Capítulo 5- Lado a lado com o amor
ANNE E GILBERT
A semana começara agitada para Anne e continuara assim pelos dias que se seguiram, Acordava de manhã e após o café, ela ajudava Marilla com algumas tarefas em Green Gales. A princípio a velha senhora protestara, dizendo que não ficava bem uma garota como ela fazendo tarefas domésticas.
Anne respondera que não se importava nem um pouco com aquilo, na verdade ela gostava de ter algo para fazer. Estava cansada de ser tratada como uma princesa, tendo o menor de seus pedidos atendido por outras pessoas. No princípio tinha amado ser adulada por todo mundo, sem ter que se preocupar em arrumar sua cama ou lavar a louça do café, mas com o tempo toda aquela bajulação a deixara tão enjoada que começara a se sentir inútil dentro de sua própria casa.
Uma vez entrara em uma séria discussão com sua empresária que achara o cúmulo Anne querer preparar o próprio jantar. Por que se preocupar em sujar as próprias mãos quando podia contratar a melhor cozinheira que o dinheiro poderia pagar? Anne tentara explicar sem muito sucesso que não se sentia bem tendo pessoas ao seu redor todo o tempo realizando todos os seus desejos. Ela não era nenhuma boneca inanimada ou sem vontade própria, por isso, podia muito bem cozinhar de vez em quando somente para variar.
Agora que estava em Green Gables, Anne pretendia voltar a fazer algumas coisas que lhe davam prazer. Sempre gostara de ajudar Marilla na cozinha, e assados tinham sido sua especialidade. Iria pedir a permissão de Marilla para usar sua cozinha como seu local de experiência, e verificar se não tinha perdido o dom de preparar os bolos e tortas que Matthew tanto amava.
Além de suas aventuras domésticas, outras atividades tomaram conta do tempo de Anne naquela semana. Ela fazia companhia a Matthew na hora do almoço, liam os jornais juntos e depois discutiam as notícias. Matthew era um homem muito bem informado e política era o seu assunto favorito, e estava sendo prazeroso para Anne passar aquele tempo com ele, compartilhando de sua opinião sobre o que acontecia no mundo em geral. Além da política, Matthew adorava futebol americano, e embora Anne não fosse muito fã do esporte, passara várias tardes divertidas com Matthew assistindo algumas partidas. Depois de alguns dias em Green Gables, Anne já se sentia totalmente integrada à comunidade de Avonlea. Era como ter catorze anos de novo e ser livre para experimentar o que quisesse, fazer o que quisesse, sem os compromissos sociais e de trabalho que a deixaram esgotada nos últimos anos em que trabalhara como modelo.
Na sexta-feira, um dia antes da festa em Green Gables, como prometera para Jerry, Anne foi visitar Diana. Quando a amiga abriu a porta e viu que era Anne, seus olhos se encheram de lágrimas e a abraçou com carinho.
- Anne, que saudade! Achei que nunca viria.
- Desculpe-me Diana, mas eu estive muito ocupada nos últimos anos trabalhando feito louca e somente agora consegui pegar férias prolongadas. Onde está sua filha? – Anne perguntou sorrindo.
- Venha comigo. – Diana disse, pegando na mão de Anne e levando-a até o quarto de sua bebezinha.
- Ela é linda, Diana. – Anne disse, encantada com a garotinha que dormia tranquilamente em seu berço. Ela tinha os cabelos escuros de Diana, mas os traços do rosto eram sem dúvida de Jerry, e ela pensou que duas pessoas tão bonitas e que se amavam, tinham produzido aquele serzinho encantador, e lá no fundo de seu coração sentiu pena de si mesma, por não ter tido a mesma sorte. De repente, a imagem de Gilbert lhe veio à cabeça, mas tratou logo de apagá-la. Não queria pensar nele, não naquele momento.
- Que tal se tomássemos um café? – Diana sugeriu.
- É uma ótima ideia. – Anne concordou.
Assim foram para a cozinha, e enquanto a água fervia na cafeteira, Anne contou tudo o que se passara com ela durante aqueles anos em que se falaram apenas por telefone ou mensagens, e Anne lamentou profundamente não ter podido vir ao casamento de Diana com Jerry.
