capítulo 58- Sussurros e juras de amor


Olá, leitores. Estou postando mais um capítulo, e espero que me desculpem, pois ficou maior ainda que as outras vezes, Espero que não se cansem de lê-lo, e por favor comentem, vocês não sabem o quanto os comentários são importantes e me ajudam a continuar escrevendo, e é somente dessa maneira que avalio se o capítulo ficou bom. Muito obrigada por tudo, os erros ortográficos, vou corrigindo aos poucos. Beijos.


ANNE

Ela estava se novo naquele corredor comprido e escuro, onde um labirinto enorme se estendia à sua frente. Anne corria tentando abrir cada porta que encontrava pelo caminho, mas, todas estavam trancadas. Seu coração disparado a deixava ofegante, e a adrenalina corria em suas veias impulsionando-a a continuar, pois daquilo dependia sua vida e de seu amor. Onde ele estava? Por que não o encontrava? A angústia tomou conta dela, os olhos se encheram de lágrimas. Anne começou a chorar enquanto continuava sua busca. Ela estava exausta e quase não conseguia mais correr, mas, se recusava a desistir. Ela precisava encontrá-lo, ela tinha que encontrá-lo. Então, uma porta se abriu, e ela o viu sentado em um cadeira, amarrado com uma corda, os olhos encontraram os dela como se suplicassem silenciosamente para que o salvasse. Anne deu um passo em direção à ele, mas, então o vulto de capuz surgiu, e com uma risada fantasmagórica o arrastou para longe dela, e Anne gritou o mais alto que pôde:

-GILBERT!

-Anne, amor. Acorda. - a voz de Gilbert chegou suave até sua inconsciência, e ela abriu os olhos assustada com a tensão do sonho ainda circulando por seu corpo, e suspirou aliviada ao ver Gilbert sã e salvo ao seu lado, e se agarrou a ele chorando.

Aquele maldito sonho de novo! Era a terceira vez aquela semana que se pegava no meio daquele pesadelo, e em todos eles ela era perseguida e lutava por sua vida, mas, naquela noite, Gilbert também estivera em perigo, e o terror foi muito maior, porque ela sequer podia pensar que aquele monstro pudesse jogar com a vida de Gilbert também. Mas, era somente um sonho não era? Era somente seu medo brincando com sua mente. Contudo, e se não fosse? E fosse um aviso ou mesmo uma premonição avisando-a de que seu noivo estava na linha de fogo de seu perseguidor? Ele podia ser a próxima vítima, sair muito ferido, ele podia m...." Não!" Ela gritou dentro de sua própria mente. "Pare com isso imediatamente!" Ela não conseguia pensar com clareza, o medo a deixava paralisada. Gilbert continuava a acariciar seus cabelos, lhe dizendo palavras doces para acalmá-la, porém, Anne não conseguia ouvi-lo, ela apenas conseguia se lembrar do rosto dele em seu sonho, seu corpo amarrado como se fosse um animal, e os olhos cheios de súplica. Ela levantou a cabeça e o encarou, enquanto suas mãos tocavam o rosto dele, o peito, os braços. Ela precisava ter certeza de que ele estava bem. Sua cabeça alucinava como se estivesse em meio a uma névoa espessa. O vulto de capuz ria dela, zombando de sua fraqueza, de seu desespero, deixando-a no limite de sua sanidade mental.

- Ei, Anne. Eu estou bem. Olhe para mim, amor, não aconteceu nada comigo. – Gilbert continuava a falar, e ela estava surda ao som da voz dele. Diante de seus olhos ainda estava a imagem dele sofrendo, e por isso, ela continuava a tocá-lo procurando por seus pulsos machucados pelas cordas, seu peito sangrando como se ele tivesse sido chicoteado. Ela precisava cuidar dele, ela precisava curar suas feridas, ela precisava...- De repente um beijo intenso a fez parar, enquanto mãos masculinas a seguravam de encontro à músculos fortes, e lábios macios e carnudos mantinham os dela prisioneiros em um círculo quente e enlouquecedor. Em segundos, Anne estava consciente, dos dedos que faziam desenhos circulares em suas costas nuas, e o aroma amadeirado do perfume de Gilbert que intoxicava suas narinas. Ele interrompeu o beijo, e ela abriu os olhos para enfim voltar ao presente e se lembrar que estava no apartamento dele e era de madrugada, e nenhum perigo rondava os dois. O olhar dele varria seu rosto preocupado, ao mesmo tempo em que Anne respirava aliviada por ver que nada do que se passara em sua mente minutos antes fora real.

- Você está bem, querida? - Gilbert perguntou, e Anne leu em seu rosto a tensão que se instalara ali por sua causa. Ela balançou a cabeça afirmativamente, e encostou seu rosto no peito de Gilbert, e ele acariciou sua nuca dizendo:

- Graças a Deus! Por um momento, eu pensei que você estava tendo um ataque psicótico. Você teve outro daqueles pesadelos?

- Sim. - ela disse baixinho.

- Anne, você precisava manter seu equilíbrio. Não pode deixar que seus medos comandem suas ações. Estou preocupado com você. Tem dormido mal, e seu humor está instável também. Não quero que volte a ter suas crises de pânico. - Gilbert disse tocando-lhe os cabelos com carinho. Ela havia contado a ele que no início de sua carreira quando começara a fazer sucesso, as coisas tinham saído um pouco de controle, e ela passara a ter crises de ansiedade que com o tempo evoluíram para crises de pânico que a levaram ao divã de uma psicóloga com quem fez tratamento durante seis meses. Ela ficara completamente curada, e fazia anos que não sofria nenhuma crise, pois a psicóloga tinha lhe ensinado técnicas de respiração para quando ela sentisse que estava ansiosa por algum motivo. Entretanto, nada do que tinha tentado tinha resolvido na última semana, e Anne sentia que estava chegando no seu limite racional. O único momento em que se sentia relaxada era quando estava com Gilbert, e dormir nos braços dele tinha se tornado mais do que um prazer depois do amor, também tinha se tornado o único refúgio contra seus sonhos ruins.

- Gil, eu tenho tentado, mas você tem que entender como isso é difícil para mim. Não posso sossegar enquanto tem alguém lá fora ameaçando a vida das pessoas que eu amo. - Anne estava agarrada ao pescoço dele agora, e era tão reconfortante o calor que vinha de Gilbert, afastava a sensação gelada em seu estômago e a fazia pensar com mais coerência.

- Anne, por que não saímos uns dias da cidade? Eu tenho muitas horas extras que trabalhei no hospital. Posso pedir alguns dias de descanso, e assim, você poderia ter um pouco de paz. - ele sugeriu enquanto estreitava o abraço, e Anne se enroscou ainda mais no pescoço de Gilbert.

- Eu teria que explicar porque estou me afastando do trabalho durante esse período, e não quero que ninguém mais saiba do que está acontecendo. Eu não quero ser alvo da imprensa, pois isso acabaria vazando de qualquer jeito, e a situação somente se agravaria. - Gilbert balançou a cabeça concordando, e depois lhe perguntou:

- Então, você não acha que deveria deixar seus pais adotivos, Diana e Cole a par do que está acontecendo? Eles têm o direito de saber que suas vidas estão em perigo.

- Eu não posso fazer isso. Cole já é neurótico por natureza, e acabaria se trancando em casa e não sairia mais de lá. Matthew e Marilla já são idosos e não quero que nada atrapalhe a vida tranquila que eles têm agora; Ambos não merecem passar por algo assim, e Diana tem uma filha pequena e um marido que ela adora, não é justo que ela tenha que se preocupar com a segurança de sua família por algo do qual ela nem faz ideia do que seja. Enquanto eu puder mantê-los longe de tudo isso, é exatamente o que farei.

- Você acha que a pessoa que te envia essas ameaças pode estar apenas blefando para deixá-la com medo? – Gilbert perguntou olhando-a profundamente.

- Eu não sei o que pensar e nem o que esperar de alguém assim. Se ao menos eu tivesse ideia de quem pode ser, mas, já tentei encontrar respostas para essa pergunta tantas vezes e acabo sempre voltando para o começo, e ter consciência de que estou em um beco escuro me assusta mais do que você possa imaginar. - Gilbert tocou seu rosto com carinho, e disse com a ternura transbordando em seu olhar:

- Eu disse que não precisa ter medo, pois eu te protejo. - Anne olhou para Gilbert enquanto ele sorria para ela, e se perguntou quem o protegeria se aquele vulto nefasto decidisse dirigir sua fúria para ele? Ela suportaria qualquer coisa que fizessem a ela, mas, nunca se recuperaria se Gilbert se machucasse. Só de imaginar algo assim, Anne sentia calafrios. Gilbert era um ser humano tão bom, que se dedicava a cuidar do sofrimento alheio, seria terrivelmente injusto, se algum mal lhe fosse infligido. Que chances ele teria contra alguém que não se importaria em acabar com sua vida sem um pingo de remorso? Não, ela não permitiria que ele pagasse por algo que não lhe dizia respeito.

Anne se aproximou mais dele, e dessa vez foi ela que o beijou. Suas mãos desarrumaram seus cachos perfeitos, e seu corpo se colou ao dele, precisando desesperadamente daquele contato quase febril. Ela lhe mordiscou o lábio inferior, e Gilbert retribuiu fazendo Anne aprofundar o beijo. Logo, Gilbert a deitou na cama e ela o puxou de encontro ao seu corpo, sentindo a pele dele se grudar na sua, em uma excitação que crescia a cada novo estágio que aquele beijo alcançava, ambos estavam novamente ultrapassando o limite do seu autocontrole. Anne não queria pensar em nada, ela apenas queria sentir a segurança que Gilbert lhe transmitia a cada nova carícia que parecia marcar sua pele com brasa. Ela enlaçou a cintura dele com suas pernas, trazendo-o ainda mais perto do seu desejo, porém, Gilbert foi parando de beijá-la aos poucos, suas mãos se afastaram do corpo dela e se concentraram em cada lado do rosto dela. Anne abriu os olhos enevoados pela paixão protestando ao sentir que Gilbert retirava as pernas dela de sua cintura.

- Gil, por favor.