- Anne, eu sei que você me disse que estava muito ocupada e por isso não conseguiu vir para Avonlea antes. Mas, eu sei que não foi esse o principal motivo. Você não veio pra casa antes por causa de Gilbert, não é.? – Anne ia negar, mas como Cole, Diana era uma das poucas pessoas que a conhecia tão bem e não conseguiria enganá-la mesmo que quisesse.
- Sim. – ela respondeu finalmente.
- E como se sente, agora que está no mesmo lugar que ele de novo? – Anne baixou a cabeça tentando pensar em uma resposta plausível, mas não sabia o que dizer.
- Você já o encontrou? – Diana perguntou.
- Sim. – Anne respondeu sem levantar a cabeça.
- Anne, olhe para mim e me diga o que sentiu?
- Eu não sei o que senti. – ela respondeu sem olhar Diana nos olhos.
- É claro que sabe. Gosta dele, não é?
- Essa pergunta é ridícula, Diana. Já se passaram tantos anos. Eu e ele não somos mais as mesmas pessoas. Seguimos caminhos diferentes, ele até tem uma namorada com quem planeja se casar, e eu tenho minha carreira. –
- Anne, nem mesmo você acredita no que está dizendo. Qual é o problema em admitir que você ainda ama Gilbert Blythe? Vocês são jovens, inteligentes e tão bonitos. Farão um par maravilhoso juntos.
- Ele tem namorada, Diana. E eu não posso amá-lo. – ela disse simplesmente.
- Namoros podem ser desfeitos, Anne. Agora, você não pode ou não quer amá-lo? – Diana a fitou nos olhos e Anne sentiu como se ela pudesse ler seus pensamentos.
- Será que não podemos mudar de assunto? Não quero mais falar sobre isso.
- Está bem. Mas, não pense que vou esquecer essa nossa conversa, Vamos voltar a ela outro dia. A propósito, você está maravilhosa. Anne. O ar sofisticado de Nova Iorque te fez muito bem. – Diana elogiou, observando a figura elegante da amiga.
- Você também está linda. O casamento com Jerry e a maternidade também te fizeram bem. – E era verdade. Diana parecia mais esbelta do que fora quando adolescente, e parecia estar resplandecente com a vida de casada que levava. Era evidente que Jerry a fazia muito feliz.
- É um elogio e tanto vindo de uma celebridade como você. –ambas riram, e passaram as horas seguintes tomando café e comendo rosquinhas como nos velhos tempos em que passavam horas conversando sobre assuntos diversos.
Quando voltou para Green Gables Anne se sentia revigorada. Falar com Diana lhe fizera muito bem, embora a fizera pensar em Gilbert mais do que desejava. Ela sabia que Diana tinha razão. Ela ainda amava Gilbert, mas não pretendia fazer nada a respeito, aquele amor era impossível e improvável. O melhor que tinha a fazer era sufocá-lo até que morresse, e faria isso nem que levasse a vida toda para consegui-lo.
O sábado da festa de Anne passou tão rápido que ela mal teve tempo de respirar, ajudou Marilla com os preparativos e quando percebeu já era hora de se arrumar. Escolheu um vestido de corte simples e sem alças, não queria nada caro ou sofisticado. Ela estava ali como a Anne de Green Gables e não como a modelo internacional, e queria que quem viesse na festa percebesse exatamente isso.
Assim que ficou pronta, desceu para esperar pelos convidados. Matthew estava sentado em uma poltrona confortável e quando a viu ficou maravilhado.
- Você está parecendo uma princesa, minha filha. – ele beijou as duas mãos de Anne com carinho.
- Obrigada. Você está muito elegante também. Onde está, Marilla?
- Na cozinha, onde mais você a encontraria?
Anne foi até a cozinha ver se Marilla precisava de ajuda, mas ela disse que estava tudo bem e que Anne deveria ficar na sala recebendo os convidados.
Cole foi o primeiro a chegar e ficou do lado de Anne enquanto ela cumprimentava as outras pessoas que chegavam.
- Por que não trouxe nenhum acompanhante? – Anne perguntou.
- Por que estou de olho em uma certa pessoa que acabou de chegar.- Anne lançou um olhar para onde Cole discretamente apontara, e viu um rapaz moreno e atraente, que lançava olhares furtivos em direção ao amigo.
- Rapaz interessante. De onde você o conhece?
- Daqui mesmo. Ele é sobrinho de Rachel, amiga de Marilla. Nos tornamos amigos a um ano, e ocasionalmente nos encontramos.
- Ah, entendi. Pelo jeito não vai terminar a noite sozinho.
- De jeito nenhum. – Cole riu com malícia.
A próxima convidada achegar foi Ruby, e trazia a tiracolo o noivo bonitão. Quando viu Anne a abraçou toda feliz enquanto dizia:
- Que honra, minha amiga, Tenho acompanhado sua carreira em todas as mídias sociais. Este é Stewart, meu noivo. – Anne apertou a mão do noivo de Ruby que sorria simpaticamente para ela.
- Muito prazer. Fiquem a vontade e aproveitem a festa.
- Obrigado. – Stewart disse sorridente.
- Que simpático o noivo de Ruby, não acha? – Anne perguntou a Cole.
- Se eu tivesse a conta bancária que ele tem, eu também estaria sorrindo.
- Cole e o seu velho e bom cinismo. – Anne o repreendeu com carinho, e ele apenas riu.
- Wow! E eis que chega o convidado mais esperado da noite. – Anne olhou para a porta de entrada e viu Gilbert entrando com uma moça loira e atraente em sua companhia. Ela engoliu em seco ao constatar o quanto ele estava bonito, o tempo somente tinha realçado sua beleza morena e definido com perfeição sua constituição física. Ele vestia camisa social branca e tinha deixado os primeiros botões abertos, destacando assim o bronzeado de seu peito forte, e calça social preta que se agarravam os seus quadris evidenciando suas pernas musculosas sob o tecido. Ela tentou disfarçar seu interesse, mas não conseguiu. Gilbert a pegou olhando para ele e Anne corou violentamente sob aqueles olhos que deslizavam sobre seu corpo seu disfarçar o quanto estava impressionado.
Gilbert não conseguia parar de olhar para Anne. Tinha consciência de que estavam em uma festa cheia de gente e sua namorada bem ao seu lado, mas não conseguia tirar os olhos dela. O vestido azul que Anne usava combinava perfeitamente com os olhos dela, e era de tecido aderente que se grudava no corpo dela como uma segunda pele, moldando cada curva de maneira provocante e deixando metade das coxas dela à mostra. O vestido não tinha alças, e ela prendera os cabelos no alto da cabeça em um coque perfeito, deixando seu pescoço adorável em evidência, ela não usava joias, apenas um brinco minúsculo de prata.
De repente, ele se viu arrancando todos os grampos da cabeça dela, e deixando os cabelos magníficos caindo por suas costas em ondas selvagens e ruivas, mas se repreendeu mentalmente quando percebeu o teor de seus pensamentos. O que estava pensando? Como poderia desejar uma mulher daquela maneira no meio de tantas pessoas, e ainda por cima quando sua namorada estava segurando firmemente em seu braço. Tinha que parar com aquilo imediatamente. Sarah não merecia aquilo, era indecente e sem senso nenhum.
- Não vai me apresentar sua amiga, querido? – Sarah perguntou.
- Claro. Venha comigo.
Como um pesadelo, Anne viu Gilbert chegar até ela com sua acompanhante, e fez o possível para manter seu sorriso mais simpático no rosto.
- Oi, Anne. Esta é Sarah.
- Muito prazer, Sarah. – observando-a de perto, Anne percebeu que Sarah era bonita, mas fazia um tipo mais comum, sem ser estonteante ou uma beldade, Mas, talvez ela fosse exatamente do tipo que Gilbert gostava, já que estava com ela a tanto tempo.
- O prazer é todo meu. Gilbert tinha me dito que você era bonita, mas ele não foi justo. Você é maravilhosa.- Anne ficou sem graça com o elogio de Sarah e apenas agradeceu sem dizer mais nada.
- Obrigada. Aproveitem a festa e fiquem à vontade.- Anne somente percebeu que os tinha seguido com o olhar, quando Cole lhe deu uma cotovelada dizendo:
- Quer parar de babar por Gilbert Blythe. Está dando muita bandeira.