- Anne, é melhor pararmos por aqui. Você precisa descansar. - ela lhe lançou um olhar tão frustrado que fez com que ele continuasse:- Anne, você não está bem, e não acho que sua atual situação seja um bom motivo para fazermos amor.

- Eu pensei que gostasse de fazer amor comigo. - Anne disse se virando de lado e encarando a parede.

- Eu adoro fazer amor com você, Mas, este não é o momento. Você está tensa, nervosa, e exausta, e não é assim que quero acabar a nossa noite. Quando fizermos amor, eu quero que a única coisa que esteja em sua mente seja nós dois. - Anne balançou a cabeça afirmativamente, concordando com o que ele dissera. Fazer amor com ele sempre acontecia de maneira especial, e não devia ser banalizado daquela maneira apenas como uma válvula de escape para as suas ansiedades.

Dessa forma, ele a acomodou em seu peito, suas pernas enroscadas de maneira bem íntima, e seus rostos próximos enquanto seus olhos se encaravam.

- Agora tente dormir. Eu estarei bem aqui quando acordar de manhã. - Anne sorriu de leve e deixou seus olhos mergulhados nos de Gilbert atém que suas pálpebras pesaram e ela adormeceu. Quando tornou a despertar, Gilbert estava a o seu lado como tinha prometido, e continuava a fitá-la como na noite anterior com o rosto cheio de sentimentos que traziam conforto e paz ao seu coração.

- Conseguiu dormir melhor? - ele perguntou com as mãos em seu ombro.

-Sim. Que horas são? - ela perguntou bocejando.

- São sete e meia. - Gilbert respondeu verificando o relógio em cima da cômoda.

- Devo me levantar. Tenho que fazer algumas fotos no estúdio hoje às 8:30. - ela disse jogando as cobertas de lado.

- Eu também. Meu plantão começa às nove. - Gilbert disse seguindo-a até o chuveiro. - Anne sorriu com malícia e perguntou:

- Está querendo se atrasar. Dr. Blythe?

- Nem mesmo minha agenda apertada do dia de hoje me impediria de tomar banho com você. - ele disse olhando-a de um jeito maroto.

- Se acostumou rápido em tomar banho acompanhado. - Anne disse, entrando no box do banheiro, abrindo o chuveiro e testando a temperatura da água.

- Na verdade, eu me acostumei rapidamente a ter você como companhia na hora do banho. Para ser sincero, esse é um dos muitos prazeres secretos que tenho com você. – Gilbert respondeu, colocando sua mão na cintura de Anne, deixando com que a água molhasse os dois.

Apesar de toda provocação e olhares ardentes, eles apenas tomaram banho juntos e trocaram alguns carinhos. Anne ensaboou o peito moreno de Gilbert, enquanto ele a ajudava a lavar seus longos cabelos. Em seguida, ele usou a esponja vegetal para massagear os ombros de Anne, e ela espalhou sabonete líquido por toda as costas dele acariciando-o com a ponta de seus dedos. Era uma intimidade doce que partilhavam naquele momento, e olhando para Gilbert, ela podia acrescentar àquele instante a mais um de seus favoritos que gostaria de repetir com ele ainda muitas vezes. Era algo relacionado a carinho a ao cuidado que um tinha com o outro, era o tipo de coisa que casais verdadeiramente apaixonados faziam, era apenas o desejo de estar perto, de sorrir um para o outro, de se tocarem de maneira diferente e aprender a se conhecerem em outro nível além da pele contra pele e de beijos intensos demais

No momento seguinte, eles se encontravam sentados na cozinha. Gilbert bebia seu café enquanto Anne brincava com a colher dentro da xícara do seu chá de hortelã. Ela tinha muitas coisas em sua cabeça, mas, uma dela se sobressaía, pois era algo que queria perguntar a Gilbert, contudo não sabia se ele iria gostar do que ela tinha em mente. Seu olhar se concentrou nas mãos dele que seguravam a xicara de café, seguindo pelos braços descobertos e passando pelo peito coberto pela camisa branca a qual ele deixara apenas um botão aberto, e então ela examinou-lhe o rosto. Ele tinha feito a barba aquela manhã, e por isso, seu rosto exibia uma tez lisa e macia, os cabelos estavam totalmente alinhados e os olhos castanhos estavam tão claros que podiam ser facilmente confundidos com um tipo de verde. A visão do rosto dele à sua frente absorveu a atenção de Anne de tal maneira, que ela quase se esqueceu do que queria perguntar à ele, e somente voltou à realidade quando Gilbert sorrindo meio de lado lhe perguntou:

- O que foi, Anne? Por que está me olhando nessa profunda contemplação? - Anne se sentiu desconcertada ao ser pega por Gilbert quase devorando seu rosto com os olhos. Ela não conseguia parar de olhá-lo quando estavam assim juntos. Ela era louca por aquele formato quadrado e perfeito do maxilar dele, e sempre acabava encontrando outras coisas fascinantes para observar enquanto ele parecia envolvido em seus pensamentos. Seu noivo era o homem mais atraente que ela já conhecera, e passaria muitas horas admirando-o por inteiro sem se cansar. Como ela podia ser tão sortuda?

- Eu apenas estava imaginando como você consegue acordar toda manhã cada vez mais gostoso. - ela disse com sinceridade, e os lábios de Gilbert se abriram em um sorriso.

- Eu acho que poderia dizer o mesmo de você. - O olhar dele escorregou pela blusa simples que ela usava de malha verde, e a calça jeans de cós alto que deixava a cintura de Anne ainda mais fina, destacando seus quadris. Ela prendera os cabelos em um rabo de cavalo elegante, e a pouca maquiagem que usava iluminava seu rosto todo lhe dando uma aparência jovem e fresca. Anne estava acostumada a elogios, mas não dava muita importância a eles, pois no mundo da moda, ela tinha consciência que sua beleza incomum chamava a atenção, mas era apenas um chamariz para vender um produto. Na vida real, quando seu noivo lhe dizia que ela era bela, Anne realmente se sentia assim, pois sabia que Gilbert estava sendo sincero, e não meramente galanteador.

- Por que eu tenho a impressão que você quer me dizer alguma coisa? - ele continuava a olhá-la, mas. agora Anne podia perceber que era por curiosidade.

- Além de ser cirurgião, também se especializou em ler mentes, Dr. Blythe? - Anne disse em tom de brincadeira.

- Talvez a sua em particular, já que nos conhecemos tão bem. – Gilbert riu e colocou sua mão sobre a dela que estava apoiada na mesa da cozinha.

- Eu realmente tenho uma pergunta, mas espero que não se chateie com ela. - Anne disse com cuidado.

- E qual seria a pergunta? - Gilbert disse parecendo curioso.

- Eu queria saber se você se importaria se fizéssemos uma reunião no meu apartamento e anunciasse o nosso noivado? - Gilbert a olhou surpreso, e ela tratou de explicar:

- Seria uma reunião apenas para nossos amigos. Na verdade essa foi uma sugestão de Cole. Ele disse que não era justo mantermos isso somente entre nós dois quando temos tantos amigos que sempre torceram por nós. – Anne esperou pela resposta de Gilbert apreensiva. Nãos sabia se tinha sido uma boa ideia falar com ele a respeito daquilo. O jeito com que ele a olhava não lhe dava indicação nenhuma do que estava pensando.

Anne o viu passar a mão pelo cabelo, enquanto bebia seu café, ponderando cada palavra do que ela dissera com atenção. Logo, ele lhe perguntou:

- Você quer esta festa de noivado?

_ Eu quero o que você quiser, Gil. – ela não queria que ele fizesse aquilo somente para agradá-la, pois não teria graça nenhuma. Se tivessem que festejar, tinham que fazer aquilo juntos e não somente por que ela queria.

_ Você não respondeu à minha pergunta. - os olhos castanhos estavam sérios, e Anne pensou um pouco antes de responder.

- Seria legal comemorar algo tão importante com nossos amigos, mas, se você achar aborrecido demais podemos esquecer esse assunto.

- Eu realmente não tinha pensado em uma festa quando pediu a sua mão, mas também não perguntei se você queria. Então se quer uma festa. não vou me opor. - Gilbert disse acariciando-a com o olhar.

- Podemos fazer algo simples. Não precisa ser grandioso. - Anne disse.

- Eu não me importo com o tamanho da festa desde que você esteja feliz- Faça o que quiser, amor. - Ele estendeu a mão e acariciou as bochechas de Anne, e ela sentiu seu coração se aquecer.

- Como você pode ser tão maravilhoso? Como não consigo encontrar nenhum defeito em você? - o sorriso de Gilbert se alargou, enquanto Anne se deliciava com o som musical da risada dele.

- Ah ,mas eu tenho muitos defeitos. Você vai descobrir com o tempo.

Assim, eles ficaram em silêncio por alguns segundos se comunicando apenas pelo olhar. Anne pensou nas palavras que Gilbert dissera momentos antes

Ele era teimoso, e isso por vezes a irritava, mas não podia dizer que isso fosse um defeito, porque se não fosse pela teimosia dele não estariam juntos. E depois daquele tempo em que estavam namorando, Anne descobriu que amava tudo nele, até mesmo a carranca que ele fazia quando estava zangado com alguma coisa.

- Você já sabe para quando quer organizar nossa festa de noivado? - ele perguntou quebrando o silêncio entre eles.

- Ainda não pensei em uma data específica. – Anne disse pensativa.

- Que tal se fosse no próximo fim de semana? Vou estar de folga. O que acha?

- Seria perfeito. Vou falar com o Cole. - Anne disse animada, e de repente ela percebeu que Gilbert a encarava sorrindo.

- O que foi? - ela perguntou sem entender o significado daquele olhar.

- Você parece uma garotinha quando está planejando algo que te deixa feliz.

- É isso o incomoda?

- Não. Na verdade é adorável. Me faz lembrar a antiga Anne da minha adolescência. Que bom que você ainda a guarda dentro de si. - A ruivinha corou sob o olhar intenso de Gilbert, e ficou tentando encontrar algo nele que recordasse o menino tímido que fora seu melhor amigo, mas, muito pouco havia dele além do seu coração generoso e puro. Porém, isso não era algo ruim, e nem a fazia amá-lo menos. Entre todas as camadas do Dr. Gilbert Blythe, havia um homem raro de se encontrar, e ela ficava feliz de ter tido a capacidade de enxergar o quanto ele era imprescindível em sua vida.

- Eu te amo. - ela disse de repente. Vendo os olhos castanhos dele brilharem com o efeito de suas palavras.

- Eu também amo você.

Foi impossível não correr para os braços dele naquele momento, como foi impossível não juntar seus lábios em um beijo romântico. Foi um daqueles beijos que deixavam Anne no céu. Era doce, e havia uma troca de sentimentos que a fazia suspirar e se surpreender com a força do que sentia por aquele homem singular.

Gilbert separou seus lábios do dela, e disse com suas mãos segurando o rosto dela com delicadeza:

- Vamos. Eu vou te levar para o trabalho. – Gilbert deu um último selinho nela, enquanto ambos se dirigiam para a porta.

Aquela era uma nova rotina que estabeleceram desde os últimos acontecimentos, e das últimas ameaças que Anne andara sofrendo. Gilbert a levava todos os dias para o trabalho, e ia buscá-la quando seu plantão permitia, caso contrário, ela vinha para casa de táxi. Ele a fizera prometer que não andaria pelas ruas sozinha, não importando o horário, pois não sabiam com quem estavam lidando, e o que tudo indicava, a pessoa por trás de todo aquele enigma não conhecia limites. Anne ficara chateada por perder a liberdade de fazer as coisas que gostava à sua maneira, mas, ao mesmo tempo, ela estava adorando ter toda aquela atenção de Gilbert sobre ela. Era a primeira vez que o tinha realmente todo para si, e estava amando aquela sensação de não sentir mais ciúme da profissão dele como no passado. Agora ela tinha total certeza de que quando Gilbert cruzava a porta de seu apartamento, ele deixava do lado de fora o médico eficiente para se tornar apenas o homem que ela amava. Estavam juntos naquele relacionamento, e nada poderia mudar o que significavam um para o outro.

Gilbert estacionou o carro na frente do estúdio onde Anne trabalhava, e assim que ela se libertou do cinto de segurança, ele lhe deu um beijo de despedida e disse:

- Eu quero que se cuide e fique tranquila, Não quero que nada preocupe demais essa cabecinha ruiva. - Anne sorriu e tocou o rosto dele com a sua mão enquanto dizia.

-Não se preocupe. Eu vou ficar bem. Eu prometo. – ela desceu do carro, acenou para ele uma última vez e entrou no estúdio.

O dia foi de muito trabalho, além das brincadeiras de Marylin que zoava com Anne a respeito de seu recente noivado com Gilbert, deixando-a sem graça com seus comentários cheio de malícia. Quando terminou suas seções de foto, Anne se despediu de todos, e saiu do estúdio. No caminho até o ponto de táxi, ela ligou para Cole, mas, o amigo deixara o celular na caixa postal, por isso, a ruivinha deixou-lhe um recado explicando sobre a festa de noivado, e se ele se importaria em ajudá-la com os detalhes. Em seguida, ela se sentou no banco à espera do táxi quando ela viu uma cena estranha se desenrolar à alguns metros dali.

Havia uma moça de longos cabelos que discutia com um rapaz acaloradamente. Quando ela se virou, Anne viu surpresa que era Monique, e um frio em sua espinha a deixou em estado de alerta, pois o rapaz com quem ela falava se parecia muito com Billy Andrews, mas, ela não, podia ter certeza, pois ele estava de perfil e usava um boné que escondia seus cabelos, e como Billy sempre tivera um tipo comum que poderia ser confundido com vários tipos de pessoas, Anne pensou que poderia muito bem estar enganada. Afinal, de onde uma mulher sofisticada como Monique poderia conhecer aquele grosseirão de Billy Andrews? Ela não parecia ser o tipo de pessoa que se envolveria com um tipo daqueles. Por fim, Anne desviou o olhar, pois estava se sentindo mal por presenciar uma discussão que parecia íntima, ao mesmo tempo em que aquela sensação ruim não abandonava de jeito nenhum. Naquele instante, o táxi parou ao lado dela, e Anne entrou nele. Assim que se sentou no banco estofado, Cole ligou, e ela se esqueceu completamente do que tinha visto momentos atrás, e se envolveu totalmente na conversa com seu melhor amigo sobre a festa do seu noivado.

GILBERT

Gilbert viu Anne caminhar para a entrada do estúdio, e respirou fundo. Ela o estava deixando preocupado com seus constantes pesadelos na última semana. Aquele nível de tensão pelo qual ela estava passando acabaria deixando-a esgotada emocionalmente, e ele não gostava de vê-la assim. O estado de espírito depressivo que tomava conta dela em alguns momentos não combinava com a garota vibrante que ela era. Anne era cheia de uma luz tão incrível, que era difícil para ele observá-la cair em longos silêncios quando ela deixava que seu medo fosse maior que sua coragem em enfrentar tudo aquilo de maneira calma e passiva.

Na primeira vez que o pesadelo dela se manifestou, Anne apenas acordara no meio da noite suando frio, e com a respiração ofegante. Ele se levantara, e lhe trouxera um copo com água que ela bebera agradecida, e depois voltara a dormir abraçada a ele tranquilamente. Na segunda vez, ele acordara e Anne não estava a seu lado. E caminhando pela casa, Gilbert a encontrara deitada no sofá da sala encolhida e chorando baixinho. Ele a pegara no colo e a levara para a cama, e dessa vez ela demorara um tempo considerável para adormecer. E o terceiro pesadelo que ocorrera na noite anterior, parecera ser o pior de todos, e de certa forma parecera envolvê-lo, pois a maneira como ela gritara seu nome enquanto ainda estava envolvida naquele sonho ruim que consumia toda a sua razão. Ele tentara despertá-la do jeito mais suave possível, mas, ela acordara desesperada, ansiosa, alucinada, e começou a tocá-lo como se esperasse encontrá-lo em meio a uma tragédia, e somente pareceu sair do terror em sua cabeça quando ele a beijara, e ela se deixara relaxar nos braços dele. Depois disso, eles conversaram sobre a maneira nada saudável com a qual ela vinha conduzindo aquele assunto. Gilbert sugerira que eles saíssem um pouco da cidade, mas, ela dissera que não queria ter que explicar no trabalho porque precisava daquele tempo longe de tudo. Ele também lhe dissera que ela deveria conversar com os irmãos Cuthberts, Diana e Cole sobre a possibilidade de estarem em perigo, mas, ela declinara a ideia, pois disse que não queria preocupá-los demais e que ela mesma resolveria aquele assunto. Por fim, foram dormir depois de Anne reclamar por ele não querer fazer amor com ela. A verdade era que ele queria e muito, mas, o estado dela ansioso demais o impedira. Ele não se sentia no direito de se aproveitar da fragilidade de Anne para aplacar seu desejo. Ele era maduro o suficiente para saber que haveria momentos melhores para se entregarem à paixão. O que Anne precisava naquele momento era a sensação de que estava segura, e era isso o que ele quisera proporcionar à ela naquele momento. Ela acabara adormecendo por pura exaustão, e antes que ela estivesse totalmente tomada pelo sono ele lhe dissera:

- Agora tente dormir. Eu estarei bem aqui quando acordar de manhã. -

Ele passara a noite toda vigiando o sono dela, observando-lhe todas as reações em seu inconsciente. Anne lhe causava todos os tipos de sentimento quando dormia daquela maneira em que toda sua vulnerabilidade estava estampada em seu rosto. Ela era tão linda dormindo, e não tinha consciência disso. Aquele rosto maravilhoso e sua constelação de sardas nunca abandonavam seus pensamentos. Ela transitava em todos os seus sonhos assim como se aconchegava em seu coração. Ele queria protegê-la de tudo, queria prendê-la em seus braços para que o mundo lá fora jamais tonasse a magoá-la. Ele precisava daquele sorriso que ela lhe dava quando acordavam juntos, ele necessitava sentir a mão dela sobre a dele mesmo que não falassem nada um para o outro, Gilbert precisava desesperadamente da força da mulher que ela era por dentro, ao mesmo tempo em que ansiava pela suavidade da garota que ela exibia do lado de fora.

Após todos aqueles dias em que Anne estivera dando-lhe apoio por conta do caso de Sarah, Gilbert desejava muito fazer o mesmo por ela, muito embora soubesse nas profundezas de seu ser que ela era mais corajosa do que ele seria se estivesse passando pelo mesmo problema, e desconfiava que ele sempre precisaria mais dela em todas as situações do que Anne precisaria de um abraço seu em um momento qualquer. Desde o início fora assim, e somente naquele segundo Gilbert se dava conta de que aquela garota era mais valiosa para ele do que sua própria vida, e a daria por ela sem pensar um minuto sequer.

Quando Anne acordara naquela manhã, ele continuava lá como prometera, mesmo porque não conseguira dormir. Sua preocupação por ela fora maior do que o cansaço, e o sorriso com o qual a brindou estava cheio de amor por ela. E ver que ela estava melhor, e que nenhuma tensão da noite anterior parecia acompanhar seu despertar, o deixara extremamente aliviado.

Fora um ato natural segui-la até o banheiro, e quando Anne o olhou com seus olhos cheio de malícia enquanto lhe fazia uma pergunta sugestiva:

- Está querendo se atrasar, Dr, Blythe? - ele não pudera deixar de sorrir e responder:

- Nem mesmo minha agenda apertada do dia de hoje me impediria de tomar banho com você. – Anne achara graça de sua resposta e fizera um comentário sobre o quão rápido ele se acostumara a ter companhia na hora do banho, sendo que antes ele sempre se recusava a dividir sua intimidade daquela maneira, e ele simplesmente resumira aquela assunto respondendo:

- Na verdade, eu me acostumei rapidamente a ter você como companhia na hora do banho. Para ser sincero, esse é um dos muitos prazeres secretos que tenho com você.