- Eu não estou babando por ninguém. – Anne disse irritada. Santo Deus. Aquela noite ia ser um pesadelo. Ela foi até a mesa de bebidas, e pegou um copo de suco de laranja. Anne nunca bebia álcool, não suportava nem o cheiro e nem o sabor, mas naquela noite sabia que precisava de algo bem mais forte que a bebida que estava tomando, mas preferiu não arriscar, não estava acostumada e não queria fazer uma cena em sua própria festa.
- Diana, não vem? – Marilla perguntou, assim que passou por ela,
- Não, ela me disse que não tinha com quem deixar o bebê. A mãe dela não está na cidade. Eu também não estou vendo a Josie por aqui.
- A mãe dela me disse que ela tinha outro compromisso e não podia vir. O marido dela é um homem importante, e parece que ele tinha um jantar de negócios esta noite.
- Jerry me contou que ele é bem mais velho que ela. Você acha que ela é feliz, Marilla?
- Para ser sincera, não acho que ela seja feliz. Todas as vezes que os encontrei na igreja, ela manteve a cabeça baixa como se tivesse medo dele.
- Preciso fazer uma visita para ela. – Anne disse, pensando se Josie não vivia em um relacionamento abusivo.
- Acho que ela ficará contente em te ver.
-Nunca fomos muito amigas, mas ela sempre me tratou bem. Assim que puder com certeza vou visitá-la.
Anne perambulou pela festa, notando que Cole estava em uma conversa animada com o moreno em quem estava interessado desde o começo da festa, ela fez menção em ir até onde Matthew estava quando sentiu alguém segurar no braço dela com força. Olhou para ver quem era e deu de cara com Bily Andrews, percebendo desgostosa que ele já havia bebido bastante, pois seu hálito era insuportável e maneira que falava com ela lhe dava a certeza de que ele estava altamente alcoolizado.
- Anne, você está uma gata. Jamais imaginei que aquela ratinha branca e ruiva ia se transformar nesse mulherão. – o jeito que ele olhava para ela fez Anne sentir nojo dele, e tentou se afastar da melhor maneira possível.
- Que bom te ver também, Billy. Agora preciso ver se os convidados estão precisando de alguma coisa.
- Por que a pressa, garota? Dance comigo. – ele disse puxando Anne pela mão.
- Billy, Anne prometeu essa dança para mim. – a voz de Gilbert chegou até ela como se fosse sua salvação, e ela se sentiu aliviada por ele ter se aproximado e interrompido a conversa desagradável que estava tendo com Billy Andrews.
- Tudo bem, Gilbert. Danço com ela depois. – Billy saiu meio cambaleante, enquanto Gilbert enlaçava Anne pela cintura e começava a dançar com ela.
- Obrigada. Ele estava se tornando inconveniente. – Anne disse sem jeito.
- Ele é sempre inconveniente. Principalmente quando bebe assim.
- Você não precisa dançar comigo se não quiser. Anne disse, sentindo as mãos de Gilbert em suas costas.
- Mas quem disse que não quero? – os olhos dele prenderam no de Anne, e ela tentou disfarçar o suspiro que lhe chegou aos lábios. A maneira como ele a olhava era sensual demais e estava tendo um estranho efeito sobre ela. Precisava sair dali antes que se denunciasse.
Ter Anne em seus braços daquela maneira era algo que Gilbert não tinha esperado. Quando se aproximara a intenção fora afastá-la de Billy Andrews, mas não resistira e agora ela estava ali tão próxima dele, e a sensação era maravilhosa.
- Acho melhor eu ver se Marilla precisa de minha ajuda. – ela disse tentando se desvencilhar dele.
- Por que foge de mim, Anne? Do que tem medo? – ele perguntara provocando-a.
- Eu não tenho medo de nada.- ela disse zangada.
- Então, prove. – ele a desafiava.
- Eu não tenho que te provar nada, e se você ainda não percebeu, parece que sua namorada está a sua procura. – ele olhou em direção a Sarah, e Anne aproveitou para se afastar dele. Ela procurou por Cole, mas ele não estava em lugar algum. Foi para a cozinha e tentou se acalmar. O que estava fazendo? Não podia baixar a guarda assim ou Gilbert fatalmente entraria em sua vida de novo, e ela tinha certeza de que nunca mais sairia. Ele iria magoá-la e ela não desejava isso para si, precisava encontrar seu ponto de equilíbrio de novo, ou cairia novamente na rede de sedução de Gilbert Blythe. Será que não seria melhor voltar para Nova Iorque antes que tudo desandasse? Não, não deixaria que ele estragasse suas férias, Gilbert já tinha feito estragos demais em sua vida, ela ficaria exatamente onde estava e resistiria bravamente as investidas dele.