Realmente, ela não sabia o quanto o simples motivo de tomarem banho juntos passara a ter um significado especial para ele. Gilbert amava aqueles momentos porque era quando podia estar com ela de uma maneira completamente diferente.do que quando estavam na cama se amando. Não precisavam de um motivo, de um desejo, ou de um toque, bastava apenas estarem juntos e curtirem aquela intimidade para ele compreender que queria ter mais momentos como aquele com Anne pela vida inteira. Era íntimo, mas não ousado, era envolvente mas não provocante demais, era empolgante mas não necessariamente sensual, pois sexo era a última coisa que passava por sua cabeça naquele momento. Isso não queria dizer que vê-la toda nua embaixo do chuveiro não o fazia desejà-la, mas, não era por isso que estava ali. Eu queria apenas senti-la perto, olhar para seu rosto mais lindo ainda com gotículas de água espalhadas por ele como pequenos diamantes reluzentes, guardar aquela imagem em uma de suas memórias, de onde pudesse resgatá-la sempre que quisesse.

Já fazia algumas horas que Gilbert estava no trabalho e as lembranças daquela manhã persistiam em sua mente. Ele pensou na festa de noivado que concordara em fazer e sorriu mesmo a contragosto. Ele nãos sabia bem o que Anne estava planejando, mas aceitara simplesmente para vê-la sorrir. Ela não achava que precisavam de uma comemoração badalada para mostrarem ao mundo o compromisso que assumiram, mas, depois de observá-la alternar entre tristeza e depressão por uma semana inteira, ele não se sentiu no direito de tirar aquele prazer dela. Isso também lhe daria algo mais em que pensar além daquelas ameaças terríveis que vinham roubando o sorriso de sua garota. Ele fechou os punhos com raiva. Se ele pudesse descobrir quem estava fazendo isso com ela, Gilbert não hesitaria em fazer essa pessoa pagar cada minuto de sono perturbado que Anne vinha tendo por várias noites, e cada lágrima que ela tinha chorado por medo ou desespero. Ela não merecia aquele tipo de pressão, e muito menos ser aterrorizada de um jeito que afetava o sistema nervoso de qualquer pessoa, e ele nem mesmo sabia como ela vinha se aguentando daquela maneira, principalmente depois de ter lhe contado de suas crises de pânico, e ele somente podia admirá-la ainda mais por ter a capacidade de dar continuidade à sua vida apesar de tudo aquilo estar mexendo com sua cabeça, porém, ele se perguntava até quando?

-Dr. Blythe, tem um rapaz ai fora querendo falar com o senhor. - Donna, a garota simpática da recepção lhe disse meio hesitante, sem saber se era uma boa hora ou não, pois Gilbert estava extremamente sério e parecia estar analisando uma questão muito importante em sua mente.

- Ele disse o nome? - Gilbert perguntou ainda com seus pensamentos em Anne tomando conta de sua mente.

- Daniel Scott.

- Ah, sim. Pode mandar entrar. – Gilbert disse se sentindo extremamente feliz por Daniel ter finalmente aceitado seu convite.

- Oi, Gilbert. Como tem passado desde nossa última conversa? - Daniel disse assim que entrou em seu consultório.

- Estou muito bem, meu amigo. Que bom que aceitou meu convite. - Gilbert disse abraçando Daniel com afeto.

- Eu tenho três dias de folga, e decidi aproveitar a oportunidade e te fazer uma visita em seu local de trabalho. - Daniel disse sorridente. Tudo ali era maior do que ele tinha imaginado, e somente por aquele fato já se sentia empolgado em tentar algo novo em sua vida.

- Já deu uma olhada por ai? - Gilbert perguntou sem parar de sorrir.

- Ainda não vi muita coisa além da recepção, mas pude perceber que é bem mais movimentado que o hospital de Avonlea.

- Você não faz ideia. Vamos dar uma volta pelo hospital e te mostro tudo. Depois você me diz o que achou. - Gilbert disse conduzindo Daniel para fora do consultório, e levando-o para fazer um tour total pelos lugares mais importantes do hospital. Eles visitaram várias alas, desde a emergência até a UTI, e quanto mais conhecia do hospital, mais Daniel parecia impressionado com aquele ambiente imenso.

- E então? O que achou? – Gilbert perguntou depois de um tempo considerável,

- Eu realmente estou impressionado, meu amigo. - Daniel respondeu.

- Isso quer dizer que consideraria a possibilidade de trabalhar aqui? - Gilbert perguntou cheio de expectativa

- Acho que é uma boa possibilidade a considerar. - o amigo respondeu sorridente.

- Vou marcar uma entrevista com o Dr. Phillips para amanhã. Eu já falei de você para ele, que aliás está ansioso para te conhecer. Estamos precisando de um bom cardiologista, pois o que trabalhava conosco pediu transferência para sua cidade natal, pois quer ficar mais perto da família.

- E você acha que ele me contrataria? - Daniel perguntou ansioso.

- Não só acho como tenho certeza. - Gilbert respondeu. Ele ia convidar o amigo para tomar um café quando ouviram uma voz feminina dizer surpresa:

- Daniel Scott? - eles se viraram e deram de cara com Gabriela que olhava para o amigo de Gilbert sem conseguir acreditar que ele estava mesmo ali.

- Gabriela? Meus Deus! Quanto tempo faz que não nos vemos? Uns dez anos? - Daniel disse se aproximando de Gabriela, olhando-a com os olhos espantados.

- Doze, para ser mais exata. - ela respondeu dando-lhe um abraço carinhosos e um beijo no rosto.

- Sinto muito pelo Paul.- ele disse sem jeito.

- Obrigada. - ela disse olhando-o nos olhos com um lampejo de emoção dentro dele.- Mas, o que faz por aqui?

- Eu e Gilbert trabalhamos juntos no hospital de Avonlea, e ele me convidou para conhecer o hospital daqui e como eu estava de folga resolvi aparecer por aqui. - Daniel disse sem parar de olhá-la.

- Na verdade, eu o convidei para se candidatar a vaga de Cardiologista. - Gilbert acrescentou olhando para os dois com atenção.

- É mesmo? Espero que aceite, pois se não estiver enganada você ainda continua sendo o excelente profissional de anos atrás. - Daniel corou, e Gilbert se admirou. Nunca vira o amigo corar antes por causa de um elogio.

- Obrigado, Gabriela. Você sempre foi gentil comigo.

- E você sempre modesto. - ela respondeu seu olhar cruzando com o dele mais uma vez.

- Estávamos indo tomar café. Quer nos fazer companhia? - Gilbert convidou.

- Não posso. Tenho uma consulta daqui a pouco. Mas, espero que aproveitem bastante. Foi um prazer te ver, Daniel.

- O prazer foi meu, Gabriela. - Daniel respondeu enquanto a seguia com o olhar.

- Vai me dizer de onde conhece a Gabriela? - Gilbert perguntou curioso.

- Se lembra da garota da faculdade da qual te falei?

- Aquela por quem você foi apaixonado e perdeu para o seu melhor amigo.

- Essa mesma. Gabriela é a garota. - Daniel respondeu sério olhando para o chão.

- Meu Deus, que mundo pequeno! – Gilbert disse admirado.

Ambos os amigos se sentaram na cafeteria do hospital, e logo que pediu um cappuccino para ambos, Gilbert perguntou:

- Então, Gabriela é o seu amor do passado. Você nunca me contou muito a respeito disso.

- É porque nunca teve muito o que contar.Eu a conheci no segundo ano de faculdade, e nos tornamos amigos. Saímos juntos algumas vezes, e quando percebi que estava apaixonado, pensei em me declarar, mas a essa altura ela já tinha se envolvido com Paul, e o resto você sabe. - Daniel disse tomando um gole de seu café.

- E como se sentiu ao encontrá-la depois de tanto tempo?

- Confesso que foi estranho, porém prazeroso. - ele confessou.

- Gabriela é uma grande mulher. – Gilbert comentou olhando com curiosidade para Daniel que compreendeu a insinuação atrás das suas palavras e respondeu, jogando o corpo de encontro ao encosto da cadeira:

- Não me olhe assim, Blythe. Eu sei exatamente o que está pensando.

- E o que estou pensando? – Gilbert perguntou com um ar de fingida inocência.

- Que agora que estou aqui, e Gabriela está viúva podemos continuar de onde paramos.

- E por que não podem? - Gilbert insistiu.

- Isso foi a muito tempo. Éramos jovens demais e tantas coisas aconteceram depois disso. Eu não acho que os sentimentos que tínhamos naquela época continuam os mesmos. - Daniel disse se concentrando em sua xícara de café.

- Mas, vai me dizer que não sentiu nada quando a viu? Quer me convencer de que Gabriela não mexe mais com você?

- Talvez. - Daniel respondeu evasivo fugindo da pergunta de Gilbert.

- Talvez? Não foi o que percebi hoje quando vocês se encontraram. - Gilbert disse arqueando uma sobrancelha.

- Virou casamenteiro de repente, Blythe? Depois que encontrou seu verdadeiro amor acha que isso pode acontecer com todo mundo? - Daniel disse com um sorriso nos lábios.

- Bem, estou apenas tentando ajudar um velho amigo a recuperar sua paixão do passado, mas se isso vai se tornar amor verdadeiro somente depende de vocês dois. - Gilbert disse acrescentando mais creme em seu cappuccino.

- Já chega dessa conversa. Você não tem nada mais interessante para me contar do que tentar me arrumar uma namorada? – Daniel disse tentando ser engraçado, mas Gilbert percebeu que ele apenas queria mudar de assunto.

- Na verdade tenho sim. Eu e Anne ficamos noivos. - Gilbert disse sorridente, e Daniel arregalou os olhos sem poder acreditar naquela novidade.

- Puxa! Que incrível, Gilbert! Quer dizer que logo teremos casamento pela frente?

- Acho que o casamento ainda vai demorar um pouquinho, mas, o importante é que Anne aceitou o meu pedido, e estamos oficialmente noivos. - a felicidade de Gilbert era tão óbvia que Daniel não pôde deixar de se sentir feliz pelo amigo.

- Você não vão fazer nem um tipo de comemoração?

- Vamos fazer uma festa para os amigos nesse fim de semana. Anne está cuidando de tudo. Não quer nos dar o prazer de sua presença? - Gilbert perguntou esperando que o amigo aceitasse o convite.

- Eu gostaria muito, mas, não vou poder. Combinei de ir para a casa de meus pais no próximo fim de semana. - Daniel explicou.

- Que pena! Espero que você aceite o trabalho no hospital, pois assim poderemos sair para jantar um dia desses. Quem sabe em um encontro de casais? - Daniel não disse nada, apenas sorriu, pois sabia exatamente onde Gilbert queria chegar.

Ao voltar para casa naquele dia, depois de seu expediente ter terminado, Gilbert ficou pensando nas voltas que a vida dava. Quem diria que Daniel encontraria seu amor do passado tão inesperadamente? O destino tinha um jeito engraçado de aproximar as pessoas, e no seu caso e de Anne não fora a mesma coisa? Ficaram sete anos separados, e em um momento inesperado se encontraram, e agora estavam ali planejando seu futuro juntos. Quem sabe com Daniel e Gabriela pudesse acontecer a mesma coisa? Ele esperava sinceramente que sim.

GILBERT E ANNE

O dia estava no início naquela manhã de sábado, e Anne já tinha acordado a muito tempo. Era o dia de sua festa de noivado, e apesar de tudo estar praticamente pronto, ela se sentia tão nervosa que ondas de ansiedade dominavam seu sistema nervoso. Anne estava se sentindo ridícula por se deixar afetar assim, afinal seria apenas algo simples, sem grande sofisticação, mas, o peso do compromisso parecia maior daquela maneira, pois agora não seria algo apenas partilhado entre ela e Gilbert. Todos os seus amigos fariam parte do laço que unia a ambos, tornando aquilo muito mais real do que tinha sido desde então. Gilbert estaria assumindo diante de todos a sua promessa de se casarem e formarem uma família, e só de pensar nisso seu estômago se enchia de borboletas.

Cole a tinha ajudado em todos os detalhes, e Anne descobrira que além de ser um artista talentoso, seu amigo tinha um dom maravilhoso de planejar ocasiões especiais por mais simples que pudessem ser. Todos os detalhes pensados e apresentados por eles ganhara o selo de aprovação da ruivinha sem que ela pensasse duas vezes. Ela adorara cada item, desde a decoração de extremo bom gosto até a comida e bebida que seriam servidos aos convidados. Ela somente esperava que Gilbert também gostasse, pois ele lhe dera carta branca para fazer o que quisesse, e nem mesmo pudera participar de nada por causa de sua agenda apertada naquela semana. Pelo menos, ele estava bem humorado com a notícia de que Daniel aceitara o emprego no hospital de Nova Iorque, depois que fora entrevistado pelo Dr. Phillips, e começaria em sua nova função na próxima semana. Anne também ficara feliz por ele. Ela sabia que Gilbert também sentia falta de suas amizades antigas, e vivendo ali em Nova Iorque, o único amigo como o qual tinha contato frequente era Muddy, e agora que Daniel estaria mais próximo, Anne acreditava que Gilbert se sentiria ainda mais à vontade naquela grande metrópole a qual se tornara seu lar.

Ela checou a lista de convidados pela milésima vez, esperando não ter esquecido ninguém importante. Suas amigas de Avonlea não poderiam vir, mas, Anne prometera que assim que fosse visitar Matthew e Marilla novamente, elas fariam algo juntas para comemorarem aquele momento tão importante na vida de Anne. Seus outros convidados se resumiam em algumas amigas da agência de modelo e do mundo da moda, enquanto os de Gilbert faziam parte de alguns setores do hospital, Muddy e Gabriela. Seria uma reunião pequena, mas, era exatamente o que desejava. Não precisava de uma grande festa para mostrar que o lindo e extraordinário Dr. Gilbert Blythe era seu noivo e futuro marido, ela estava satisfeita em deixar aquilo às claras para apenas seus amigos verdadeiros e que se importavam realmente com sua felicidade.

Anne olhou para o relógio, e viu que faltavam exatamente trinta minutos para Cole chegar. Eles tinham combinado de sair para comprar algumas coisas que estavam faltando no supermercado mais próximo, e como estava ansiosa demais, ela resolveu esperá-lo na portaria. Ela entrou no elevador, mesmo ainda sentindo certa fobia, porém, as escadas também não a animavam como meio de locomoção aquela manhã, pois estava muito cansada do ritmo louco da última semana, por isso, enfrentou seu medo e tentou encarar o elevador da maneira mais calma possível. Felizmente, não demorou para que alcançasse o térreo, e assim que a porta do elevador se abriu, ela respirou aliviada, e foi direto para a entrada do prédio.

Naquele instante, Gilbert estava voltando de sua corrida matinal, e ao vê-la ali sozinha, ele veio em sua direção e a puxou para seus braços.

-Por que está aqui embaixo sozinha? - ele colocou uma mecha do longo cabelo ruivo de Anne a trás da orelha dela, e ruivinha lhe sorriu, fixando o olhar no rosto masculino.

- Estou esperando pelo Cole. Vamos ao supermercado comprar algumas coisas, Eu te falei sobre isso antes de você sair para correr. Não se lembra? - ela perguntou, enfiando suas duas mãos no bolso do moletom que Gilbert estava usando.

- Eu pensei que fosse esperar por ele no apartamento. - Ele disse, esfregando a ponta do nariz no dela.

- Eu estava ansiosa demais para esperá-lo lá em cima, então resolvi ficar por aqui mesmo. – Anne explicou encostando sua testa na de Gilbert.

- Isso quer dizer que ainda está ansiosa? - ele perguntou com um brilho indecifrável no olhar.

- Um pouco, por que? - ele não respondeu, e a puxou para um canto onde ninguém podia vê-los. Em seguida, ele pegou o rosto dela com as mãos, acariciou suas bochechas com o polegar, e roçou os lábios dele nos dela, fazendo Anne suspirar enquanto perguntava:

- Gil, o que pensa que está fazendo?

- Estou acalmando sua ansiedade. – ele respondeu ainda sem realmente beijá-la.

- Aprovo esse método totalmente. Embora, não ache que nossos vizinhos terão a mesma opinião se nos pegarem aqui assim.- ela disse se agarrando ao pescoço dele, enquanto Gilbert mordiscava seus lábios.

- Eu não me importo se vão aprovar ou não. Você é minha noiva e vou te beijar quando e onde eu quiser. - então suas bocas se colaram em um beijo de tirar o fôlego. Eles quase não tinham se falado aquela manhã por conta de seus próprios afazeres, e somente naquele momento, Anne percebia o quanto sentira falta da troca de carinhos que tinha com Gilbert todos os dias antes de se levantar da cama. Aquela carência a fez se colar mais a ele, e o beijo acabou ficando mais intenso do que o esperado. Gilbert desceu as mãos pelas costas dela, apertando os quadris femininos contra os seus, sentindo uma vontade imensa de arrastá-la para o apartamento de novo onde teriam mais privacidade, e pudesse acariciá-la como suas mãos desejavam. Anne sentia sua cabeça flutuar como se estivesse perdida em uma névoa densa onde se tornava impossível raciocinar, mas ainda assim, empurrou Gilbert devagarinho, desgrudando os lábios dos dele enquanto dizia:

- Amor, você se esqueceu de onde estamos?

- E quem se importa? - ele perguntou esfregando seu nariz no pescoço dela para aspirar o delicioso perfume francês que ela usava naquela manhã.

- Eu não me importaria se não tivesse que sair daqui a dez minutos. E trocar carinhos apressados com você não é algo que me aguarde de verdade. – ela respondeu ajeitando-lhe os cabelos com carinho.

- Nem a mim. Preciso bem mais que minutos para saciar meu desejo por você. - ele disse ainda beijando-a no pescoço. E depois, a libertou do abraço, apenas segurou a mão dela entre as suas e a puxou de volta para a portaria onde se sentaram em uma poltrona destinada à visitantes.

Cole chegou alguns minutos, e depois os pegou abraçados assim

- Quanta honra, Dr. Blythe. Esperando por mim? - Cole disse em tom de brincadeira e Gilbert sorriu dizendo

- Bom dia para você também, Cole. - ele às vezes ainda tinha dificuldade em encarar o amigo de Anne,depois que ela dissera que ele era seu fã declarado, mas continuava gostando daquele jeito debochado de Cole da mesma forma.

- Vou roubar sua noiva um pouco, mas prometo trazê-la de volta sã e salva.

- Cuide bem dela por mim. - Gilbert disse sorrindo antes de dar um selinho em Anne e entrar no elevador.

- Cole, você está secando meu noivo descaradamente. - Anne disse rindo da cara embasbacada do amigo.

- Que sorriso do foi aquele? Meu Deus, preciso de um Gilbert para mim. - ele disse se abanando de maneira teatral e Anne respondeu quase gargalhando:

- Vai ter que se contentar com Jordan Smith. Só existe um Gilbert Blythe e ele está comprometido comigo. - ela mostrou-lhe o anel em seu dedo, e Cole enroscou seu braço no dela e disse:

- Como você é maldosa, Anne Shirley Cuthbert. Esfregando sua sorte com homens na minha cara.

- Você também tem sorte, só não aproveita as. oportunidades. – Anne repreendeu-o com carinho.

- Talvez Jordan venha comigo na festa. - Cole disse em um tom neutro.

- É mesmo? Eu fico tão feliz com isso. - Anne disse dando um beijo na bochecha de Cole.

- Eu disse talvez, Anne. Não comece a fantasiar romance na sua cabeça. Agora vamos ao que interessa. - ele disse, e a puxou para dentro do supermercado.

Enquanto Cole foi para o corredor de artigos de festa, Anne se dirigiu ao de bebida. Ela não consumia bebida alcoólica, mas alguns de seus convidados eram grandes apreciadores de vinhos e uísques, por isso, ela resolveu levar algumas garrafas por precaução.

Quando estava examinando uma marca de vinho e sua safra, uma mão masculina em seu ombro a fez se virar e ela ficou surpresa ao ver que era Francesco.

- Cara, a quanto tempo. Come Stai?