A festa durou ainda por algumas horas, e Anne passou todo o tempo fugindo dos olhares de Gilbert. Quando todos se foram, ela estava exausta, Ajudou Marilla a organizar algumas coisas, deixando a limpeza pesada para o outro dia. Ela foi para seu quarto, mas estava sem sono, então, desceu as escadas novamente, tirou os sapatos e saiu para o jardim A noite estava linda, e Anne se sentou em seu antigo balanço embaixo de sua cerejeira e olhou para o infinito buscando sua estrela favorita.
- Procurando por Vênus? – ela levou o maior susto ao ver que Gilbert estava parado no jardim olhando para ela.
- Que susto você me deu. Pensei que tivesse ido embora. O que está fazendo aqui a essa hora? – ela perguntou com o coração disparado. Ele era bonito demais, especialmente à luz do luar como naquele momento.
- Não é óbvio? – ele respondeu enigmaticamente, os olhos cheios de um fogo que ela reconheceu como sendo o seu próprio.
- Gilbert, eu não acho que...- ele não lhe deu tempo para responder. Em um segundo estava nos braços dele, os lábios grudados nos dele como nunca fossem se separar. Gilbert puxou os grampos do cabelo dela e as ondas ruiva caíram soltas e ele as envolveu completamente em suas mãos. O beijo era cheio de desejo e de tantas outras emoções que nenhum dos dois conseguia explicar. Anne se agarrou a ele, abriu os lábios e dando passagem a língua de Gilbert que implorava pela dela. Seus corpos estavam tão colados que Anne não conseguia controlara as batidas do seu próprio coração. Ela tinha desejado aquele beijo desde que o reencontrara na varanda da fazenda dele, mas fora teimosa demais para admitir. Ele abandonou um segundo os lábios dela e disse baixinho:
- Eu quero você, Anne. Sempre quis. Você não sabe o que faz comigo tê-la assim em meus braços. – ele deslizou os lábios pelo pescoço dela, chegou até o colo e puxou o vestido dela para baixo, deixando os seios dela expostos à brisa suave da noite, fazendo-a se arrepiar por inteiro. Anne estava perdida entre o êxtase e o desejo que Gilbert provocava nela, e que simplesmente não conseguia controlar, enquanto ele admirava a beleza do busto dela, se perguntando se alguma vez tinha visto uma mulher mais linda que aquela que estava ali a sua frente e entregue aos seus carinhos. Devagar ele desceu seus lábios até os seios dela e os beijou com carinho, ouvindo deliciado Anne gemer baixinho. Porém, ao sentir o toque dos lábios de Gilbert em seus seios fez Anne despertar do feitiço no qual estava mergulhada. O que estava fazendo? Como podia deixar que Gilbert a tocasse daquela maneira, sabendo que ele estava comprometido com outra mulher? Ficara louca? Perdera o juízo?
Ainda ofegante, ela o empurrou para longe. Arrumando os cabelos e o vestido da melhor maneira que pôde. Lágrimas subiram aos seus olhos, mas não se permitiu chorar. Apenas olhou para Gilbert e disse apressadamente.
- Preciso entrar. – e correu para dentro da casa antes que ele pudesse impedi-la.
Gilbert viu Anne desaparecer de seu campo de visão e ficou ainda alguns minutos parado no jardim olhando para o céu. Vênus brilhava soberana entre todas as outras estrelas, enquanto pensamentos confusos se emaranhavam dentro da cabeça dele. Naquele breve segundo em que Anne se entregara aos seus carinhos, ele tivera certeza de duas coisas, a primeira era que ela ainda tinha sentimentos por ele, e a segunda era que ele descobrira que ainda a amava perdidamente e iria conquistá-la de qualquer maneira, nem que tivesse que mover céu e terra para isso.
.
Agora me digam, continuo?
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