- Estou bem, Francesco. O que faz por aqui? - Anne perguntou espantada pela presença dele naquela parte de Nova Iorque. Embora ali fosse o lado nobre da cidade, não era realmente o tipo de ambiente que um homem como Francesco frequentava.

- Vim visitar um amigo, e me lembrei que aqui eles tem uma boa adega de vinho. Então, resolvi presenteá-lo com um vinho tinto francês. – Ele disse mostrando- lhe a garrafa. - E você e Gilbert, como estão? - ele perguntou com simpatia.

- Estamos bem. - Anne respondeu simplesmente. Não se sentia à vontade em discutir seu relacionamento com Gilbert com seu ex-noivo.

- Marylin me disse que vocês terão uma festa de noivado hoje?

- Sim. Você é bem-vindo se quiser comparecer. – ela disse um pouco sem jeito. Não tivera a intenção se convidá-lo, mas achou que seria descortês de sua parte se não o fizesse.

- Obrigado. De qualquer forma, espero que você e Gilbert sejam muito felizes. Agora, preciso ir, cara. Nos vemos por aí.

- Até logo, Francesco. Ela disse e continuou pensativa assim que o viu se afastar. Aquele tinha sido realmente um encontro estranho.

- É impressão minha, ou quem acabou de sair daqui foi o poderoso chefão? - Cole disse, e Anne riu de suas palavras irônicas.

-Não fale assim de Francesco. Ele é uma boa pessoa. – Anne disse, ao mesmo tempo em que colocava as bebidas que escolherá no carrinho de supermercado que Cole empurrava com as duas mãos.

- Ele até pode ser uma boa pessoa a seus olhos, mas continua me dando um milhões de calafrios, principalmente quando me olha com aqueles olhos de mafioso.

- Cole, agora quem está sendo maldoso é você. – Anne disse horrorizada com as palavras do amigo.

- Me desculpe, querida. Mas, é assim que me sinto. E o que ele queria afinal? - Cole perguntou empurrando o carrinho em direção ao caixa.

- Ele apenas me perguntou sobre meu relacionamento com o Gilbert, e eu o convidei para a minha festa de noivo. - Anne disse rapidamente, sem encarar o amigo:

- Você não fez isso. - Cole disse incrédulo.

- Ele comentou que Marilyn falou para ele sobre a festa de noivado, e eu achei que seria indelicada se não o convidasse. Mas, tenho certeza de que ele não vai. Francesco não costuma comparecer em eventos que não sejam badalados. Ele é um homem de negócios e comemorações familiares não lhe rendem nenhum milhão.

- Espero que esteja certa. Caso contrário, vai arrumar um problemão com Gilbert em plena festa de noivado. - Cole respondeu dando por encerrado aquele assunto.

Quando Anne chegou no apartamento cheia de compras junto com Cole, Gilbert estava em seu escritório lendo seus artigos médicos. Ela e Cole aproveitaram para decorarem o apartamento, e quando terminaram já passava da hora do almoço, mas, o resultado ficou adorável. Eles distribuíram vários arranjos de flores pelos cômodos principais, e na área externa colocaram mesas e cadeiras, com solitários de rosas e lembrancinhas que levavam o nome dos noivos. As comidas seriam colocadas em uma grande mesa no canto da sala, onde um bolo muito bonito e decorado com glacê branco e morangos que formavam um coração sobre ele seria exposto.

Gilbert apareceu quando estavam terminando, e olhando para a decoração ele disse:

- Ficou maravilhoso. Por que não me chamaram para ajudar? - ele perguntou abraçando Anne pela cintura.

- Não quis te atrapalhar, Cole e eu conseguimos dar conta, não se preocupe. - Anne disse lhe dando um selinho.

- Anne, como já terminamos, vou para casa. Volto na hora da festa, querida. Não se esqueça de colocar um balde com gelo e um champanhe dentro dele para a hora do brinde. - Cole aconselhou enquanto se encaminhava para a porta.

- Está bem. Até mais tarde, e obrigada por tudo. - ela disse beijando Cole no rosto.

- Foi um prazer, querida. Até mais tarde.

Assim que ele saiu, Gilbert disse:

- Está com fome?

- Não muita. Um sanduíche natural será suficiente. - Anne respondeu enquanto seguia Gilbert até a cozinha. Na verdade, não comia nada desde manhã. Estava nervosa demais para engolir qualquer coisa substancial, por isso preferia algo leve, pois tinha medo de acabar passando mal se comesse algo mais pesado.

Assim que acabaram de comer o excelente sanduiche de peru que Gilbert preparara, eles se deitaram juntos no sofá para curtirem algum momento juntos antes da festa, e Anne acabou cochilando duas deliciosas horas enroscada no corpo musculoso de Gilbert. Ao acordar, ela já se sentia melhor, livre da ansiedade que a cometera de manhã. Ficar com Gilbert daquele jeito sem preocupação nenhuma tinha um efeito e tanto sobre suas emoções. Ele tinha um jeito de afagar seus cabelos que a relaxava completamente e ela acabava dormindo rapidinho. Ela não percebera que enquanto dormia, seu noivo a observava completamente fascinado por sua beleza. Anne era linda demais, e ele estava cada vez mais rendido à aquela menina-mulher que tinha seu coração totalmente entregue em suas mãos. E pensar que quase tinham se separado para sempre, por causa da teimosia de ambos. Eles tiveram que bater cabeça várias vezes para compreender que por mais que fugissem do que sentiam, a força do sentimento sempre os puxaria de volta como duas energias misteriosas que precisavam uma da outra para continuarem sobrevivendo.

- Por que está me olhando assim, Dr. Blythe? - Anne perguntou bocejando

- Eu estava pensando o quanto adoro o seu rosto. - ele disse mordendo o lado inferior, sem imaginar que Anne o achava malditamente irresistível quando a olhava com aquele fogo nos olhos.

- Só o rosto? - ela perguntou fazendo biquinho.

- Na verdade, eu adoro você inteira, até mesmo essas pintinhas minúsculas na ponta do seu nariz. - Gilbert disse mordendo de leve a pontinha do nariz de Anne.

- Eu poderia dizer várias coisas que adoro em meu noivo nesse exato momento. - Anne disse colocando seu queixo no peito de Gilbert, encarando-o com um sorriso de canto nos lábios.

- E não vai me dizer? - ele perguntou brincando com a ponta do cabelo dela.

- Acho que prefiro te mostrar hoje noite depois de nossa festa de noivado, especificamente depois de brindarmos com aquele champanhe que o Cole me pediu para deixar no gelo. - ela respondeu com um olhar sapeca que Gilbert adorou.

- Nossa, acho que você me fez viajar agora- Gilbert disse deslizando o polegar sobre a face de Anne.

- Espere até mais tarde. Prometo de fazer viajar mais ainda. - ela claramente o provocava e ganhou um beijo ardente por isso, mas, quando Gilbert apertou sua cintura com mais força, indicando seu estado de excitação, Anne o fez parar. Ela ainda tinha que escolher o vestido que usaria naquela noite, pois tinha vários modelos exclusivos que ganhara por seus desfiles representando marcas famosas e ainda não tinha se decidido por um.

- Eu ainda tenho que escolher o meu vestido dessa noite. Não quer me ajudar? - ela perguntou enquanto fazia pequenos círculos no peito de Gilbert com a ponta dos dedos.

- Me surpreenda. - ele respondeu ainda com as mãos na cintura dela, e Anne deu-lhe um beijo rápido nos lábios, se levantou do sofá e foi para o quarto fazer o que ele lhe dissera:

Momentos mais tarde enquanto Gilbert tomava banho, Anne ainda estava indecisa entre um modelo Chanel vinho e um preto Dior. Ambos eram lindos, de corte simples, porém, ainda assim carregavam o glamour que suas marcas lhe concediam, mas, então ela se lembrou das palavras de Gilbert enquanto estavam no sofá, e soube exatamente qual deveria usar.

Anne se demorou mais tempo se arrumando do que normalmente acontecia, mas, o resultado final lhe agradou imensamente, ela somente esperava que sua aparência também agradasse a seu noivo. Sua pergunta foi respondida no momento em que saiu do quarto e Gilbert olhou para ela extasiado:

- Querida, você está maravilhosa. - 'ele disse mal conseguindo tirar os olhos dela. Anne usava um vestido que por Deus era uma tentação por si só. Ele era preto, bem justo e se agarrava às suas curvas até na altura dos joelhos. Não tinha alça, e o decote em formato de coração realçava seu colo alvo e bonito, e tinha uma pequena abertura perto do vale dos seios que deixava um pedacinho daquele local à mostra, o que fez a imaginação de Gilbert voar para tão longe que ele teve dificuldade em coordenar seus pensamentos. Para completar, ela usava salto alto preto, e os cabelos, ela prendeu no alto da cabeça deixando o pescoço completamente exposto. Os lábios estavam pintados de vermelho assim como ela marcara os olhos discretamente com delineador preto, destacando o azul oceano dos olhos. Ele ia ficar louco a noite toda olhando para ela tentando disfarçar suas reações dos outros convidados. Ele se aproximou mais dela e sentiu seu delicioso perfume, aquele era mais um fator para enlouquecê-lo de vez.

- Eu te impressionei? - ela perguntou ao perceber maneira audaciosa com a qual ele a olhava.

- Você não imagina o quanto. - ele respondeu pegando em seu pulso adornado por uma fina pulseia de prata, a puxou para mais perto, e aproximou sua cabeça próximo ao pescoço de Anne, aspirando com vontade seu odor sedutor.

Anne também não pôde deixar de observar a aparência de Gilbert que usava uma camisa verde escuro, e calças pretas que pareciam ter sido feitas sobre medida para ele e sapato social preto. Ele penteara os cabelos para trás, e seus cachos estavam perfeitamente domados daquela maneira, Embora ela preferisse seus fios rebeldes e bagunçados, ela tinha que reconhecer que Gilbert estava lindo demais àquela noite.

- Você também me impressionou demais, mas, isso não 'nenhuma novidade para você. - Anne disse esquecendo de respirar por um segundo ao sentir os lábios de Gilbert perto de seu pescoço.

- Eu estou louco para te beijar, mas, sei que se fizer isso vou estragar sua maquiagem, além de correr o risco de não conseguir parar mais. - sua voz saiu enrouquecida, e o tão velho conhecido arrepio tomou conta de Anne que teve que engolir em seco para não perder a razão. Ela ia responder, mas, foram interrompidos pela campainha que tocava anunciando os primeiros convidados da noite. Gilbert lhe sorriu conformado enquanto pegava em sua mão e juntos foram recepcionar as pessoas que acabaram de chegar.

Aos poucos os convidados foram chegando, e logo o apartamento de Anne estava cheio de rostos conhecidos e amigáveis. Ela se sentia tão feliz como no dia em que Gilbert tinha pedido sua mão, principalmente porque tinha toda a atenção de seu noivo sobre ela. naquele dia. Era lisonjeador saber que sua aparência o tinha agradado tanto que ele não parava de observá-la, e ela também o observava da mesma maneira, porém, mais discretamente. Gilbert parecia estar se divertindo, pelo menos, o seu rosto indicava aquilo. Ele ria a todo momento em companhia de Muddy e Gabriela, que tinha vindo sozinha, e estava muito bonita também. Anne não se importava mais em vê-la perto de Gilbert. O ciúme que tinha da jovem médica tinha acabado depois que ela lhe contara que torcia pelo relacionamento de ambos. Assim, a ruivinha passou a vê-la como aliada e não mais como uma rival em potencial.

Cole chegou com Jordan Smith como se acompanhante e Anne o olhou admirada, mas, ele não lhe deu abertura nenhuma para fazer qualquer comentário sobre aquilo, pois, logo se ocupou de tomar conta de todos os detalhes da festa, assim como Anne, que andava de lá para cá atendendo as necessidades de seus convidados. Como a festa era pequena, ela não achou necessário contratar garçons para servi-los, pois. as pessoas que privilegiavam a festa acabavam se servindo sozinhas na mesa de comida que Anne e Cole colocaram na sala para esse fim. Então, o trabalho dela era praticamente se certificar de que os convidados estivessem se divertindo e se sentindo satisfeitos.

Quando Anne pensou que tudo estava correndo bem demais e nada poderia estragar aquele momento que ela estava tendo com Gilbert e seus amigos, Marilyn apareceu acompanhada de Francesco Agipi. Imediatamente, Anne sentiu seu estômago se contrair e ela olhou para Cole, que tinha uma expressão no seu rosto que dizia," eu te avisei", e seus olhos se desviaram para Gilbert que no momento estava completamente sério, e uma veia tinha começado a pulsar em seu pescoço indicando que ele estava zangado com a chegada do ilustre convidado.

Anne tentou ignorar seu desconforto, colocou um sorriso nos lábios e foi recebê-los na porta, e seu alivio foi maior quando sentiu os braços de Gilbert em sua cintura, mas, ao olhar para ele viu que o rapaz não lhe sorria, e que seu maxilar estava travado de tensão. Ainda assim, ele fez o seu melhor papel de anfitrião simpático e feliz com a visita inesperada do ex-noivo de Anne, e a ruivinha se sentiu agradecida por ele não fazer uma cena, pois apesar de ser uma pessoa bastante educada, Gilbert tinha o pavio bem curto quando se sentia provocado.

- Dr. Blythe, ficou feliz em revê-lo, e mais, feliz ainda por cuidar dessa minha amiga querida tão bem. Você está belíssima, cara, como sempre. - Francesco disse, dando um beijo no rosto de Anne, que com o canto do olhou observou a reação de Gilbert notando que a veia voltara a pulsar em seu pescoço, e que por isso, seu nível de tensão estava aumentando.

- Obrigada por ter vindo. - Anne respondeu simplesmente enquanto Gilbert sorria e apertava a mão de Francesco como se realmente estivesse adorando a presença dele por ali, e Anne trocava algumas palavras com Marilyn.

- Quero que saibam que desejo que sejam muito felizes juntos. - Francesco disse.

- Obrigado. Fiquem a vontade. - Gilbert disse para Francesco e Marilyn, enquanto pegava no pulso da ruivinha com delicadeza para que ninguém percebesse sua raiva, e a puxou para um canto olhando-a bastante zangado:

- Anne, o que significa a presença desse cara aqui em casa?

- Amor, eu o encontrei no supermercado hoje de manhã, e ele já sabia da festa de noivado por Marilyn, e acabei convidando-o. Não achei que ele fosse comparecer. Perdoe-me, querido. - ela disse tocando o rosto dele com as mãos.

- Tudo bem. Eu só gostaria de ter sido avisado antes. - Gilbert respondeu com a expressão mais suave. Ele nunca conseguia ficar bravo com Anne muito tempo, especialmente quando ela olhava para ele com aqueles olhos azuis incríveis implorando por seu perdão. Ele lhe deu um selinho e voltaram para juntos dos convidado como se nada tivesse acontecido.

A festa continuou animada, e logo os amigos de Anne e Gilbert começaram a dançar ao som de músicas tocadas por um amigo de Cole de quem Anne contratara os serviços para aquela noite. Na hora do brinde oficial dos noivos, Cole pediu a palavra e disse:

- Bem, estou feliz que todos estejamos presenciando a união desses dois cabeças duras que depois de sete anos resolveram criar juízo e ficarem juntos de vez. - Todos riram da piada de Cole, inclusive Anne e Gilbert que se olharam intensamente enquanto o amigo de Anne continuava seu discurso. - Eu particularmente me sinto o padrinho desse relacionamento, pois estou a par de tudo desde o início e posso assegurar que o amor deles é o sentimento mais bonito que já vi florescer entre dois casais. É realmente uma inspiração para céticos que como eu nunca acreditaram que o amor verdadeiro existisse, e quero muito agradecer a você Gilbert por trazer uma luz nova para a vida dessa minha amiga maravilhosa. - O jovem médico sorriu para Cole, e depois olhou para Anne novamente, levantando a taça de champanhe e dizendo:

- À mulher da minha vida. - e ela respondeu:

- Ao homem dos meus sonhos. - e assim eles se beijaram sob o olhar de todos que os aplaudiram efusivamente.

A comemoração continuou ainda por horas, e o que Gilbert não pôde deixar de notar era a maneira íntima com a qual Francesco se dirigia a Anne, e aquilo o estava incomodando tanto que ele mal conseguia esconder seu mau humor crescente. Ele observou a maneia dele colocar as mãos no ombro de Anne, tocar os cabelos dela, e o sorriso que ela lançava a ele parecendo tão à vontade que Gilbert tinha ganas de ir até lá e arrancá-la de perto dele. Mas, se controlou ao máximo, não queria fazer uma cena e estragar a noite dela que parecia tão feliz, assim como não queria que ela percebesse que ele estava com um ciúme terrível ao ver os dois juntos conversando daquela maneira.

Imagens dos dois juntos em sua cabeça o atormentavam. Anne lhe dissera uma vez que eles nunca tiveram nada mais íntimo, mas a maneira com que ele às vezes olhava para ela sugeria outra coisa. Ele não queria duvidar das palavras de Anne, mas, não lhe entrava na cabeça como um homem como aquele nunca tentara sequer levar a ruivinha para a cama. Ela era linda, jovem e sexy, e Gilbert não entendia como e de que maneira Francesco Agipi nunca se sentira tentado a tê-la como mulher, quando a simples presença dela fazia Gilbert ter pensamentos nada puros a respeito de sua noiva, e não era possível que Francesco nunca os tivera também. Era um tipo de autocontrole que Gilbert realmente desconhecia, especialmente quando se estava apaixonado da maneira como Gilbert estava por Anne.

Em um momento da festa, Anne veio até Gilbert enquanto ele ainda conversava com alguns colegas de trabalho, pois Gabriela já tinha ido embora porque teria plantão cedo no dia seguinte, e Muddy tinha um compromisso bem cedo também, e disse:

- Não vai dançar com sua noiva, Dr. Blythe?

- Claro. - ele disse com um sorriso que não a convenceu nenhum pouco.

- Qual é o problema, amor. Não está se divertindo? – ela perguntou fitando seu semblante sério

- Não é nada. Acho que estou ficando cansado. O trabalho no hospital foi duro nos últimos dias. - ele respondeu, não querendo que ela percebesse o real motivo de seu desconforto, porém não foi bem sucedido, porque logo a ruivinha lhe perguntou:

- Tem certeza de que não é outra coisa? Essa sua testa franzida me diz que tem algo mais perturbando a mente brilhante de meu noivo. - Droga! Pensou Gilbert. Por que ela tinha que conhecê-lo tão bem?

- Vamos conversar sobre isso mais tarde? Agora eu só quero curtir esse momento com você. Não pude tê-la assim em meus braços a noite toda. - ele a abraçou mais forte, e Anne encostou sua cabeça no peito dele, deixando que a música romântica que tocava os envolvesse completamente.

Os últimos convidados deixaram a festa perto das duas da manhã, e Cole estava entre eles. Ele se despediu dela e de Gilbert, e depois disse que ligaria para Anne no dia seguinte para conversarem sobre a festa, mas ela entendeu perfeitamente que ele queria falar sobre Francesco Agipi ter sido a causa da carranca de Gilbert em vários momentos da noite.

- Enfim sós. - Anne disse fechando a porta. e se aproximando de Gilbert no sofá onde ele estava sentado com um copo na mão.

Logo que se sentou do lado dele ela sentiu o cheiro de uísque, e franziu o cenho se perguntando por que Gilbert estava tomando uma bebida tão forte, quando não era nem um pouco fã de bebida alcoólica.

- Uísque, Gilbert? – ela perguntou apontando para o copo com a bebida escura.

- Estamos festejando, Anne. Qual é o problema de eu estar bebendo uísque?

- Não teria problema nenhum se você fosse acostumado a fazer isso sempre, mas, eu sinto que algo está te incomodando. Por que não me diz logo ao invés de afogar sua frustração em um copo de bebida? - Gilbert sabia que Anne tinha razão. Estava tendo um comportamento infantil que não era típico dele, mas toda vez que sentia ciúme dela, ele acabava metendo os pés pelas mãos, por isso resolveu ser sincero e acabar logo com aquilo.

- O meu problema, Anne,foi você ter convidado aquele seu ex-noivo para vir a nossa festa de noivado.

- Gilbert, eu te expliquei que me senti obrigada a isso. Eu não acreditei realmente que ele viria. Não fique zangado comigo, amor. – Ela disse, com as duas mãos no rosto dele, fazendo com que ele a olhasse nos olhos.

- A verdade é que não foi somente a presença dele que me incomodou. O jeito com que ele fala com você me deixa irritado, especialmente por que ele parece não ter limites com as mãos. - Gilbert confessou envergonhado por deixar Anne perceber o tamanho do seu ciúme.

- Gilbert, ele não me tocou de verdade. Você está exagerando. - Anne disse surpresa com o desabafo dele.

- Tocou sim. Eu o vi colocando a mão em seu ombro, tocando seu cabelo, e tenho que admitir que odiei imensamente quando Francesco fez isso.

- Amor, foram gestos de um amigo afetuoso. Cole faz isso também quando estamos juntos.

- Mas, Cole não foi seu ex-noivo, e nem existe comparação, pois Cole não se interessa por você como mulher. - Anne estava sorrindo, ao mesmo tempo que estava estranhando o teor das palavras dele.

- Gil, me diga qual é realmente o problema? Eu não estou conseguindo acreditar em nada do que está me dizendo. - Gilbert olhou para ela e resolveu confessar tudo de vez. Queria se livrar daquele sentimento desagradável que o estava consumindo desesperadamente.

- Quer saber mesmo a verdade? Pois, eu vou te dizer. Eu detestei imaginá-lo tocando você como eu toco, ou te beijando como eu beijo. Não suporto a ideia de Francesco te abraçando na hora do amor, ou acordando com você despida nos braços dele. Qualquer pensamento desse tipo, me faz ter vontade de ir atrás dele agora e matá-lo por ter um dia encostado a mão em você. – Ele estava aliviado, mas um pouco corado por ter colocado em palavras o que ver Anne perto daquele homem tinha causado nele.

- Gilbert, eu te disse que nunca tivemos nada. Como pode ter ciúme de algo que nunca existiu? - Anne disse olhando-o espantada.

- Eu sei que sou um idiota, mas não consigo acreditar que um homem tão experiente como Francesco iria se contentar em ter um relacionamento com uma mulher linda como você sem um contato mais íntimo. - ele desviou o olhar se sentindo constrangido pela conversa que estavam tendo, mas, Anne não permitiu que ele escapasse dos olhos dela, e disse segurando o rosto dele com as mãos.

- Francesco não me amava, Gil. Ele apenas queria uma companhia para preencher sua vida solitária. Como pode pensar que depois de ter me entregado para você pela primeira vez, eu iria desejar fazer isso de novo com outro homem? Acredita em mim, amor, quando digo que sou completamente sua. - ela puxou o rosto dele em direção ao seu, e o beijou profundamente. No mesmo instante, Gilbert sentiu sua raiva se dissipar. Ele não conseguia sentir mais nada a não ser paixão por aquela garota quando ela colava sua boca na dele daquela maneira.

No momento seguinte, ela já estava em seu colo, com seu vestido levantado até quase os quadris, pois as mãos dele atrevidas deslizavam pela pele macia das coxas dela, se insinuando no meio delas até alcançar a intimidade de Anne coberta por uma minúscula calcinha de renda preta, sentindo-a pulsando por ele no exato momento em que a tocou. Anne gemeu baixinho, e se moveu de encontro aos quadris dele, arrancando dos lábios masculinos um longo suspiro. Ela envolveu a cintura dele com suas pernas, e Gilbert aproveitou para se levantar com Anne em seu colo, e a levou para o quarto, onde a colocou na cama coberta por uma colcha azul. Sem deixar de beijá-la, ele levou as mãos às costas dela, e abriu o zíper do vestido, ajudando-a a se despir dele completamente junto com sua calcinha, enquanto seu olhar admirava como tantas vezes fizera as curvas perfeitas daquela mulher que foram especialmente esculpidas para serem tocadas por suas mãos. Ela o deixava queimando em um desejo que ele nem mesmo sabia dizer com exatidão a sua intensidade. Seu corpo a desejava, sua alma a venerava, mas era o seu coração que o tinha completamente rendido por aquela garota maravilhosamente sedutora. Anne também pouco se controlava, pois deixou que suas emoções e seu corpo ditassem as regras daquele momento. Ela estava nos braços daquele homem fantástico, fazendo o amor mais incrível de sua vida, e não deixaria que nada a impedisse de viver aquele momento com tudo o que tinha direito. Ela arrancou a camisa de Gilbert, e depois o fez despir o restante de suas roupas, só parando quando o tinha completamente nu diante de si. Ela olhou para ele sem esconder o desejo que a visão daquele corpo lindo lhe provocava. Gilbert era uma obra de arte que merecia ser contemplada muitas vezes pelos olhos dela. Seu corpo exigiu um contato mais íntimo, e ela se deitou com ele na cama, enroscando mais ainda suas pernas na cintura dele, e puxando o mais para si, pois ela precisava senti-lo por inteiro, precisava daquela paixão que via nos olhos de Gilbert, precisava de toda aquela volúpia que ele a fazia sentir, porque de todas as maneiras que se conectavam, aquela era sem dúvida a mais forte e mais envolvente.

Gilbert se sentia derreter naquelas mãos de fada que tocavam seu corpo como se gravasse em seus músculos o amor que tentava transmitir por meio de seus dedos macios e suaves. Sua paixão por ela tinha chegado em um limite onde ele sentia seu sangue ferver, todas as partes de seu corpo ardiam em brasa pura. Ele não conseguia lidar com suas emoções naquele momento tão entregue ele estava a Anne, e se entregar a ela daquela maneira era como se terra e sol se encontrassem criando assim o mais belo pôr do sol. Ela era sua força e sua fraqueza, Ela era sua perdição e salvação, não havia nada naquele mulher que ele não adorasse, não havia nada naquele espírito indomável que ele não quisesse para si. Os beijos famintos que trocavam os deixavam ofegantes, e Gilbert olhou dentro daqueles olhos azuis que se declaravam tão apaixonadamente a ele e disse:

- Eu quero tanto você. Deixe que eu te faça minha neste instante, amor. - Ela lhe sorriu tão confiante e respondeu.

- Eu também quero você, mais do que já quis algo em minha vida. Me faça sua, da maneira que quiser.

Desta forma, seus corpos se uniram em uma sintonia perfeita, com se uma música fosse composta em uma grande galeria de sons onde cada nota se encaixava harmonicamente, fazendo de cada movimento deles uma melodia vibrante, cheia dos mais profundos sentimentos. E quando o prazer chegou, trouxe com ele a certeza absoluta de que o que partilharam aquela noite era a prova de que o amor que ali existia era uma fortaleza que nenhuma tempestade seria capaz de abalar.

Minutos depois, Anne tinha sua cabeça apoiada no peito de Gilbert, seus cabelos uma bagunça de fios que se espalhavam sobre ele exatamente como o rapaz amava, enquanto uma mão de Gilbert acariciava suas costas subindo e descendo de maneira lenta. Anne estava bastante sonolenta, porém se recusava a dormir. Não queria deixar passar aquele momento perfeito com o homem perfeito, depois do amor inesquecível que fizeram ainda a pouco.

- Anne, me desculpe por agir como um homem possessivo demais e machista. Não quis estragar sua noite. - Gilbert disse arrependido por ter duvidado dela a respeito de seu relacionamento com Francesco.

- Você não estragou nada. Minha noite foi fantástica. E eu não fiquei aborrecida porque você sentiu ciúmes de mim. Na verdade eu gostei, e quanto a ser possessivo, eu também me sinto assim a seu respeito, então, não há nada a ser desculpado. - ela disse alisando o peito dele. Anne adorava tocar aqueles músculos, ela amava tudo naquele homem.

- Eu não sei o que acontece comigo quando vejo você perto de Francesco. Acho que apenas me sinto inseguro, como se eu não pertencesse a esse mundo da moda no qual você vive. - Anne parou de acariciá-lo para fitar o rosto de Gilbert surpresa. Gilbert Blythe inseguro? Aquilo era novidade para ela. Tudo nele transpirava força, certezas e aquele tipo de masculinidade que lhe dava uma áurea de poder de quem sabe exatamente quem é e para onde está indo. Ela nunca pensara que ele se sentia inseguro justamente por causa dela.

- O meu mundo é você, Gilbert. Não existe nenhum outro além desse para mim. Eu te amo, e somente a você. Nunca amei outra pessoa e nunca mais vou amar. O que ainda tenho que fazer para te convencer disso? – ele tocou o rosto dela com carinho e respondeu com um sorriso que fez o coração de Anne palpitar:

- Você não precisa fazer nada. Eu sei que me ama, Anne. Agi feito um idiota apaixonado que sou esta noite. Não posso prometer que isso não vai acontecer de novo, mas, juro que nunca mais vou duvidar de nada que me disser. - ele lhe deu um beijo e depois a abraçou, trazendo-a novamente para seu peito.

- Você não me disse se gostou do meu vestido. Eu o escolhi pensando em você.

- Acho que meus olhares sobre você esta noite foram provas suficientes do quanto você mexeu com meu psicológico vestindo algo tão ousado. Mas, vou te contar um segredo. - ele se aproximou do ouvido dela e sussurrou:- eu passei a noite toda desejando tirá-lo do seu corpo. - Anne sentiu um arrepiou atingi-la por inteiro e perguntou com malícia:

- E valeu a pena? – ele a deitou na cama e cobriu o corpo dela com o dele ao mesmo tempo em que dizia:-

- Acho que palavras seriam insuficientes para descrever o que senti. Acho melhor te demonstrar.

E assim recomeçaram naquele jogo de desejos que seus corpos prazerosamente participavam sem protestar. Lá fora, a lua brilhava como se sorrisse, sendo a única protagonista do céu naquela noite, isento de estrelas. Enquanto naquele quarto o único som que se ouvia era uma serenata de sussurros e juras de amor.

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